domingo, 1 de janeiro de 2017


Assintotização do Progresso

 

                            O país mais progressista (e não apenas o de maior progresso atual), o de maior ímpeto diminuirá sua marcha, estancará e regredirá; é fatal, é dialético, é ciclo inevitável. Podemos ver isso em todas as linhas geo-históricas: primeiro há um crescimento lento, verdadeiro arrastamento, a que se segue em algum ponto uma explosão de atividade, a exponencialização, um ponto de curva em cima, depois certo platô, uma pausa, mais ou menos longa, um leve declínio inicial, depois acentuado, até um ponto de assíntota.

                            SE isso vai acontecer com todos, é apropriado preparar em vários lugares soluções alternativas, financiar mesmo as revoluções, a heterodoxia que um dia substituirá a ortodoxia como dominância, tornando-se depois a ortodoxia seguinte, a aposta dos aproveitadores que antes contestavam.

                            Se segue que todo conjunto sábio não matará suas fontes de progresso, suas vozes dissonantes. Pelo contrário; as manterá sob observação tutelada, porque elas não provaram ainda sua utilidade geral. Em algum momento as pessoas e os ambientes começarão a aderir firmemente. Os chineses não liquidam imediatamente os oponentes, porque é bom ter algum argumento para o caso de os ventos mudarem de direção e sentido.

                            É conveniente plantar muitas árvores, verdadeira floresta, porque não se podem colocar os ovos todos no mesmo cesto. Fazer isso seria suicídio socioeconômico. Certo grau de liberdade para a discussão do diverso não deve ser apenas tolerado, deve ser estimulado, mesmo que em segredo, pois não queremos apenas que esta ou aquela cidade progrida, queremos o progresso contínuo da espécie humana. Qualquer governo verdadeiramente sábio espalhará parte de sua gente nos países estrangeiros, à qual poderá recorrer eventualmente, em caso de emperramento ou de chegada a um beco sem saída geo-histórico.

                            Vitória, quarta-feira, 09 de outubro de 2002.

Árvore Genealógica do ADRN

 

                            No livro Visões do Futuro (como a ciência revolucionará o século XXI), Rio de Janeiro, Rocco, 2001, p. 218 o autor, Michio Kaku, diz: “Em 2020, de posse de uma vasta enciclopédia contendo os genomas de DNA e RNA de centenas de vírus animais e humanos, os cientistas conseguirão reconstruir a ampla história evolutiva desses vírus e suas árvores genealógicas de maneira relativamente rápida”.

                            Essa é a notícia importante, muito mais que a abertura e o fechamento exitoso do Projeto Genoma Humano e de qualquer outro, e todos juntos, até porque é realmente necessário fazer de todos, inclusive das redundâncias, de forma que acredito que não será propriamente em 2020, mas mais à frente, independente de qual seja o ritmo, PORQUE centenas de milhares de espécies sequer foram identificadas e catalogadas nas selvas tropicais.

                            Agora, veja quão importante é essa ÁRVORE GENEALÓGICA GERAL, pois através dela descobriremos o que é realmente o patamar biológico/p.2 na Terra, isto é, como o planeta tornou-se vivo, variado, estável, uma homeostase total, sustentando a Vida geral por 3,8 bilhões de anos, sobrevivendo à carga inicial de meteoritos, aos vários congelamentos desenfreados totais (e às glaciações, que são parciais), à tectônica de placas, a todo tipo de abalo que uma vida tão longa comporta – toda espécie de crises, inclusive as nossas. Não se trata apenas de ver os parentescos (e quantas surpresas isso trará!), mas, principalmente, porque veremos que, como a imagem de árvore sugere, todo o vastíssimo geo-organismo trabalha em uníssono para o mesmo propósito, que é subir os degraus das pirâmides até ELI, Natureza/Deus, Ela/Ele. E não só a árvore de que o ADRN, ADN/ARN, é um dos replicadores, mas de todo o projeto de replicação. Só isso já fará a humanidade dar saltos formidáveis.

                            Vitória, quarta-feira, 09 de outubro de 2002.

A Doçura das Pessoas

 

                            Quando a gente pensa na doçura e no seu oposto/complementar, ambos são palavras do dicionário, então ambos existem, e numa forma bem definida: 2,5 % na extrema esquerda, 47,5 % influenciados por ela, 47,5 % influenciados pela direita e 2,5 % na extrema direita.

                            Em qualquer tempo 2,5 % vão ser doces, 1/40, 25 em cada mil.

                            Mas esses 2,5 % têm as características de seu modo políticadministrativo, em evolução Escravismo, Feudalismo, Capitalismo, Socialismo, Comunismo e Anarquismo; agoraqui capitalismo de terceira onda.

