quarta-feira, 18 de janeiro de 2017


A Filha do Carrasco


 

                            Num filme, Drink no Inferno III, há uma filha do carrasco = OLHO DE ATLÂNTIDA = FILHA DE CRISTO = FALHA DE AUGUSTO, etc., vá ler as traduções com a Rede Cognata, Livro 2, artigo Rede e Grade Signalíticas. A RC faria todas as traduções, das quais realizei algumas centenas.

                            Por exemplo, poder absoluto = PIRÂMIDE ATLANTE = PIRÂMIDE AUGUSTA (de Aigupto, nome antigo do Egito). Venho fazendo traduções desde 1994, quando deparei com a grade. Cristo (Jesus) não teve filha nenhuma, ao que se sabe. E porque seria obrigatório haver uma filha de Augusto? Será que toda vez que houver uma, esse Augusto será carrasco?

                            Como sabemos lá das traduções, Augusto = GOVERNANTE = CENTRO = GOVERNADORIA = CANDIDATO = CASCA = CASACO = COPTA = COSTA = CANTO = CENTRADO = COOPTADO = CORRUPTO = CORRUPTOR = ADEPTO = COMTE = CAMATA = CAMADA = COMETA, etc.

                            E que dizer de poder absoluto = ENERGIA CRISTAL = SARDA GRANDE = PONTO CENTRAL = PINTA GIGANTE, etc.? Há muitas coisas extraordinárias na RC que eu não consigo entender. Talvez haja alguma explicação, não sei.

                            Vitória, quarta-feira, 25 de dezembro de 2002.

A Dialética e o Puritanismo

 

                            Do mesmo O Livro das Religiões, página 201, citemos (sobre os movimentos reformados radicais e o legado calvinista a eles): “Outro aspecto comum à maioria desses movimentos é o legado puritano do calvinismo. Dá-se muita importância a uma vida de honestidade, frugalidade e moderação, e se rejeita a idéia de luxos externos e divertimentos. Contudo, a prosperidade do pós-guerra ocasionou grandes mudanças nesses conceitos”.

                            Em primeiro lugar, na Rede Cognata puritanismo = SATANISMO = SATANÁS = PLUTÃO = SOBERBOS = CHARLATÃES = SABICHÕES = PRETENSÕES, etc. Não é nada de bom. Talvez seja porque há a pretensão de saber o que é bom ou ruim, ao passo que o modelo apontou distintamente que Deus, a parte consciente do par polar oposto/complementar Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI, está postado na Tela Final com A Verdade, a coalizão de todas as verdades parciais numa geral, absoluta, central. Nós não podemos saber REALMENTE o que seja DEFINITIVAMENTE bom e ruim e isso deveria nos ensinar simplicidade.

                            Depois, a dialética diz que a tentativa de chegar a 100 % cria uma tensão contrária (e igual em módulo, como Newton disse noutro contexto), que é diretamente proporcional, como uma exponencial. Na realidade temos 2,5 % na superesquerda, 47,5 % na esquerda, 47,5 % na direita e 2,5 % na superdireita. Não apenas não se pode chegar a 100 %, sequer podemos passar de 97,5 %. É impeditivo. Forças terríveis começam a existir e a forçar o barco além do limite, até tombo, até emborcá-lo e destruí-lo.

                            Como não poderia deixar de ser, a tentativa dos calvinistas e seus imitadores de supervalorizar a purificação (que é apenas uma meta, não se pode chegar ao puro = PAI – só se pode e se deve continuar trabalhando rumo a ele) levou à superafirmação do contrário, quer dizer, das inversões de valores, mediante a nova prosperidade, que afrouxou os supercontroles. Não seria mesmo diferente. A tentativa de afastamento da média, rumo a um dos pólos, levou à hiperafirmação do outro. Daí veio essa licenciosidade com que primeiro os nórdicos e os alemães, e depois os EUA, pátrias dos protestantes, legaram ao mundo, todo esse emporcalhamento, esses excessos que vemos invadindo as casas. Sexo é muito bom e tudo, nós sabemos, ele é central no Projeto, mas excesso é perdição = SATANÁS. Tanto excesso de sexo quanto excesso de culpa.

                           

A questão não é a honestidade, a frugalidade e a moderação, pelo contrário; é o excesso disso tudo, a sobreafirmação da honestidade a qualquer custo, da frugalidade ascética, da moderação castradora. Todas aquelas coisas são boas, são mesmos adoráveis. O que é ruim mesmo é viver só disso, sem nenhum relaxamento, sem nenhuma tranqüilidade, sem pausa para respirar. São essas dilatações impositivas que levam às sombras, às perversidades.

Que isso nos sirva de lição eterna.

