As Conquistas da
Canoa
A canoa deve ser bem
recente.
Que ela deve ter sido produto de alta
racionalidade pode começar a ser visto no texto deste Livro 99, Olhando a Racionalidade da Canoa.
Demorou a ser inventada e até hoje encanta nos navios, nos iates, nas pirogas,
em todo tipo de construção.
Podemos estimar
quando foi.
Antes de 15 e de 12
mil anos atrás não foi, porque até essa época os nossos antepassados precisaram
da ponte de gelo (depois rompida com o fim da glaciação) em Bering para passar
às Américas, vindo em dois grupos, como determinaram os tecnocientistas. Não
passou outra leva depois de 12 mil anos atrás até 10 mil anos passados, quando
a Glaciação de Wisconsin terminou, nem logo depois. Então, com toda certeza,
tem de ter menos de 10 mil anos. Seria interessantíssimo encontrar os primeiros
exemplares e o lugar onde foram feitas. Talvez não as primeiras a serem feitas,
pois podem ter se perdido, mas algumas das subseqüentes, uma certa quantidade
espalhada que aponte o centro. Deviam ser coisas bem toscas, bem grosseiras,
bem primitivas e até ridículas, mas mesmo assim comportando aquela
racionalidade esperada. Depois disso a humanidade nunca mais foi a mesma,
porque mais que o fogo ela PERMITE IR, adiantar-se. O fogo é instrumento de
segurança e de conquista local – ninguém o envia a qualquer parte distante. A
canoa leva longe, ela permite atravessar rios, lagos e mares sem precisar
contornar em tempos muito longos. O primeiro curso a ser vencido foi o Nilo e
os dois povos - o mais desenvolvido da margem direita e o da margem esquerda -
se reencontraram depois de milênios de separação. Também permitiu a saída pelo
Iêmen e pelo Sinai mais ao sul da península, na ponta sul do Golfo de Suez.
Podemos pensar que a
sua invenção tenha se dado na metade de 10 mil anos, lá por 5, 6, 7 mil anos
atrás. Será preciso investigar, mas eu apostaria nisso. Depois da canoa foi
como uma avalanche de gente tomando o mundo, derramando-se sobre ele,
assoberbando-o, conquistando-o completamente. Antes dela tudo era feito a pé.
Antes dela para chegar até o outro lado na citada parte sul da Península do
Sinai era preciso dar uma volta de 550 km, ao passo que depois bastava navegar
40 km. De fato, noutros lugares seria preciso atravessar milhares de
quilômetros, como quem estando no Marrocos quisesse chegar à Espanha sem ser
passando pelas Colunas de Hércules. Medindo em linha reta pelo sul do
Mediterrâneo e pela Europa 8,7 mil quilômetros, mais os cinco mil para sul do
Nilo e cinco mil para norte pelo outro lado, total de até uns 20 mil km.
DE
CANOA É MUITO MAIS PERTO
(dando a volta por terra é 14 vezes ou mais tanto quanto passando de canoa)
|
Em resumo, as viagens ficavam de 20 a
centenas de vezes mais rápidas e confortáveis, de modo que os pontos de
passagem (Colunas de Hércules, Sinai, Mar Vermelho e outros) devem ser
pesquisados primeiro, sem falar nas margens do Nilo e na Forquilha toda,
inclusive seus lagos.
Vitória, segunda-feira, 25 de outubro
de 2004.
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