quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017


Dominância dos Imigrantes

 

                            Dizem que no ES 60 % tem algum ascendente italiano, de modo que coincidência ou não o estado vem prosperando bastante, mercê também dos descendentes de alemães, de japoneses, de poloneses e de outros povos não-portugueses trabalharem à bessa. Entrementes vemos os descendentes de portugueses nos cargos de mando, especialmente nos tribunais.

                            Em mais duas gerações, 60 anos, lá por 2060, não duvido mesmo nada, os descendentes não-portugueses, seja os separados, seja os mestiçados com índios e negros, ou com portugueses mesmo, tomarão conta do país, salvo baluartes tradicionalistas e atrasados, porque não se escoram na herança do passado, não vivem de glórias antigas, trabalham fundo mesmo, sem esmorecer, continuamente.

                            Bom, isso seria só uma constatação, que a mídia reportaria décadas à frente, e que já não interessando agora menos ainda o faria depois, se não fosse a chance sociológica de estabelecer EM TEMPO, como dizem os idiotas “em tempo real” (existe tempo irreal? – êta palavrinha inútil, sô!), o fenômeno em curso. Os sociólogos poderão visualizar as linhas que se unem a linhas, os pontos terminais quando sejam eles terminados, sabendo o que vai acontecer. Ninguém teve a chance de observar um fenômeno sociológico desse porte, ainda mais que no passado recente pode ser feita triagem, desde 150 anos atrás, com a chegada dos primeiros japoneses, italianos, alemães, poloneses, e agora coreanos e outros, sobre as primeiras lutas por assentamento, sobre a poupança forçada, sobre o trabalho de formar os filhos no primeiro e segundo graus, agora todos ou quase todos os netos e bisnetos indo às faculdades, sobre o enriquecimento, sobre o apossamento dos postos à cabeça das instituições e empresas, a criação destas, enfim todo gênero de tarefa.

                            Em vez de ficarem contidos em gabinetes, vivendo exclusivamente de antigas teorias dos medalhões acadêmicos encanecidos, poderão os novos pesquisadores ir a campo ver algo de relevante em movimento de afirmação. Como procederam, esses descendentes não-portugueses, para progressivamente ir se apoderando das riquezas e dos poderes? ISSO é relevante responder.

                            Vitória, terça-feira, 29 de abril de 2003.

Devedores

 

                            No Conhecer vol. XII, São Paulo, Abril, 1970, p. 3056 se diz:

                            “Foi baseado nos comentários de Averróis [(árabe espanhol de Córdoba, 1126 a 1198), Abu al-Walid Muhammad Ibn Roshd] que Santo Tomás de Aquino [italiano, 1125 a 1274], o teólogo e filósofo cristão mais respeitado da Idade Média, elaborou suas importantes teorias sobre fé e razão: a razão, dada ao homem por Deus, não choca com a fé; se bem utilizada, só pode conduzir à verdade. De certa forma, Santo Tomás ‘vingou’ a perseguição sofrida por Averróis: suas teorias foram aceitas pela Igreja e até hoje são, por muitos, consideradas válidas”.

                            Veja que São Tomás validou a abordagem posterior do universo pela tecnociência (ao contrário do que se pensa, a Igreja não estava contra os experimentos e as novas ciências de Galileu – apenas contra a arrogância desmedida dele, que os cientistas depois herdaram e reafirmaram).

                            Disse:

1)      A razão, dada ao homem por Deus, não choca com a fé”: é possível pesquisar & desenvolver sem ofender a divindade. Nenhum dos conhecimentos (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/técnica e Matemática) gerais colide com a crença e com a Igreja que a defende; portanto o caminho estaria doravante aberto à P&D tecnocientífica, com carta branca DADA PREVIAMENTE, antecipadamente, pela Igreja, três séculos antes de Galileu (italiano, 1564 a 1642, 78 anos entre datas, média de vida em 1603, contra MD de São Tomás em 1250, daí 1603 – 1250 = 353 anos ANTES);

2)     Se bem utilizada, só pode conduzir à verdade”. SE BEM UTILIZADA é a chave – não foi bem utilizada sempre. O orgulho, a prepotência, a arrogância, a tibieza, vários defeitos humanos graves trouxeram-nos à presente situação de perigo. Portanto, a má e até péssima utilização conduziu a falsificações, cujos efeitos estamos sofrendo presentemente.

São Tomás estava certíssimo.

