domingo, 28 de janeiro de 2018


O Círculo Perfeito do Mundo

 

É uma piada, eu a ouvi e modifiquei um pouco.

PRIMEIRA VERSÃO
 
- Por quê você estava gesticulando?
- Percebi perfeitamente de longe que era um irmão e para ver quão profunda era a compreensão dele fiz um O, de OK, significando o círculo perfeito do mundo.
- Ele respondeu com um dedo, para indicar o Pai, o Um, a unidade fundamental do mundo.
- Então coloquei três dedos, os três elementos da Trindade.
- Ele colocou três também e fez um giro, para indicar a totalidade do Deus Trino.
- Mostrei uma maçã, lógico, para falar do Mal que penetrou a Criação por desobediência dos seres.
- Então, para completar, ele mostrou um pão, a solução apresentada por Cristo Salvador, o Pão da Vida.
 
SEGUNDA VERSÃO
- Que história é essa de ficar gesticulando no meio da rua?
- Nem conheço o cara! Ele foi logo e me mandou tomar no cú.
- Daí eu disse que enfiava nele.
- Ele disse que ia enfiar três.
- Eu disse que enfiava três e rodava.
- Ele disse que enfiava uma maçã.
-Então eu disse que enfiava um pão inteiro. Boiola!

As imagens não bastam para compreender o mundo, porque há grande variação de possibilidades. As imagens estiveram aí diante das mentes primatas por 90 milhões de anos, diante das mentes hominídeas por 10 milhões de anos até os neandertais inventarem a linguagem nos mais recentes 200 mil anos e de há 80 ou 70 mil anos os cro-magnons a terem aprimorado, a ponto de há somente 5,5 mil anos na Suméria ter sido inventada escrita para a língua, toda acumulação vindo disso.

Embora imagens valham por mil palavras, segundo o ditado, quais são inequivocamente as palavras que as designam completamente? As imagens egípcias nada significavam até Champollion decifrar a língua. Se a perfeição do círculo do mundo for compreendida pelos racionais em qualquer parte, inclusive na Terra, sê-lo-á com a ajuda das palavras.

Porisso é preciso dialogar, por mais cansativo que seja.

As imagens são enganadoras, podendo-se fazer quase qualquer coisa com elas, como o cinema de sempre, mormente o atual nos demonstra cabalmente.

Vitória, terça-feira, 02 de maio de 2006.

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