Cinemato-gráficos
Quatro filmes.
A Esfera da Vida
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No estilo de 13º Andar, Show de
Truman e Matrix há uma bola (diferente daquele outro filme que sugeri,
porque neste caso não é uma parte real da Terra que é levada) com gente
dentro, mas na medida em que a pessoa observada anda o cenário dentro da
bolha vai mudando, visto de fora; entrementes, vista de dentro é como se
fosse a vida mesma, tal como a enxergamos no dia-a-dia, recebendo-se
mensagens de TV, de Internet, pessoas que vão visitar e indo-se ao emprego e
o resto. Por fora da bola quando ela gire uma certa vez se verá um aviso:
“não alimente os humanos” e “querendo ajudar você pode estar
desequilibrando”. Daí a câmara recua e entra-se em outro filme, com
alienígenas fazendo lá qualquer coisa dentro de roteiro convincente.
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A Flor da Pele
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Cada ser humano possui uma flor
tatuada na pele (não é com crase, não é “à flor da pele”, nervosamente): as
utopias floridas também podem ser darks, filhas da escuridão. Usam essas
flores para marcar cada tipo de ser humano e elas têm na tinta circuitos
impressos não excretáveis com a pele morta. Quem tem a flor R (ricos) não se
mistura com os flores-P (pobres) e assim por diante.
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Magia do Sono
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Há uma firma na Reta da Penha em
Vitória com esse nome e um título para colchões: “amanhã você acorda outra
pessoa”. Já falei de um outro filme nesse espírito, mas agoraqui será
diferente: em vez de se acordar em outro corpo, acorda-se mentalmente transformado
e começa-se a destoar progressivamente do ambiente em que se vive, contestando-se
certas coisas, discordando-se, pensando-se mais profundamente, com os
desagradáveis efeitos esperados.
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Superficial
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As pessoas não têm profundidade nem
conceitual nem formal: quando os médicos as olham nos aparelhos de
ultra-sonografia e de raios X não vêem nada por dentro, mas nada falam,
guardam segredo. Todo mundo é só pele. A população de nada sabe: toma
injeções e tudo, mas nada sabe de seu interior. Recebem informações falsas
sobre falsos esqueletos e assim suas discussões são completamente ilógicas e
superficiais.
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Evidentemente é preciso desenvolver os
temas, não posso fazê-los agoraqui, seria demorado demais.
Vitória, quinta-feira, 21 de setembro
de 2006.
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