segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017


Vendo o Povo Brasileiro

 

                            Olhando o povo brasileiro, quem hoje em dia pensaria poder ter ele um grande destino no futuro? Mas, olhando os supostos grandes de hoje no passado, quem poderia sustentar há 300, 500, mil e quatrocentos anos atrás que suecos, franceses, noruegueses, canadenses chegariam a qualquer lugar?                     

O que é o povo brasileiro hoje?

                            Uma quantidade de esfarrapados que produzem poucas patentes em relação a outros países do mundo, que quase nada de arte relevante oferecem, que não são grandes exportadores ou importadores, sem nenhum prêmio Nobel, sem nada de que a humanidade necessite desesperadamente, pelo menos na superfície, evidenciadas as coisas, publicados os conhecimentos. Que povo chinfrim, meu Deus! Que elites estúpidas!

                            Não obstante, pela simples analogia das posições, porque outros que no passado foram pequenos ante os romanos, os persas, os chineses, os egípcios, os babilônicos, os sumerianos, até os maias, os astecas e os incas, se levantaram a alturas muito mais elevadas, podemos contar que o mesmo acontecerá com estes daqui e de agora.

                            Além disso, há a difícil reunião de quatro raças (branco-européia, negro-africana, amarela-asiática e vermelha-americana) que, uma vez processada, renderá formidáveis frutos.

                            E andando por aí vejo o jeito de ser do povo, à espera de elites de certa grandeza mínima, de massa crítica suficiente para disparar as mudanças. Vejo os gestos, ouço as palavras, sondo as expectativas, descubro intenções que poderiam se projetar em novidades.

                            Um mal comprador, vendo por fora só a casca, daria pouco valor, rejeitaria. Um comprador melhor, olhando por debaixo da sujeira, descobriria minas de ouro e prata, de platina e diamantes e outras pedras preciosas. Basta olhar e ver.

                            Vitória, segunda-feira, 03 de março de 2003.

Tomada de Consciência

 

                            No Tributo nas Escolas (idéia original de Joemar Dessaune que transformei em anteprojeto de lei), que passou como lei pelas mãos do agora ex-deputado José Carlos Gratz por volta de 1990 foi redenominado Consciência Tributária e vem sendo levado adiante, como sugeri ao ex-governador Albuíno Azeredo lá por 1991, por todo o Brasil e a América Latina, pouco falam de mim.

                            Teodorico de Assis Ferraço, agora novamente prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, colocou seu nome no meu projeto de túnel de Fradinhos à Segunda Ponte, em Vitória, e Alexandre Buaiz no de uma ponte no Forte de São João, até Vila Velha, do outro lado do estreito canal. Luís Moulin, ex-prefeito de Guaçuí agora secretário do governo estadual de Paulo Hartung, colocou sua assinatura na Polícia Interativa (cujo nome é dele) e a propagou, o que agradeço. A Rose de Freitas, agora novamente deputada federal, não manifestou meu nome na lei que passou, transformada de um anteprojeto que fiz lá por 1990. Na lei dos matadouros, no Prodespol/Prodesan e várias outras iniciativas, em nenhuma delas fizeram questão de me citar. Imagino quantas idéias foram roubadas sem a menor cerimônia! Que falta de vergonha, a dessa gente.

                            No estrangeiro são mais educados e é de bom-tom citar sempre, como faço também, pois se a coisa não é nossa é mal-caratismo tomar sem licença e sem citar a fonte. A dupla pobreza mental (de não saber fazer e de tomar sem mencionar a origem) é de lascar, mesmo.

                            É um vexame total para o ES e o Brasil essa postura de furto de idéias e de concepções. É sobre isso que pretendo fazer o livro, tendo tempo. Naturalmente mostrando os originais, sendo possível, pois os tenho em casa.

                            Vitória, quarta-feira, 12 de março de 2003.

Superioridade Intelectual

 

                            Dado que a inteligência é estrutural e não pode ser aumentada pelos meios triviais, o que dá superioridade intelectual a PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo)? Só pode ser a vontade de fazer (que vem do SER: memória, inteligência e controle) e de TER (matéria, energia, informação). No plano dos ambientes isso é chamado de “vontade política”. No plano pessoal é a vontade pessoal.

                            Não é a mesma coisa que objetivo, pois este pode ser imposto de fora e não resultará tanto, como se viu na ex-URSS e em tantos lugares. Na Psicologia (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias) geral vem antes dos objetivos, vem das figuras mesmo, os agentes que estão presentes, o cerne dos desdobramentos psicológicos.

                            Centremo-nos, pois, nas figuras.

