domingo, 1 de janeiro de 2017


Língua dos Golfinhos

 

                            O Houaiss eletrônico possui um recurso, “vozes dos animais”, que naturalmente é muito interessante. As baleias bufam, as ariranhas regougam, os bisões bramem ou mugem, os burros azurram ou relincham, os caburés piam ou silvam, os flamingos roncam, os pavões gritam ou pupilam, os sapos coaxam ou grasnam, e assim por diante. Entrementes, distintamente, não há a voz do golfinho.

                            Contudo, na Rede ou Língua dos Cognatos, percebi que todos os seres falam realmente a mesmíssima língua, seja na Terra seja a 200 milhões de anos-luz. Conseqüentemente golfinhos e seres humanos falamos a mesma Língua universal, com torções daqui e dali – como que dialetos da mesma língua pai-e-mãe.

                            Creio que abordaram erradamente a questão, tentando achar os vocábulos próprios e a sintaxe que constrói as frases do golfinhês, por assim dizer. Ou seja, formas e conceitos, imagens e estruturas, formestruturas. Palavras do dicionário e imagens da enciclopédia. As palavras do Dicionário têm de coincidir, é claro, são conceitos tirados do mesmo e único Universal. Contudo, cada um introduz o caos de imagens em sua forma particular de língua, seu dialeto animal. As baleias falam horas seguidas, nunca repetindo uma nota.

                            Como eu disse no texto número dois das posteridades, Unidade de Conceitos para a Utilização de Superondas em Toda a Largura do Espectro, e no três, Para Tocar o Sol (Um Pi/grama Musical), devem existir quatro notas musicais centrais, duas pseudonotas montadoras e um centro de onde tudo sai, ou seja, a chamada NOTA FUNDAMENTAL, que é centro do espalhamento das ondas, o zero de referência. Estou afirmando isso no vazio, não tenho como mostrar, o que é um teste terrível do modelo.

Para as baleias, devemos converter as notas em letras, através da Rede Cognata, e então ler as palavras, ligando-as às imagens que elas querem mostrar. Já os golfinhos guincham, ou seja, lá o que for, porisso sua língua é direta mesmo, vocálica; deveremos achar as quatro letras, comparando-as com as nossas, segundo as séries numéricas esperadas. Depois disso será fácil. E pensar que estivemos matando esses companheiros racionais!
                            Vitória, sexta-feira, 11 de outubro de 2002.

Josèphine

 

                            Marie-Josèphe Rose Tascher de La Pagerie, dita Josèphine (em português Josefina). Imperatriz francesa, esposa de Napoleão, nasceu em 1763 (tinha talvez apenas 26 anos em 1789, na Revolução Francesa) e morreu em 1814. Desposou em 1779 (no máximo 16 anos) o visconde de Beauharnais, morto no cadafalso em 1794, e o ainda general Bonaparte em 1796.

                            Ouvi numa entrevista de Isabela Rosselini (filha de Ingrid Bergman e Roberto Rosselini) que Josèphine possuía, ao morrer, SEIS MIL peças de roupas. Deviam ser vestidos, não existiam blusas naquele tempo, pelo menos para as elites (o povo veste o que está disponível e isso sempre se torna moda depois). Isabela vai representá-la em algum filme. Disse ela que a Josèphine dava grande valor à imagem, e isso servirá para comentarmos o par polar oposto/complementar formestrutural. Isto é, formas ou imagens de um lado e estruturas ou conceitos de outros.

                            Evidentemente há dois dicionários, o bom e o ruim, mas há realmente quatro dicionários, juntando-se àqueles dois outros dois, dos pares polares. Então há uma forma-boa, a beleza, e há uma forma-ruim a feiúra, e certamente a viscondessa, depois imperatriz, não iria optar por peças feias de roupas. Tinha o melhor que sua época poderia oferecer, sendo imperatriz, e ainda por cima na França, centro de moda europeu e, portanto, mundial, na época como agora.

                            Imelda Marcos tinha, ao sair junto com Ferdinand Marcos das Filipinas, TRÊS MIL pares de sapatos.

                            O que faz certas pessoas prezarem tanto a evidenciação da forma (enquanto do outro lado há alguns que extremizam para o conceito)? Quanto a forma participa do info-controle, como servem-se as pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações, mundos) dela para dominar as pessoambientes? Como essas formas foram selecionadas para seus efeitos presumidos sobres as almas ou psicologias através da geo-história ou espaçotempo humano? Como lutaram e sobreviveram a luta pela sobrevivência das formas mais aptas? Como é que tal ou qual vestido, posto nesta ou naquela ocasião, favorece esta ou aquela postura dos circunstantes e das próprias usuárias?