Então, foi grande teólogo, corrompido pelos cientistas, que torceram a situação de Galileu e continuam fazendo-o até hoje, mentindo abertamente, na defesa de uma causa espúria.

Acontece que eu não sei se São Tomás deu os créditos a Averróis, pois certamente ele é devedor, e os devedores devem pagar suas dívidas. De mim roubaram muitas idéias sem me dar os créditos.

Essa situação gera profundo desconforto humano em quem produz, por não se ver nem reconhecida a originalidade, pelo menos isso, se de sua criação em algum momento não vier ganho monetário, que também é devido. Newton, por exemplo, disse que subiu às costas de gigantes para poder enxergar mais longe. TODOS deveriam ter a dignidade de citar as fontes. Reconhecer a originalidade é, como mínimo, tributo a quem teve o primeiro vislumbre da realidade nova que faz prosperar a humanidade, a quem fez o esforço de des-vendar, tirar a venda, des-ocultar o des-conhecido, tornando-o justamente conhecimento e patrimônio de toda a humanidade posterior.

Veja só o que São Tomás pôde fazer pelo Ocidente, escancarando as portas à P&D tecnocientífica dos séculos posteriores, abrindo caminho para aquele conhecimento que estava por vir da Queda de Constantinopla dois séculos demais, desde antes da Queda em si, através de Averróis, que era de uma distinta base cultural. Tomando de Averróis São Tomás pôde dizer: vão e façam, sem qualquer trava da Igreja, que antes dele proibia toda busca, e já depois dele não.

Vitória, terça-feira, 29 de abril de 2003.

Cilindro Comunitário de Vivência

 

                            Imaginemos um cilindro, arredondado em cima como um silo, cobertura de acrílico ou vidro, espelhado por fora, havendo num centro, abaixo da cúpula, um buraco de cima abaixo, para o qual estarão voltados os gabinetes dos usuários (com varandas projetadas como área de circulação e observação), quaisquer escritórios, de preferência consultórios médicos ou escritórios de engenheiros, um prédio para cada grupo.

                            A vista se dará também para o exterior, mas de preferência para dentro, para a luz incidente de cima.

                            Dentro, desde o solo, haverá verdadeira floresta, luxuriosa mesmo, em clímax, até floresta nativa que ali já esteja, evitando-se cortar e reconstituindo-se. Todo o interior será verde, imitação de grama, de flores, de árvores nas paredes, santuário de pássaros. Se o raio do cilindro for suficientemente grande, pode até haver pequeno lago.

                            É um espaçotempo de convivência, uma nova experiência psicológica, visando a gratificação dos ocupantes, proprietários e funcionários, e dos visitantes e clientes. Em baixo, espraiando-se para fora do raio do círculo de base do cilindro, estarão as lojas, bares, restaurantes, que aproveitarão a vista comum do jardim interno. Por sua vez todo o conjunto, para além do anel comercial, estará inserido em outro jardim maior, alimentador do menor, interno.

                            Os próprios vidros serão esverdeados, dando ideia de pedra preciosa lapidada de “n” facetas, tantas quanto for o número de vidraças isoladas.

                            Vitória, terça-feira, 29 de abril de 2003.

Cartografia Nova

 

                            Este texto se prende ao modelo, posteridades e ulterioridades, onde o tema foi largamente tratado, embora em grau menor.

                            UMA SÉRIE DE MAPAS

·        Atlas Psicológicos (de figuras ou psicanálises, de objetivos ou psico-sínteses, de produções ou economias, de organizações ou sociologias, de espaçotempos ou geo-históricos – dos quais os denominados Atlas, geográficos, são os mais triviais representantes);

·        Atlas Econômicos (agropecuários/extrativistas, industriais, comerciais, de serviços e bancários);

·        Atlas Tecnartísticos (são 22 as tecnartes identificadas até agoraqui);

·        Atlas Tributários;

·        Atlas dos Conhecimentos (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), em particular a pontescada tecnocientífica, nela a pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5, Dialógica/p.6);

·        Atlas Pessoambientais (de PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos, empresas; de AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações, mundos);

·        Atlas Farmacológico (produtos dos fungos, das plantas, dos animais e dos hominídeos);

·        Atlas dos Ensinaprendizados (pré-primário, primeiro, segundo e terceiro graus, mestrado, doutorado e pós-doutorado), especialmente das universidades e institutos de P&D, e os pedagógicos, que são importantíssimos;