                            Chamemos a isso VONTADE DE FIGURAR, de ser. Ora, se no SER a inteligência não pode ser acrescida, a memória sim, e com ela, relativamente menos, o controle. A memória é assim o distintivo, o que altera as condições de dois serem, em tudo o mais, iguais. Sejam A e A’: A’ prosperará mais juntando memória e esse é o começo daquilo que Bacon denominou “saber é poder”.

                            Existe o saber primário, que é a memória, e o saber acrescido pela inteligência. Inteligências iguais, operando sobre memórias distintas, farão coisas diferentes. Para inteligências iguais, A’ operando MAIS TEMPO, MAIS CONSISTENTEMENTE, com maior necessidade de tirar das memórias (velhas inteligências) inteligências (novas memórias), acabará por acrescer novos fatos, que somados aos anteriores lhe dará I’, depois I’’, I’’’ e assim por diante. A’ pode chamar então outras inteligências e assim ir de fato adquirindo superioridade intelectual, obtendo ∫ I, a integração das inteligências, exponencializando rapidamente, como fez Bill Gates – ele nem precisava ser muito esperto, só ter uma vontade poderosa, uma necessidade tremenda de conseguir as coisas, de ir sempre em frente, vencendo os desafios, contratando do meio os seres e os teres de que necessitava. Então começa a escalada, que A jamais conseguirá alcançar.

                            Porisso pessoas mais inteligentes não ficam tão ricas, nem tão famosas, nem produzem tanto quanto outras menos dotadas, PORQUE não se esforçam tanto. A inteligência não é tão importante, vejam quantas crianças precoces dão em nada. A vontade de vencer é mais importante, é mesmo fundamental.
                            Vitória, quinta-feira, 06 de março de 2003.

Solaris

 

                            Solaris, livro de Stanislaw Lem, é de 1961, tendo sido publicado no Brasil em 1984 pela Francisco Alves, Rio de Janeiro. Está sendo lançado o filme de mesmo nome com o Clooney, ator de ER que migrou para o cinema e é de fato muito bom.

                            Segundo ouvi preliminarmente o filme não foi muito bem aceito pelos comentaristas que o viram em primeira mão, antes do público.

                            Para resumir a estória se passa num planeta vivo, Solaris, que é encontrado pelos humanos, que iniciam a colonização. Pessoas que não poderiam estar ali aparecem à primeira tripulação e ela começa a enlouquecer, motivo da ida da segunda, até onde posso lembrar, pois não reli tudo, só comecei.

                            Creio que as pessoas não entenderam o espírito da coisa.

                            Devemos pensar o que seria uma consciência do tamanho de um mundo inteiro! Essa hipótese foi posta muito antes da chamada Hipótese Gaia, que apregoa ser a Terra um organismo consciente. Na ficção Solaris tem bilhões de anos, veja só, e então das profundezas do espaço, do fundo dos éons aparecem umas criaturinhas engraçadas que tem vestígios de consciência verdadeira, ao modo de pensar de Solaris. São simplórias, mas é possível brincar com elas, satisfazendo seus desejos, inclusive recriando as pessoas que elas amam, suas esposas mortas e seus filhos que estão longe, seus avós e seus cachorros, todas as criaturas que estão em suas diminutas memórias.

                            Ora, Solaris fica fascinado. Não percebe que está ferindo as criaturinhas, que elas se dissolvem, que sofrem, que piram de vez. Só quer ajudar, quer companhia, depois dos bilhões de anos de solidão, deseja conversar, bater papo. Não cresceu, como na Terra, em organismos separados, lá as criaturas se fundiram numa só, vasta e incompreensível de fora. Mas, pobrezinhos dos seres, eles são tão fraquinhos!

                            Imagine Deus, eterno e imortal, vivendo para sempre em solidão – o que Deus faz? Ele cria o universo em que estamos, só para ter com quem falar, mesmo se são criaturas que desaparecem num sopro, num piscar de olhos, mesmo se é preciso olhar com tanta atenção, segundo a segundo.

                            É o que Lem está perguntando: como seria a eternidade? Como seria a imortalidade? Como seria a onisciência? Não são perguntas triviais e estão há 42 anos sem respostas, desde quando ele as fez, de outra maneira. E vão continuar assim, a depender das críticas dos jornalistas.

                            Vitória, segunda-feira, 03 de março de 2003.

Reestudando o Coco

 

                            Como já contei, perdemos um areal de dois por dois quilômetros, quatro quilômetros quadrados, cerca de 80 alqueires na costa de Linhares, lado esquerdo do Rio Doce, no lugar chamado Cacimbas, Degredo, distrito de Povoação.              Em anexo você verá um folhetim de uma empresa que fez tudo que eu imaginei um dia ver em nossas mãos.

