domingo, 1 de janeiro de 2017


Escola de Defesa

 

                            Quando há um paradigma dominante, por exemplo, o do grande ou o do novo, ou ambos, todos seguem naquela direção e sentido, como lemingues em busca do prazer da Festa do Suicídio nas Brenhas do Precipício. Digamos, vão fazendo submarinos nucleares cada vez maiores e mais caros, mais sofisticados e de maior poder de fogo, com mais gente, quando a miniaturização, a cibernética/robótica/mecatrônica está às nossas portas, com GPS’s, com telemática, com tudo que nos permitiria enviar virtualmente o poder destrutivo (não queira Deus). Que cérebros!

                            Pensemos que as coisas podem ser muito pequenas, pequenas, médias, grandes e muito grandes, supergrandes (são cinco os modos), quando ao tamanho (comprimento, largura, profundidade); podem ser de tempo curtíssimo, curto, médio, largo e larguíssimo (outros cinco modos), na relação x/t de (5 x 5 = 25 modos de) velocidade maior ou menor. E CONFORME A UTILIDADE. O QUE SE DESEJA? Como eu disse noutros textos, podemos fazer navios teleguiados, aviões teleguiados, trens teleguiados.

                            Além de tudo, veja: o Japão, impedido de se militarizar, usou o dinheiro para desenvolver largamente sua economia e sociologia, educando profundamente seu povo, tirando-o da quase barbárie até ser um dos mais avançados do mundo. Isso é ou não é defesa? E defesa, claro, é desmonte preventivo do ataque. Quem iria atacar o Japão, fazendo soçobrar a sua socioeconomia?

                           Além do que a Defesa geral é, necessariamente, Conhecimento: defesa mágica/artística, defesa teológica/religiosa, defesa filosófica/ideológica, defesa científica/técnica e defesa matemática. Agora mesmo os EUA estão atacando o Brasil via missionários das secções cristãs. Já faz muitas décadas, bem debaixo de nossas barbas.

                            Enfim, a Escola de Defesa não é, no Brasil, escola, por não existe uma Pedagogia da Defesa, nem é defesa, porquanto não há raciocínio sobre o par polar oposto/complementar defesataque. É totalmente risível, de meter medo na gente, a incapacidade dessa gente de pensar as CONDIÇÕES DE DEFESA. Fico tão irritado que nem quero continuar.

                            Vitória, sexta-feira, 11 de outubro de 2002.

Escola da Escola

 

                            É claro que já existe uma escola que ensina às escolas, professores de professores, formação superior dos professores de segundo grau, mestrado para o ensino de terceiro grau, e assim por diante. Há a pedagogia, tudo isso é sabido.

                            Contudo, como o modelo mostrou, há dois dicionários e duas enciclopédias. No que tange aos dois dicionários, há o lado bom e o lado ruim. E há também as várias coisas do modelo, que não foram incorporadas aos métodos de ensinar e aprender. Como a escola tradicional é a Vida da Escola, teórica, por oposição e negação da Escola da Vida, prática, há abordagem apenas de um lado na pedagogia, aquele que interessa às elites e à classe dominante, a burguesia. Não há como a burguesia ceder espontaneamente seu poder, nem como a convencermos disso.

                            Porém, se ela melhorar um pouco, pode ser que isso signifique avanços socialistas. Aqui, portanto, podemos propor à chinesa uma ESCOLA DE DUAS VIAS, tanto ordenada, o que agrada à burguesia, quando desordenada, deixando entrar novos modos de ser e estar, que permitirão a penetração lenta e progressiva do povo. O desânimo cotidiano da Vida na Escola junto com o ânimo da Escola da Vida.

                            Fazer novas perguntas: como a Escola geral pode reoxigenar permanentemente os negócios, os governos, as empresas, as economias ou produções (agropecuárias/extrativistas, industriais, comerciais, de serviços e bancárias) e as sociologias ou organizações? Como as duas escolas podem ser fundidas em prateoria interativa, como Vida da Escola da Vida? Como as duas culturas/nações podem se encontrar também nisso?

                            Ora, em primeiríssimo lugar seria preciso realizar um CONGRESSO UNIVERSAL DA ESCOLA, correspondendo à globalização da Escola, com seções de Jardim, Primeiro Grau, Segundo Grau, Universitário, Mestrado, Doutorado, Pós-Doutorado e Pesquisa & Desenvolvimento. Mandar delegados, criar mídia associada (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet). Depois incorporar as Duas Pedagogias. Formar os novos professores da Dupla-Via. E assim por diante.

