Que Piada!
A quantidade de
piadas é verdadeiramente incrível e algumas são excepcionais. Agora é só
perguntar no Google, através da Internet, para acessar inúmeros sítios de
piadas. Tenho pensado muito nelas, por vários motivos, até porque a Rede Cognata
(veja Livro 2, Rede e Grade Signalíticas)
diz que piada = PIABA (deve haver um puxão para pegá-la) = PEGAR = PUXADA =
SACAR = SANGUE = FOLGA (se F = P), etc.
Pelo modelo, as
piadas cumprem tarefas nas PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e
nos AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo). Por exemplo, no
grupo são cimentos, elementos de ligação, ligativos, conectivos, unitivos
grupais – mantém juntas as famílias e os indivíduos. Nas escolas servem para
desanuviar o ambiente e permitir o prosseguimento de um assunto difícil, dando
uma folga, colocando um interstício.
Pela lógica, podemos
ver que as piadas são lubrificantes das relações, e são também escudos,
anteparos que se colocam entre um e outro indivíduo, ou entre ele e os demais,
para evitar um contato mais íntimo, quando não estejam dadas provisória ou
definitivamente as condições de diálogo íntimo, ficando-se apenas na
superfície, nunca indo além da forma até os conteúdos ou conceitos ou
interiores.
Contam-se piadas
para evitar tocar assuntos profundos.
Piadas, que parecem
coisas bem íntimas, são índices de distanciamento e desconfiança, falta de
confiança. A confiança é substituída pelo riso e pela descontração. Continua-se
amigo, mas não se intensifica a amizade, os laços não se tornam mais estreitos.
Seria preciso a
Psicologia estudar as piadas e nunca ouvi falar de um psicólogo, nem dos
grandes nem dos pequenos, que o tenha feito, nem de algumas delas nem de todas,
nem as abordando individual nem coletivamente, por grupos, tipo as de
português, de papagaio, de bêbado, de pretos, de veados, de espiões, etc.
Enfim, as piadas são
um cimento e um isolante, além de lubrificante – mantém separados os conjuntos,
impedindo que se unam além do tanto que já estão juntos. Mantém colado, mas não
faz avançar.
Vitória, sábado, 08
de novembro de 2003.