terça-feira, 3 de janeiro de 2017


Centro Comunitário do Empreendedor

 

                            Quero analisar COMUNITÁRIO em COMUM e UNITÁRIO, investigando a unidade e a comunidade, comum/unidade, unidade dos comuns, do povo, a instituição do mutirão, aqui MUTIRÃO EMPREENDEDOR. Pelo lado da unidade funcionar como um só, em bloco, com participação integral, íntima, de todos e cada um. Pelo lado da comunidade, aquela integração que é esperada.

                            Já que o povo não tem capital, até por definição, é preciso que junte sua força de trabalho, como faz na construção de suas casas, casas do povo, em que todos participam em troca de uma feijoada nos finais de semana.

                            Tal mutirão empreendedor, com suporte governempresarial, deve significar tudo que sirva para colocar uma empresa, tutorada pelos guias governamentais e empresariais, a partir de um centro comunitário, neste caso tal CENTRO COMUNITÁRIO EMPREENDEDOR. Um centro comunitário PARA empreendedores populares e ao mesmo tempo o CC sendo, ele mesmo, uma espécie de SEBRAE à altura do povo, visando seus interesses, conhecimentos, capacidade de trabalho, identidade.            

                            Seria uma área física, com endereço real, mas com endereço virtual, uma intranet para uso de quem fosse lá e uma extranet, para ligar com as empresas que fossem sendo geradas. Uma incubadora de empresas, sim, mas de empresas populares. Impressoras, máquinas de escrever, programáquinas; escritórios de contabilidade, administração, direito e economia; pessoas treinadas; empresários dando palestras, como diz Dolabela em seus textos. Um banco anexo para fornecer empréstimos, bem como agências de fomento do governo.

                            Desse desenho básico expandido pode nascer todo um movimento de expansão brasileira e mundial, diferente desse SEBRAE que fica no centro, como uma instituição fechada de que temos até medo de nos aproximar.

                            Pelo contrário, nessa outra versão, que pode ter participação do SESC, do SENAC, do SENAI, do SESI e de outras instituições, inclusive universidade, as pessoas iriam de camisa, e não de terno, e de bermuda ou calção, bem ao nível do povo mesmo, e sem linguajar sofisticado. Bem informal, mesmo, totalmente informal, até de fala chula, sem exageros e populismos. Com gente contratada localmente, servido adicionalmente para dar empregos.

                            Vitória, quarta-feira, 13 de novembro de 2002.

Burguesia Favorecida

 

                            As burguesias do mundo inteiro são favorecidas, dado que os governos são escritórios do Capital, como venho dizendo faz tempo. Mas, a do Brasil é demais, é extremamente favorecida. Creio que os acadêmicos deveriam retratar os favores dados por seus governos às de fora e depois contrastar os favores especiais da daqui: todas as coisas que no correr de 500 anos os burgueses daqui receberam de mãos beijadas dos governantes.

                            Claro, o mundo é capitalista - agora o primeiro mundo estando na terceira onda -, porisso só podemos mesmo esperar que tudo favoreça os dominantes. Esperar elegância deles seria demais.

                            Acontece que no Brasil é muito mais, muito mais, mesmo. Subsídios, tributos orientados (anistias, isenções, julgamentos favoráveis, imunidades, etc.), escritórios de apoio, favores subterrâneos que a gente nunca fica sabendo, impunidade empresarial e legal.

                            Ora, a evolução é solução de problemas; quanto mais difíceis de resolver mais o conjunto (pessoais: indivíduos, famílias, grupos e empresas; ambientais: municípios/cidades, estados, nações e mundo) se fortalece e suplanta os demais. Evidentemente quanto menos o predador esgota o campo-presa, mais fácil é para ele suplantar os demais, porque não precisa gastar uma parte da produção para recuperar seu lugar de criação. Mais as presas prosperam e ele também. No Brasil o capitalismo guloso, guloso demais, preda a presa exageradamente. Gasta os recursos além do cruelmente aconselhável, já que ele não tem decência.

