Tribunal Faz de
Contas e o Tribunal Popular-Empresarial
Se os tributos são pagos pelo povo (e
não pelas elites, nunca pelos empresários, que além de descarregarem tudo no
“lucros e perdas” ainda sonegam), o governo é por princípio POPULAR na origem
do financiamento. Deveria - se tivessem vergonha os governantes do Executivo,
os políticos do Legislativo, os juízes do Judiciário – ser DO POVO, PELO POVO,
PARA O POVO. Não é.
O Tribunal de Contas do Estado é
agregado à Assembléia Legislativa e presta contas a ela, em tese um dos três
poderes independentes, o Poder Legislativo; na prática há uma combinação de
favores cruzados: “você não fala do que eu faço, eu não conto o que você tenta
esconder”. É um tribunal de faz de contas, para inglês ver. Nunca ou quase nunca
rejeita contas, o povo de nada fica sabendo.
Se fossem de fato “finanças públicas”
deveriam primeiro ser completamente públicas e depois finanças, quer dizer,
dinheiro vigiado atentamente, até porque é tirado de gente sofrida que
contribui com centavos ou reais preciosos.
UM
CENTAVO E UM REAL
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Avocando a si o direito divino de
cuidar do que é seu (o capitalismo prega isso) o povo deveria cuidar de suas
finanças, de pronto exigindo interpretação não-coincidente com auditores
independentes dos três poderes, algo de fora para dentro e não de dentro para
fora, que é sempre na base do comadrismo e da amizade.
Instalar um Tribunal Popular, um Tribunal do Povo para as Finanças Públicas,
assessorado pelos empresários, que têm interesse na moralização.
Vitória,
quarta-feira, 26 de abril de 2006.
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