                            Vitória, quinta-feira, 26 de dezembro de 2002.

A Bíblia é Ciência?

 

                            No livro História da Filosofia, Porto, Porto Editora, talvez 1988, p. 83, o autor Manuel dos Santos Alves diz: “A Bíblia não é um livro científico, nem de interpretação literal e, por isso, pretende referir-se ao movimento aparente que determinou aquelas designações, menos rigorosas”, colorido meu.

                            Isso promoveu as batalhas entre fundamentalistas e cientistas, os que acreditam literalmente na Bíblia e os que acreditam que não seja uma interpretação literal. Há um meio mais correto de resolver essas pendências, talvez com o contentamento de todos.

                            Veja só que as verdades são relativas, progressivas, até que haja uma Verdade absoluta na Tela Final, onde se posta Deus, a parte consciente de Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI. Ali está o Conhecimento absoluto. Então, vejamos que há pontos representando todas as verdades finais que compõe a Verdade Final, e esses pontos têm linhas ligando todas eles da forma correta e final também. Um sequenciamento perfeito, a que os racionais não têm acesso, nem podem perceber.

                            Se segue que TODAS AS COISAS são verdadeiras, são científicas, inclusive todas as coisas negadas pela Ciência humana atual. Simultaneamente a Bíblia e a Ciência são verdadeiras (e falsas também), como pontos extremos do mesmo diâmetro numa esfera, desde que vistos do centro geral. O ponto unitivo é que a Bíblia é Ciência e vice-versa. Afirmar a Ciência é afirmar a Bíblia (e todos os livros sagrados) e o contrário. Esse é o desafio. Se fosse fácil seria indigno que gente que se preza. O desafio não é dominar os outros, isso é fácil, mas fechar o Projeto. O verdadeiro desafio é dominarmo-nos, e principalmente fazer isso dispondo de poder e até poder extremo.

                            Vitória, quinta-feira, 26 de dezembro de 2002.

3 % de 27 mil

 

                            Quando começaram o Projeto Genoma Humano davam como certo de que tínhamos 100 mil genes. No decorrer da busca baixaram a estimativa para 70 mil e por fim já estavam, salvo engano, em 27 mil. Não sei como ficou, mas não importa muito, para este artigo.

                            Se forem mesmo 27 mil, os 3 % que nos separem dos chimpanzés seriam apenas 810 genes, uma insignificância, aparentemente. É quanto bastou para os idiotas, os que não pensam, saírem por aí afirmando que pouco mais somos que macacos. De fato, os macacos são muito boa gente, até melhor que certos indivíduos que conhecemos, mas na realidade a coisa não é bem assim, como já mostrei repetidamente.

                            Veja, somos pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo), demos todos esses passos nos níveis, o que está longe demais de ser pouco. Temos 6,5 mil profissões de domínio muito específico, avançadíssimo. Temos Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral dos últimos 200 mil anos, em particular 50 mil mais recentes, especificamente dos 10 mil anos de civilização acumulada. Temos domínio da Bandeira da Proteção (lares, armazenamento, segurança, saúde e transportes). Enfim, os macacos em geral e os chimpanzés nomeadamente formam uns grupinhos aqui e acolá, enquanto os seres humanos são seis bilhões que se entendem em umas 220 nações (de todos os quadrantes da Terra, todas as longitudes e latitudes, todas as altitudes, até fora do planeta), uns quatro mil estados ou províncias, na minha estimativa uns 300 mil municípios/cidades, quem sabe dois milhões de bairros e distritos. SEIS BILHÕES – sabe lá o que é vestir e alimentar, bem ou mal, esse tanto de gente? Prover estudos, diversão, governos e empresas para esse número?

                            Como entre o Brasil e a África a diferença era mínima quando começou a separação das placas, apenas milímetros, mas hoje temos quatro mil quilômetros entre o primeiro e a segunda, é um divórcio irremediável. Do mesmo modo humanos e chimpanzés, os que chegam mais perto – separados por uma discussãozinha de nada, apenas 810 genes, e agora nem se reconhecem mais os primos, nem se falam, nem se visitam, a não ser na posição de “primo rico” e “primo pobre”. O que são as separações, não é mesmo?

                            Vitória, segunda-feira, 30 de dezembro de 2002.

Vitória de Um

 

                            Michio Kaku diz em seu livro Visões do Futuro (como a ciência revolucionará o século XXI), Rio de Janeiro, Rocco, 2001, p. 157: “Em razão desse deslocamento econômico, desenvolve-se nos Estados Unidos um debate com relação ao modo de dividir o bolo, com um grupo de interesse sendo freqüentemente levado a se opor a outro, com a vitória de uma pessoa constituindo a derrota de outra. No fim das contas, trata-se de um jogo de soma zero. Uma fatia maior para um grupo de interesse significa uma fatia menor para outro, e o bolo, para alguns segmentos, está realmente encolhendo. O resultado final é que as fraturas naturais da sociedade em torno de raça e classe estão se alargando”, coloridos meus.

