domingo, 2 de abril de 2017


Que Piada!

 

                            A quantidade de piadas é verdadeiramente incrível e algumas são excepcionais. Agora é só perguntar no Google, através da Internet, para acessar inúmeros sítios de piadas. Tenho pensado muito nelas, por vários motivos, até porque a Rede Cognata (veja Livro 2, Rede e Grade Signalíticas) diz que piada = PIABA (deve haver um puxão para pegá-la) = PEGAR = PUXADA = SACAR = SANGUE = FOLGA (se F = P), etc.

                            Pelo modelo, as piadas cumprem tarefas nas PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e nos AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo). Por exemplo, no grupo são cimentos, elementos de ligação, ligativos, conectivos, unitivos grupais – mantém juntas as famílias e os indivíduos. Nas escolas servem para desanuviar o ambiente e permitir o prosseguimento de um assunto difícil, dando uma folga, colocando um interstício.

                            Pela lógica, podemos ver que as piadas são lubrificantes das relações, e são também escudos, anteparos que se colocam entre um e outro indivíduo, ou entre ele e os demais, para evitar um contato mais íntimo, quando não estejam dadas provisória ou definitivamente as condições de diálogo íntimo, ficando-se apenas na superfície, nunca indo além da forma até os conteúdos ou conceitos ou interiores.

                            Contam-se piadas para evitar tocar assuntos profundos.

                            Piadas, que parecem coisas bem íntimas, são índices de distanciamento e desconfiança, falta de confiança. A confiança é substituída pelo riso e pela descontração. Continua-se amigo, mas não se intensifica a amizade, os laços não se tornam mais estreitos.

                            Seria preciso a Psicologia estudar as piadas e nunca ouvi falar de um psicólogo, nem dos grandes nem dos pequenos, que o tenha feito, nem de algumas delas nem de todas, nem as abordando individual nem coletivamente, por grupos, tipo as de português, de papagaio, de bêbado, de pretos, de veados, de espiões, etc.

                            Enfim, as piadas são um cimento e um isolante, além de lubrificante – mantém separados os conjuntos, impedindo que se unam além do tanto que já estão juntos. Mantém colado, mas não faz avançar.

                            Vitória, sábado, 08 de novembro de 2003.

Quantidade e Qualidade do Poder

 

                            Vendo as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo), vemos que o poder é quantitativo-mínimo em P1, indivíduos, e qualitativo-máximo em A4, mundo.

                            Indivíduos são muitos, agora estimados 6,3 bilhões na Terra, enquanto o mundo é um só, dando-se uma contração extraordinária de um extremo a outro, do indivíduo-em-si ao indivíduo-representativo do mundo. Claro, ainda não tempos um mundo globalizado, porisso não temos verdadeiramente um representante mundial, muito menos podemos considerá-lo o fantoche da ONU, secretário geral da entidade. Mas, o presidente dos EUA e os poderes em união da Europa são bastante significativos, mesmo a nível mundial. E a reunião do NAFTA (México, EUA e Canadá) com a Europa dos 15 e o Japão daria um PIB conjunto de (30 + 25 + 15 =) 70 %, ficando os outros cerca de 200 países com os 30 % restantes, média de (30/200 =) 0,15 %, enquanto a de cada um dos outros seria de (70/20 =) 3,5 %, mais de 23 vezes tanto quanto. Ora, quem represente esses menos de 20 países fala grosso neste mundo e os outros todos devem escutar com atenção.

                            Quem esteja no extremo 200 “fala fraquinho”, como diz o povo, ao passo que no outro extremo, 20, a voz é uma tempestade ensurdecedora. A massa de países significa bem pouco, enquanto as elites deles constituem a margem qualitativa do poder. Observe de passagem que esses países são brancos-europeus em dominância. Há uma promessa da China de chegar ao primeiro posto em 40 anos, mas de agora a 2040 o mundo é um reduto cheio de consideração por essa fala qualitativa branca-européia.

                            É isso que precisamos ver, ao olhar; como pergunta o povo, “quem está mandando aqui? ” Ilusões são boas para assistirmos filmes e passarmos as horas, mas na realidade devemos estar bem atentos a esse resumo que é a contração do poder.