·        Atlas da Bandeira Elementar (ar, água, terra/solo, fogo/energia, no centro Vida, no centro do centro Vida-racional);

·        Atlas da Mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro/Editoria e Internet);

·        Atlas da Bandeira da Proteção (lares, armazenamento, saúde, segurança e transporte – pelo ar, pela água, por terra, através da energia);

·        Atlas Governempresariais (mapas dos governos e mapas das empresas - quantidade e qualidade);

·        Atlas de Patentes (veja projeto);

·        Atlas dos Poderes (Legislativo, Judiciário, Executivo e os não-governamentais);

·        Atlas do Labor (operários, intelectuais, financistas, militares e burocráticos);

·        Atlas do TER (matéria, energia e informação) e Atlas do SER (memória, inteligência e controle/comunicação);

·        Atlas das Pirâmides (da MACROPIRÂMIDE: pluriverso, universo, superaglomerados, aglomerados, galáxias, constelações, sistemas estelares, planetas; da MESOPIRÂMIDE ou de PESSOAMBIENTES: mundos, nações, estados, municípios/cidades, empresas, grupos, famílias, indivíduos – já contemplados acima; da MICROPIRÂMIDE: corpomentes, órgãos, células, replicadores, moléculas, átomos, subcampartículas e campartícula fundamental);

·        Atlas dos Modos Políticos (Escravismo, Feudalismo, Capitalismo, Socialismo, Comunismo, Anarquismo);

·        Atlas das Profissões (são, segundo dizem, 6,5 mil);

·        Atlas de Processobjetos (mapas de objetos e mapas de processos);

·        Atlas Espaçotemporais (mapas geológicos, mapas arqueológicos, mapas paleontológicos, mapas antropológicos – fechando com os mapas geográficos/históricos lá de cima, e com o projeto Atlas de Toque, nas patentes);

·        Atlas das Formestruturas;

·        Atlas Ecológicos;

·        Outros Atlas (de temperaturas, pluviométricos, de insolação, etc.) e contemplando os pares polares opostos/complementares.

Além disso, as providências:

1.       Limites do Sol;

2.      Médias Norte Sul, NS, Leste-Oeste, LO, de altitude (MNS, MLO, MA);

3.      Tri coordenadas marcadas (ver projeto anterior);

4.     Círculos centrados (ver, idem);

5.      Distâncias em linha reta, por ar, por terra (rodovia e ferrovia) e por água;

6.     Planos de corte segundo longitude, latitude e altitude;

7.      Inúmeras outras, vá ler o que já foi escrito.

Se o Atlas de Toque já dava várias Microsoft, este se refere ao Preâmbulo Visual do Dicionárienciclopédico Mundial, dando acesso a TODO O CONHECIMENTO HUMANO, de qualquer lugar do planeta, em qualquer tempo.

Vitória, sábado, 26 de abril de 2003.

Cartão de Identificação

 

                            Olhando os documentos que há na minha carteira, temos:

1.       Carteira Nacional de Habilitação, carteira ou carta de motorista;

2.      Título Eleitoral ou Título de Eleitor;

3.      Carteira de Identidade ou Registro Geral;

4.     CIC ou CPF, Cadastro Geral (do IR, Imposto de Renda) Pessoa Física;

5.      Cartão magnético do banco;

6.     Cartão da UNIMED;

7.      Cartão de supermercado;

8.     Cartão da HELP, empresa de atendimento médico;

9.     Cartão de seguro e cartão de assistência funeral;

10.   Cartão da Barsa;

11.     Identificações funcionais (uma da SEFA/ES, Secretaria de Estado da Fazenda, e outra do Sindifiscal);

12.   Uma identificação do Poder Judiciário, do corpo do júri;

13.   Um cartão do laboratório Tommasi.

Fora certidões e carteira de trabalho, que estão guardadas, e outros papéis, PIS/PASEP. Uma infinidade. Sem falar que necessitaríamos, mas não está disponível, do grupo sanguíneo e fator RH (Rhesus), alergias, doenças em cursos, etc.