                            Josèphine, como Imelda e tantas outras e outros, como esses iuppies das décadas dos 1980 e 1990, sabiam instintivamente o que estavam fazendo, e como esses protestantes que vestem linho estavam explorando o belo, e o que ele permite obter como aceitação no meio, onde se dá a troca de IC, na rede de comensais. Trata-se, evidentemente, de um oportunismo formal, através de imagens. Como é que esse jogo serve à manutenção do poder, desviando as atenções das tomadas de decisões e seus (fatais) deletérios efeitos para (sempre) determinada porção da comunidade?

                            Está bem claro que o conjunto de manipulações formais é coadjuvante do poder e de tudo que ele tem a dar de bom e ruim para uns e outros. O que nós precisamos fazer é estudar melhor COMO ISSO SE DÁ, em cada ponto de troca, em cada pontinstante em que há transferência de IC. Naturalmente isso proporcionará a tecnocientifização das demandas e ofertas de transferência de IC, o que é ao mesmo bom e ruim para o Conhecimento geral dos governempresas frente aos objetos e às pessoambientes a que servem, ou deveriam servir.

                            Vitória, domingo, 13 de outubro de 2002.

Inteligibilidade do Universo

 

                            Einstein dizia que o maior mistério não era entendermos o universo, mas que ele fosse inteligível. Na realidade isso é um pseudo-dilema, um dilema falso, uma falsa encruzilhada, desde quando já ser é ser o que entende, mesmo no nível mais baixo do existir.

                            As pirâmides são o desenho de subsistência do pluriverso.

                            Micropirâmide (campartícula fundamental, subcampartículas, átomos, moléculas, replicadores, células, órgãos, corpomente); mesopirâmide (indivíduos, famílias, grupos, empresas, municípios/cidades, estados, nações, mundos), enquanto programáquina decifrador; macropirâmide (planetas, sistemas estelares, constelações, galáxias, aglomerados, superaglomerados, universos, pluriverso), enquanto extremo aonde ir. Em conjunto vão do mínimo ao máximo, necessariamente, pelo menos num dos pontos do infinito. Em algum dos infinitos universos, UM pelo menos monta a partir da Natureza ao acaso o necessário Deus, do par oposto/complementar natureza/Deus, Ela/Ele, ELI.

                            Ora, havendo uma natureza haverá dentro dela evolução, revolução, reevolução – avanço, salto, re-avanço. Pode ser que o racional dominante tenha esse desenho que temos, que pode estar na média, abaixo dela ou acima dela. Haverá acumulação. Talvez chegue o racional dominante a um beco sem saída, mas num caso qualquer nalgum universo, pelo menos em um, certamente em 2,5 %, a mensagem será construída e re-construída.

                            Criado o ambiente, a pessoa dentro dele o entenderá.

                            Pois o ser humano não é mais o cérebro único, longe disso, muito longe disso. Através das pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) nos ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo) uma FORMESTRUTURA COMPREENSIVA vai sendo montada. Ela mesma luta pela sobrevivência, selecionando o ambiente, sendo selecionada pelo ambiente, selecionando-se, a F/E-C vai se completando, agoraqui com esses seis bilhões de seres humanos, mais o apoio biológico/p.2, e todo gênero de memória.

                            Nós entendemos o universo. E ele é inteligível PORQUE somos um contramolde seu, em “total” paralelo com ele, em diálogo-de-mundo através dos sentidos externinternos. O universo também nos entende. Nós o mensuramos com o nosso fazer e ele nos mensura também, em correspondência biunívoca, “pau-a-pau”, como diz a gíria. Talvez seja uma dupla-linha que vai corretamente do começo ao fim, talvez ela se curve sobre si e nunca alcance a compreensão final. Talvez seja uma linha minimax, talvez até uma linha minimax total, o maior rendimento possível, indo do começo ao fim em tempo mínimo.

                            Independente de ser ou não, SEMPRE o universo vai ser entendido, mais ou menos. Porque estar vivo, SER, já é entender. Não entender é não-ser, e isso também existe, 2,5 % do tempespaço. Há possibilidades no Espaço de Configurações que nunca viram surgir universos. Toda vez que eles surgem, nos casos em que o SER emergir haverá fatalmente entendimento, porque entendimento é colado a SER. Os vombates não entendem o universo? Claro que sim, à maneira vombatiana. E os társios? E as équidnas? E os pica-alpinos? E os ocapis? E as zebras?

                            Portanto, entender o universo é o mesmo que SER. Entrementes, nem todos são suficientemente espertos para entender COMPLETAMENTE o universo. É aí que entram os maiores criadores, como Einstein e outros. A alegria vem tanto de existir uma base que trabalha para os que acima estão tenham tempo de compreender, quanto quando estes entendem que compreendem por aqueles também.

