O Aparato de
Escavação dos Panelões
UM EXEMPLO PERTINHO (divisa com o Espírito Santo)
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Pense que em cima estão bairros,
cidades e até estados inteiros, conforme os tamanhos esperados (a panelona do
Iucatã no México tem 160 km de diâmetro; para comparação, o estado do ES tem
100 por 450 km). Além do tremendo buraco que vai ser feito em cada caso há toda
a movimentação de terra, as máquinas a instalar, os apetrechos de escavação e
tudo mais. As mineradoras fazem bagunça mesmo, já presenciei na MBR (Mineradoras
Brasileiras Reunidas, embora fosse estrangeira) em Minas Gerais, usando aqueles
“caminhões fora de estrada” que agora carregam até 600 toneladas de uma vez
(tanto quanto 30 caminhões pequenos). Uma arruaça extraordinária de revirar literalmente
as coisas de ponta-cabeça.
Claro, as populações não ficarão
satisfeitas nem caladas vendo suas vidas sendo revolvidas, pois em geral a
mineração se dá no campo ANTES de começarem a construir as cidades. Pode ser
até que novas cidades surjam em volta das áreas de exploração, mas isso
acontece depois, tais pessoas fizeram a opção; no caso presente, não, é
totalmente distinto, as cidades chegaram antes e nem sabiam que estavam se
instalando nos panelões das flechas. Vêm as mineradoras e começam a escavar
debaixo dos seus pés, sujeitando tudo a desabamento: as pessoas não vão ficar
felizes.
Vitória, sábado, 26 de março de 2005.