terça-feira, 2 de outubro de 2018


A Escravização da Humanidade

 

OS VÁRIOS TIPOS DE ESCRAVIZAÇÃO

ERAS OU ÉPOCAS
FAIXAS
TIPOS DE PRODUTOS
Antiguidade
Até 476
 
Idade Média
476 a 1453
 
Idade Moderna
1453 a 1789
 
Idade Contemporânea
1789 a 1991
 
Idade Pós-Contemporânea
Depois de 1991
 

Pai e mãe copulavam, eventualmente produziam filhos e filhas. Copulam os humanos porque há necessidade fisiológica, há o mandado corporal da procriação estabelecido pela Natureza desde a invenção do sexo, uma pressão inacreditável que leva à aproximação de macho e fêmea – vindo os filhos, o “instinto” de proteção dos filhotes foi também implantado.

Ninguém estudou isso como CONTRÁRIO, pois todo mundo vê como bom; mas se nos obriga a trabalho, se nos escraviza, como pode ser bom? Uma vez que somos escravos, homens e mulheres, os filhos e as filhas são queridos e queridas. Trabalhar desde os 20 até os 50 ou 60 anos ou mais tarde pode ter o quê de bom? Em si mesmo, enquanto obrigação, nada; o que há de bom vem da ideia de compromisso. Pelo lado da imposição, nada; pelo lado da doação espontânea, tudo.

Quando não tínhamos como impedir os filhos, quando não havia pílulas e outros contraceptivos, eram obrigatórios, simplesmente porque se queria aplacar a necessidade sexual. Agora, temos todo tipo de possibilidade contrária e continuamos a ter filhos e filhas.

Antigamente, trabalhava-se para viver, e pouco mais, especialmente os pobres e miseráveis, particularmente os sem-vontade-própria, os escravos. Mesmo os ricos e médio-altos, os patrícios, de poucos produtos dispunham; mas estes eram inventados e a ambição de sua posse, bem como de conforto, levava os “de cima” a sufocar os “de baixo”.

Dado o tremendo salto de 1500 anos desde o fim da Antiguidade, a oferta de produtos foi exponencializando; vendo de outro modo, apenas 15 séculos levou-nos a todo tipo de objeto, alimento, produto, todo gênero de ofertas, excessivas até, uma profusão inacreditável delas, absolutamente impossível de ser listada. A quantidade de coisas que você pode acessar hoje é completamente não-listável: nem uma vida inteira permitiria a qualquer um contar as ofertas de nossos dias.

Seguindo contra o conselhos de Buda, as pessoas estão abarrotadas de desejos, completamente prisioneiras da satisfação e supersatisfação mental.

OS CARRASCOS (as 22 tecnartes proporcionam as atrações)

TECNARTES
#
SUPEROFERTA DAS ESPÉCIES
DA AUDIÇÃO
2
Músicas, discursos
DA VISÃO
7
Prosa, poesia, moda, desenho, pintura, fotografia, dança
DO OLFATO
1
Perfumaria
DO PALADAR
4
Comidas, pastas, temperos, bebidas
DO TATO
8
Arquiengenharia, cinema, teatro, esculturação, paisagismo/jardinagem, tapeçaria, urbanismo, decoração
TOTAL
22

Agora as pessoas são recompensadas de milhões de modos; ou podem sê-lo. Encontram muito mais racionalizações para justificar a opressão alheia. Antigamente um governador de província tinha a satisfação de si, dos filhos, da esposa, dos amigos, dos parentes, e o que mais fosse, restrita a um leque pequeno de invenções, sobre as quais apoiava a exploração alheia: “preciso disto e daquilo e se isso significa escravizar 600 ou 800, é apenas a necessidade para chegar lá”.

Em nosso tempo há centenas de milhares de ofertas extraindo trabalho do intermediário da tirania: um CEO ou engenheiro qualificado de empresa grande têm diante de si incontáveis dádivas consumistas. De maravilhosas casas da arquiengenharia a piscinas de borda infinita, de pratos sublimes a perfumes caríssimos para a esposa, de objetos de ouro e diamante a jatinhos último tipo da EMBRAER.

Essas atrações mentais puxam-no para a “necessidade” corriqueira de oprimir os operários em nome de seus imperativos superiores.

Por todo este vasto mundo aquele 1 % de ricos (ou o que for), os demais 12 % de médio-altos (ou o que for), somando 13 %, tiram dos demais; estes arrancam mutuamente uns dos outros – todos tiram de todos, todos se justificam.

Encontram justificativas para produzir o mundo ruim apenas deixando a mente ser estimulada e superestimulada, estimulando-a e superestimulando-a.

É terrível.

Serra, segunda-feira, 21 de maio de 2012.

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