quinta-feira, 7 de setembro de 2017


A Condenação de Sartre

 

                            No livro História da Filosofia (subtítulo imenso), São Paulo, Best Seller, 2002, das organizadoras Baby (Bernadette Siqueira - redatora) Abrão e Mirtes (Ugeda) Coscodai, elas dizem à página 449, falando por Sartre:

                            “E, como isso é inerente à condição humana, não há como não ser livre. Posso mascarar a minha liberdade através do que Sartre chama a má-fé ou a recusa do exercício da liberdade; mas esconder a liberdade não a torna menos característica da minha condição. Daí a célebre frase: o homem está condenado a ser livre”.

                            Ora, se está condenado está condenado por alguém; não se pode ser efetivamente condenado por um ser inferior, porque a condenação seria inócua, infrutífera. Seria sempre por um ser superior. Se o ser é CONDENADO, se existe imposição impressa por ser superior, ENTÃO não é livre, é dependente, porque há imposição, obrigação de ser livre. Essa obrigação tira a liberdade.

                            O modelo mostra diferente, que há pares polares opostos/complementares, quer dizer, obrigação e liberdade; a liberdade é só metade, porque senão o universo não se faria. E desde logo metade dos entes é de fantoches. Fantoches de Deus, que seja, ou como queiram chamar, mas fantoches. Esses não são livres coisa nenhuma. Se o universo foi construído essa liberdade foi doada pelo construtor. Se veio do acaso da Natureza se segue que essa liberdade é sujeita a atratores naturais.

                            Em todo caso a liberdade existe.

                            Como existe, não é condenação, é liberdade. Doada por Deus ou vinda da Natureza é sempre metade e uma vez existência não pode ser condenação (no Aurélio Século XXI: ver abaixo, muito extenso).

                            Houve um tempo em que vi a solução em Sartre, porque imaginava que se desistíssemos das ilusões através do existencialismo poderíamos enfrentar os problemas e vencê-los; vi depois que o existencialismo (doença da sobreafirmação da existência) é justamente isso, uma condenação. O ser humano não é em Sartre realmente livre, é um condenado a quem a liberdade não é dada, é imposta – em Sartre, por sermos LIVRES-POR-CONDENAÇÃO (como se a humanidade estivesse livre numa ilha a que foi condenada a viver), não seríamos realmente livres.

                            Em Abraão a humanidade teria sido imolada; em Sartre teria sido condenada.

                            Vitória, quarta-feira, 30 de março de 2005.

             

                            A LIBERDADE (onde ela é limitada – no dicionário)                         

[Do lat. libertate.]
S. f.
 1.          Faculdade de cada um se decidir ou agir segundo a própria determinação  
 2.          Poder de agir, no seio de uma sociedade organizada, segundo a própria determinação, dentro dos limites impostos por normas definidas   
 3.          Faculdade de praticar tudo quanto não é proibido por lei.
 4.         Supressão ou ausência de toda a opressão considerada anormal, ilegítima, imoral 
 5.          Estado ou condição de homem livre 
 6.         Independência, autonomia
 7.          Facilidade, desembaraço   
 8.         Permissão, licença 
 9.         Confiança, familiaridade, intimidade (às vezes abusiva)  
10.         Bras.  V. risca (4) 
11.          Filos. Caráter ou condição de um ser que não está impedido de expressar, ou que efetivamente expressa, algum aspecto de sua essência ou natureza. [Quanto à liberdade humana, o problema consiste quer na determinação dos limites que sejam garantia de desenvolvimento das potencialidades dos homens no seu conjunto -- as leis, a organização política, social e econômica, a moral, etc. --, quer na definição das potencialidades que caracterizam a humanidade na sua essência, concebendo-se a liberdade como o efetivo exercício dessas potencialidades, as quais, concretamente, se manifestam pela capacidade que tenham os homens de reconhecer, com amplitude sempre crescente, os condicionamentos, implicações e conseqüências das situações concretas em que se encontram, aumentando com esse reconhecimento o poder de conservá-las ou transformá-las em seu próprio benefício.]  [Cf., nesta acepç. autodeterminação (2) e autonomia (5).] 
~ V. liberdades.
Liberdade assintótica. 
 1.          Fís. Part.  Propriedade da cromo dinâmica quântica que diz que as forças entre os quarks se tornam cada vez mais fracas à medida que a distância entre eles diminui. 
Liberdade condicional. 
 1.          Jur. Livramento condicional (q. v.). 
Liberdade de cátedra. 
 1.          Jur. Liberdade de manifestação de pensamento no exercício do magistério
Liberdade de imprensa. 
 1.          Direito concedido a todos de publicar alguma coisa sem necessidade de autorização ou de censura prévia, sob as penas da lei no caso de abuso.
Liberdade de indiferença.  Filos. 
 1.          Livre-arbítrio.
 Liberdade de linguagem. 
 1.          Violação das normas gramaticais.
 2.          Linguagem grosseira.
Liberdade de pensamento. 
 1.          Direito do indivíduo de externar suas opiniões ou crenças.
 Liberdade provisória.  Jur. 
 1.          Liberdade revogável, concedida ao réu quando a comprovação da verdade dispensa a sua detenção durante o sumário de culpa.
Liberdade sob palavra.  Jur. 
 1.          Concessão feita a um prisioneiro, mediante compromisso de não se evadir, e que lhe autoriza a locomoção fora do estabelecimento carcerário.
 Liberdade vigiada.  Jur. 
 1.          Medida revogável que consiste na entrega de um menor delinqüente a pessoa ou instituição que, fiscalizada por um delegado do tribunal, se incumbirá da reeducação do menor.

