terça-feira, 30 de janeiro de 2018


A Caverna Cuida dos Cabelos

 

As mulheres ficavam nas cavernas.

Fora todas as ocupações (filhos em penca, coleta, plantações iniciais, confecção de objetos, uma luta infindável diária que as atuais herdaram das antigas molecularmente) sobrava sempre algum tempo; de todo modo os hominídeos herdaram dos primatas-chimpanzés que herdaram dos macacos o ato de procurar piolhos e outras infestações.

O cabelo dos homens nas caçadas certamente era deplorável, até como proteção contra insetos (o maior de todos os perigos inicialmente) nos acampamentos, um emaranhado inacreditável, fedorento, emplastado, algo de dar medo mesmo, até com o esse objetivo de assustar as feras.

O cabelo das mulheres era diferente, pois não podia ser causa de contaminação dos bebês (com toda certeza elas não deixavam os homens terem muito contato com eles): sempre tratado com ervas, penteado, persistentemente catado, cortado, organizado mesmo, como é hoje. Elas continuam gastando fortunas nos cabelos, não só como forma de atrair os homens.

É claro que isso cria uma psicologia das miudezas, pois todo ato gera alma-reflexa; o ato continuado força trilhas persistentes, observadora dos detalhes, de modo que as mulheres provavelmente serão boas pesquisadoras das minudências, das minúcias, dos pormenores.

Vitória, terça-feira, 09 de maio de 2006.

 

CABELOS DA RAINHA

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