A Pátria Terrestre
Em seu livro A Cabeça Bem Feita, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2004, p. 65,
Edgar Morin diz: “A educação deve contribuir para a auto formação da pessoa
(ensinar a assumir a condição humana, ensinar a viver) e ensinar como se tornar
cidadão. Um cidadão é definido, em uma democracia, por sua solidariedade e
responsabilidade em relação a sua pátria. O que supõe nele o enraizamento de
sua identidade nacional”.
E na página 73: “A consciência e o
sentimento de pertencermos à Terra e de nossa identidade terrena são vitais
atualmente. A progressão e o enraizamento desta consciência de pertencer à
nossa pátria terrena é que permitirão o desenvolvimento, por múltiplos canais e
em diversas regiões do globo, de um sentimento de religação e de intersolidariedade,
imprescindível para civilizar as relações humanas (ONGs, Sobrevivência
Internacional, Anistia Internacional, Greenpeace etc. são pioneiros da
cidadania terrestre). Serão a alma e o coração da segunda globalização, produto
antagônico da primeira, que permitirão humanizar essa globalização”.
AS
REGRAS INTERPRETADAS DE MORIN
1. Assumirmos a condição global;
2. Vivermos globalmente;
3. Nos tornarmos cidadãos planetários
(para que exista cidadão planetário é necessário haver democracia planetária);
4. Identidade mundial (inclusive carteira
mundial de identidade que suprima os passaportes, condição da nacionalidade
restritiva);
5. Consciência e sentimento de pertencer
à Terra;
6. Progressão e enraizamento da
consciência de pertencer a um planeta unido;
7. Religação planetária e
intersolidariedade internacional.
São regras muito boas.
PARA
HAVER A PÁTRIA TERRESTRE
a)
Representatividade
planetária (Congresso Mundial, governo planetário, juizado geral);
b)
Escola
mundial (como já disse);
c)
Mídia
global (TV, Revista, Jornal, Livro-Editoria, Rádio e Internet – esta
adiantou-se);
d)
Língua
global (o inglês já é muito falado);
e)
Empresas
internacionais (as corporações já iniciaram isso há décadas);
f)
Povelites
de fundo planetário;
g)
Muitas
outras necessidades que estão longe de ser cumpridas, até porque os EUA estão
erguendo um muro separando-os do México.
É claro que Morin tem razão, mas é
preciso fazer, o que demanda adesão geral dos governempresas e dos povos todos.
Vitória, sexta-feira, 05 de maio de
2006.
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