                            Há o que denominei sobre-uso uterino (as mulheres precisavam e precisam ainda ter muito mais filhos, dado que tantos morrem precocemente) e de modo geral o sobre-uso de tudo, de recursos ambientais a pessoais. Em virtude disso o capitalismo brasileiro é apoiado em muletas e não tem competitividade. Ele se rejubila dos privilégios e adormece no tal berço esplêndido. Usa o povo demasiadamente, castigando-o, fustigando-o com sobre-trabalho. Torna-se pouco competitivo, porque as burguesias de fora, não tendo tantos privilégios, desenvolvem continuamente suas forças e poderes, em verdadeira evolução, que não conduz a beco sem saída.

                            Ao contrário, a burguesia brasileira, tratada com tantos mimos, vive num mundo de fantasia, em que poucos são efetivamente competitivos, fora das benesses governamentais, como essa canalha Lei Kandir, que des-onera a exportações, tirando-lhes o ICMS e colocando os estados em dificuldades, sob a falsa perspectiva do “custo Brasil”, essa invenção febril e louca dos capitalistas daqui, tutorados por essa perversa categoria dos economistas.

                            O resultado é que Hong Kong exporta, sei lá, 200 bilhões de dólares e o Brasil apenas 50, com certeza.

                            Para não estender muito, aposto que os estudos vão mostrar o significado anticompetitivo dos favores governamentais brasileiros à burguesia daqui - essas elites detestáveis e ociosas.

                            Vitória, segunda-feira, 11 de novembro de 2002.

As Mãos dos Aliens

 

                            No novo filme-seriado Andrômeda (passa no AXN), com Kevin Sorbo, que fazia Hércules no seriado de mesmo nome, há um alienígena que atende pelo nome de Reverendo. Para nós é bem esquisito, parece um morcego, põe ovos nos inimigos, tem orelhas pontudas, pelos arrepiados, mãos com garras enormes. Claro que é apenas uma modificação de um ser humano, que está por baixo da máscara. Mudam uma orelha e temos os vulcanos; um nariz com cortes horizontais já faz outra espécie. Acolá são dois traços na testa, etc.

                            Bom, para além do ridículo dessas modificações há a questão mais preciosa das mãos. Em geral alienígenas são mostrados com mãos monstruosas, quando não são retratados como humanóides.

                            Pensemos: todo sentido é interpretador também, é sentidinterpretador, como digo no modelo. É externo e é interno, é externinterno. Olhos externos pressupõe olhos internos que interpretem os dados, e os conectem via um centro qualquer com o conjunto dos sentidos externos e internos. O nariz externo certamente é composto com a porção do cérebro encarregada da medição dos impulsos atuais e comparações com o passado. De modo que os anatomistas realmente não mostram o corpo humano tal qual ele é.

                            As mãos humanas externas correspondem a GRANDE PORÇÃO do chamado “homúnculo motor”, a parte do cérebro encarregada de controlá-las. Maior que a do braço, do tronco, das pernas, do pé, é na realidade a parte maior daquele controlador cerebral. Acontece que mãos externinternas são instrumentos SENSÍVEIS DEMAIS, são os instrumentos mais sensíveis que temos, até mais que os olhos, cuja tarefa é fina, porém inerte. As nossas mãos são tudo que temos. De pegar coisas pesadíssimas até manipular aparelhos, máquinas e instrumentos de alguns micras de comprimento, as mãos têm uma versatilidade inacreditável.

                            Obviamente, onde quer que haja uma espécie racional dominante, ela terá mãos habilíssimas, perfeitíssimas, finas, extraordinariamente capazes dos trabalhos mais elaborados. Não pode ser nada tosco. Sejam mãos com dedos, como as nossas, ou de tentáculos, ou como for, serão sempre mãos capazes de fazer aquilo que lá dentro o cérebro manda, e ele manda fantásticas coisas. Manda continuamente, milhões de movimentos por dia – seria o caso de observar com máquina fotográfica os trabalhos de algumas centenas de pessoas escolhidas, ou mesmo de milhares, e comparar tudo isso.

