quarta-feira, 1 de agosto de 2018


A China Superficial dos Jornalistas

 

Domingo 29 de abril de 2007 A Gazeta publicou na página 21 e seguintes, matéria com o título “China, O futuro pertence a eles (Rumo a ser a primeira potência do mundo antes de 2050, chineses tornam esse objetivo um projeto da nação) ”. Como sempre, eles são superficiais, aqueles da história baixa: retratistas que confundem as figuras com a realidade total. De fato, posso fazer uma série de predições completamente contrastantes:

1.       Como é ciclo e há um lado de baixo, na verdade a China estagnará e centenas de milhões morrerão na crise (que está próxima, a maior de todos os tempos passados, presentes e futuros):

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2.       Como eu já havia predito em 1997 ou pouco depois o mais certo é a crise futura começar justamente naquele país - onde a combinação do confucionismo desenvolvedor do Estado com o cristianismo beneficiador do povo criou o Caminho de Duas Vias a partir de 1986 - devido aos intensos ritmos de desenvolvimento ou crescimento;

3.      Crescimento tão acelerado não “cola” ou não cimenta todos os elementos e em algum momento o rompimento acontecerá (ele tem sido retido em virtude do passado paupérrimo da maioria do país e pelo fato de a artificialmente implantada democracia ocidental, estimulando a confiança no futuro, ter desviado os chineses de sua desconfiança congênita);

4.      Muitas outras razões (colocá-las levaria muito tempo).

Na realidade é uma teoria de ciclos bem característica que estudei demoradamente no modelo. Os jornalistas são ridículos e quem escreveu isso ficará décadas escondida, sempre sendo lembrada pelos colegas das impropriedades. Quando na década dos 1970/80 anunciaram o Japão como primeira potência para o ano 2000 eu disse que não, pois os EUA nem tinham descido depois do topo ainda por atingir; os americanos não ficam passivos, eles se reinventam. A China é uma copiadora e faz engenharia reversa, reproduzindo todas as partes; não desenvolve a tecnociência básica, não investe pesado, está começando “agora” no que tange aos domínios ocidentais: é belo o esforço que fazem, como defendo sempre, mas não passa disso e por enquanto não vai.

Vitória, domingo, 29 de abril de 2007.

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