                            Certa vez, quando liguei para Albuíno Azeredo, ex-governador do ES, perguntaram que entidade eu representava (eu disse que nenhuma e não lhe dei minhas idéias, o que talvez tenha feito alguma falta; isso nos lembra que algum outro tipo de seleção nós devemos fazer, pois às vezes a quantidade também traz em seu bojo promessas, pois nem todo mundo se enquadra).

                            Vitória, terça-feira, 11 de novembro de 2003.

Poder de Convencimento

 

                            No texto Rede de Contatos, neste Livro 49, falei da importância da voz no estabelecimento da RC Ativa, que é o que verdadeiramente se paga no alto salário.

                            Mas, por quê a voz convence?

                            A Rede Cognata (veja Livro 2, Rede e Grade Signalíticas) nos dá as dicas, pois convencer = CONTENTAR (se V = T) e convencimento = CNVNCMNT = CNTNTMNT = CONTENTAMENTO. Pela lógica é claro: quem contenta o outro consegue estimulá-lo internamente, consegue predispô-lo a aceitar tal ou qual arranjo, porque a alegria libera hormônios que abrem totalmente a PESSOA (indivíduo, família, grupo ou empresa) e o AMBIENTE (município/cidade, estado, nação e mundo). Porisso, do outro lado, cuidado com os que o contentam, porque você estará abrindo a guarda para dar ou vender barato qualquer coisa.

                            No contentamento você se deixa convencer, não arma as guardas que o tornariam mais cuidadoso na observação das propostas. Daí ser fácil agora entender que as empresas façam - baseadas numa prática que se somou nos séculos, porém sem teorias que embasem racionalmente - de tudo para alegrar, embriagar, avivar, iluminar as pessoas e os ambientes, quando vão vender algo ou aparentemente doar. Os bancos, o comércio, os vendedores ambulantes fazem qualquer coisa para predispor o presumido cliente.

                            O que as grandes empresas compram com os grandes salários não é somente a RCA, mas o poder de convencimento, o poder de contentamento daquela voz específica, que é corpomente, de um lado corpo e cérebro, do outro lado mente e gerador de autoprogramas, GAP. Os movimentos do corpo, especialmente do rosto (que deve estar sempre risonho), devem ser tais que tornem os outros predispostos. Como através do telefone não se pode ver o rosto a voz deve ser modulada de modo a TRANSMITIR O ROSTO e em especial transmitir alegria. Isso se fará pelos risos, pelas inflexões, por palavras preferidas de uns e outros que transfiram confiança, etc., todo um aparato que pode ser estudado.

                            O quê realmente os grandes salários FALAM?

                            Os acadêmicos devem estudar, vendo e ouvido as gravações, em todos os países, de modo a proporcionar às grandes empresas um conjunto de quesitos por meio dos quais contratar = CONTATAR = CONTAR. Através desses quadros ou planilhas as empresas poderão saber quanto pagar em cada caso, apenas entrevistando com o auxílio de psicólogos. Quanto vale uma voz poderosa?

                            Vitória, segunda-feira, 10 de novembro de 2003.

Percebendo o Objeto

 

                            A Veja edição 1.828, ano 36, nº 45, 12 de novembro de 2003, p. 32 publicou uma tabela em que dá conta do preço do CD em vários países escolhidos. Juntei os PIB’s percapitas e dividi PIB/PC pelo CD, de modo que ficamos com a seguinte tabela:

DIFÍCIL É EXPOR A VERDADE COM ISENÇÃO (EM DÓLARES) – Fonte: Almanaque Abril 2002 Mundo, São Paulo, Abril Cultural.

PAÍS
PREÇO MÉDIO cd
PIB/PC (milhares) 1999
CD/(PIB/PC)
Japão
20,1
32.030
1.594 (4)
EUA
15,3
31.910
2.086 (1)
França
15,3
24.210
1.582 (5)
Reino Unido
12,9
23.590
1.829 (3)
Austrália
10,1
20.950
2.074 (2)
México
8,7
4.440
510 (8)
Argentina
5,4
7.550
1.398 (6)
Brasil
5,0
3.430 (2000)
686 (7)

                            Repare que os PIB por cabeça são de 1999, exceto o do Brasil, que é de 2000 – seria preciso atualizar, faça a sua parte para produzir dados confiáveis atuais. Em todo caso podemos perceber que o PIB por cabeça americano dá para comprar mais de dois mil CD’s, ao passo que o do Brasil permite adquirir menos de 1/3 disso, de forma que no Brasil os CD’s estão caros mesmo, menos para os selos ou companhias gravadoras e suas propagandistas gratuitas, como a Veja.

