A Ficção de Clarke
Arthur C. Clarke,
inglês, é de 1917 e está vivo em 2003, aos 86 anos, vivendo no Sri Lanka (antes
de 1972 Ceilão), cuja capital é Colombo.
Escrevendo ficção
científica há 60 anos, Clarke tem a propriedade de fazê-la sempre plausível.
Diferentemente dos demais, que inventam malabarismos e coisas aparentemente
muito avançadas para manter a atenção de seus leitores, Clarke é sempre pausado,
consistente mesmo quando vai a extremos, por ter tido formação técnica e
científica com louvor. Previu os satélites geo-estacionários, quinze anos antes
do lançamento do Sputnik.
Foi autor do conto
que anos depois foi expandido para ser a base de 2001, Uma Odisséia no Espaço, filmado por Stanley Kubrick, já
falecido, e que já assisti 12 vezes sem perder o interesse. Sucessivamente,
como já reportei, escreveu três seqüências para o livro, das quatro tendo sido
filmadas duas – creio que o episódio final está sendo filmado, tendo sido
saltado o terceiro. Tem lá umas centenas de obras, todas interessantes, até
onde conheço, sem nada de mágico. É de tudo uma pena que os cineastas não
tenham filmado todas as suas obras (que seriam, classicamente, refilmadas
passados 30 anos). Com tantas obras de tiroteio, de policiais e da Máfia, a
razão de não filmarem seus livros, tão melhores que aquelas tolices de
correria, me escapa. Quer dizer, não escapa mesmo, a humanidade é infantil, não
sabe abordar grandes temas com seriedade.
E aí está um desses
grandes autores humanos (existe encantamento num milhar deles, em várias
áreas), cujas obras são esparsamente abordadas. É uma pena total.
Vitória,
quarta-feira, 30 de abril de 2003.