                            Vitória, sexta-feira, 11 de outubro de 2002.

El Niño

 

                            Primeiro eu tinha ouvido falar que os cientistas anunciaram que o fenômeno meteorológico do El Niño era conseqüência dos destemperos humanos, quer dizer, tinha aparecido em virtude do efeito estufa, supostamente provocado pelo aumento do dióxido de carbono resultante das emissões de gases por automóveis e fábricas.

                            Depois descobriram que ele possivelmente tinha quinhentos anos ou mais, havendo relatos da época dos incas sobre as chuvas torrenciais provocadas por ele.

                            Agora descobriram em lagos peruanos, retirando amostras do fundo deles, que na realidade ele têm QUINZE MIL anos ou mais. Nada tem realmente a ver não só com a poluição atmosférica provocada pela civilização industrial como é mais antigo que qualquer índice civilizatório humano, por mais remoto que seja.

                            Em resumo, os cientistas jogaram a culpa sobre nós. Claro que a poluição é terrível, é desprezível, e seus responsáveis, que são em primeiro lugar a economia capitalista e em segundo lugar os desejos de produtos de todos e cada um, são culpados mesmo. Porém a coisa é incomparavelmente mais antiga, remonta a eras quando a humanidade sequer era uma força minimamente significativa em termos planetários.

                            Isso nos alerta sobre quão perigoso é levantarmos hipóteses favoráveis ou desfavoráveis, e quão daninha pode ser a Ciência geral quando a serviço do voluntarismo humano acobertado por tais ou quais desejos de classe e outros. As forças universais e terrestres são extraordinárias, são gigantescas mesmo. Para se ter uma idéia a Grande Mancha Vermelha em Júpiter é um redemoinho que SÓ DO TEMPO QUE A HUMANIDADE OBSERVA já tem trezentos anos ou mais. Não que não estejamos afetando a Terra, mas precisamos ter mais cuidado com nossas afirmativas.

                            Vitória, segunda-feira, 21 de outubro de 2002.

Ecoeficiência

 

                            Não sei se na Conferência Rio + 10 (o dez significando 10 anos depois da Rio 92, reunião ecológica realizada no Rio de Janeiro em 1992) que surgiu esse conceito de ecoeficiência. Quero expandi-lo.

                            Pensemos no eixo no qual Deus/Natureza, Ele/Ela, ELI, vendo da Tela Final, em máxima compreensão, pudesse conduzir o universo em minimax, fazendo o máximo com o mínimo. Por contraposição as decisões humanas são sempre falhas, mais ou menos. Serão de maior rendimento quando comportarem menos falhas, e vice-versa. De maior rendimento serão aquelas que, agindo no presente, causarem menos danos ao futuro. Por exemplo, se uma empresa joga efluentes no leito de um rio, poluindo-o, sua eficiência atual é conseguida à custa de ineficiência futura, até maior esta que aquela, em custo coletivo de correção do rio, em desaparecimento de espécimes e de espécies, em doenças humanas tratadas ou não em hospitais – a chamada “distribuição social do prejuízo”, com aproveitamento pessoal do lucro.

                            Então, para cada grupo de empresas, deve ser estimado o CUSTO FUTURO, a par do LUCRO PRESENTE. Tal custo futuro pode ser tão imenso que não valha a pena manter aquela atividade no presente. É nesse sentido que a ecoeficiência deve ser medida. E eco-efi/ciência, ciência da eficácia ecológica. Quanto ESTAS contas forem feitas veremos que na realidade certas empresas não dão lucro, dão prejuízo. E aí iremos fechá-las, porque quem deseja o lucro privado contra custo público muito maior? O público não se sobrepõe ao particular?

                            Vitória, quarta-feira, 09 de outubro de 2002.

Decifração de π

 

                            Contando desde 1994, quando deparei com a Rede Cognata, passaram-se oito anos, durante os quais pensei em todo tipo de possibilidade, sem atinar realmente com a conclusão. Oito anos de meditação para mim é muito, enquanto agonia, de forma que foi trabalhoso.

                            A solução é ao mesmo tempo simples e complexa.

