Empresário Online e
Sala do Empresário
Tirei da Internet a
notícia (poderíamos dizer I-NOTÍCIA), em sítio com o nome de Empresário Online,
de que há lá em oferta 576 entrevistas.
Veja a importância
disso.
Tenho me virado para
o empresariado, sob a ótica de que eles podem contribuir, quando atrelados a um
suficientemente alto projeto nacional (e, especialmente, nacionalizante,
principalmente se nacionalismo aberto), como fator de desenvolvimento DE TODOS.
Antes, a Veja
semanalmente (e outras revistas eventualmente, fragmentariamente) publicava
entrevistas variadas, inclusive com empresários, de modo que para seguir a
linha de sua opinião global ou coletiva demorava no mínimo uma semana, ou era
picotado, o que é detestável para os pesquisadores, demorando anos e até
décadas para oferecer certa precisão mínima, essa LINHA DEMONSTRÁVEL de
julgamento conjunto, de grupo.
Agora, pelo
contrário, aquilatar em bloco a posição particular do indivíduo e a atitude
conjugada, do coletivo de trabalho empresarial. Podemos dizer o que pensa A e o
que é o pensamento médio da confraria, da burguesia industrial e até da
burguesia econômica toda (agropecuária/extrativismo, industrial, comercial, de
serviços e bancária), separada por setor ou agrupada, de toda a economia.
O último estudo
frutuoso feito sobre os poderosos, fora o do brasileiro Raimundo Faoro (nascido
em 1925, livro com o título de Os Donos
do Poder, de 1958), foi o de Charles Wright Mills (americano, 1916 a 1962,
apenas 46 anos entre datas), que escreveu o formidável A Elite do Poder, de 1956 – por sinal precedeu o do brasileiro-,
décadas atrás.
Agora, pela primeira
vez, foi por tabela oferecido, por vontade de apresentação deles, instrumento
científico de análise e síntese, em português, sem falar que a literatura do
mundo deve ser 40 vezes isso (dado que o Brasil participa com uns 2,5 % da
renda planetária). Se for assim, devem existir por aí 40 x 600 = 24 mil
entrevistas, ou mais, pois os estrangeiros se empenham muito mais, com maior
atenção e dedicação no acabamento.
Portanto, sem mais
nem menos uma oferta polpuda foi feita aos sociólogos, filósofos, cientistas e
todo curioso.
Não é tão
surpreendente este mundo?
Vitória,
segunda-feira, 28 de abril de 2003.