quarta-feira, 2 de agosto de 2017


Critérios da Utilidade

 

                            Certa vez, 30 anos atrás o César irmão de Soneca perguntou “que utilidade têm isso para a humanidade? ” - o que vem me guiando desde que eu soube.

                            QUE UTILIDADE TEM ISSO?

·       Utilidade formal (enquanto apresentação visual);

·       Utilidade conceitual (que estrutura algo novo ou re-estrutura a velha realidade – o que é novidade também).

UTILIDADE DO CONHECIMENTO

·       Utilidade mágica/artística;

·       Utilidade teológica/religiosa;

·       Utilidade filosófica/ideológica;

·       Utilidade científica/técnica;

·       Utilidade matemática.

LUZ CINTILANTE (diz a música) – deveríamos nos perguntar como podemos melhorar nossos serviços ao coletivo até o ponto dele brilhar, tanto o coletivo quanto principalmente nosso serviço (porque isso mostra amor ao próximo, como aconselhou Jesus)

·       Cintilante prática: como podemos ajudar todos e cada um a melhorar a apresentação e o desenvolvimento dos objetos?

·       Cintilante teoria: como podemos aprimorar o olhar que reflete e recondiciona o mundo para os seres viventes? Não são apenas os humanos, você sabe.

Então, de cada vez fiquei pensando se as coisas que estava escrevendo tinham uma utilidade imediata ou mediata, para logo ou para depois. Havia qualquer gênero de re-nov/ação (ato permanente de re-novar, atualizar)? Fosse por uma lógica mais apurada ou pela mesma lógica boa - se ela não podia ser ultrapassada - o significativamente novo que melhorava o rendimento particular e geral se apresentava e estávamos acrescentando? Essa inquietante pergunta me faço sempre: é útil, procura ajudar, melhora em algo, se pode extrair novas gratificações para os vivos? Claro que tal utilitarismo, sendo “ismo” ou excesso ou doença de superafirmação da humanidade não se põe senão com uma reserva muito sensível: não se vá elevar isso à categoria de placa sobre a mesa do escritório ou pendurada na parede, mas pelo menos pode ficar no fundo de nossas consciências.

Vitória, domingo, 17 de outubro de 2004.

Cadernos de Jornais

 

                            Como você sabe, em geral os jornais tem o Caderno Dois ou Caderno 2, apenas porque o que existia antes era o único e quando surgiu outro o primeiro passou a ser o A ou 1. Normalmente o Caderno Dois é cultural, é dedicado a cinema e outras coisas assim. Não muda muito no planeta inteiro, até onde tenho notícia.

                            Entrementes, poderia muito bem acompanhar a semana.

                            DESAFIOS NO PEITO DO BRASIL (canta Ivan Lins)

·       Caderno Dois (ou Caderno Segunda);

·       Caderno Três (ou terça);

·       Caderno Quatro (ou quarta);

·       Caderno Cinco (ou quinta);

·       Caderno Seis (ou sexta);

·       Caderno Sete (ou sábado);

·       Caderno Um (ou domingo; mas o JB já publica há muito tempo o Caderno de Domingo).

O que isso muda?

Muda o enfoque, porque cada dia da semana é diferente, em vista da posição central do domingo, Dia do Senhor, conforme a religião. Segunda a sexta são dias dedicados à produçãorganização, no sábado só a metade (com metade de preparação para a folga de domingo para algumas profissões), com certas categorias trabalhando metade desse dia ou até o dia inteiro.

Quanto ao atual Caderno Dois poderia se tornar CADERNO DE CULTURA, o que ampliaria o leque. Poderia haver um CADERNO DO CONHECIMENTO (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, ciência/Técnica e Matemática). Pode-se variar bastante, estando as coisas até agoraqui relativamente estagnadas. O jornal que lançasse isso saltaria à frente, claro, destacando-se mundialmente.

Vitória, domingo, 24 de outubro de 2004.

Banco de Deus

 

                            Isso as igrejas poderiam fazer conjuntamente.

                            REUNIÃO DAS IGREJAS

·       Igrejas cristãs (católicas e protestantes);

·       Mesquitas islamitas;

·       Sinagogas hebraicas;

·       Templos xintoístas (do Japão);

·       Templos budistas (de todo o mundo, inclusive China);

·       Grupos espíritas;

·       E todos os demais religiosos.