                            Em média, isto é, com o orçamento fictício médio de cada país os americanos podem comprar 2086 CD’s, enquanto os brasileiros podem comprar apenas 686, razão de 2086/686 = 3/1, sendo duas vezes mais fácil lá que aqui comprar os compact disc. Só fica atrás do Brasil o México. Ou ficava, porque de 1999 até agora o PIB daquele país cresceu bastante, diminuindo (em dólares) a diferença em relação ao brasileiro.

                            Vê como, arranjando de certo modo, fica parecendo o que não é? Pois é assim mesmo que faz a mídia e é disso que vive a imprensa, de vazar falsas notícias, em que as pessoas, por falta de outras informações ou de treinamento para ver as questões, e não fazendo contas, acabam acreditando. Pois não é fácil perceber o objeto tal como ele é.

                            Vitória, domingo, 9 de novembro de 2003.

País e Nação

 

                            A utilidade da Rede Cognata é vasta (veja Livro 2, Rede e Grade Signalíticas), mas aqui a usaremos para ver que nação = MULHER = ESPAÇO = NÓS, etc., quer dizer, conjunto, e que país = HOMEM = SÓ, portanto, indivíduos e tempo.

                            Daí que o tempespaço seja equivalente na Psicologia (figuras ou psicanálises, metas ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias e espaçotempos ou geo-histórias) ao homulher, par fundamental que olha e enquadra o pontistante ou tempolugar ou como chamemos, em resumo, uma das chaves de Einstein. Geografia ou espaço fica do lado da mulher e história ou tempo fica do lado do homem.

                            País é tempo, limite entre o mais recuado início, quando se estabeleceu o conjunto (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações e mundos), quando começou a configuração, e o mais adiantado término, quando ela findar – ou seja, entre início e fim. É soberania, independência, informação, solidão. Nação é espaço, comunicação ou controle, interação. Tempespaço país-nação quer dizer informação-controle (ou comunicação), quer dizer, troca de IC. É comunicação com os exteriores através da nação e é comunicação só com os interiores através do país, quer dizer, é informação (que é sempre seletiva, não-coletiva, segregacionista – informação é, por natureza, privada, não pública; o que é público ou coletivo é o controle ou comunicação – porisso que a comunicação de mídia nunca pode ser considerada particular, mesmo as mídias dirigidas).

                            Vê-se que país-nação é duplo, é par polar oposto/complementar, é colegiado dos sozinhos, é grupamento de isolados, é coletivo de indivíduos, é espaço que começou e terminará, e deve ser aproveitado entre início e fim, através de um PROJETO DE APROVEITAMENTO, quer dizer, tanto a ordem de projeto quanto caos de aproveitamento.

                            Qual é o espaço do Brasil? É de 8,5 milhões de km2. Qual é o tempo do Brasil? Era de 170 milhões de pessoas no ano 2000, de modo que podemos vez a densidade demográfica, população/km2, como um índice de tempo/espaço, que no caso brasileiro seria de 19,9 hab/km2, segundo o Almanaque Abril 2002 Mundo (São Paulo, Abril Cultural) havendo outros muito mais intensos, como no Japão. É relação só/junto.

                            Então, eis que podemos mudar os conceitos ou estruturas, ou seja, nossa compreensão das coisas, nossa percepção-de-mundo.

                            Vitória, sexta-feira, 07 de novembro de 2003.

Os Acertos Americanos

 

                            Quando Bush acaba de passar uma autorização para cercar ainda mais os americanos de medo dando aos pilotos comerciais autorização para porte de armas, quando a coletividade americana mergulha no terror instituído, sancionado institucionalmente, é preciso firmar o que eles fizeram de acertado, todas as coisas boas: A BOA AMÉRICA - seja este um título de livro, dos vários que devem abordar a questão.