                            De fato, todo o lado bom do dicionário vem sendo selecionado e solucionado, porque as soluções empurram para a sobrevivência, somando entre os que se respeitam e aos demais um infinitésimo em cada faixa geo-histórica. Agora, é certo que a Doçura geral vai aprendendo. Esse aprendizado é a luta e seleção do mais apto por sobrevivência. A Doçura está sendo aprimorada.

                            Quem é que aprimora a Doçura?

                           São sete os modos de perceber o mundo: povo, lideranças, professores, pesquisadores, estadistas, santos/sábios e iluminados. Três desconstroem e três constroem. A grande massa dos destrutores é compensada e até ultrapassada pela extrema perspicácia dos construtores.

                            Assim, até os 50 % que não são doces, que são amargos, estão crescentemente mais depurados, e isso principalmente graças aos iluminados. Então, para resumir, quando a gente vê a doçura daqueles 97,5% temos certeza de que foi a sala de aula dos iluminados que nos proporcionou certa tranqüilidade sobre o mar de iniqüidades.

                            O que nos faz ver a verdadeira significância deles.

                            Vitória, quarta-feira, 16 de outubro de 2002.

Reconstruindo a Nota Fiscal

 

                            Desde quando entrei no Fisco estadual, a 02 de julho de 1984, mais de 18 anos atrás, deparei com a nota fiscal e todas as possibilidades de sonegação de informações, que é um fenômeno mais geral, da própria base corroída deste modelo burguês e português de civilização, o Brasil.

                            Então, fiquei pesando e pesando longamente uma solução. Que eu tenha o nome é já de mais de uma década, desde bem lá para trás, mas a configuração final apareceu recentemente.

                            Em primeiro lugar, há todo tipo de falsificação: 1) a clonagem, que é os bandidos copiarem uma nota fiscal verdadeira e autorizada (até os próprios donos podem fazer isso); 2) a NF fria, que é a fabricação total dela; 3) o calçamento, colocando-se uns valores nas vias que vão passar no posto fiscal e outros bem menores nas vias que vão ficar no bloco para apresentação posterior à fiscalização dos livros contáveis; 4) simplesmente jogar a NF fora; 5) combinar com fiscais e conferentes de carga para os caminhões passarem direto, sem NF, nos postos, e outras.

                            Os nordestinos adotaram o Selo Fiscal, que é realmente um selo timbrado, cheio de detalhes, que é colocado nela ao passar no PF. Os cearenses, em especial, vasculham tudo, cada motorista ficando dois ou três dias, formando-se filas de duas centenas de caminhões, para um estado de movimento relativamente pequeno. São Paulo, no extremo oposto, não fiscaliza quase nada em postos. Rio de Janeiro é descuidado, e o Espírito Santo fica no meio termo entre um extremo e outro. Há notas timbradas em papel da Casa da Moeda, o que é adotado pelas grandes empresas, visando impedir a falsificação interna de resultados pelos empregados e desvio de produtos e dinheiro.

                            Os mineiros adotaram a Data de Validade, que obriga as empresas a voltarem às repartições (em geral de dois em dois anos), desde lá por 1992, o que o ES copiou depois, seguindo-se outros estados. Entrementes, empresas pequenas “laranjas” (em nome de terceiros, não-empresários, que usam empregados e até desconhecidos para colocá-las – o objetivo é dar crédito às grandes -, fechando-as logo em seguida e abrindo outras, e assim sucessivamente). São Paulo e os estados do sul não adotam a Data Limite para Emissão, mas todos têm a AIDF (Autorização de Emissão de Documentos Fiscais). Em Minas Gerais afrouxaram para as pequenas empresas e em toda parte passaram a dar um prazo mais longo, certamente por pressão das federações empresariais, que são poderosas e influentes, mormente nos estados menores, onde as forças vivas são menos “vivas”, menos espertas e interferentes, até indiferentes, por não entenderem a questão.

                            Como a fiscalização se dá até cinco anos (prazo prescricional das informações tributárias) para trás e há pouco fiscais para uma administração fazendária sempre relaxada e porisso favorável aos empresários, há muita margem de manobra para a sonegação. A Máfia da Sonegação é de longe MUITO MAIS poderosa que as outras todas juntas.

                            Por outro lado, a NF é ineficiente, pois não ocupa o lado de trás, e quando o faz é para colocar códigos, que podem ficar mais apagados ou em marca d’água ou equivalente.

