O Tamanho da
Universidade
Fiquei sabendo na
Internet que há seis mil universidades no mundo, o que muito me impressionou.
Supondo que a UFES,
com 10 mil estudantes e 1,5 mil professores, corresponda à posição do ES de
1/1.600 do mundo, as universidades teriam a impressionante quantidade de 16
milhões de alunos e 2,4 milhões de professores nas instituições superiores de
ensino.
Veja que, ainda que
capciosa e duvidosa, a palavra “superior” ainda quer dizer acima do segundo
grau. Por mais que os estudantes universitários colem, comprem provas, passem
com o mínimo de 5,0 (agora a exigência mínima passou a mais que isso), que hajam
tantas faculdades PP (“pagou, passou”) e de fim de semana, que tantos levem
“nas coxas” os estudos, enfim que haja tanta trambicagem envolvendo o ensino
universitário, “superior” ainda quer dizer minimamente que essa gente recebe
tinturas de um processo que vem rolando desde a Biblioteca de Alexandria (que é
de 290 a.C., fundada que foi por Ptolomeu I Soter), desde há 2,3 mil anos, com
interrupções, pois a BA era na realidade uma universidade, a primeira que
houve.
É conhecimento
cumulativo, de enorme importância humana, tão fundamental e, no entanto, tão
pouco estudado como fenômeno coletivo.
Como já sugeri,
custava quase nada, em relação aos benefícios, a extraordinária aventura de
construir toda uma mídia (TV, Revista, Jornal, Livro/Editoria, Rádio e
Internet) universitária conjunta, exprimindo o poder coletivo da Universidade
(grupo ou conjunto ou família de universidades, em maiúscula). Algum reitor de
maior visão, de preferência jovem, para ter uma geração de 30 anos para
desenvolver e implementar o projeto deveria se lançar à tarefa dessa união
supranacional.
O que, digamos três
milhões de professores e 20 milhões de estudantes, constituindo toda uma nação
na frente do trem de ondas da mudança do Conhecimento (Magia/Arte,
Teologia/Religião, filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) faria por
si mesma e pelo mundo? Tal poder, de que alguns analisando a fundo poderiam ter
medo, na verdade é instrumento de libertação, desde quando a cerebração, posta
a serviço explosivo das indagações de fundo, já trouxe, sem unidade de
propósitos, tanto para todos, quanto mais o faria quando o conjunto tivesse
coesão em sua percepção e expressão planetária, globalizando-se também nisso.
Vitória,
segunda-feira, 28 de abril de 2003.