Vida Assintótica
Fiquei imaginando
uma vida de 80 anos em 120 minutos, duas horas de filme, colocados numa
progressão geométrica do tipo 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128 e 256, somando 510;
então, invertidos os números, teríamos uma tabela. Abaixo, o maior dos valores
absorveu os erros de aproximação.
TEMPO AO CONTRÁRIO
NÚMEROS DA SÉRIE GEOMÉTRICA
|
TOTAL
|
|||||||
256
|
128
|
64
|
32
|
16
|
8
|
4
|
2
|
510
|
56,5
|
32,0
|
16,0
|
8,0
|
4,0
|
2,0
|
1,0
|
0,5
|
120 minutos
|
00-10
|
10-20
|
20-30
|
30-40
|
40-50
|
50-60
|
60-70
|
70-80
|
Período de vida
|
Somando 112,5 minutos
|
Somando 7,5 minutos
|
120 minutos
|
Isso permitiria mostrar a vida
(exageradamente) como ela é, um encurtamento do tempo com aumento exponencial
da sabedoria, numa espécie de soma zero. Metade da vida consumira quase todo o
tempo e quando a pessoa chegasse ao auge da maturidade nos 40 anos tudo
correria com uma celeridade espantosa, o que talvez servisse de lição a todos e
cada um de nós.
É claro, é preciso achar um enredo
consistente, ficando a VA (vida assintótica) como lição de fundo sem qualquer
menção a ela exceto, talvez, na saída, após o término do filme. Seria preciso
encomendar uma trama sólida e crível a algum escritor muito bom que encaixasse
tudo para 1/8 da vida consumir mais de 55 minutos, quase uma hora, transcorrida
a qual o personagem tivesse chegado aos 10 anos. Passados mais 32 minutos ele
chegaria aos 20 anos e estaria se casando. Outros 16 minutos e teria tido
filhos, adquirido carro, e estaria pagando a hipoteca da casa. Nos oito minutos
seguintes os filhos iriam para a universidade e assim por diante. Com os
efeitos especiais de hoje seria possível.
Vitória, sábado, 19 de março de 2005.
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