domingo, 2 de abril de 2017


Olhando os DVD

 

                            Quando a gente entra no disco do filme, os menus ou cartas de exposição de conteúdo mostram IDIOMAS (inglês, português, francês, o que for) e LEGENDAS (idem). Como uma grande parte da humanidade falha na aplicação da lógica me atreverei a falar de apropriadas exposições.

                            Se estou no Brasil, onde a língua é o português abrasileirado (com todas as adições e subtrações de 500 anos de conflitos produtivorganizativos, psicológicos e lingüísticos) seria útil considerar que somente 20 % são médios-altos e ricos e que 80 % são médios, pobres (médios-baixos) e miseráveis, pelo que as línguas estrangeiras serão desconhecidas de 80 % x 175 milhões = 140 milhões de habitantes. As línguas estrangeiras só serão conhecidas, fora as exceções, de 35 milhões, mesmo assim excluídas as crianças, que estão aprendendo. Majoritariamente interessa ler em português do Brasil e ao entrar deveríamos ler sempre em PB (português do Brasil); a opção de ler em outra língua qualquer deveria ser minoritária, para os 20 % que insistissem nisso – na realidade o modelo diz que 2,5 % da população brasileira gostaria de ler, digamos, em inglês, o que daria 175 x 0,025, menos de 4,4 milhões. Como devemos tirar os que querem mas não podem ficamos com 0,025 de 4,4 = 110 mil, dentre todo o público, fração reduzidíssima dos interesses.

                            Como os textos de precauções (tipo “você vai ser pego se descumprir a lei”) devem vir? Em português, preferencialmente. Depois, nas legendas, deveríamos ir automaticamente para o português e só depois para as demais línguas. Então teríamos um retângulo com 80 % numa cor e 20 % na outra, os 80 % indicando o PB e os 20 % as demais línguas possíveis – mais trabalho para as minorias, que buscam especificidades.

                            Ou então que se fizesse enquetes, perguntando nas ruas como as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) desejam receber a informação. Por quê os produtores não fazem essas pesquisas? Certamente por desprezo ou por falta de pensamento. Se for desprezo isso indica visão defeituosa do que seja empreender e se for falha racional isso deve ser reconhecido, primeiro, antes de procurarem a solução.

                            Como está é que não pode ficar.

                            Eles sequer nos perguntam se estamos gostando ou não.

                            Eis o tipo de falha, dentre outras a evitar, que precisamos mirar em nossos negócios.

                            Vitória, sábado, 08 de novembro de 2003.

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