Comida Dinâmica
A leitura dinâmica
tem certas técnicas que desconheço e que permitem passar pelo texto muito
rapidamente. Não sei a eficácia do aprendizado nem se se pode reter as
informações durante muito tempo. Não sei quase nada dela, exceto que se lê em
diagonal. Quantas vezes tão rápido se lê nela o tanto que lemos na leitura
corriqueira? Ademais, não achamos ruim lermos mais rápido que os analfabetos
que estão iniciando, de forma que qual seria a razão de acharmos ruim lermos
nela mais rápido que lemos agora?
Entretanto, que
sentido há numa supertécnica capaz de nos alimentar dez vezes tão rápido quanto
o fazemos agora, quando estamos degustando os grupos e as misturas ou cada
comida individual lentamente? Talvez com ela possamos gastar apenas cinco minutos
em vez de meia hora, ou com essa supertécnica possamos apreciar os alimentos
tanto quanto na falta dela, mas eu ainda prefiro seguir devagar.
Será que valeria a
pena introduzir isso nas escolas de primeiro e segundo graus, de forma que
todos os seres humanos possam desde cedo ler dinamicamente e muito mais que
agora por unidade de tempo? Acharíamos inconveniente serem introduzidas - as
matérias todas que precisamos saber - através de chips de memória diretamente
em nossas mentes, em vez de passar pelo lento e por vezes tão doloroso processo
comum de aprendizado?
Não sou pessoa
particularmente fechada com relação às novidades e seria uma coisa a discutir a
hipótese da LEITURA DINÂMICA UNIVERSAL, para todos e cada um, em todas as
nações, o que poderia ter sido feito antes. Agora estamos praticamente na
ante-sala da terceira natureza e dos seres novos, com nova arquiengenharia de
memorinteligência, mas talvez ainda faça sentido.
Porém eu mesmo
prefiro sempre a lenta degustação das frases e das palavras. Talvez eu seja um
romântico e um passadista, mas sigo nessa crença do prazer lento, dessa leitura
longamente aprendida.
Vitória,
sexta-feira, 07 de novembro de 2003.