Como já propus, necessitamos de um cartão geral de identificação. Como os governos TARDAM E FALHAM, ao contrário do que dizem da Justiça, que só tarda, mas não falha, pedir a ele, através da Assembléia Legislativa, parece coisa fadada ao fracasso, de modo que alguma empresa poderia oferecer extra-oficialmente, daquele modo como já sugeri, ou desse jeito que vou colocar agora: um cartão comprido, um retângulo, que reproduzisse de um e outro lados, em tamanho padrão, aqueles cinco marcados em vermelho, podendo-se carregar no bolso, até o dia em que os governos realmente providenciassem o oficial. A pessoa carregaria no bolso da camisa, da calça, onde fosse, e mostraria tudo de uma vez, com muito maior comodidade. Poderia até incorporar cartões ou outras demandas, como os números de seguro, etc., de maneira a incorporar mesmo tudo num único papel. Caso o oficial exigisse o original, ele seria mostrado. De um lado duplica o trabalho e o custo, de outro apresenta facilidades.

Vitória, segunda-feira, 05 de maio de 2003.

Blasfemo Averróis

 

                            Abu Al-Walid Muhammad Ibn Roshd (filho de Roshd), conhecido no Ocidente como Averróis, nasceu em Córdoba, Espanha, em 1126, e morreu em 1198, 72 anos entre datas. Sobre ter antecipado São Tomás de Aquino (italiano, 1225 a 1274, apenas 49 anos entre datas, mas tremendamente importante, meio de vida em 1250, comparada com o MD de Averróis em 1162, 1250 – 1162 apenas 88 anos entre ambos), orientado que foi para os estudos de Aristóteles, como conclusão errada em sua vida sustentava, segundo Conhecer XII (São Paulo, Abril, 1970), p. 3.056, que “as teorias do islamismo eram para as pessoas simples e que não chocavam com as de Aristóteles, segundo as quais a verdade e a perfeição só poderiam ser encontradas pela razão. Os simples adotariam o Alcorão, e os inteligentes, as teorias aristotélicas, sendo que as duas coisas, no fundo, eram uma só”. Ou o contrário. Talvez o Alcorão seja para as pessoas sábias e o aristotelismo para as pessoas simples.

                            Veja, supostamente Deus está na Tela Final, donde vê tudo e tudo pode, depois de ter dado o salto rumo ao não-finito, criando os mundos. Assim, SE o Alcorão provém mesmo de Deus, através de Gabriel, então há nele razões não-finitas, do jogo não-finito, que os racionais não podem entender, nem mesmo Aristóteles, nem mesmo Averróis, pelo que, ao falar assim ele se tornou blasfemo, insultador da divindade. Foi considerado herege, ateu, incrédulo, ímpio, e preso de 1195 a 1198 quando, posto em liberdade, veio a falecer.

                            Fez algumas coisas formidáveis, que comentarei à parte.

                            Eis como uma pessoa pode ser tão sábia e ao mesmo tempo errada. É claro que há a chance de o Alcorão não ter sido divinamente inspirado a Maomé, que apenas teria transcrito o ditado do arcanjo, mas se é assim ou não nunca saberemos, porque os racionais não podem atravessar o poço não-finito. Em todo caso foi imprudente, meramente por poderem existir os outros 50 %.

                            Vitória, segunda-feira, 28 de abril de 2003.

Bandoleiros

 

                            Então, finalmente, aparece uma nave espacial próxima da Terra, os alienígenas chegando para fazer arruaças, pilhando e destruindo com sua tecnociência e Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) superiores, mas na realidade sendo, como veríamos depois, apenas de um bando de adolescentes que veio se divertir no fim de semana, vindo logo atrás a polícia numa nave incomensuravelmente maior - com paralelo naqueles filmes americanos de Faroeste (Far/West, oeste distante).

                            As chamadas “autoridades” internacionais, presidentes e chefes de estado, ficariam assombradas, pensando tratar-se de uma invasão alienígena, quando seria apenas um bando de garotos querendo festejar. Isso rende toda uma série, a polícia alien instalando uma delegacia nas proximidades do planeta para proteger os camponeses, os atrasados habitantes da periferia galáctica.

                            Isso, naturalmente, serviria para arrefecer o orgulho humano com as recentes conquistas do Conhecimento geral e da tecnociência humana, permitindo-nos ver-nos sob ótica mais modestinha.

                            A questão é a seguinte: como desenvolver o argumento de um grupelho de garotos indo até o povoado para fazer zona? Como eles seriam? O que haveria de grande lá no mundo deles? Como seriam os pais e as mães? Se têm um poder tão grande a ponto de fazer frente a bombas nucleares, que dirá sua remota coletividade?

                            Vitória, segunda-feira, 28 de abril de 2003.