                            Vitória, domingo, 13 de outubro de 2002.

Infinito

 

                            Na Rede Cognata finito = INFINITO, o que é difícil de entender, mas não impossível, porque impossível = POSSÍVEL. Não são verdadeiros anticognatos. Veja que ilimitado = MUNDO = MORTO, ao passo que planeta = FINITO = INFINITO, que seria vivo.

                            Usaremos ainda a palavra infinito, porque ela está consagrada popularmente. Devemos entender seu conceito. A principal propriedade dele é que se pode atribuir ao infinito qualquer qualidade, qualquer realização, inclusive os contrários, até aquelas coisas que Cantor falou dos conjuntos transfinitos. Num espaçotempo infinito de configurações todos os mundos surgiram e desapareceram, bem como não existiram nem desapareceram, porque os opostos/complementares devem ambos existir, como numa esfera em que só o centro pode entender todas as oposições. Estando deslocados do centro não o conseguiremos. E SÓ UM pode efetivamente compreender tudo na Tela Final.

                            Na TF TUDO está compreendido, reunido numa só Equação de Mundo, numa Solução geral, completa mesmo, para todas as interações de todas as matrizes possíveis.

                            Assim sendo, os conceitos limites não têm nenhum significado para quem está dentro do programáquina de autoaprendizado e automontagem. São plenamente inúteis, exceto de um modo. As naturezas (de zero a cinco, são seis, N.0 a N.5) começam na Física/Química e vão até a Dialógica/p.6. Tudo isso é passível de ser cumprido e compreendido pelos seres inseridos. Da F/Q saltamos para a vida, desta para a racionalidade, daí para a hipermente e a seguir há o salto para o infinito. PARA O, porque ele, pela própria definição, já está lá, pronto e acabado, mas fazendo-se o tempo todo.        Todos os entes que fazem tal mergulho encontram um poço sem fundo, no qual cabe absolutamente todo tipo de coisa, por maior que seja. O infinito só faz sentido na medida em que o opusermos ao finito, como limite de uma verdadeira (e sempre falha, pois a verdade é relativa, enquanto a mentira é absoluta, por ser falta, como a pobreza, o desconhecimento, a igualdade) compreensão. Daí que baste tratar do finito. Entrementes a palavra, só por existir, já é prova suficiente de Deus.

                            Vitória, quarta-feira, 16 de outubro de 2002.

Herança de Fita

 

                            Graças a Watson e Crick sabemos desde 1953 que o ADRN é a fita biológica/p.2 de herança, ou seja, ela transfere a herança genética. Na realidade é apenas um dos replicadores necessários à montagem e continuidade. Agora, a micropirâmide (campartícula fundamental, subcampartículas, átomos, moléculas, replicadores, células, órgãos, corpomentes), a mesopirâmide (indivíduos, famílias, grupos, empresas, municípios/cidades, estados, nações, mundos) montadora e a macropirâmide (planetas, sistemas estelares, constelações, galáxias, aglomerados, superaglomerados, universos, pluriverso) de expansão constituem vários patamares com hólons (holo, todo, e on, parte, como Koestler os chamou; partodo ou todoparte, como digo no modelo) do tipo indivíduos-família, no qual os indivíduos são as partes e a família é o todo, e assim por diante, para cima e para baixo.

                            Como eu disse, existem as válvulas K (em homenagem a Koestler), que impedem o retorno ao nível indiferenciado anterior. Preocupa-me não sabermos mais sobre as fitas de herança, as FT gerais que são as colas, além de serem as produtoras daquela ordem superior ao nível imediatamente inferior. Por exemplo, o ADRN é a FT biológica/p.2, na pontescada tecnocientífica (Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica /p.6), por conseguinte nos hólons replicadores/células, células/órgãos, órgãos/compormentes. É a cola que mantém as moléculas reunidas segundo a disposição do desenho.

                            Entrementes, não sabemos exatamente que psicologias “colam” indivíduos/famílias, famílias/grupos, grupos/empresas, empresas/municípios, e assim por diante. Simplesmente não os estudamos com essa preocupação. Que palavras e gestos, como já perguntei, mantêm os hólons reunidos? Que facas os separariam?

                            E, já que no Capitalismo geral a pergunta é sempre sobre o lucro, como herdamos as fitas? Como elas passam para nós? Como essa dominância interna no todo superior é passada e quem preferencialmente a recebe? Por exemplo, numa família, com a morte do pai, pode ser a mãe, o irmão mais velho, um tio, o quê? E numa firma, numa prefeitura? Enfim, os conjuntos foram mal estudados.
                            Vitória, segunda-feira, 21 de outubro de 2002.

