sexta-feira, 13 de abril de 2018


Cocada Capixaba

 

A cocada baiana no Espírito Santo é muito característica (além de ser de coco ou coco queimado como o nome diz e branca ou escura): é mais comprida que larga, alta no centro, mole por dentro, com fiapos do coco ralado. É especialíssima e deliciosa. Só que é grande, relativamente, deve pesar mais de cinqüenta gramas. É preciso estar com fome ou pretender perder o almoço se comermos perto da hora. As mulheres raramente comerão, as crianças sempre.

Já falei de redução do tamanho.

Neste caso além de serem como moedas e como balas devem ser como pequenos roletes, tubinhos de pôr na boca em qualquer lugar da cidade e em qualquer momento do dia, renomeada como acima, com as cores do ES e uma reconversão de imagem.

TUBINHOS


Vitória, terça-feira, 19 de setembro de 2006.

 

COCADA BAIANA

Cocada Baiana.
Ingredientes
3 cocos, em fruta, ralados
1e ½ xícaras (chá) de açúcar
4 claras em neve
Para o Creme
1 litro de leite
Cocada Baiana

1 de margarina para untar a forma
1 (sopa) de glucose
1 copo tipo americano de água
1 lata de leite condensado
1 quilo de coco fresco ralado

Bolo de cocada baiana

 
INGREDIENTES:
§  4 ovos grandes ou 5 pequenos
§  2 xícaras de açúcar


Cinemato-gráficos

 

Quatro filmes.

A Esfera da Vida
No estilo de 13º Andar, Show de Truman e Matrix há uma bola (diferente daquele outro filme que sugeri, porque neste caso não é uma parte real da Terra que é levada) com gente dentro, mas na medida em que a pessoa observada anda o cenário dentro da bolha vai mudando, visto de fora; entrementes, vista de dentro é como se fosse a vida mesma, tal como a enxergamos no dia-a-dia, recebendo-se mensagens de TV, de Internet, pessoas que vão visitar e indo-se ao emprego e o resto. Por fora da bola quando ela gire uma certa vez se verá um aviso: “não alimente os humanos” e “querendo ajudar você pode estar desequilibrando”. Daí a câmara recua e entra-se em outro filme, com alienígenas fazendo lá qualquer coisa dentro de roteiro convincente.
A Flor da Pele
Cada ser humano possui uma flor tatuada na pele (não é com crase, não é “à flor da pele”, nervosamente): as utopias floridas também podem ser darks, filhas da escuridão. Usam essas flores para marcar cada tipo de ser humano e elas têm na tinta circuitos impressos não excretáveis com a pele morta. Quem tem a flor R (ricos) não se mistura com os flores-P (pobres) e assim por diante.
Magia do Sono
Há uma firma na Reta da Penha em Vitória com esse nome e um título para colchões: “amanhã você acorda outra pessoa”. Já falei de um outro filme nesse espírito, mas agoraqui será diferente: em vez de se acordar em outro corpo, acorda-se mentalmente transformado e começa-se a destoar progressivamente do ambiente em que se vive, contestando-se certas coisas, discordando-se, pensando-se mais profundamente, com os desagradáveis efeitos esperados.
Superficial
As pessoas não têm profundidade nem conceitual nem formal: quando os médicos as olham nos aparelhos de ultra-sonografia e de raios X não vêem nada por dentro, mas nada falam, guardam segredo. Todo mundo é só pele. A população de nada sabe: toma injeções e tudo, mas nada sabe de seu interior. Recebem informações falsas sobre falsos esqueletos e assim suas discussões são completamente ilógicas e superficiais.

Evidentemente é preciso desenvolver os temas, não posso fazê-los agoraqui, seria demorado demais.

Vitória, quinta-feira, 21 de setembro de 2006.

Ciberutopias

 

Utopias cibernéticas: as máquinas brilhantes de aço vão nos auxiliar em tudo e não nos deixarão trabalhar.

