terça-feira, 17 de janeiro de 2017


O DESGOVERNO JIF

 

                            José Ignácio Ferreira veio logo gritando que quem mandava era ele e sua tropa, entre os quais sua esposa, Maria Helena Ferreira, depois denominada Sopelena, em razão da malfadada Fábrica de Sopas, de tristíssima memória. Ele mesmo ficou conhecido como Propinácio, em razão da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Propinas. Formaram uma dupla dinâmica, Sopelena e Propinácio. Dizem que ela foi mandada para a Alemanha. Em todo caso ela e ele raramente foram vistos em público, depois dos escândalos. O Gentil Ruy, irmão da Maria Helena, ficou conhecido como Gente Ruim. Vários de seus secretários estão sendo mostrados no final do mandado em 2002 como envolvidos em escândalos, junto com o Robson Neves, ainda deputado neste final de ano. Nas fitas se ouve: “vamos rapar o tacho”.

                            Ele entrou retendo 20 % dos salários do Executivo (não se sabe se também os dele mesmo e dos secretários) e mesmo quando perdeu na Justiça continuou a reter até não poder mais. Então começou a devolver em 36 parcelas, sem juros nem correção monetária. Dos nossos salários de outubro e novembro, que Vítor Buaiz não pagou, e o de dezembro, que JIP não pagou, ele fez acordo com o BANESTES para nos repassar os de outubro e novembro. Por exemplo, peguei (sem as pensões respectivas) R$ 4,2 mil e estou pagando 36 x R$ 295 = 10.620, dos quais ele devolveria R$ 45 por mês a título de ressarcimento de parte dos juros (no total R$ 45 x 36 = 1.620 – foram-me tirados 4.800 a título de juros), o que há um ano não vemos. Justificando que as partes de Vítor não eram dele (embora tudo seja governo), parou de pagar R$ 1,22 mil em maio/2002 e retomou com R$ 550 em agosto.

                            Se com Eurico Rezende a dívida era, em dólares, US$ 20 milhões, com Gérson Camata passou a US$ 220, com Max Mauro não se sabe quanto, com Albuíno Azeredo dizem que US$ 320, com Vítor Buaiz mais de um bilhão, com JIF chega a anunciados R$ 4,7 bilhões, pela cotação de 3,6/1,0 nada menos que US$ 1,31 bilhão – não creio que tenha subido muito, em relação a Vítor, podem ter sido uns 100 a 300 milhões de dólares, “pouco”.

                            Cometia JIF o barbarismo de dizer que estava “pagando em dia”, de 15 a 20 de cada mês seguinte, quando no meu entender deveria ser dia primeiro, tolerando até 05 ou 10, a constituição faz o favor de dizer 10º dia útil. Agora diz que está pagando “dentro do mês”, ou seja, começa no dia 29 e termina no dia 11 seguinte, mais de 40 dias depois do final do mês trabalhado.

                            É preciso, eu creio, que os pesquisadores (mestres, doutores e pós-doutores) da Academia universitária geral façam o rastreamento dos governos municipais/urbanos, estaduais, nacionais e mundial, quando houver, publicando na Internet, ressaltando detalhes para que o povo possa perceber e interpretar. Tanto de governos quanto de empresas, em toda parte do mundo, desventrar essas podridões, essas traições, vigiar de perto e deixar a punição ser a indiferença do povo, por um lado, e a ação dos tribunais, por outro.

                            Seria preciso varrer os últimos 32 anos (oito governos, 8 x 4), tanto nos governos estaduais capixabas quanto os municipais/urbanos. O povelite precisa saber. É fundamental que os pesquisadores se pronunciem, estudando as contas, as obras, se pronunciando, mostrando os escândalos. É fundamentalíssimo!

                            Vitória, domingo, 22 de dezembro de 2002.

Multiplicação ψ

 

                            Por multiplicação psicológica devemos entender a das almas. Para entender quantas são devemos começar do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia e Ciência/Técnica, e Matemática). A pontescada científica, referência das outras, seria: Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica/p.6.

                            Tomando apenas a Psicologia/p.3, aí temos as almas (PESSOAIS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTAIS: municípios/cidades, estados, nação e mundo). As almas se encaminham para suas aptidões. Na Física, por exemplo, há as classes do labor (operários da Física, intelectuais da Física, financistas da Física, militares da Física e burocratas da Física), pendendo uns para uma coisa e outros para distintas opções. Assim, tudo deve ser enquadrado no modelo                       .