                            Ademais, é difícil ler as informações das notas nos postos PORQUE não há padronização, a gente não sabe efetivamente onde elas estão, ou deveriam estar SEMPRE, independentemente do estado, o que vem de decisão do CONFAZ, Conselho Fazendário (a nível nacional reunindo os secretários de estado da Fazenda de todo o país pelo menos uma vez por mês). Em todo caso, HÁ LEGISLAÇÃO DEMAIS, pois cada secretário que entra edita decretos e seus auxiliares portarias e ordens de serviços aos borbotões, cada um querendo fazer e cercar mais, com o quê, dialeticamente, fazem e cercam menos. Então, vai se criando um emaranhado indecifrável, que nem os exegetas podem entender ou abarcar. Os legisladores nas Assembléias e no Congresso vão criando leis ordinárias e leis complementares aos montes.

                            Então, a NF é a interface de toda a ineficiência e complacência de um lado com a vontade inexaurível de sonegar do outro, virando essa barafunda até agora encontrada, que sangra o povo e as obras que se poderiam fazer (sem falar no Caixa Dois governamental e político em geral). É uma bandalheira fantástica, que renderá muitas teses de mestrado e doutorado, pois o tributo é um dos fenômenos mais incompreensíveis e menos estudados da geo-história humana, base de quase todas as outras transgressões.

                            Daí eu ter pensado numa série de soluções, que explicito no Anexo. Ali está uma mera lista, que demanda progressos e continuidade de pensamento. Não estão expandidos os itens, merecendo muito mais considerações e estudos.

                            Mas é um adianto, como diz o povo.

                            O caminho está em pensar continuamente a NF, como se fora um objeto tecnocientífico de pesquisa & desenvolvimento teórico & prático. Começando agoraqui, em quatro anos poderemos ter resultados palpáveis.

                            Para começar, devemos ver a NF como uma operação bancária, o que ela é mesmo, pois a SEFA, Secretaria da Fazenda, dá autorização às empresas para recolher o tributo em seu nome, o que não é depois repassado. Sendo banco central, a SEFA deve vigiar bem de perto as agências-empresas (de recolhimento), não só nos postos fiscais, no trânsito de mercadorias, na fiscalização dos livros, como também dentro dos bancos de dinheiro.

                            E deve conscientizar o povo e as elites, o povelite/nação. Fiz o anteprojeto do Tributo nas Escolas (que é originalmente idéia de Joemar Dessaune), passado como lei por José Carlos Gratz na AL/ES e que virou depois a Consciência Tributária, mais alguns projetos que não foram levados adiante, por exemplo, o Jeca Tutu, uma Cartilha Pedagógico-Tributária.

                            De um lado educação e, do outro, punição, cujo vetor seria a nota fiscal enquanto interface para a violação.

                            Desenvolverei mais o tema, tendo tempo.

                            Vitória, terça-feira, 24 de setembro de 2002.

sábado, 31 de dezembro de 2016


Fiscalização Pública

 

Foi boa iniciativa essa de publicar na Internet as contas públicas, mas continuaram as trapaças e as corrupções, porque quem consegue analisar tais relatórios? Só os melhores contadores e analistas. O comum dos mortais, não, por exemplo, eu, até porque o tempo é corrido, não permite fazer muito mais do que já fazemos.

Entretanto, nosso amigo PACOS esteve na Espanha, em Barcelona. Ia passando, viu um grupo de aposentados perto de obra sendo feita por empreiteira, perguntou o que estava acontecendo, eles disseram que estavam vigiando a execução – não tendo outras coisas a fazer, vigiavam com toda atenção.

SUGESTÃO DE ALGUMAS PROVIDÊNCIAS

Conferência das notas fiscais de produtos e de serviços (escaneadas e postadas pelos governos).
 
Debates públicos aos sábados e domingos, para os que trabalham.
 
Publicação dos extratos, das prestações de contas, como é feito hoje em dia, mas com contadores, advogados, administradores, economistas e arquitetos-engenheiros acompanhando e mostrando ao povo.
 
Vigilância presencial por aposentados fofoqueiros que olham pedra por pedra assentada, que observam atentamente cada serviço, acompanhando as medições feitas pelos governos.
 

São trilhões de dólares, não vale a pena?

Como diz um ditado dos capitalistas burgueses, “o tolo e seu dinheiro rapidamente se separam”. Precisamos vigiar todos esses dias de trabalho doado através dos tributos.

Vitória, sábado, 31 de dezembro de 2016.

GAVA.

Já no Matadouro

 

Como falei, parei de tentar defender os que fazem asneiras, pois desejaram com sua vontade e motivações. Eles que enfrentem o maior de todos os conflitos de todo o tempo da humanidade, este que está à nossa porta.