A 13ª Vida de Deus

 

                            Peguei por acaso na Internet.

UMA VIDA EM TREZE ATOS (na Rede Cognata Hércules = 0/CLS = DLS = DS = DEUS) – não quer dizer que eles tenham acertado, de jeito algum; pode ser apenas uma tentativa. Um grupo, estudando o assunto, talvez chegue a melhores resultados; ou debates posteriores.

TRABALHO
 
CONTRAÇÃO
(Objeto visado)
TRADUÇÃO NA REDE COGNATA
SIGNIFICADO SEGUNDO O TEXTO EM ANEXO
Captura das éguas antropófagas
Éguas antropófagas
DEUSES POTENTES
Controle da mente
Captura do touro de Creta
Touro de Creta
EQUILÍBRIO DE G
Aprendizado sobre a natureza dos desejos
Os pomos de ouro das Espérides (sic; Hespérides)
Pomos das Hespérides
 
SONS DOS MODELOS
O conhecimento de si próprio
Captura da corsa
Captura da corsa
COMANDO DO CORPO
Desenvolvimento da intuição
Morte do leão de Neméia
Leão de Neméia
DOMÍNIO DA MÃE
Aprender a utilizar o poder e a coragem
Tomada do cinturão de Hipólita
Cinturão de Hipólita
COMANDOS DO MODELO
Preparação do discípulo, primeira iniciação
Captura do javali de Erimanto
Javali de Erimanto
EQUILÍBRIO DO MODELO
Integração do equilíbrio dos opostos, segunda iniciação
Destruição da hidra de Lerna
Hidra de Lerna
CRIADOR DE DEUSES
Controle e superação dos desejos
Morte dos pássaros de Estínfalo
Pássaros de Estínfalo
SONS DE MUTANTE
Acabar com a tendência do uso de pensamentos destrutivos
10º
Morte de Cérbero
Morte de Cérbero
MODELO DO CRIADOR
Elevação da personalidade, terceira iniciação
11º
Limpeza dos estábulos de Augias
Estábulos de Augias
MODELOS DOS CRIADORES
Limpeza e purificação
12º
Captura do gado vermelho de Gerião
Gado de Gerião
CRIADOR DE CRIADORES
Transcendência da animalidade, salvação

Não se parece quando lemos na RC com um programa simples mitológico e sim com uma verdadeira ascensão à posição de Deus. Nem muito menos parece ter aqueles significados postos à direita e tirados do texto. Fica mais como uma construção universal ligada a esses números mágicos que aparecem em toda parte, por exemplo, na Santa Ceia, onde Jesus é o 13º. Naturalmente as traduções são sempre muitas.

Tudo está ficando cada vez mais surpreendente.
Vitória, sábado, 26 de março de 2005.

Vida Assintótica

 

                            Fiquei imaginando uma vida de 80 anos em 120 minutos, duas horas de filme, colocados numa progressão geométrica do tipo 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128 e 256, somando 510; então, invertidos os números, teríamos uma tabela. Abaixo, o maior dos valores absorveu os erros de aproximação.