Porque numa coisa todos eles concordam: em ajudar os pobres a continuar vivendo, à espera de tempos melhores.

Então, poderiam perfeitamente criar esse BANCO DE DEUS, com esse nome mesmo ou sua versão cultural ou nacional, de modo que houvesse uma rede mundial capaz de financiar os pequenos empreendimentos segundo o melhor entendimento das igrejas – se saíssem dos trilhos convencionados a cláusula de reserva cobraria juros bancários normais. Como os bancos podem ser zelosos na aplicação o pequeno lucro obtido financiaria ainda outros pretendentes. Como há permanente captação religiosa através de todo o orbe, de todo o planeta, sempre haveria um fundo mínimo continuamente aplicável. Dizem que os cristãos são 2,0 bilhões, podendo então pela quantidade liderar; os católicos, que parecem ser 1,3 bilhão, poderiam tomar a frente da iniciativa, a presidência exercendo-se rotativamente, cada BD tendo sua versão, por exemplo, BDC, BD-Católico, e assim para cada denominação.

Como as igrejas são sempre mais avançadas no que respeita à proteção do ser humano, empresas que cuidassem do lixo, da ecologia, da proteção ao menor, à mãe menor de idade ou adolescente e a todo gênero de causa humanitária ou protetora teriam prioridade absoluta.

Com o tempo essa massa estaria MUNDIALMENTE organizada em volta da Fé e das igrejas que a representam, segundo as confissões.

Vitória, segunda-feira, 18 de outubro de 2004.

As Mulheres Inventam os Homens Altos

 

                            Como já definimos, dos três tipos de mutação (por erro de montagem, devida à radiação cósmica e devida à radiação da Terra) as mulheres pegam as três os homens uma só, a devida a erro, que é decrescente, só reduz. Para as mulheres valem as incidências radiativas por toda a vida reprodutiva (dos oito aos 35 ou mais), enquanto que para os homens só durante o tempo de fabricação e derrame dos espermatozóides. Além disso, as mulheres são receptivas e detém o controle do útero. Devem ter aprendido bem cedo as posições que evitam filhos, a evitar o período fértil, a tomar ervas e purgantes quaisquer, de modo que na realidade tinham (e têm) filhos quando queriam (e querem), muito antes da pílula. Também ficavam na Caverna para coleta, e a Mãe Dominante e seu grupinho diziam quando e qual fêmea iria procriar. Devia haver todo um controle eugênico total, até hoje MUITO MAL pesquisado e menos ainda sabido. Por distribuírem tanto a comida que colhiam quanto a proteína trazida pelos homens enviados, diziam quem ia prosperar e quem ia minguar.

                            TRÍPLICE CONTROLE

1.       Genético;

2.       Escolha do depositário de esperma, com escalação dos parceiros pela Mãe;

3.      Seleção para participação na alimentação.

De fato, quando os hominídeos começaram nossa evolução não passavam de 1,30 ou 1,35 metro de altura. Ora, interessava às mães CONSTRUIR O HOMEM, elevando sua estatura, de forma que elas devem ter superadministrado proteínas AOS GAROTOS e não às meninas - de modo nenhum a estas. Tanto a “pequena proteína” que era buscada em volta da caverna quanto a “grande proteína” que era trazida pelos 10 a 20 % que iam caçar, tudo era reservado aos homens (estes comiam na caçada), principalmente aos garotos até os 13 anos. As meninas passavam fome ou comiam amido (se isso for verdade um modo de conquistar qualquer menininha – mais no passado que agora – seria convidar para um churrasco), exceto evidentemente as mães; estas deviam sentir que a superalimentação durante a gravidez, quando nascesse menina, tinha sido um desperdício. Os gatos e os cachorros de boca pequena eram criados como proteína alternativa, como reserva (mas nunca os cachorros de boca grande dos homens).

