domingo, 2 de abril de 2017


Os Acertos Americanos

 

                            Quando Bush acaba de passar uma autorização para cercar ainda mais os americanos de medo dando aos pilotos comerciais autorização para porte de armas, quando a coletividade americana mergulha no terror instituído, sancionado institucionalmente, é preciso firmar o que eles fizeram de acertado, todas as coisas boas: A BOA AMÉRICA - seja este um título de livro, dos vários que devem abordar a questão.

                            Há aquelas adoráveis casas de subúrbio, sem cercas, com calçadas ondeantes, com grama em volta, com mangueiras molhando, com toda aquela liberdade relativamente inaproveitada (perante o que significaria como riqueza do SER, noutros lugares ausente); há aqueles supermercados abarrotados de coisas, todo aquele exagero que se de um lado significa abuso e exagero do outro representa a vitória da humanidade sobre a fome e a necessidade, pelo menos para uns tantos; há a liberdade de ser, de pronunciar-se com garantia constitucional e advocatícia, que o mundo nunca tinha visto antes e em outro lugar; há os avanços na saúde e uma lista imensa de conquistas.

                            Por tudo que os Estados Unidos, os EEUU (E’s, U’s, o que eu não entendia – o plural de Estados Unidos, EU), os EUA ou USA, United States of América, a América enfim representou de domínio e intrusão, o lado da pequenez e perfídia, nós a detestamos, mas também amamos o outro lado, o lado da grandeza.

                            Sempre foi mostrado o lado ruim, inclusive tendo saído faz pouco tempo O Livro Negro dos Estados Unidos, sei lá. E eu, que sempre malhei, quero ver agora o lado bom, nesta fase de angústia e de distúrbios internos nos EUA. É dessa podridão que está se instalando que eles deverão se livrar no futuro; e quando o fizerem produzirão um estado-nação formidável. Se o presente estado foi até agora brilhante em termos quantitativos, o futuro estado, tendo sofrido desilusão interna, será grande em termos qualitativos, muito mais finos e apreciáveis.

                            Vitória, quarta-feira, 12 de novembro de 2003.

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