                            Acontece que nos filmes de FC quase ninguém dá atenção às mãos. Elas são desprezadas. Presta-se atenção em configurar cenários, milhares de itens, mas não as mãos. Nunca as mãos. Nunca vi um filme em que as mãos tenham sido especialmente tratadas. Nunca vi mãos diferentes das humanas, para trabalhos particulares em mundos dessemelhantes do nosso. Ninguém pensa nas mãos.

                            Então, o que acontece é que as mãos são sempre as coisas mais desajeitadas do filme, quando não sejam apenas modificações ligeiras das mãos humanas, esses finíssimos, divinos cinzéis que possuímos, por graça de Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI.

                            Vitória, terça-feira, 05 de novembro de 2002.

Arquitetura Agressiva

 

                           Pensei escrever uma série de livros mais vastos, de 200 ou 300 páginas, e tenho uma quantidade de títulos, uns 60, de forma que só aí já vai outro projeto de vida (de 12 a 18 mil páginas) bastante formidável em sua ambição, porque paralela às outras atividades, que são muitas.

                            Um desses livros é Anticubo, porque, veja, as nossas construções são sempre paralelepípedos. Lá por 1977 ou 1978 (sei porque foi antes de papai morrer em outubro de 1978) eu namorava a Gorete, com quem travei debates agudos, eu dizendo que as construções de então pareciam caixas de sapato postas em pé, que precisavam de projeções, de certos confortos para os moradores, o que acidentalmente ocorreu depois.

                            Nos filmes de FC os tecnartistas estão sempre colocando construções arredondadas, que são mais do seu feitio, do lado da vida, enquanto as quadradas denotam o artificialismo greco-romano, por contraposição ao oriental, dominado presentemente. Ou seja, a “eficiência” tecnocientífica, tendo suprimido ou afastado do cenário de dominância os outros modos de conhecer (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia), quer o rendimento direto, a eficácia incisiva, contundente, cortante – sendo a menor distância entre dois pontos uma reta. Contudo, não é sempre assim. Embora a menor distância entre dois planetas seja uma reta, o campo gravitacional obriga a fazer longas curvas. Ir direto ao ponto pode ser contraproducente.

E esse afastamento forçado do equilíbrio 50/50 da soma zero dos pares polares opostos/complementares no Ocidente, com ultra privilégios para o lado reto e afastamento do lado circular, significou restrições derivadas das resistências humanas, do desamor associado às pressões, do desconforto psicológico cuja solução curva teria levado a rendimento maior derivado do sossego socioeconômico.

                            Em resumo, essa arquiengenharia agressiva, de retas e pontas aguçadas que ferem nossas almas em busca de quietude, essa falta de amaciamento, de brandura, de sensibilidade, esse contraste abusivo dos choques dos bicudos que não se beijam, levou certamente o Ocidente a essa agressividade que se espalhou como um câncer e agoraqui nos assusta por sua violência inaudita, que inclusive atingiu minha família, na pessoa do meu irmão mais velho, Ary.

                            As pessoas podem se perguntar o que tem a ver os objetos, as casas, os prédios, as ruas serem retas com a gente ter se tornado agressiva. Tem tudo a ver, como um pouco mais de raciocínio acadêmico pode mostrar, ou eu o farei, tendo tempo, no texto projetado.
                            Vitória, segunda-feira, 11 de novembro de 2002.  

A Preocupante Verdade

 

                            O fascistóide (não digo fascista, porque até para isso é preciso ser grande, embora do modo errado) livro de Paul Kennedy, Preparando para o Século XXI, Rio de Janeiro, Campus, 1993,            ele diz à página 21: “A menção do México e da Nigéria nos aproxima da essência do problema, ou seja, que esses aumentos estão acontecendo, esmagadoramente, nos países em desenvolvimento. De fato, entre hoje e 2025 cerca de 95 % de todo o crescimento mundial da população ocorrerá nesses países. Na estimativa de que a taxa ‘média’ de crescimento anual da população do mundo em 1990-1995 será de 1,7 % estão ocultas algumas diferenças espantosas, que vão do pequeno aumento na Europa (0,22 % ao ano) até a taxa de expansão muito maior da África (3,0 % a.a.). Talvez a maneira mais dramática de mostrar essa diferença seja observar que em 1950 a população africana era a metade da européia, em 1985 tinha empatado (cerca de 480 milhões de habitantes, cada) e em 2025 deve ser três vezes maior (SIC) (1,58 bilhão contra 512 milhões) ”.