                            1) um modelo deve indicar os grupos-de-quatro, de forma que a base não seja qualquer outra senão a quatro, em qualquer lugar;

                            2) pode-se ou não deparar, a partir das palavras, com as séries matemáticas colocadas em qualquer alfabeto, o que permitirá saltar etapas, indo diretamente até a Rede Cognata, como fiz. Em caso diverso as análises estatísticas de significância devem apontar o caminho;

                            3) pensemos que Pi = UNIVERSAL deve ser o eixo, de onde emergem todas as coisas, inclusive o ADRN terrestre como um dos produtos possíveis. O ADRN, por sua vez, monta todas as línguas por seus alfabetos, que constroem as palavras que, decifradas, vão nos permitir a leitura;

                            4) lá atrás a mente racional dominante recompõe, a partir de qualquer linha-língua que esteja em volta do eixo = PI, uma parte desse eixo. Serão tripletos, como no ADR, quadripletos, o quê? Basta que identifiquemos nas letras-números uma palavra significante. Suponhamos PODER = PD, uma dupla, que nós iremos identificar na seqüência de π = 3,141592... como convertido em base quaternária, ou seja, que tenha apenas os números 1, 2 e 3, e o zero, 0. Pi ficaria escrito como 3,1/10/1/11/... Escolhendo qualquer dupleto ou tripleto ou quadripleto, converteremos até achar um significante.

                            5) como, na Rede Cognata, já temos um caminho andado, pegamos o Dicionário comum em português, convertemos as palavras através da Rede, obtendo um conjunto muito menor. Pegamos uma dupla, uma tripla, uma quádrupla, o que for, e convertemos. Quando tivermos composto uma frase inteira, estaremos no caminho certo. Através dos computadores, de sua extrema velocidade, daqui para frente deve ser muito mais rápido.

                            Então, depois de oito anos, deparei com essa coisa.

                            Agora deve ser relativamente simples:

                            1º) fazer o programinha que converte de decimal para binário:

                            2º) criar o segundo programa que transforma as palavras do dicionário umas nas outras, formando grandes aglomerados;

                            3º) confeccionar o terceiro programa, que compara os números de Pi, pela Grade Signalítica, com as letras associadas aos números, formando palavras, digamos, 0 = B, 1 = C, de acordo com a Grade, obtendo uma seqüência de letras e não de números;

                            4º) pegando duas ou três ou quatro letras e comparando com os padrões do novo dicionário;

                            5º) obter as primeiras frases;

                            6º) essas frases devem construir máquinas em número ilimitado, dando instruções precisas de montagem;

                            7º) se obtivermos a primeira máquina saberemos que estamos no caminho certo e daí para frente será fácil.

                            Vitória, segunda-feira, 21 de outubro de 2002.

Contaminação Biológica

 

                            No seu livro A Força do Conhecimento, São Paulo, EDUSP, 1981, p. 279, John Zimann diz: Eis a razão fundamental pela qual a pesquisa é financiada principalmente por grandes corporações ou pelo Governo, pois são essas as entidades que dispõe dos meios capazes de superar os limiares de um desenvolvimento tendente ao sucesso, por meio de suas grandes equipes de cientistas e engenheiros. As idéias básicas podem provir de indivíduos, e isso as torna baratas; mas a tecnologia em larga escala exige somas bastante vultuosas de capital de risco”.

                            O que isso tem a ver com a biologia?

                            Já explicarei.

                            No livro, na página anterior, ele mostra a “difusão do milho híbrido: áreas onde se semearam 10 % ou mais de seus milharais com as sementes híbridas, em determinados anos”, e mostra quadros com mapas dos EUA nos anos de 1936, 1938, 1940, 1944, 1946 e 1948, mostrando o rápido (pelos padrões geológicos, rapidíssimo) espalhamento humano das novas sementes. Tal espalhamento não é mais biológico/p.2, é psicológico/p.3, é racional, é artificial, não mais natural. É uma luta psicológica/p.3 pela sobrevivência do milho mais apto, com seleção pela inteligência e pela emoção humanas. Um novo ritmo, ampliado em várias ordens de grandeza, de espalhamento genético.

                            A Natureza usa tudo que é possível, ela não se prende a este ou àquele gosto ou preferência, vai com tudo mesmo. Assim sendo, na biologia/p.2 o espalhamento é tanto vertical, dentro da mesma espécie, quanto horizontal, dentro de espécies diferentes. Na vertical há a norma lenta do ADRN repetitivo, com mecanismo de correção, enquanto na horizontal os vetores viróticos e bacterianos transferem ADRN de espécie a espécie.