                            Como já disse também, fiquei muito irritado com a coisa toda, até que tendo passado dez anos ou mais ouvi notícia de aproveitamento da casca do coco (mesocarpo) na substituição do uso do tronco da árvore que proporciona os vasos de xaxim (feto arborescente, Dicksonia sellowiana, ameaçado de extinção, da família das dicksoniáceas, nativa da região que vai de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, segundo o Houaiss eletrônico).

                            Da água fazem soro e há inúmeros aproveitamentos do coqueiro em si e dos frutos, os cocos. Já estudei bastante a questão, mas quero me aprofundar.

                            Daí voltei a pensar na questão e já posso vislumbrar um punhado de alternativas. Creio que tudo só está começando. Podemos nos tornar fornecedores das empresas todas que se ligaram ao desenvolvimento dos coqueiros, sob as várias formas, bem como providenciar patentes ligadas a eles, inclusive no que tange à adubação deles, como visto no texto No Ramo da Adubação, Livro 2. Estamos muito longe de termos sido deslocados da exploração dos coqueiros. Aquilo foi só um preâmbulo, um teste para nossa insistência e resistência.

                            Vitória, quinta-feira, 13 de março de 2003.

Que Festa!

 

                            Tirei da Internet o texto anexado, sobre a quinta Fest-Comic, quinta festa de revistas em quadrinhos, em Portugal banda desenhada. Como sempre, em São Paulo.

                            Só os ignorantes não verão nas composições ou criações dos gibis um formidável poder expressivo colocado a serviço da humanidade, dentro de uma (ou várias combinadas) das (até agora identificadas) 22 tecnartes, em especial a da VISÃO (fotografia, desenho, pintura, poesia, prosa, dança, moda, etc.), em particular o DESENHO, que evoluiu muito, que produziu obras primas muito justamente veneradas.

                            Ainda quando o conselho de Jesus (“nem só de pão vive o homem, mas também da palavra de Deus”) seja central, poucos têm lhe dado a devida atenção, preferindo comer e beber tanto, a servir a suas almas outros prazeres, inclusive este.

                            A capacidade expressiva da arte dos gibis pode servir a todo o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), mormente nas, segundo dizem, 6,5 mil profissões, para expor diretamente os conceitos, por meio das imagens. Julgo que o número de tecnartistas dedicados a esse setor dos desenhos deve ser multiplicado não por dez, mas por cem ou por mil, selecionando-se os talentos na forma agora clássica do modelo: A, B, C e D, depois AA, AAA e AAAA, neste caso 2,5 mil seres humanos (metade crianças em formação) que são os melhores de todos, os perfeitíssimos quase três mil. Isso trará uma alegria até insolente, desafiante, despudorada a nossos corações, em termos de reverberação, alegria pura e sem mácula, sem jaça, de crianças, o que agrada sobremaneira a Deus.

                            Tais festas devem se alastrar por todos os ambientes, cada um contribuindo de acordo com sua capacidade.

                            Vitória, quinta-feira, 13 de março de 2003.

Ptolomeu que Fez...

 

                            No livro de Simon Singh, O Último Teorema de Format (a história do enigma que confundiu as maiores mentes do mundo durante 358 anos), Rio de Janeiro, Record, 2001, p. 64, o autor diz:

                            “No ano 332 a.C., depois de conquistar a Grécia, a Ásia Menor e o Egito, Alexandre, o Grande, decidiu construir uma capital que seria a cidade mais imponente do mundo. Alexandria foi de fato uma metrópole espetacular, mas só depois se tornaria um centro de estudos. Somente quando Alexandre morreu e Ptolomeu I subiu ao trono do Egito é que Alexandria se tornou o lar da primeira universidade do mundo. Matemáticos e outros intelectuais emigraram para a cidade e, embora eles fossem certamente atraídos pela reputação da universidade, a atração principal era a Biblioteca de Alexandria”, negrito meu. Como já vimos noutro artigo, foi Demétrio Falero que convenceu Ptolomeu a criar a Biblioteca.

                            Portanto, as universidades do mundo inteiro deveriam unir-se para homenagear Ptolomeu, chamando-se Academias Ptolomaicas, assim como sugeri dar o nome de Demétrio Falero à Biblioteca Mundial capitaneada pela ONU. Ou deveriam criar uma Universidade Mundial de Ptolomeu. A pior coisa que existe é pessoa ingrata.

                            Vemos que foi Ptolomeu quem fez e Alexandre quem levou a fama.   É assim tantas vezes neste mundo torto!

                            Vitória, quarta-feira, 12 de março de 2003.