                            Da parte da Magia/Arte, há (até agora) 22 artes identificadas. Artes da VISÃO (poesia, prosa, fotografia, desenho, pintura, moda, dança, etc., 7), do PALADAR (pastas, temperos, comidas, bebidas, etc., 4), do OLFATO (perfumaria, etc., 1), da AUDIÇÃO (músicas, discursos, etc., 2) e do TATO (arquiengenharia, urbanismo, esculturação, decoração, cinema, teatro, paisagismo/jardinagem, tapeçaria, etc., 8).

                            Não faz muito sentido misturar Einstein e Planck, eles estão na mesma área, a Física. Porém, misturar físicos e artistas pode nos dar muitas modificações, digamos um astrônomo (que é da seção baixa da Cosmologia, a Astronomia) e Walter Gropius, o originador do Bauhaus, o re-desenho dos objetos da Física, como telescópios, para que à função fossem juntadas formas muito mais belas. Chamemos a isso MULTIPLICAÇÃO PSICOLÓGICA ψ (n), que é um arranjo, pois AB é diferente de BA, dado que o primeiro é dominante. Essa elevação a “n” pode nos dar grandes números, na medida em que combinemos químicos e pintores, como já é feito mais modestamente, na representação de moléculas. QP seria pintores auxiliando químicos e PQ químicos auxiliando pintores. Há tanta gente na Terra que quase tudo pode ser tentado. Já pedi isso de outro modo.

                            Agoraqui trata-se de realizar congressos COMBINANTES, reunindo-se propositadamente uns e outros, magos e cientistas, artistas e filósofos, teólogos e técnicos, todas as combinações do Conhecimento em salas-cone, subindo em degraus, todos podendo falar-se, separados em setores, conforme suas áreas. O que isso nos proporcionaria a mais? Quanto isso pode ser bom para as pessoas, os ambientes, os governos, as empresas, as políticas, as administrações?

                            Penso que muito, demais, não só sentido da reunião, de aparar as arestas entre as categorias como principalmente de cavar novos diálogos de mundo. O que os seres humanos fizeram até agora foi bom, contudo o planeta ainda é muito primitivo, falta cobrir várias áreas cegas, vários vazios, onde notamos que os pares não se fizeram. Vez ou outra surge um objeto que é ao mesmo tempo útil e belo, mas isso é raro. Raramente vemos unidos o útil e o agradável, exceto a preço muito alto, inalcançável por multiplicação pelos pobres e miseráveis. É isso que precisa ser reparado urgentemente.
                        Vitória, segunda-feira, 23 de dezembro de 2002.  

Mestre dos Desejos

 

                            Numa certa propaganda vê-se crianças brincando e mães sentadas à mesa. Sendo de filmes fotográficos destinados a preservar o fugidio momento da forma, uma das mães olha a foto e diz: “gostaria que meu filho nunca crescesse”. É lógico que às vezes as pessoas dizem isso, sem nenhuma malícia, sem qualquer expectativa ruim. Acontece que o pedido pode levar à morte da criança, porque esse é o jeito de ela NUNCA CRESCER.

                            Outrora, uns 30 anos atrás, foi apresentada uma série em que se mostrava a conseqüência dos desejos, até já comentei certo episódio do seriado. Mais recentemente, na série de filmes Mestre dos Desejos (cada um mais ridículo do que o outro, porque o assunto não é levado a sério), agora no número 4.

É preciso tratar o assunto com profundidade.

                            Há duas maneiras de fazer isso:

1)      Através da imaginação dos autores, recorrendo apenas às suas experiências de vida, àquilo de que se lembram;

2)     Por meio de enquetes, perguntas feitas ao público, continuamente, abordando as necessidades de cada um, conforme são manifestadas em pedidos ou desejos.

Os desejos são como uma loteria, sonhos de que vivem as pessoas pensando em deixar de trabalhar. Seria edificante se nossos anseios se realizassem sem que trabalhássemos por eles? Precisamos ser curados dessa mania de desejos. Devemos fazer as coisas através de trabalho, realizar-nos pelo retorno por serviços prestados. De repente os deuses e demônios se divertem realizando as aspirações das pessoas. Como diz o ditado, ruim não é quando os desejos não são realizados, mas quando o são.