                            Ou seja, os bons e adiantados estão crescendo pouco, enquanto os maus e atrasados estão crescendo muito.

                            Veja que não é “três vezes mais” e sim três vezes tanto quanto: 1580/512 = 3,09. De qualquer forma a taxa africana baixará, como a do Brasil baixou, a da Europa, dos EUA, da Rússia, do Japão, de todos os países que se adiantaram um pouco mais, PORQUE, certamente, a África também dará saltos.

                            Veja só o que os revolucionários de Chiapas, no México, fizeram por nós: Paul Kennedy escreve em 1993, depois do Setembro Negro de 1987, com a moratória mexicana. Nesse ínterim os EUA emprestaram US$ 40 bilhões, que o México está pagando, e Canadá, EUA e México se unirão no NAFTA, Acordo de Livre Comércio da América do Norte, na sigla em inglês (North-American Free Trade Agreement), e o México vem prosperando assombrosamente desde 1995, pelo menos, por sete anos seguidos.

                            Agora, com o medo de os guerrilheiros das FARC, Forças Armadas da Colômbia, contaminarem o país MUITO MAIS importante que é o Brasil, os EUA estão apressando a instalação da ALCA, Área de Livre Comércio das Américas (também como meio de enfrentar a Europa e a área de acordo e domínio da China-Japão), querendo adiantá-la de 2005 para 2003.

                            Esses dois, NAFTA e ALCA são o equivalente do Plano Marshall para a recuperação do Oriente depois de 1945, visando subtraí-lo da influência comunista Russa e Chinesa. A Coréia do Norte, muito sabiamente, está tentando negociar aproveitamentos com base numa ameaça real ou imaginária.

                            Para resumir, o México disparou socioeconomicamente. Nem de longe declinou como esperavam apenas seis anos antes, pelo contrário, empinou para cima e não vem parando nada mesmo. Já não se contam as zombarias americanas em filmes, como antes, até porque agora seria ferir um parceiro muito mais importante. A Nigéria, que não tem nenhuma guerrilha preocupante, ficou de fora, bem como toda a África.

                            Com relação aos, aceitemos, 1,6 bilhão de habitantes da África, lembremos que o continente é imenso, maior que a América do Sul (esta tem aproximadamente o dobro da área do Brasil, que é de 8,5 milhões de km2, então uns 17,5 a 18,5 milhões de km2, ao passo que a África chega a 30,3 milhões de km2. A densidade populacional da África é de 1/3 da Européia, grosso modo, de maneira que em 2025, a dar-se o que Kennedy está prevendo, estariam empatadas.

                            Quero dizer que o fato de a África ter possuído 1/3 da gente européia em 1950, de ter empatado com a Europa em 1985 e poder ter 40 anos depois, em 2025, segundo projeções contestáveis, o triplo daquela, portanto ter multiplicado a população por nove (9) em apenas 75 anos, não tem um significado tão grande.

                            A preocupante verdade não é o crescimento demográfico, que se deu no passado, que se dá no presente e se dará no futuro, para o qual tem havido soluções, de um modo ou de outro, que permitiram a continuidade da civilização, mercê das mensagens reparadoras dos iluminados, e sim o FATO IRRETORQUÍVEL de que não há confiança no ser humano. Infelizmente não há. Depois de tantos milênios de ensinamento ainda não há. Essa é a tristeza maior.

                            Falta confiança, que é via de mão dupla, que é acreditar realmente no próximo, como Jesus pediu.

                            Essa é que a verdade mais preocupante.
                            Vitória, terça-feira, 12 de novembro de 2002.

A Experiência dos Robôs

 

                            Os canais Discovery noticiaram uma experiência feita com pequenos robôs que circulavam numa bandeja redonda de bordas altas, dentro das qual estavam pequenos cilindros, que as maquininhas deveriam pegar e levar até outro cilindro igual, depositando-o ao pé do mesmo. Com o tempo, da desordem geral apareceu a ordem, o que provocou maravilhamento dos tecnocientistas.