Utopias informáticas: os computadores cuidarão de todos os detalhes, desde a macroeconomia-sociologia mundial até o recebimento de correspondência.

Utopias genéticas: teremos repostos os órgãos defeituosos, como os de visão que desandaram para a miopia, os corações doentes, os fígados que pararam de responder e assim por diante. Mais recentemente falam de “terapia genética”, de “células-tronco” milagrosas e assim por diante.

Cada vez que aparece um novo nome no cenário evocando o futuro os (a) utopistas fazem novas promessas de perfeição (grandes novas pistas serão criadas e todos seres melhorados e padeceremos a felicidade terrena).

Apesar de toda promessa junto com as coisas boas vêm as coisas ruins e por um motivo só: elas estão grudadas na Curva do Sino e no Yin/Yang.

COMO ARROZ DE TERCEIRA: UNIDOS VENCEREMOS (ou “utopias venceremos”)


Em resumo, as utopias de agora não acontecerão, tanto quanto as de 300 anos atrás são hoje as realidades problemáticas que presenciamos: termos geo-localizadores GPS e telefonia universal não nos tornou isentos de problemas.

Vitória, quinta-feira, 21 de setembro de 2006.

 

NAS UTOPIAS INJEÇÕES NÃO DOEM


NEM BEM COMEÇOU E JÁ ANUNCIAM O FIM (tal é a velocidade do mundo pós-contemporâneo)

 
Gilson Schwartz é Diretor Acadêmico da Cidade do Conhecimento, projeto do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (www.cidade.usp.br).

Casa de Neve

 

Para nos ensinar as durezas da vida além dos horizontes da infância divertida minha mãe contava fábulas e numa delas ressaltava “quem não trabalha não come”. A gata persa Yuki (NEVE em japonês) de minha filha Clara faz o quê? Ela come, bebe, defeca e urina na caixa de areia, passeia pela casa, ronrona muito no cio de mês em mês ou de três em três meses.

Como já disse, ela foi selecionada pela Caverna geral e as mulheres que nela ficavam em algum ponto depois do aparecimento dos neandertais há 200 mil anos na África e tem ficado conosco desde então. Vigia diligentemente os passarinhos, as cobras e lagartos, os insetos, os ratos, todos os inimigos dos bebês, inclusive os cachorros de boca grande. Muita vida terá valentemente salvo.

Na casa de Yuki não entram inimigos.

Ela corre de janela em janela e fixa atentamente com seus olhinhos miúdos os passarinhos que poderiam ameaçar os nenéns, se porventura houvessem; sobe ao parapeito e fica ali horas e horas a fio defendendo a casa-caverna. É uma guerreira responsável por defender a vida-racional da casa-caverna. Não descuida um minuto de sua tarefa que durará a vida inteira. As pessoas não raciocinam sobre suas responsabilidades, mas elas estão lá, cravadas nos seus genes domesticados.


Nós nunca agradecemos essa devoção antiga.

Vitória, sexta-feira, 22 de setembro de 2006.

Caracterização do Réu e Condições de Julgamento

 

As condições do modelo do ato do réu:

Figura ou psicanálise do réu (quem é ele?)
 
Objetivos ou psico-sínteses do réu (por quê fez o que fez?)
 
Espaçotempo ou geo-história do réu (quando-onde se deu o evento, o que antecedeu e sucedeu?)
 
Produções ou economias do réu (com quê perpetrou o crime?)
 
Organização ou sociologia do réu (com que praticou o ato?)

Por falta de preparação da polícia ou por falta de rigor da Lei e dos juízes tudo é muito precário, pelo menos nos julgamentos que tenho presenciado. Falta substância, falta conteúdo, falta credibilidade.