                            No modelo também há soma zero, mundo 50/50, mas ela é diferente dessa daí, dos jogos de soma zero. Veja assim: uma dupla flecha na horizontal. Se um lado sobe o outro desce, como numa gangorra, e isso seria a SZ apontada por Kaku, a relativa, 100 %; se A pega mais, B (-A, oposição de classes e de interesses) deve necessariamente ficar com menos. Se considerarmos as classes do TER A, B, C e D, designando ricos, médios-altos, pobres e miseráveis, então qualquer divisão desse jeito redundará em prejuízo para alguém.

                            Entrementes, há também a SZ absoluta, pela qual TODA A FLECHA PODE SUBIR e ambos os lados ganham. Mesmo se um lado crescer mais e o outro menos, ambos estão ganhando. Visualize mentalmente ou desenhe no papel. A posição horizontal em si sobe, de 100 para 350. Se A tem 80 % de 100 = 80, e B fica com 20 % de 100 = 20. Mesmo se as relações permanecerem assim, 80 % de 350 = 280, enquanto 20 % de 350 = 70. A teria passado de 80 a 280, somando 200, ao passo que B teria migrado de 20 para 70. Ambos teriam ganhado.

                            Mas, se há clima de liberdade e camaradagem, ambos podem GANHAR MUITO MAIS, de modo que B poderia ir a 160, multiplicando por 8, digamos, enquanto A passaria a 190, multiplicando por 1,9. Nesta condição A se apossar de mais NÃO SIGNIFICOU B TER MENOS, pelo contrário.

                            Quando não queremos ver, ou queremos não-ver, não vemos mesmo. Porém, se pensarmos numa socioeconomia que acolha a todos encontraremos o meio de chegar a ela. As medidas relativas são muito boas para algumas coisas e muito ruins para outras. É preciso pensar o que estamos querendo realmente, o que pretendemos.

                            A vitória de uma pessoa não tem necessariamente que significar a derrota de outra. Veja o caso em que um pesquisador descubra um modo novo de fabricar mais barato um produto melhor e sua firma tome mercado de outra; em primeiro lugar mais gente vai poder ter um produto melhor, de maior rendimento, que faz mais por menos, e neste sentido todos ganham, menos o fabricante deslocado e seus trabalhadores. Estes podem sair e ir para outras firmas, enquanto o fabricante pode fechar aquela fábrica deficitária e colocar outra em ramo diverso, ou pode aprimorar ainda mais seu produto, competindo com seu competidor. Quando queremos ver a derrota, só as coisas negativas, ENQUANTO APRENDIZADO DA DERROTA, só vemos isso. A socioeconomia está se depreciando, o que vem do ciclo. Contudo, podemos ver a crise como oportunidade, como disseram os chineses e Kennedy repetiu. Crise total, oportunidade de total reconfiguração.

                            As brechas estão se abrindo? Isso pode ser apenas relativo, quando todos estariam crescendo absolutamente. Mesmo se for assim, a coletividade pode agir para diminuí-las. O espírito concentracionista reaganiano não dura para sempre, sequer muito tempo.

                            Além disso, há uma curiosidade na Rede Cognata: vitória de um = CRIADOR DE PI = CRIADOR DO UNIVERSO. Esse é Deus, a parte consciente de Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI, postado na Tela Final. Esse é realmente o UM, a liberdade absoluta. Se esse UM doou a liberdade que de outro modo seria só sua, os seres humanos não podem também fazê-lo? Eu creio que sim.

                            Vitória, sexta-feira, 20 de dezembro de 2002.

Vidas Extraordinárias

 

                            Tendo visto que 1/40 da população da Terra atingiria 150 milhões de pessoas, contando-se 2,5 % da gente como sendo o extrato mais precioso, em quatro grupamentos (A, B, C, D) (2,5 %, 47,5 %, 47,5 % e 2,5 %), podemos seguir uma linha de pensamento. A história dessa divisão está no modelo, não vou repeti-la agoraqui.