Apenas falarei dos que estão no cercado, no curral onde irão ser sangrados e assassinados, tanto os antigos (castigados pelos covardes quando se lançam à matança) quantos os novos (os que, acreditando no liberalismo, se lançaram à aventura de auto projeção).

O GADO NO MATADOURO

ANTIGOS
 (Os de sempre).
Mulheres (nossas grandes companheiras espancadas por covardes), crianças (batidas inclusive pelas mulheres), velhos, estrangeiros, homossexuais, judeus, negros, índios, deficientes físicos e mentais, miseráveis, artistas, etc.
NOVOS (Os alvoroçados, os engraçadinhos que acreditaram no liberalismo – são malignos em um grau ou outro).
Os homossexualistas (que fazem pregação da superafirmação dos homossexuais em superprojeção), os corruptos, os do violento atentado ao pudor, os naturistas/nudistas, os imorais de um modo geral, os autores de livros malignos, os pedófilos, os hiper-sexualizados, os desviadores de verbas, os vende-pátria, os assassinos (serão buscados nas prisões), os estupradores, os muçulmanos (e lá, eles em relação aos cristãos, o que motivará retaliações).

Virá a crise em 2019 na China, ela disparará o colapso, as pessoas ficarão furiosas, os ódios serão despertados insanamente, o povo geral procurará vingança.

Como, perguntarão alguns, sendo esse conjunto maioria, permitirá que isso aconteça e prossiga? A razão é simples, as mulheres são 50 % ou mais, porém entre elas existirão as revoltadas contra os tais ou quais, que autorizarão o avanço; e assim por diante com relação aos demais, resultando nos maus-tratos gerais cruzados.

Durante 40 anos ou mais falei com as pessoas.

Agora não há mais jeito, é ficar vendo os estragos e chorando amargamente a falta de atenção das criaturas diabólicas.

Vitória, sábado, 31 de dezembro de 2016.

GAVA.

Financiamento das Campanhas

 

Essa é difícil questão, a de quem financiará as campanhas dos candidatos: para 513 deputados federais podem existir milhares de candidaturas, pois esses são apenas os eleitos, os escolhidos, os empossados. E há 81 senadores para os 26 estados e DF, presidente; 27 governadores e vices para os 27, só no ES 30 deputados estaduais; para 5.570 cidades-municípios outro tanto de prefeitos e talvez 300 mil candidatos a vereadores (considerando que sejam apenas 10 vereadores/município, três candidatos/vaga), de modo que podem chegar no total a 400 mil aspirantes. Alguém deveria fazer levantamento e publicar em livro.

Quem deve financiar essa orgia?

Se forem as empresas, elas quererão favores em troca, como está revelando a Lava Jato, o financiamento empresarial custando enormes benefícios concedidos pelos governos, por exemplo, à Odebrecht e outras, resultando nestes escândalos de proporções épicas que trouxeram tremendos danos ao país.

Se for o Governo geral o financiador, o custo será tremendo, como vem sendo. Ainda maior, porque as eleições são realizadas de dois em dois anos, quando deveriam ser de quatro em quatro. Sem falar que todos aqueles 400 mil tiram três meses de férias (alguns se candidatam somente por isso) e aspiram eleger-se para roubar aberta ou disfarçadamente, beneficiando-se da impunidade corrente.

Se o financiamento fosse governamental com base nas avaliações das pesquisas, elas seriam falsificadas.

Se fosse feito com base na eleição anterior, impediria os novos de substituir os antigos, muitas vezes notoriamente perversos e malignos.

EIS UMA PROPOSTA

PELAS EMPRESAS.
POVO.
PELOS GOVERNOS.
Depósitos numa conta do STE, Superior Tribunal Eleitoral, que distribuiria a totalidade conforme os níveis de governo (federal: presidente, deputados federais, senadores; estadual: governador e deputados estaduais; municipal: prefeitos e vereadores).
Propaganda de boca-a-boca, com intensa migração compartilhada dos candidatos e recepção organizada nas comunidades.
Horário gratuito de TV e Rádio, da mídia em geral, debates públicos em praças públicas com palanques construídos e deslocados pelos órgãos, sem showmícios, shows-comícios.

Do jeito que está é bandalheira, vilania.

Tem de ser muito melhor pensada, não é nada simples, não é trivial, é complicadíssima – mas deve ser analisada a fundo nas décadas do porvir. E é potencialmente fonte de enorme corrupção geral, como estamos presenciando. Tecnocientistas e os do Conhecimento geral devem ser pronunciar.

Vitória, sábado, 31 de dezembro de 2016.

GAVA.