A China Superficial
dos Jornalistas
Domingo 29 de abril de 2007 A Gazeta publicou na página 21 e seguintes,
matéria com o título “China, O futuro
pertence a eles (Rumo a ser a primeira potência do mundo antes de 2050,
chineses tornam esse objetivo um projeto da nação) ”. Como sempre, eles são
superficiais, aqueles da história baixa: retratistas que confundem as figuras
com a realidade total. De fato, posso fazer uma série de predições
completamente contrastantes:
1. Como é ciclo e há um
lado de baixo, na verdade a China estagnará e centenas de milhões morrerão na
crise (que está próxima, a maior de todos os tempos passados, presentes e
futuros):
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2. Como eu já havia
predito em 1997 ou pouco depois o mais certo é a crise futura começar
justamente naquele país - onde a combinação do confucionismo desenvolvedor do
Estado com o cristianismo beneficiador do povo criou o Caminho de Duas Vias a
partir de 1986 - devido aos intensos ritmos de desenvolvimento ou crescimento;
3. Crescimento tão
acelerado não “cola” ou não cimenta todos os elementos e em algum momento o
rompimento acontecerá (ele tem sido retido em virtude do passado paupérrimo da
maioria do país e pelo fato de a artificialmente implantada democracia
ocidental, estimulando a confiança no futuro, ter desviado os chineses de sua
desconfiança congênita);
4. Muitas outras razões
(colocá-las levaria muito tempo).
Na realidade é uma teoria de ciclos bem característica
que estudei demoradamente no modelo. Os jornalistas são ridículos e quem
escreveu isso ficará décadas escondida, sempre sendo lembrada pelos colegas das
impropriedades. Quando na década dos 1970/80 anunciaram o Japão como primeira
potência para o ano 2000 eu disse que não, pois os EUA nem tinham descido
depois do topo ainda por atingir; os americanos não ficam passivos, eles se
reinventam. A China é uma copiadora e faz engenharia reversa, reproduzindo
todas as partes; não desenvolve a tecnociência básica, não investe pesado, está
começando “agora” no que tange aos domínios ocidentais: é belo o esforço que
fazem, como defendo sempre, mas não passa disso e por enquanto não vai.
Vitória, domingo, 29 de abril de 2007.