Vitória, quarta-feira, 18 de dezembro de 2002.

Mestiços Socioeconômicos


 

                            Lendo Indochina como ÍNDIA + CHINA cheguei a esse conceito de mestiçagem S/E. Na realidade, no plano da Psicologia (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias) tudo é mestiçagem, é mistura, é combinação. Mistura de dois objetivos para criar um terceiro, que será de A, de B ou de AB (A dominante) ou de BA. Misturam-se as figuras das pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) por casamento ou amizade, e os ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo) por conurbação, no caso dos menores e mais próximos, ou absorção ou anexação.

                            A Índia misturou-se com a China na Indochina (Vietnã, Camboja, Mianmá/Birmânia, Camboja, Laos, Butão, Nepal) e produziu belos resultados que eu, por exemplo, aprecio bastante. Juntou-se Espanha com árabes e produziram Portugal; este se reuniu com os indígenas e os negros, mais tarde os orientais e outras nações européias, criando o Brasil.

                            Embora seja extraordinariamente mais difícil produzir resultado com a fusão, que é lenta, por comparação com a transplantação, como a da Grã-Bretanha para os EUA e outros lugares, que produzem resultados quase instantâneos, creio que os resultados são melhores, ao largo do tempo.

                            Agora mesmo várias mestiçagens S/E estão sendo propostas. O NAFTA reúne Canadá, EUA e México, e ele quer reunir-se com a restante América Latina toda, inclusive o Brasil. Aliás, as grandes potências humanas vêm dessas misturas.

                            Então, a questão agoraqui não é senão a do estudo comparado dessas uniões, através da geo-história, para ver que tipo produz cada conseqüência. Que aconteceu DEPOIS, em cada caso? Como eram aqueles países antes da chegada da Índia e da China? Como se adequaram? Como são hoje, por comparação com cada um isolado? Podemos através de planilhas de quesitos estabelecer um quadro com B boxes classificatórios e daí extrair lições generalizantes?

                            Vitória, segunda-feira, 23 de dezembro de 2002.

Médico dos Deuses


 

                            Imagine um médico descendo num pontinstante qualquer da geo-história antiga com uma farmácia contemporânea a tiracolo. O tamanho será decidido no decorrer da trama, filme piloto e série, pois se trata de um processo educativo.

                            Aquelas coisas horrorosas que os antigos sofriam, em termos das quatro mil doenças genéticas que segundo Asimov existem, mais as de causas ambientais, como “simples” dores-de-cabeça a serem curadas com Melhoral – de quem o médico trataria primeiro e preferencialmente? Ricos ou pobres? Ele poderia ficar extraordinariamente rico e poderoso, enquanto durasse o estoque.

                            Imagine a aflição do médico à medida que o estoque fosse acabando. Ele sabe aplicar os remédios, mas não confeccionar. Se soubesse, não teria os componentes. Você pode imaginar as lições que podemos tirar disso! Quando terminassem as aspirinas ele aplicaria placebos, que resolveriam para alguns, mas não para todos. Sua fama iria sofrer com isso, os generais o ameaçariam.

                            Como ele faria para proteger a farmácia? A colocaria num bunker? Quem o protegeria? Seria chantageado pelos guardiões? Quanta saudade sentiria de sua coletividade de produçãorganização? Ao júbilo inicial de ter um olho onde todos são cegos sucederia a depressão crescente das ameaças.

                            Constituiria uma lição para as pessoas que pensam que um conhecimento imensamente superior significaria a felicidade. Na realidade seria um motivo a mais de aborrecimento e isolamento, de temor e angústia. Como sempre acontece, à bajulação inicial sobreviria instabilidade emocional diante de todo tipo de pressão. No final, mais provavelmente, o médico estaria reduzido à condição de pária ou desterrado, ou o que os roteiristas achassem mais próximo à verdade.

                            Vitória, terça-feira, 24 de dezembro de 2002.

