O Círculo Perfeito do
Mundo
É uma piada, eu a ouvi e modifiquei um
pouco.
PRIMEIRA
VERSÃO
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- Por quê você estava gesticulando?
- Percebi perfeitamente de longe que
era um irmão e para ver quão profunda era a compreensão dele fiz um O, de OK,
significando o círculo perfeito do mundo.
- Ele respondeu com um dedo, para
indicar o Pai, o Um, a unidade fundamental do mundo.
- Então coloquei três dedos, os três
elementos da Trindade.
- Ele colocou três também e fez um
giro, para indicar a totalidade do Deus Trino.
- Mostrei uma maçã, lógico, para
falar do Mal que penetrou a Criação por desobediência dos seres.
- Então, para completar, ele mostrou
um pão, a solução apresentada por Cristo Salvador, o Pão da Vida.
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SEGUNDA
VERSÃO
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- Que história é essa de ficar gesticulando
no meio da rua?
- Nem conheço o cara! Ele foi logo e
me mandou tomar no cú.
- Daí eu disse que enfiava nele.
- Ele disse que ia enfiar três.
- Eu disse que enfiava três e
rodava.
- Ele disse que enfiava uma maçã.
-Então eu disse que enfiava um pão
inteiro. Boiola!
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As imagens não bastam para compreender
o mundo, porque há grande variação de possibilidades. As imagens estiveram aí
diante das mentes primatas por 90 milhões de anos, diante das mentes hominídeas
por 10 milhões de anos até os neandertais inventarem a linguagem nos mais
recentes 200 mil anos e de há 80 ou 70 mil anos os cro-magnons a terem
aprimorado, a ponto de há somente 5,5 mil anos na Suméria ter sido inventada
escrita para a língua, toda acumulação vindo disso.
Embora imagens valham por mil
palavras, segundo o ditado, quais são inequivocamente as palavras que as
designam completamente? As imagens egípcias nada significavam até Champollion
decifrar a língua. Se a perfeição do círculo do mundo for compreendida pelos
racionais em qualquer parte, inclusive na Terra, sê-lo-á com a ajuda das
palavras.
Porisso é preciso dialogar, por mais
cansativo que seja.
As imagens são enganadoras, podendo-se
fazer quase qualquer coisa com elas, como o cinema de sempre, mormente o atual
nos demonstra cabalmente.
Vitória, terça-feira, 02 de maio de
2006.
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