Entalado
Entre o Passado e o Futuro
O modelo mostrou que
as elites são do passado, da paz, da história, do tempo, da morte e outros
elementos de par, enquanto o povo é do futuro, da guerra, da geografia, do
espaço, da vida. O povelite ou cultura ou nação-país é o ponto de encontro
passado-futuro ou presente; paz-guerra ou atenção; geo-história ou espaçotempo,
morte-vida ou continuidade.
A INTERFACE
|
Elites
|
Povelite,
nação, cultura
|
Povo
|
Quando as
elites travam o sistema, quando são egoístas demais o futuro fecha e o passado se
abre, havendo reflexos disso na cultura, quer dizer, a nação começa a se fazer
passadista, até retro, antiquada, obsoleta. Então, a guerra que deveria ser
mantida no futuro, sempre como potência do porvir, sempre por acontecer, mas
não acontecendo nunca, é trazida ao presente e estoura de fato (como acontece
no Brasil e em outros países), sendo roubada a tranqüilidade às elites, porque
o povo trava combates. Como já vimos isso é feito através da coopção de frações
das elites, porquanto o povo em si não sabe pensar e não tem tempo para isso
nem os recursos – são as frações cooptadas das elites que passam a guerrear as
outras frações. Quando é tudo muito agudo, quando quase todo o futuro foi
roubado ao povo ele todo vem ao presente, quer dizer, o povo se apresenta, se
mostra. Pois em geral o povo fica no futuro, sonhando com as melhorias que terá
no futuro; fica em expectativa, tem esperança. Enquanto as elites não
afunilarem o futuro o povo permanecerá nele, só sendo trazido ao presente
quando as elites recuarem ao passado, se tornarem passadistas e quiserem tudo
para si.
Em resumo, o
passado e o futuro combinam-se como TROCA PRESENTE em que o povo continua dando
paz às elites populares ou trazendo guerra às ladras elites imprecavidas. O
presente é, portanto, o que está entalado entre o passado e o futuro, ele é a
carne do sanduíche – se as elites pretenderem pegar a carne toda o povo
reagirá.
Vitória,
quinta-feira, 21 de julho de 2005.


