Olhando os DVD
Quando a gente entra
no disco do filme, os menus ou cartas de exposição de conteúdo mostram IDIOMAS
(inglês, português, francês, o que for) e LEGENDAS (idem). Como uma grande
parte da humanidade falha na aplicação da lógica me atreverei a falar de
apropriadas exposições.
Se estou no Brasil,
onde a língua é o português abrasileirado (com todas as adições e subtrações de
500 anos de conflitos produtivorganizativos, psicológicos e lingüísticos) seria
útil considerar que somente 20 % são médios-altos e ricos e que 80 % são
médios, pobres (médios-baixos) e miseráveis, pelo que as línguas estrangeiras
serão desconhecidas de 80 % x 175 milhões = 140 milhões de habitantes. As
línguas estrangeiras só serão conhecidas, fora as exceções, de 35 milhões,
mesmo assim excluídas as crianças, que estão aprendendo. Majoritariamente interessa
ler em português do Brasil e ao entrar deveríamos ler sempre em PB (português
do Brasil); a opção de ler em outra língua qualquer deveria ser minoritária,
para os 20 % que insistissem nisso – na realidade o modelo diz que 2,5 % da
população brasileira gostaria de ler, digamos, em inglês, o que daria 175 x
0,025, menos de 4,4 milhões. Como devemos tirar os que querem mas não podem
ficamos com 0,025 de 4,4 = 110 mil, dentre todo o público, fração reduzidíssima
dos interesses.
Como os textos de
precauções (tipo “você vai ser pego se descumprir a lei”) devem vir? Em
português, preferencialmente. Depois, nas legendas, deveríamos ir
automaticamente para o português e só depois para as demais línguas. Então
teríamos um retângulo com 80 % numa cor e 20 % na outra, os 80 % indicando o PB
e os 20 % as demais línguas possíveis – mais trabalho para as minorias, que
buscam especificidades.
Ou então que se
fizesse enquetes, perguntando nas ruas como as PESSOAS (indivíduos, famílias,
grupos e empresas) desejam receber a informação. Por quê os produtores não
fazem essas pesquisas? Certamente por desprezo ou por falta de pensamento. Se
for desprezo isso indica visão defeituosa do que seja empreender e se for falha
racional isso deve ser reconhecido, primeiro, antes de procurarem a solução.
Como está é que não
pode ficar.
Eles sequer nos
perguntam se estamos gostando ou não.
Eis o tipo de falha,
dentre outras a evitar, que precisamos mirar em nossos negócios.
Vitória, sábado, 08
de novembro de 2003.
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