quinta-feira, 7 de setembro de 2017


Vida Assintótica

 

                            Fiquei imaginando uma vida de 80 anos em 120 minutos, duas horas de filme, colocados numa progressão geométrica do tipo 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128 e 256, somando 510; então, invertidos os números, teríamos uma tabela. Abaixo, o maior dos valores absorveu os erros de aproximação.

                            TEMPO AO CONTRÁRIO

NÚMEROS DA SÉRIE GEOMÉTRICA
TOTAL
256
128
64
32
16
8
4
2
510
56,5
32,0
16,0
8,0
4,0
2,0
1,0
0,5
120 minutos
00-10
10-20
20-30
30-40
40-50
50-60
60-70
70-80
Período de vida
Somando 112,5 minutos
Somando 7,5 minutos
120 minutos

Isso permitiria mostrar a vida (exageradamente) como ela é, um encurtamento do tempo com aumento exponencial da sabedoria, numa espécie de soma zero. Metade da vida consumira quase todo o tempo e quando a pessoa chegasse ao auge da maturidade nos 40 anos tudo correria com uma celeridade espantosa, o que talvez servisse de lição a todos e cada um de nós.

É claro, é preciso achar um enredo consistente, ficando a VA (vida assintótica) como lição de fundo sem qualquer menção a ela exceto, talvez, na saída, após o término do filme. Seria preciso encomendar uma trama sólida e crível a algum escritor muito bom que encaixasse tudo para 1/8 da vida consumir mais de 55 minutos, quase uma hora, transcorrida a qual o personagem tivesse chegado aos 10 anos. Passados mais 32 minutos ele chegaria aos 20 anos e estaria se casando. Outros 16 minutos e teria tido filhos, adquirido carro, e estaria pagando a hipoteca da casa. Nos oito minutos seguintes os filhos iriam para a universidade e assim por diante. Com os efeitos especiais de hoje seria possível.

Vitória, sábado, 19 de março de 2005.

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