E as mães devem ter (como viu Gabriel) selecionado os de muita produção de testosterona (como ele disse, os “sacudos”, de saco grande, indicando os violentos e irritáveis; na Rede Cognata os “suicidas”, os que se lançavam, o que gerou um problema de constrangimento em nossos dias). As mulheres formaram todas as características dos homens e delas mesmas, mantendo-se baixas, só deixando procriar as mulheres baixinhas, que tinham preferência em tudo. Entrementes, é claro, na medida em que os homens foram aumentando de tamanho os genes foram passando teimosamente de volta para as mulheres, que lutavam então no sentido contrário, até bem recentemente, quando a humanidade se tornou amplamente dominante. O desenho que aparece é este:

1.       Mulheres baixinhas em toda parte;

2.       Mães gordas (mas moças magrinhas, famélicas – passar a mãe significava justamente poder comer mais; e não eram os homens que proibiam, pelo contrário);

3.      Desvio de toda proteína para os garotos e os homens;

4.      Desenvolvimento das características hostis nos homens (as mulheres não vão tolerar muitos os molengas, os frouxos);

5.      Projeção das qualidades suicidas, com muita adrenalina, tudo que levasse ao domínio do ambiente e dos demais grupos;

6.      Criação de homens altos, parrudos ou fortes, troncudos, ligeiros, irritáveis, violentos;

7.       Assim por diante, a pesquisar.

A humanidade resultante foi quase inteiramente projeto das mulheres (exceto aquilo que resultou dos confrontos de caça).

Vitória, quarta-feira, 20 de outubro de 2004.

As Glaciações e o Horizonte de Jericó

 

                            Os Grandes Lagos da América do Norte (entre EUA e Canadá) estão a 45º Norte e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul a 30º Sul, de modo que se as glaciações foram até essas regiões pode ser que a faixa em torno do equador tivesse sido bem estreita em termos de conforto térmico.

A ÁREA NÃO GELADA NA ÁFRICA E REDONDEZAS NA GLACIAÇÃO DE WISCONSIN (de 115 a 10 mil anos atrás – Jericó é de 11 mil anos passados) – 45º Norte e 30º Sul somando 75º, metade dando 37,5º, oito graus acima do equador atual


 
 
Seta: para a Direita: Jericó

                            Isso quer dizer que era muito mais frio em Jerusalém-Jericó. Você vê que faz o maior sentido determinar com grande grau de precisão o que ocorreu durante as glaciações, especialmente a mais recente; e saber como estavam as águas no Mediterrâneo, nos lagos e nos rios (por exemplo, chovia muito menos, porque era mais frio, evaporava menos). O mar Mediterrâneo esteve durante nas glaciações bem para baixo, havia muito mais terra exposta. Talvez tenha aberto uma passagem nas Colunas de Hércules, no Sinai, no Iêmen nos 105 mil anos gelados.

                            Em particular, como era em volta de Jericó? Qual a temperatura? Que plantas cresciam por lá? Que animais freqüentavam a região? Na verdade, sabemos bem pouco do nosso passado. Pouquíssimo, mesmo. É uma pobreza de dar dó.

                            Vitória, terça-feira, 19 de outubro de 2004.

As Conquistas da Canoa

 

                            A canoa deve ser bem recente.

Que ela deve ter sido produto de alta racionalidade pode começar a ser visto no texto deste Livro 99, Olhando a Racionalidade da Canoa. Demorou a ser inventada e até hoje encanta nos navios, nos iates, nas pirogas, em todo tipo de construção.

                            Podemos estimar quando foi.

                            Antes de 15 e de 12 mil anos atrás não foi, porque até essa época os nossos antepassados precisaram da ponte de gelo (depois rompida com o fim da glaciação) em Bering para passar às Américas, vindo em dois grupos, como determinaram os tecnocientistas. Não passou outra leva depois de 12 mil anos atrás até 10 mil anos passados, quando a Glaciação de Wisconsin terminou, nem logo depois. Então, com toda certeza, tem de ter menos de 10 mil anos. Seria interessantíssimo encontrar os primeiros exemplares e o lugar onde foram feitas. Talvez não as primeiras a serem feitas, pois podem ter se perdido, mas algumas das subseqüentes, uma certa quantidade espalhada que aponte o centro. Deviam ser coisas bem toscas, bem grosseiras, bem primitivas e até ridículas, mas mesmo assim comportando aquela racionalidade esperada. Depois disso a humanidade nunca mais foi a mesma, porque mais que o fogo ela PERMITE IR, adiantar-se. O fogo é instrumento de segurança e de conquista local – ninguém o envia a qualquer parte distante. A canoa leva longe, ela permite atravessar rios, lagos e mares sem precisar contornar em tempos muito longos. O primeiro curso a ser vencido foi o Nilo e os dois povos - o mais desenvolvido da margem direita e o da margem esquerda - se reencontraram depois de milênios de separação. Também permitiu a saída pelo Iêmen e pelo Sinai mais ao sul da península, na ponta sul do Golfo de Suez.