Gravidade Artificial

 

                            Já vimos que há a gravinércia, composição de gravidade e inércia, existindo como par indissolúvel. A gravidade concentra no centro da esfera ou no centro do círculo, enquanto a inércia é linear ou pontual. Em conjunto fazem soma zero. Para haver “gravidade artificial”, GA, devemos ver o que estamos desejando.

                            Se é nave espacial, como na Terra deve haver gravidade em cada ponto, e gravidade tão grande quanto a do nosso planeta, isto é, devida a massa equivalente, daí pseudo-massa de mesma dimensão, a devida a massa de cerca de 5,98. 1024 kg. Ora, se isso for feito é como se a nave tivesse, EM CADA PONTO um vetor puxando para baixo. Se tem em cada ponto tem nas extremidades. Agora, pense que um desenho igual, posto na Terra, teria nas extremidades algo contendo-o, para impedir o colapso dessas partes extremas, ou seja, embaixo outras porções que estão em estabilidade relativa. Vejamos assim: a nave virtual, na superfície da Terra, teria nos extremos outras massas que impediriam seu colapso, ao passo que na nave virtual não, as pontas entortariam imediatamente, com uma violência indizível. Portanto, as extremidades de seu desenho de base entortariam. Na Terra real há reação de baixo para cima (resistência) à ação de cima para baixo (puxão gravitacional). No espaço, não.

                            Mesmo que fosse simples criar (o que está longe de ser) “n” vetores, em todos e em cada ponto, dirigindo-os ao centro da pseudo-esfera, seria preciso encontrar a solução oposta, de evitar o colapso. Acresce que criar o pseudocampo gravitacional é EM TUDO criar seus efeitos reais, porque uma nave com 1,0 G superficial teria, PARA TODOS OS EFEITOS, a pseudomassa equivalente à da Terra, tocando com suas ondas gravitacionais as redondezas, com efeitos verdadeiramente devastadores. DE fato, seria uma arma. Arma perigosíssima, por sinal, porque quem pode assim manipular a gravidade pode focá-la sobre determinado ponto – o resto você pode imaginar. Enfim, está longe de ser aquela solução tranqüila da FC.

                            Vitória, domingo, 13 de outubro de 2002.

Futebol de SP v. Futebol do RJ

 

                            Nos últimos 10 anos o futebol de São Paulo tem ganhado mais, em média, que o futebol do Rio de Janeiro. Embora eu não acompanhe futebol, muito menos minuciosamente, sei disso pelas notícias que aparecem na imprensa e constituem um fundo de memória. Seria preciso fazer um levantamento apurado, detido.

                            A que se deve isso nós sabemos: à cartolagem, que é como o povo chama a atividade de bastidores dos cartolas, os dirigentes dos times, os burocratas que roubam o patrimônio dos clubes. Obviamente algo está acontecendo de grave. Quando as coisas declinam a gente sempre sabe que os corruptos estão envolvidos. Em vez de investirem na coletividade, na comunidade esportiva, eles investem em si mesmos, em suas contas em paraísos fiscais e em propriedades várias espalhadas pelo país. É como acontece nos municípios/cidades, estados, nações e mundo, ou em empresas, grupos e famílias. Um só, ou seu grupo enriquece em detrimento de todos os outros, que só pagam o preço do declínio.

                            Mas há, além disso, a falta de visão e de energia ou ímpeto dos cariocas, frente aos paulistas e os povos dos outros estados. Tendo sido durante tanto tempo capital brasileira, até 1960, o Rio de Janeiro vivia basicamente do que era extraído dos outros estados. Os fluminenses e em especial os cariocas se acostumaram às mordomias, a serem servidos sem servir, à cultura de fundo português, que era sempre extrativa.

                            Há, no entanto, algo mais: é que São Paulo tem operosos imigrantes italianos, alemães, japoneses e outros, que trabalham duro, e essa filosofia do trabalho penetrou naturalmente em tudo, com a seriedade que é exigida por quem trabalha duro e quer respostas. Ou seja, a distância e a diferença entre TRABALHO e não-trabalho. Como se diz, o trabalho tudo vence. O que se viu foi um declínio geral do futebol do RJ, agora cada vez mais acentuado.

                            Acontece que, de ser o RJ capital pessoas do país inteiro adotaram suas cores e as dos seus times, os principais sendo Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo. Por exemplo, 15 % dos brasileiros (de 170 milhões isso dá cerca de 26 milhões, que é mais que a população toda do estado do RJ) torcem pelo Flamengo, de forma que o time tem responsabilidades com todos os brasileiros. Onde quer que vá o time não precisa levar torcida, há sempre um contingente local que o ama e defende.

                            Fica a lição: os que não trabalham estão vivendo do capital do passado, e este eventualmente acaba.
                            Vitória, quarta-feira, 09 de outubro de 2002.