                            É que, desde o princípio, houve uma petição de princípio, porquanto a colocação de um perto do outro, que era a ordem original, levaria a que, já dois juntos, um fosse considerado aquele perto do qual o terceiro cilindro que estava sendo transportado seria deixado. E assim sucessivamente, de três, até que todos formassem uma coisa bem próxima de um círculo, um aglomerado qualquer PORQUE, desde o início, o programa levava a isso.

                            Se, pelo contrário, o programa dissesse que os cilindros fossem deixados em qualquer lugar, e não perto de outro, e no fim se produzisse ordem, aí sim ficaríamos admiradíssimos, até mesmo apavorados. Não foi isso que aconteceu PORQUE, desde a saída, os autores do programa deram a ordem de COLOCAR JUNTO, o que levava à conclusão.

                            Isso nos diz como experiências mal-feitas em tecnociências podem conduzir a conclusões bem-feitas, que eram as desejadas desde logo, à partida. Aqui devemos pensar somente em como o cérebro trabalha para suprimir os laços intermediários, construindo o final a partir do início por supressão das seqüências que demonstrariam o erro da proposta. O que faz os seres humanos subtraírem de si mesmos a dignidade? Essa é a pergunta apavorante.
                            Vitória, terça-feira, 05 de novembro de 2002.

A Ilusão dos 100 %

 

                            Veja só a questão do absolutismo, o excesso de absoluto.

                            No modelo já vimos que várias coisas são absolutas: a pobreza, o desconhecimento, o não-poder, a forma. O absolutismo, sobre ser a superafirmação do absoluto, digamos das formas ou figuras ou superfícies, é absurdo, EXCETO PARA UM, Deus, que atinge mesmo o centro, e não é relativo, caminhando pelas verdades relativas até a única Verdade absoluta, que renasce como figuras gerais.

                            Agora, vejamos isso pelo lado dos 100 %.

                            Organizei a partir da margem estatística de erro de 5 % a superesquerda como 2,5 %, a esquerda como 47,5 %, a direita como 47,5 % e a superdireita como 2,5 %, perfazendo os 100 %. Se 97,5 % fossem suprimidos pela superdireita, como pretendem os ultradireitistas, os fascistas, imediatamente os 2,5 % se tornariam outra vez 100 %, de forma que poderíamos calcular em quanto tempo uma população de seis bilhões seria reduzida a perto de zero, ao par fundamental homulher.

                            Na fórmula y = xn os 6.109 bilhões de seres humanos deveriam ser hipoteticamente reduzidos a dois, homem e mulher, daí 2 = 6.109. (1/40) n, pois 2,5 % são 1/40, um quadragésimo de 100 %. O (1/40) n opera contra os 6.109 para reduzi-los a apenas dois. Teríamos n = 5,92, aproximadamente, ou seja, menos de seis períodos. Se o ano fosse escolhido como período, primeiro os fascistas matariam 39/40 de seis bilhões, restando 150 milhões, e assim iriam, até que no sexto ano ficaríamos só com duas criaturas, uma olhando a outra como antifascista.

                            Aquele absolutismo do fim da Idade Média, início da moderna, lá por 1700, dos reis da França e outros, não passava mesmo de patacoada, bazófia, tolice, disparate. NENHUM ser racional, e não apenas meramente humano, pode chegar sequer perto do que é o absoluto, de forma que toda afirmação é orgulho vão.

                            Então, os 100 % não passam de ilusão. A perfeição, como disse Gilberto Gil, é uma meta, é uma merda. Tentar chegar a ela é esgotar recursos. Daí que, seja na arquiengenharia, seja nas tecnartes em geral, para citar, a ourivesaria, produzir obras impecáveis, perfeitas, não passa de afirmação posta no vazio. O melhor é eleger um objetivo percentual, do tipo 95 %, ou o que for, e se contentar em chegar lá.

                            Vitória, terça-feira, 12 de novembro de 2002.