Uma a Caminho de Dois
Bilhões
Começou com os
primatas atravessando das florestas para a Forquilha na África coisa de 10
milhões de anos atrás e criando os hominídeos, 200 mil anos passados dando nos
Nemay (neandertais da Eva Mitocondrial e do Adão Y): uma primeira família
primata entrou numa determinada caverna e tudo mais foi conseqüência (muito
difícil).
Hoje temos 6,4
bilhões de indivíduos na Terra e com base na família de quatro pessoas podemos
fazer conta de 1,6 bilhão de residências (o número é ordem de grandeza, porque
há gente solteira, mas também há famílias de dois, homem e mulher). O modelo da
Caverna para a Expansão dos Sapiens mostrou nitidamente que todas as casas
ainda são imitações da Caverna geral primordial. Ainda estamos vivendo naquela
primeira de todas as cavernas. Por pelo menos cinco milhões de anos vivemos
dentro delas, antes de emergir para as pós-cavernas, as pré-cidades e as
cidades, a primeira das quais Jericó, de 11 mil anos atrás, e depois as 200 ou
300 mil de hoje em dia, com quase dois bilhões de cavernas (mais, se contarmos
as repartições governamentais e os escritórios empresariais). Tudo ainda deriva
daquela primeira.
Todavia, temos
julgado-a estúpida, suja, inospitaleira, não-acolhedora e atrasada, quando não
foi nada disso. Não foi atrasada como os nossos tempos também não são; e foi
retrógrada tanto quanto somos. Em cada linha de frente do evolver aquele é o
limite tecnocientífico – a Caverna geral foi-o daqueles tempos precedentes. Foi
muito avançada para os tempos anteriores nas árvores.
É preciso que a
olhemos com essa deferência, essa veneração, esse respeito novo. Porque a
primitiva caverna teve mais de dois bilhões de filhos e filhas, tomando em
conta todos os tipos. É fundamental que a estudemos com outros olhos, ouvidos,
narizes, línguas e peles; é importantíssimo que a sintamos de novo como ela foi
sentida no começo, pois para os primatas que ali entraram ela foi o berço de
uma nova criação que os pegou brutos animais da selva e os transformou em
humanos com esse mesmo futuro que somos nós (embora comportemos alguns defeitos
sérios).
Vitória, sábado, 19
de março de 2005.
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