Tudo que Me
Apequenaria
Digo na primeira
pessoa para que você não se esqueça que a primeira pessoa NUNCA é negada. A
liberdade do ser foi consagrada e não havendo superafirmação tudo é permitido.
É permitido ser, não é preciso falar no plural majestático, NÓS fizemos. Eu
fiz, quando fiz; você é, completamente.
Tudo que me
apequenou - tudo que o (a) apequenou - um dia me desagradou, porque eu queria
ser pequeno, ter um apartamento, ter um carro; mas tudo que lhe é negado também
é ofertado em ponto maior. Não desista, prossiga sempre, caminhe constantemente
para diante. Toda negação é oferta de possibilidade mais avantajada.
Claro, nós teríamos
(todos e cada um de nós) preferido uma vidinha simplesinha e perfeitinha nessa
pequenez de desejos, aquela coisa miudinha que tanto prazer nos dá; se não é
possível ser tal qual quase todo mundo, porque desse modo o destino balizador
nos conduziu, o irremediável não deve ser arrenegado como contrário do ser –
ele também é. É de cada um prosseguir ou não, sendo isso também decisão
almejada.
Uns desistem e
voltam, outros se plantam onde estão e uns prosseguem – para todos há serviço.
Se o que me
apequenaria e mais me agradaria me foi negado, prossigo. Se todas aquelas
coisas miudinhas de viver no interior e lá me contentar com um apartamento e um
carro, tudo de que eu verdadeiramente gostaria foi negado, prossigo. Se os
prazeres diminutos que seriam mesmo meus me foram dados, prossigo. Aquelas
coisas “grandes” não são grandes mesmo, são apenas as coisas de que a coletividade
precisa – são desenhos dela, não de quem faz. Quem faz precisa de pouco. Só os
idiotas e os complexados precisam de muito, porque não sabem ver a realidade.
Vitória,
segunda-feira, 14 de março de 2005.
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