segunda-feira, 1 de janeiro de 2018


Na Garupa do Cavalocleta

 

Não tem coisa mais triste, melancólica, jururu, deprimente que mulher na garupa de bicicleta de pobre. Como a Clarice Lispector disse em relação às mulheres, cujo índice de fracasso era voltar para casa com os sapatos na mão, para os homens é carregar mulher em garupa de bicicleta.

Antigamente ter um cavalo era distintivo, era nobre, pois ele custava muito, poucos podiam ter; quando esse TER muito tardiamente chegou aos pobres ainda tinha um significado do cavaleiro-peão que levava resguardada e protegida sua amada. Mas no caso da bicicleta, não, ela é máquina individual. Mulheres guiando são elegantes, porque significa que foram dotadas de mobilidade em relação à restrição da Caverna geral e ao terreirão defronte.

Por outro lado, a confissão de pobreza (que é um gênero de absoluto, o de não-ter) é tocante; e a confiança da mulher no homem que se não fracassou não foi muito longe em suas demonstrações de virilidade dominante é comovedor. Lá está ela: com pouco, mas gostando. Pouco, mas seu. Ela tem bem consciência de para quê está na vida, não vive de ilusões: toma o que tem e goza aquilo.

Vitória, quarta-feira, 25 de janeiro de 2006.

 

NOBREZA DO CAVALO (custava uma fortuna antigamente, mais que um carro; e ainda custa)


MULHER NA GARUPA (tanto é sinal de submissão dela – atravessada na garupa – quanto de dignidade da mãe, que tem lá seu protetor fiel)


BICICLETA


BICICLETAS REINVENTADAS

Bicicleta infantil inovadora tem três rodas que se mesclam em duas automaticamenteMecânica
Bicicleta infantil inovadora tem três rodas que se mesclam em duas automaticamente
Da redação
03/05/2005
Desde quando todos éramos crianças, o contato infantil com "seu próprio veículo" se dava por meio de um velocípede.

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