                            Se contarmos dessa forma, teremos:

                            A                         160 milhões (só para facilitar as contas)

                            AA                      4 milhões

                            AAA                   100 mil

                            AAAA                2.500

                            Tais divisões, à parte as críticas que poderiam fazer chover sobre qualquer postulante, nos prestam o favor de produzir um número pequeno, tratável. Como compactar seis bilhões (6,4, devido ao divisor), de modo a podemos estudar um tantinho de gente, e não milhões, ou mesmo dezenas de milhares? Não haveria gente que bastasse para pesquisar vidas demais. Por outro lado, perguntar de 6,4 bilhões quantos estão na categoria superespecial AAAA nos dá condições de verificar o quê fizeram menos de três mil pessoas de especialíssimo a ponto de terem um lugar no quadro?

                            O que especialistas, reunidos em congresso, acreditariam ser tão útil num ser humano a ponto de permitir a entrada de menos de três mil nessa sala única? E excluídas quatro gerações (que fariam com que todos ou quase todos os vivos agora fossem não-nascidos), quantos extrairíamos do passado inteiro (digamos, de 1900 para trás)?

                            Quais foram realmente as vidas humanas mais extraordinárias? Como sabemos, pouco é o tempo, muitas as exigências e desatenções, várias as armadilhas desviantes, demasiados são os chamados do prazer – há tantos atalhos para a pequenez! A resistência quanto à diminuição, a persistência fantástica rumo à grandeza, a insistência em dar aos demais o pouco tempo disponível, tudo que distingue esse número ínfimo da vacuidade e do apequenamento geral, como tudo isso é difícil. Quantos vão às grandes alturas? O que os coloca lá? Se soubermos o que é, por comparação de todos e cada um, poderemos seguir seus exemplos. E talvez com isso a humanidade melhore mais rapidamente.

                            Vitória, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002.

Três Visões

 

                            Em seu livro, Introdução á Filosofia (Problemas Sistemas Autores Obras), São Paulo, Paulinas, 1985, B. (Battista) Mondin diz nas páginas 128/9: “Poder-se-ia objetar que o cristão, segundo essa visão ideal, aparece estendido numa visão vertical, todo voltado à afirmação de princípios espirituais e morais que o desencarnam do mundo atual. É a acusação notória da alienação do cristão diante das responsabilidades do mundo presente. Na realidade, na natureza humana está presente também o movimento horizontal, também ele determinante à plena realização do homem em si mesmo. Tal movimento horizontal diz respeito à evolução da humanidade e revela progressivamente a substância das forças criadoras do homem na história. É o movimento horizontal da civilização que, orientado em direção a fins temporais autênticos, ajuda a tensão vertical da humanidade. O ideal supremo a que deve tender a obra política e social da humanidade é a inauguração de uma cidade fraterna, a qual não comporta que um dia todos os homens sobre a terra serão perfeitos e amar-se-ão fraternalmente, mas a esperança de que o estado existencial da vida humana e as estruturas da civilização avizinhar-se-ão sempre mais da perfeição, cuja medida é a justiça e a fraternidade.

                            “’Este ideal supremo é também o da democracia autêntica, o ideal de nova democracia que todos esperamos. Esta exige não só a potencialização de todas as estruturas técnicas e uma organização sócio-política sólida e racional nas sociedades dos homens, mas sobretudo uma filosofia heróica da vida e o fermento interior vivificante da inspiração evangélica’” (citação de Jacques Maritain). Itálicos no original, coloridos meus.             

                            SEPARAÇÃO DOS MOVIMENTOS

                            Vertical                                                      horizontal

                            Até Deus                                                    até a humanidade

                            Afirmações espirituais                           (afirmações materiais)

                            Alienação da S/E                                     (alienação de Deus)

                            (Mundo já criado)                                  forças históricas

                            Tensão vertical                                        (contra tensão horizontal)

                            E assim por diante.

                            O que Maritain está pedindo (e Mondin através dele) é a fraternidade entre Deus e humanidade, entre esquerda e direita, entre sim e não, entre os pares polares opostos/complementares, o que é também a pregação do modelo, o que corresponderia a uma dupla democracia leigo-eclesiástica, humana-e-divina.

                            Então, ao movimento da esquerda se juntaria o movimento da direita, cada um respeitando o outro, em movimento central esquerdireita. Ora, acontece que isto é o que o hinduísmo chama de Terceira Visão, entre a primeira e a segunda, e retrata com aquela mancha na testa, entre a esquerda de um olho e a direita de outro. É sinal de equilíbrio e os hindus já descobriram isso HÁ MILHARES DE ANOS. De fato, pecam pelo estigma das classes, as castas, segregando os párias e os “de baixo” de um modo geral, com os brâmanes e os xátrias lá no “alto”.

                            De fato, creio que o Ocidente (e o Oriente também) têm ainda muito a aprender com a Índia, uma das nações mais desprezadas hojaqui. Não sendo essas coisas das castas, o resto pode ser observado, com as adaptações necessárias.

                            Vitória, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002.