                            TEMPO AO CONTRÁRIO

NÚMEROS DA SÉRIE GEOMÉTRICA
TOTAL
256
128
64
32
16
8
4
2
510
56,5
32,0
16,0
8,0
4,0
2,0
1,0
0,5
120 minutos
00-10
10-20
20-30
30-40
40-50
50-60
60-70
70-80
Período de vida
Somando 112,5 minutos
Somando 7,5 minutos
120 minutos

Isso permitiria mostrar a vida (exageradamente) como ela é, um encurtamento do tempo com aumento exponencial da sabedoria, numa espécie de soma zero. Metade da vida consumira quase todo o tempo e quando a pessoa chegasse ao auge da maturidade nos 40 anos tudo correria com uma celeridade espantosa, o que talvez servisse de lição a todos e cada um de nós.

É claro, é preciso achar um enredo consistente, ficando a VA (vida assintótica) como lição de fundo sem qualquer menção a ela exceto, talvez, na saída, após o término do filme. Seria preciso encomendar uma trama sólida e crível a algum escritor muito bom que encaixasse tudo para 1/8 da vida consumir mais de 55 minutos, quase uma hora, transcorrida a qual o personagem tivesse chegado aos 10 anos. Passados mais 32 minutos ele chegaria aos 20 anos e estaria se casando. Outros 16 minutos e teria tido filhos, adquirido carro, e estaria pagando a hipoteca da casa. Nos oito minutos seguintes os filhos iriam para a universidade e assim por diante. Com os efeitos especiais de hoje seria possível.

Vitória, sábado, 19 de março de 2005.

Uma a Caminho de Dois Bilhões

 

                            Começou com os primatas atravessando das florestas para a Forquilha na África coisa de 10 milhões de anos atrás e criando os hominídeos, 200 mil anos passados dando nos Nemay (neandertais da Eva Mitocondrial e do Adão Y): uma primeira família primata entrou numa determinada caverna e tudo mais foi conseqüência (muito difícil).

                            Hoje temos 6,4 bilhões de indivíduos na Terra e com base na família de quatro pessoas podemos fazer conta de 1,6 bilhão de residências (o número é ordem de grandeza, porque há gente solteira, mas também há famílias de dois, homem e mulher). O modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens mostrou nitidamente que todas as casas ainda são imitações da Caverna geral primordial. Ainda estamos vivendo naquela primeira de todas as cavernas. Por pelo menos cinco milhões de anos vivemos dentro delas, antes de emergir para as pós-cavernas, as pré-cidades e as cidades, a primeira das quais Jericó, de 11 mil anos atrás, e depois as 200 ou 300 mil de hoje em dia, com quase dois bilhões de cavernas (mais, se contarmos as repartições governamentais e os escritórios empresariais). Tudo ainda deriva daquela primeira.

                            Todavia, temos julgado-a estúpida, suja, inospitaleira, não-acolhedora e atrasada, quando não foi nada disso. Não foi atrasada como os nossos tempos também não são; e foi retrógrada tanto quanto somos. Em cada linha de frente do evolver aquele é o limite tecnocientífico – a Caverna geral foi-o daqueles tempos precedentes. Foi muito avançada para os tempos anteriores nas árvores.

                            É preciso que a olhemos com essa deferência, essa veneração, esse respeito novo. Porque a primitiva caverna teve mais de dois bilhões de filhos e filhas, tomando em conta todos os tipos. É fundamental que a estudemos com outros olhos, ouvidos, narizes, línguas e peles; é importantíssimo que a sintamos de novo como ela foi sentida no começo, pois para os primatas que ali entraram ela foi o berço de uma nova criação que os pegou brutos animais da selva e os transformou em humanos com esse mesmo futuro que somos nós (embora comportemos alguns defeitos sérios).

                            Vitória, sábado, 19 de março de 2005.

Tudo que Me Apequenaria

 

                            Digo na primeira pessoa para que você não se esqueça que a primeira pessoa NUNCA é negada. A liberdade do ser foi consagrada e não havendo superafirmação tudo é permitido. É permitido ser, não é preciso falar no plural majestático, NÓS fizemos. Eu fiz, quando fiz; você é, completamente.

                            Tudo que me apequenou - tudo que o (a) apequenou - um dia me desagradou, porque eu queria ser pequeno, ter um apartamento, ter um carro; mas tudo que lhe é negado também é ofertado em ponto maior. Não desista, prossiga sempre, caminhe constantemente para diante. Toda negação é oferta de possibilidade mais avantajada.

