Os Gordos
Mesmo levando em conta o
“gene gordo” os gordos ou obesos deveriam comer pouco; se um nada já engorda,
mesmo esse nada é excessivo. Todavia, em geral, os gordos comem muito e nem se
dão conta disso. Dirão sempre que comem bem pouquinho e não sabem porque
engordam. Sendo o corpo uma contabilidade, mais ou menos apurada, o único modo
de não engordar é não demandar, não consumir, e o modo de emagrecer é consumir
menos do que é necessário para a manutenção das atividades corporais, a
diferença sendo diminuída das reservas, como quem consome o capital.
Os gordos não são gordos biológicos/p.2 e sim
gordos psicológicos/p.3: É A ALMA QUE É GORDA, até imensa.
Mas, o que é o gordo?
Os gordos são pessoas
fracas, por excelência – vendo um gordo você está vendo o retrato da fraqueza,
do temor, da covardia, do receio, da timidez, da pusilanimidade, do
acanhamento, do embaraço, da vergonha, da incapacidade de enfrentamento. É
porisso que CURAR OS GORDOS de sua doença PSICOLÓGICA/p.3 é curá-los de sua
fraqueza, dessa falta de vontade, desse recuo permanente que vai se escorar na
superalimentação, como quem varre os problemas para debaixo do tapete.
A REFORMA (transitória,
o mero primeiro emagrecimento) E TRANSFORMAÇÃO (a reeducação mental) DOS GORDOS
em magros passam pela reforma e transformação de suas almas, quer dizer, pelo
ensinamento do enfrentamento. Tem de ensinar a encarar, a defrontar, a
arrostar, a opor, a contrapor os problemas com soluções ou lutas. As desculpas
para não disputar com as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) ou
AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações ou mundo) são variadíssimas e
por si só renderão muitos livros, numa lista enorme, que vão desde o cinismo
até os pseudo-altruísmos.
Tomando-se o conhecido
índice “peso em quilogramas/(altura em metros)2” = p/A2,
cheguei para 1,71 m a 91/(1,71)2 = 31, quando o máximo é 25. Então,
não estou falando dos outros, não estou julgando o próximo. Sei de exemplo
próprio.
Quando você vir um gordo
pode saber que ali vai um fraco, deficiente de iniciativas de luta, uma alma
RECOLHIDA dentro de si, que tem ou não motivos reais para assim ser, e
vice-versa os magros, o que pode ser um índice de contratação (mas, lembre-se,
a soma é zero: se os gordos são deficientes em algo, neles é superabundante
outra coisa) políticadministrativa governempresarial.
A CURA DOS GORDOS (é psicológica/p.3)
1. Cura das figuras ou psicanálises (é a
última, a forma é conseqüência dos demais itens – ela é resultado final);
2. Cura dos objetivos ou psico-sínteses
(os gordos devem escolher METAS DE ENFRENTAMENTO, mas isso não significa ofensa
– eles devem buscar resolver os problemas, o que precisa primeiro ser
identificado);
3. Cura das produções ou economias (em
que sistema se insere o indivíduo? A cura não pode ser só interior, embora isso
seja o principal; ela deve EMAGRECER o
ambiente, digamos a casa, da superoferta de produtos excessivamente
açucarados e gordurosos);
4. Cura das organizações ou sociologias (as
sociedades nas quais nos inserimos são SOCIEDADES GORDAS, que superestimulam a
superalimentação);
5. Cura dos espaçotempos ou geo-histórias
(nitidamente nosso coletivo de produção, vindo da extrema pobreza do passado, é
fixado nos abusos alimentares – no Japão, onde os alimentos são raros, a
comunidade é ensinada a se contentar com pouco).
Assim sendo, CURAR OS GORDOS, curar
suas almas, passa necessariamente por muita conversa com os pacientes, como
fazem os homeopatas, de modo a prepará-los para aquele enfrentamento, até com
ginástica em academias (mas não para superconsumir calorias e sim para aprender
a socar e a apanhar, a bater e a levar). ASSIM SENDO, curar os gordos não é
tarefa de médicos e sim de psicólogos. Porisso quase todos os regimes dão
errado, exceto aqueles que, no fundo e sem o saber, estão fazendo exatamente
isso que estou dizendo.
Há um outro modo, brutal, de
solucionar através da dialética, mas não vou abordá-lo aqui.
Vitória, segunda-feira, 07 de abril de
2003.