                            Há aquelas adoráveis casas de subúrbio, sem cercas, com calçadas ondeantes, com grama em volta, com mangueiras molhando, com toda aquela liberdade relativamente inaproveitada (perante o que significaria como riqueza do SER, noutros lugares ausente); há aqueles supermercados abarrotados de coisas, todo aquele exagero que se de um lado significa abuso e exagero do outro representa a vitória da humanidade sobre a fome e a necessidade, pelo menos para uns tantos; há a liberdade de ser, de pronunciar-se com garantia constitucional e advocatícia, que o mundo nunca tinha visto antes e em outro lugar; há os avanços na saúde e uma lista imensa de conquistas.

                            Por tudo que os Estados Unidos, os EEUU (E’s, U’s, o que eu não entendia – o plural de Estados Unidos, EU), os EUA ou USA, United States of América, a América enfim representou de domínio e intrusão, o lado da pequenez e perfídia, nós a detestamos, mas também amamos o outro lado, o lado da grandeza.

                            Sempre foi mostrado o lado ruim, inclusive tendo saído faz pouco tempo O Livro Negro dos Estados Unidos, sei lá. E eu, que sempre malhei, quero ver agora o lado bom, nesta fase de angústia e de distúrbios internos nos EUA. É dessa podridão que está se instalando que eles deverão se livrar no futuro; e quando o fizerem produzirão um estado-nação formidável. Se o presente estado foi até agora brilhante em termos quantitativos, o futuro estado, tendo sofrido desilusão interna, será grande em termos qualitativos, muito mais finos e apreciáveis.

                            Vitória, quarta-feira, 12 de novembro de 2003.

Olhando os DVD

 

                            Quando a gente entra no disco do filme, os menus ou cartas de exposição de conteúdo mostram IDIOMAS (inglês, português, francês, o que for) e LEGENDAS (idem). Como uma grande parte da humanidade falha na aplicação da lógica me atreverei a falar de apropriadas exposições.

                            Se estou no Brasil, onde a língua é o português abrasileirado (com todas as adições e subtrações de 500 anos de conflitos produtivorganizativos, psicológicos e lingüísticos) seria útil considerar que somente 20 % são médios-altos e ricos e que 80 % são médios, pobres (médios-baixos) e miseráveis, pelo que as línguas estrangeiras serão desconhecidas de 80 % x 175 milhões = 140 milhões de habitantes. As línguas estrangeiras só serão conhecidas, fora as exceções, de 35 milhões, mesmo assim excluídas as crianças, que estão aprendendo. Majoritariamente interessa ler em português do Brasil e ao entrar deveríamos ler sempre em PB (português do Brasil); a opção de ler em outra língua qualquer deveria ser minoritária, para os 20 % que insistissem nisso – na realidade o modelo diz que 2,5 % da população brasileira gostaria de ler, digamos, em inglês, o que daria 175 x 0,025, menos de 4,4 milhões. Como devemos tirar os que querem mas não podem ficamos com 0,025 de 4,4 = 110 mil, dentre todo o público, fração reduzidíssima dos interesses.

                            Como os textos de precauções (tipo “você vai ser pego se descumprir a lei”) devem vir? Em português, preferencialmente. Depois, nas legendas, deveríamos ir automaticamente para o português e só depois para as demais línguas. Então teríamos um retângulo com 80 % numa cor e 20 % na outra, os 80 % indicando o PB e os 20 % as demais línguas possíveis – mais trabalho para as minorias, que buscam especificidades.

                            Ou então que se fizesse enquetes, perguntando nas ruas como as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) desejam receber a informação. Por quê os produtores não fazem essas pesquisas? Certamente por desprezo ou por falta de pensamento. Se for desprezo isso indica visão defeituosa do que seja empreender e se for falha racional isso deve ser reconhecido, primeiro, antes de procurarem a solução.

                            Como está é que não pode ficar.

                            Eles sequer nos perguntam se estamos gostando ou não.

                            Eis o tipo de falha, dentre outras a evitar, que precisamos mirar em nossos negócios.

                            Vitória, sábado, 08 de novembro de 2003.