                            Podemos pensar que a sua invenção tenha se dado na metade de 10 mil anos, lá por 5, 6, 7 mil anos atrás. Será preciso investigar, mas eu apostaria nisso. Depois da canoa foi como uma avalanche de gente tomando o mundo, derramando-se sobre ele, assoberbando-o, conquistando-o completamente. Antes dela tudo era feito a pé. Antes dela para chegar até o outro lado na citada parte sul da Península do Sinai era preciso dar uma volta de 550 km, ao passo que depois bastava navegar 40 km. De fato, noutros lugares seria preciso atravessar milhares de quilômetros, como quem estando no Marrocos quisesse chegar à Espanha sem ser passando pelas Colunas de Hércules. Medindo em linha reta pelo sul do Mediterrâneo e pela Europa 8,7 mil quilômetros, mais os cinco mil para sul do Nilo e cinco mil para norte pelo outro lado, total de até uns 20 mil km.

DE CANOA É MUITO MAIS PERTO (dando a volta por terra é 14 vezes ou mais tanto quanto passando de canoa)


Em resumo, as viagens ficavam de 20 a centenas de vezes mais rápidas e confortáveis, de modo que os pontos de passagem (Colunas de Hércules, Sinai, Mar Vermelho e outros) devem ser pesquisados primeiro, sem falar nas margens do Nilo e na Forquilha toda, inclusive seus lagos.

Vitória, segunda-feira, 25 de outubro de 2004.

As Armadilhas Todas Preparadas e os que Caíram Nelas

 

                            A mando dos sacerdotes certo personagem do Novo Testamento (vá procurar onde), perguntou a Jesus:

-- Rabi, o que é mais certo, dar a César ou a Deus? (Como usou a partícula exclusiva “ou”, isso permitia um, o outro ou ambos).

Ao que Jesus deu a resposta clássica e fundamental.

-- “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (transferindo a cada um o problema de aquilatar, isto é, a cada consciência e a sua visão da realidade. Traduzindo para nossos dias seria: DAI AO ESTADO O QUE É DO ESTADO E À IGREJA O QUE É DA IGREJA. Ou qualquer variação: dai ao exército e à guerra o que é deles e à paz e à tranqüilidade o que for da tua consciência; e assim por diante, faça suas variações).

No filme de 2004 Pelé Eterno contam que num determinado jogo do Santos contra um selecionado do Rio de Janeiro (os quatro maiores times de então como de agora sendo: Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense; e os menores: América, Olaria, São Cristóvão), pediram a ele que desse sua camisa 10 a um dos times. Se desse a qualquer dos grandes significaria que teria preferência por aquele, o que contrariaria o Santos, favoreceria um e irritaria os demais. Ele deu, salvo engano, ao Olaria, um dos pequenos, o que agradou a este, aos pequenos do mundo, aos grandes e ao Santos, além de ser um gesto simpático universalmente aplaudido.

Parece que a vida está coalhada de armadilhas para todos e cada um. Ou os “deuses”, ou ELI (Natureza/Deus, Ela/Ele) mesmo se diverte com isso. Uns caem e outros não, a genialidade sendo uma marca e relação direta das potências implícitas e explícitas das armadilhas. Uns se esborracharam e outros se salvaram delas. Não sei se caí ou cairei ou você, mas em todo caso seria conveniente fazer um livro sob essa ótica, sondando as principais personagens do FILME DA VIDA, como dizia noutros termos Clarice Lispector.

Seria muito interessante ver as respostas que de cada vez deram os interrogados e raciocinar sobre o que teria causado de dano ao futuro ter respondido erradamente.

Vitória, domingo, 17 de outubro de 2004.