As Armadilhas Todas
Preparadas e os que Caíram Nelas
A mando dos
sacerdotes certo personagem do Novo Testamento (vá procurar onde), perguntou a
Jesus:
-- Rabi, o que é mais certo, dar a César ou a Deus? (Como usou a
partícula exclusiva “ou”, isso permitia um, o outro ou ambos).
Ao que Jesus deu a resposta clássica e
fundamental.
-- “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”
(transferindo a cada um o problema de aquilatar, isto é, a cada consciência e a
sua visão da realidade. Traduzindo para nossos dias seria: DAI AO ESTADO O QUE
É DO ESTADO E À IGREJA O QUE É DA IGREJA. Ou qualquer variação: dai ao exército
e à guerra o que é deles e à paz e à tranqüilidade o que for da tua
consciência; e assim por diante, faça suas variações).
No filme de 2004 Pelé Eterno contam que num determinado jogo do Santos contra um
selecionado do Rio de Janeiro (os quatro maiores times de então como de agora
sendo: Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense; e os menores: América, Olaria,
São Cristóvão), pediram a ele que desse sua camisa 10 a um dos times. Se desse
a qualquer dos grandes significaria que teria preferência por aquele, o que
contrariaria o Santos, favoreceria um e irritaria os demais. Ele deu, salvo
engano, ao Olaria, um dos pequenos, o que agradou a este, aos pequenos do mundo,
aos grandes e ao Santos, além de ser um gesto simpático universalmente
aplaudido.
Parece que a vida está coalhada de
armadilhas para todos e cada um. Ou os “deuses”, ou ELI (Natureza/Deus,
Ela/Ele) mesmo se diverte com isso. Uns caem e outros não, a genialidade sendo
uma marca e relação direta das potências implícitas e explícitas das armadilhas.
Uns se esborracharam e outros se salvaram delas. Não sei se caí ou cairei ou
você, mas em todo caso seria conveniente fazer um livro sob essa ótica,
sondando as principais personagens do FILME DA VIDA, como dizia noutros termos
Clarice Lispector.
Seria muito interessante ver as
respostas que de cada vez deram os interrogados e raciocinar sobre o que teria
causado de dano ao futuro ter respondido erradamente.
Vitória, domingo, 17 de outubro de
2004.
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