                            Claro, nós teríamos (todos e cada um de nós) preferido uma vidinha simplesinha e perfeitinha nessa pequenez de desejos, aquela coisa miudinha que tanto prazer nos dá; se não é possível ser tal qual quase todo mundo, porque desse modo o destino balizador nos conduziu, o irremediável não deve ser arrenegado como contrário do ser – ele também é. É de cada um prosseguir ou não, sendo isso também decisão almejada.

                            Uns desistem e voltam, outros se plantam onde estão e uns prosseguem – para todos há serviço.

                            Se o que me apequenaria e mais me agradaria me foi negado, prossigo. Se todas aquelas coisas miudinhas de viver no interior e lá me contentar com um apartamento e um carro, tudo de que eu verdadeiramente gostaria foi negado, prossigo. Se os prazeres diminutos que seriam mesmo meus me foram dados, prossigo. Aquelas coisas “grandes” não são grandes mesmo, são apenas as coisas de que a coletividade precisa – são desenhos dela, não de quem faz. Quem faz precisa de pouco. Só os idiotas e os complexados precisam de muito, porque não sabem ver a realidade.

                            Vitória, segunda-feira, 14 de março de 2005.

Todos os Tipos de Bacias Debaixo dos Panelões

 

                            Dependem da profundidade (altura) e da área (largura e profundidade) da bacia embaixo da terra com carvão, petróleo, gás ou xisto ou qualquer composto carbônico, sobre a qual incidirá acima do solo a flecha (cometa ou meteorito), as conseqüências em REDE mecânica ou termomecânica, ainda por estudar. Que tipos de rochas embalarão o berço carbônico? Depende de muitos fatores essa formação de diamantes, desde os micro até as grandes placas.

                            Tudo isso demandará muito trabalho de pesquisa e desenvolvimento ao largo de anos a fio e mesmo, para a exaustão, décadas. Haverá muito trabalho de modelação computacional a fazer. Os profissionais de geologia, mais os mestres da computação gráfica, deverão ensaiar - conceitualmente os primeiros e formalmente os segundos - até que a média de sua conjunção nos dê o melhor da existência, o conhecimento fluído formestrutural mais perfeito, um prazer de ver, até de sentir na alma, como se estivéssemos mesmo presentes aos eventos. Melhor que isso só sendo anjo para estar pessoalmente em qualquer ponto da geo-história geológica, se tal é possível. Melhor que tudo, poderemos ver de cabeça para baixo, mudar os ângulos de incidência, as massas e os volumes das flechas e das bacias, ver os panelões se formando a qualquer velocidade, um milhão de delícias.

                            UM DESENHO CANHESTRO DO CONJUNTO

                           

 

                                                                                                   A flecha incidente

 


 

 


                                                                                                    A terra empurrada nas bordas

 


 

 


                                                                                                   O panelão formado depois

 

 

                                                                                                                                                                                                                                                                                           A bacia embaixo

 

 

                            Os resultados, como eu disse, serão os mais variados (também, com 400 mil tentativas diferentes!), porisso mesmo bonitos de ver no conjunto. Seria legal poder ver.

                            Vitória, domingo, 13 de março de 2005.

                           

A BACIA PROTOTÍPICA


BACIAS RASAS


                            BACIAS MÉDIAS


                            BACIAS FUNDAS


 

The Humanos

 

                            THE SIMS é o jogo da Maxis que evoluiu necessariamente do Simcity, se tornou autônomo e agora se adiantou para o THE SIMS 2, com gráficos muito mais realistas e interações muito mais desenvolvidas psicologicamente.

                            LOGOTIPO DE UMA EVOLUÇÃO QUE ESTÁ COMEÇANDO


                            UM EXEMPLO DE TELA


O TS está se tornando tão mais real que podemos imaginar a situação inversa, em que um outro programa, The Humanos é rodado numa supermáquina de Deus, estilo 13º Andar e Matrix. Durante a exibição dum filme qualquer que vai passando na tela com enredo trivial uma cena de repente é mudada bem às vistas dos espectadores, que percebem nitidamente, mas não os personagens; e do mesmo modo vai acontecendo no decorrer do filme, com cenas suprimidas ou acrescentadas, com personagens retirados ou colocados, com partes do cenário que somem e aparecem sem qualquer explicação, mas sem reclamações por parte dos personagens, de modo a lançar a dúvida na cabeça dos que vêem o filme. Deverá ter título mundial no vernáculo, com o artigo em inglês (em português THE HUMANOS). Será o filme-piloto de uma série, o seguinte iniciando com discussões sobre coisas que desaparecem.

Vitória, domingo, 13 de março de 2005.