O PACOTE DO RÉU

De quando-onde veio?
Onde está neste quando?
Para onde irá?
PASSADO
PRESENTE
FUTURO

A CARACTERIZAÇÃO DE PESSOA E DE AMBIENTE

·       CARACTERIZAÇÃO DE PESSOA:

1.       Do indivíduo (ele mesmo);

2.       Da família (em que lar foi criado, se houve um?);

3.      Do grupo (fazia parte de gangue?);

4.      Da empresa (trabalhava, trabalha ainda?);

·       CARACTERIZAÇÃO DE AMBIENTES:

1.       Cidades-município;

2.       Estado;

3.      Nação;

4.      Mundo (por enquanto é um só).

Não há nenhum enquadramento minimamente respeitável do réu. Depois, não há também condições de julgar a partir do próprio calhamaço inescrutável de papel. De fato, com a computação é necessário que tudo seja PRECISAMENTE indicado e as informações relevantes ressaltadas por programáquinas automáticos para os juízes, os promotores, os advogados, o pessoal do Tribunal (serventuários e outros), os policiais, os jurados e todos os interessados que obtiverem permissão de vistas. Tudo deveria vir em quadros facilitadores como os acima, segundo as regras do modelo, pois a lógica pura deve imperar, afastados os empecilhos de descaracterização ou caracterização insuficiente. Não foi para esse exercício de lógica que todos os agentes foram a grande custo e com grande responsabilidade chamados a manifestar julgamento?

Vitória, sábado, 16 de setembro de 2006.

Bilhões de Modos de se Aborrecer

 

6,5 bilhões de seres humanos e ouros tantos modos de se aborrecer na vida, na Terra.

ACHE A SUA CAIXA (cada qual contém 100 milhões de modos)

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Você vai estar num boxe qualquer, é inescapável.

A vida é aborrecimento, mas é também vários estágios da glória e do prazer. Quando nós olhamos os seres humanos estamos vendo diversas formas mais ou menos elaboradas de chegar ao aborrecimento.

Alguém poderia fazer um livro sobre isso, sobre as elaboradíssimas maneiras de chegar ao mau humor, ao emburramento, à zanga e a todo estilo de ser infeliz buscado desde o nascimento, a aurora da vida. Não há quem não passe por isso, embora (1/40)5 tenda a escapar totalmente. Uma pesquisa por enquetes seria muito engraçada, pois há isso de se pensar na grama verde do quintal do lado. Como é que construímos nossos aborrecimentos?

Vitória, domingo, 17 de setembro de 2006.

 

SABEMOS DISSO PELA CURVA DO SINO, QUE TEM MUITAS FORMAS


Bilhões de Coisas Postas Dentro de Casa

 

Já vimos no Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens (MCES) que as mães e mulheres coletavam, mais aquelas que estas. Não é à toa que elas são ditas “donas de casa” = DONAS DE COLEÇÃO = BILHÕES DE OBJETOS na Rede Cognata. Não faz sentido os homens caçadores colecionarem coisas: seu propósito é tomar e entregar a alguém; nosso prazer é esse e foi assim que a Natureza nos fez. Herói perante todos e cada um é o homem que conseguiu abrir novas fronteiras de acumulação para as mães-mulheres.

A ACUMULAÇÃO INFINITA (não termina nunca)


Elas querem as coisas e nós queremos os favores sexuais delas e assim nos pagamos mutuamente.

Nada disso que há nas casas é dos homens. Se houvesse uma fuga maciça da Terra os homens iriam quase sem nada e muitas delas prefeririam ficar e morrer a ir sem os objetos. As casas exclusivamente de homens vão ser quase despojadas, ao passo que as das mulheres estarão entupidas de zilhões de coisas. Aliás, é um jeito de distinguir pseudomachos e pseudofêmeas dos machos e das fêmeas. Não adianta mesmo nada querer vender objetos aos machos, só ferramentas, máquinas, aparelhos, instrumentos, programas – algo relativo a conquista da posse, mas não à posse em si. Relativas à tomada dos artefatos, porém não ao privilégio exclusivo deles. Toda a psicologia da socioeconomia deve ser revista.

Vitória, segunda-feira, 18 de setembro de 2006.