terça-feira, 4 de abril de 2017


A Mente Escrita

 

                            Para aquilatarmos a importância fundamental da escrita pensemos na mente não escrita, que perde memória a um ritmo humano médio estudado e conhecido: tantos porcento a cada 24 horas são perdidos. Imaginemos que as mais de 40 mil páginas de densa matemática escritas por Leonard Euler (suíço, 1707 a 1783) teriam se perdido, assim como todo registro histórico, pois história só se faz confiavelmente com base em relatos escritos.

                            Como fazemos a leitura dos pensamentos alheios?

                            As pessoas precisam falar, com sons, ou escrever, através de imagens, pinturas ou desenhos que são feitos em qualquer objeto, por excelência em papel, agora nas memórias-de-tela dos programáquinas computadores. Assim lemos os pensamentos alheios. A fala se perde no espaço, amortecendo-se sucessivamente até ficar inaudível a ouvidos humanos, misturando-se as ondas dela com as características ambientais, confundindo-se com as vibrações naturais dos objetos. Os dispositivos gravadores de fala, os gravadores de som, deveriam ser carregados um por cada indivíduo, com pilha e fitas para gravação do que desejássemos preservar; depois deveríamos ouvir pacientemente, até encontrar o que desejássemos especificamente, ao passo que nos textos podemos dar saltos, podemos marcar.


A
 
                            Para a palavra-imaginária, a palavra escrita, que é desenho ou pintura sobre papel, o aprendizado de 26 quadros básicos, digamos            , basta, rendendo inumeráveis combinações, que representarão os objetos fora de nós e nosso processo de adequação progressiva ao Conhecimento (mágico/artístico, teológico/religioso, filosófico/ideológico, científico/técnico e matemático) e de pontescada científica (físico-químico, biológico-p.2, psicológico-p.3, informacional-p.4, cosmológico-p.5, dialógico-p.6) d’O Mundo. Somente 26 letras, de início, mas depois precisamos conhecer o significado de milhares de palavras. Em todo caso esse complexo processo gramático-sintático permite-nos manter vivas partes pequenas das mentes dos que morreram, de modo que a Língua geral torna-se uma cadeia de eventos que está viva há 5,5 mil anos, desde a Suméria. E com toda essa utilidade que tem ainda não nos lembramos de criar um MUSEU DA LÍNGUA.
                            Vitória, segunda-feira, 17 de novembro de 2003.

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