Manchas Cromossômicas

 

                            Dizem os biólogos que a EVA MITOCONDRIAL e o ADÃO Y surgiram mais ou menos ao mesmo tempo, cerca de 200 mil anos atrás, na África, o segundo depois da primeira. A EVA surgiu num lugar, por mutação, e espalhou seus novos genes nos ambientes. O ADÃO veio depois em algum lugar diferente e fez o mesmo com os seus.

                            Criam duas MANCHAS, dois espalhamentos diferentes, que se misturaram depois, produzindo os primeiros rebentos MY, que foram a origem de nossa espécie, os homo sapiens, o primeiro par fundamental homulher que tinha ambas as características.

                            Digamos assim, em termos de eletrônica as nossas extensões informacionais como rádio e computador, que são imiscíveis, exceto enquanto MP3, que é puxar música pelo ordenador. Porém, não temos um computador com rádio. Agora já podemos ver TV nele, mas baixando arquivos através de demorados processos, porque as fabricantes de televisores não fizeram ainda acordo com as fabricantes de processadores para nos dar a TV computadora, ou vice-versa, o computador televisivo.

                            Assim rádio, fax, TV, aparelho de som, DVD, revista, jornal, livro e Internet (toda a mídia) não estão fundidos efetivamente, de modo total, o que é verdadeiramente uma pena. Soube de um acordo dos fabricantes de fax PARA NÃO MELHORAR A QUALIDADE DE TRANSMISSÃO. Está proibido, embora a tecnociência relativa ao sub-setor melhore constantemente.

                            Assim sendo, as manchas das espécies eletrônicas não se fundem completamente para produzir o novo objeto conjunto que iria potencialmente substituir cada um separado. Houve espalhamento das manchas de informação e conhecimento, mas elas não produziram um ente completamente novo, multifuncional. Elas se mantiveram em níveis diferentes, pouco comunicando entre si, por defeito psicológico humano, que levou a perda de potência futura, castrando as oportunidades.

                            Coisa diferente se deu com as partes replicadoras que vieram a constituir o todo que é a célula. Elas foram vitoriosas em produzir um ente novo, muito mais eficiente que qualquer parte separada.

                            Vitória, sexta-feira, 20 de dezembro de 2002.

Liberdade Ambiental

 

                            Os ursos pandas da China dependem de brotos de bambu, de modo que se as florestas de bambus forem destruídas a vida deles será ameaçada. Assim seria com os coalas da Austrália, se lhes fossem tiradas as florestas de eucaliptos. Entrementes, a menos de outros elementos de que dependam, eles poderiam ser levados onde fossem plantados ou já existissem os bambus e os eucaliptos. Como não têm cultura não poderiam eles mesmos se organizar para ir estendendo as florestas dessas plantas ao redor do globo.

                            As vacas e seus maridos, os bois (elas e eles devem aprontar bastante, porque todos têm chifres), podem ir a mais lugares, onde exista grama e outros vegetais para comer, não sei que tipo de dependência alimentar delas e deles.

                            E assim por diante, os biólogos poderiam nos dar as listagens correspondentes das variedades alimentares das espécies. Os seres humanos, sendo onívoros, tanto herbívoros (comedores de vegetais) quanto carnívoros (comedores de animais), podemos ir a quase todos os lugares da Terra. Tendo ampliado incomensuravelmente nossa cultura enquanto pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo, agoraqui em processo de globalização), podemos ir virtualmente a todos os lugares do planeta em longitude, latitude (de um pólo a outro) e altitude, da mais alta das montanhas à mais profunda das fossas, ou pelo menos mandar robôs.

                            Podemos de fato ir até fora deste mundo, nas circunvizinhanças, e inclusive à Lua já chegaram alguns. Mas não podemos ir muito mais longe, o espaço está largamente vedado à humanidade, por enquanto. Não podemos circular no sistema solar, nem na constelação, Galáxia, aglomerado, superaglomerado, universo e pluriverso. Na verdade, estamos restritos mesmo à superfície do planeta. Um grande poder em relação ao passado, porém não tão grande assim.

                            A liberdade ambiental dos bovinos é maior que a dos coalas e dos pandas, contudo menor que a nossa. Qual seria mesmo a LA de cada ser sobre a Terra? Pensar sobre isso nos daria maior percepção quanto à nossa presença por agoraqui. Muito, certo, mas tão pouco!
                            Vitória, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002.