                            Como é que se dá esse espalhamento horizontal? Os pesquisadores estão começando a falar disso. Penso até que há certos estocadores preferenciais, algumas espécies que se dedicaram a acomodar o ADRN de todos e cada um, viesse de onde viesse, e que um desses pode ser o lírio do campo, que tem 30 bilhões de pares de nucleotídeos, com comparação com o ser humano, que tem um décimo, três bilhões de pares (lembre-se do que Jesus disse: “olhai os lírios do campo, eles não fiam nem tecem e, no entanto, nem Salomão, no alto de sua glória, se vestiu como um deles”).

                            Do mesmo modo no nível psicológico/p.3; a Natureza, também aqui, usa tudo que pode. As pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas) transferem verticalmente, de pessoa a pessoa, as heranças psicológicas/p.3, no tempo, ao passo que os ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo) transferem horizontalmente, no espaço. Ou seja, empresas injetam do passado para o futuro, governos o fazem no presente.

                            Essa é a razão verdadeira, mais de fundo – o projeto é tremendamente rápido, agora que engatou a marcha da racionalidade.

                            Vitória, sexta-feira, 11 de outubro de 2002.

Conhecimento Máscara

 

                            No livro História da Filosofia, vol. I, São Paulo, Paulinas, 1990, os autores, Giovanni Reale e Daria Antiseri dizem, à p. 366: “Todas as coisas derivam das quatro qualidades que interagem entre si, como dissemos, mediante as suas faculdades originárias específicas (faculdades produtoras de calor, frio, seco e úmido). Mas cada organismo gera-se, desenvolve-se e vive por causa de uma série de atividades específicas. Essas atividades se desenvolvem segundo uma precisa regra da natureza que Galeno chama ‘Faculdade’. Essas faculdades são muitíssimas: por exemplo, a faculdade digestiva do estômago, a faculdade pulsante do coração e assim por diante”.

                            Se você pensa que é atraso medieval de Galeno (na realidade ele é de antes de 476, é médico grego, 131 a 201, 70 anos entre datas), lembre-se que as pessoas de hoje, século XXI, dizem ainda “propriedade ativa” de tal ou qual composto químico. E não são apenas leigos que falam em mais de quatro tipos de energia, está nos dicionários, sendo citados inúmeros tipos delas.

                            De verdade mesmo ninguém sabe o que é a energia, nem a matéria, só conhece suas propriedades e operações. Para saber o que é QUALQUER COISA, definitivamente, seria preciso estar na Tela Final, onde ELI, Natureza/Deus, Ela/Ele, pode ver como uma coisa, a mais simples que há, liga-se a todo o universo. Uma caneta esferográfica, que é suposta simples, tem só na Terra 4,6 bilhões de anos.         

                            Todo Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) é máscara. É modelo, é estátua, é uma capa que rodeia a explicação final, o universal característico. Não sabemos o que é realmente o livro, pois a idéia de livro é progressiva. O desconhecimento, como a pobreza, a dependência e a igualdade, é que é absoluto, pois podemos TER FALTA de conhecimento, que é o des-conhecimento. Só de não ter já é absoluta falta daquilo. Se não conheço a teoria atômica da matéria, sou carente dela, estou em falta, aquela coisa é-me absolutamente desconhecida. Já o conhecimento nunca é completo; conhecer sobre os livros não é nem nunca será conhecer TUDO sobre os livros. Sendo o desconhecimento a absoluta falta de conhecimento, a pobreza a absoluta falta de riqueza, a dependência a absoluta falta de independência e a igualdade a absoluta falta de liberdade, devemos ver o conhecimento como relativo, como uma riqueza que não se completa nunca, como uma independência que nunca é total, como uma liberdade sempre imperfeita, exceto para ELI, na Tela Final.

                            Então, todo conhecimento é máscara, é hipótese de trabalho, mesmo aquilo que é chamado de “lei”. Só seria Lei mesmo se fosse proclamado como tal por ELI. O modelo que escrevi é uma máscara, a Ciência é máscara, tudo é máscara. Só os orgulhosos não sabem disso.

                            Vitória, quarta-feira, 09 de outubro de 2002.