sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017


Conciliação Interna

 

                            Os árabes mostraram na guerra do Irã com o Iraque (1979 a 1988, 300 mil iraquianos e 400 mil iranianos mortos, segundo o Almanaque Abril 2002), no ataque do Iraque ao Kuwait em 1991 e na recente Guerra do Iraque que eles não conseguirão se unir tão cedo, apesar de toda vazia proclamação da irmandade muçulmana. Dividindo-os ainda mais nesta guerra e à Europa, postas a brigar a Grã-Bretanha e a França, os EUA continuam com a política romana de dividir para reinar.

                            Sentindo-se internamente ameaçados com o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 no WTC em Nova Iorque, os americanos estão prontos a procurar conciliação interna (com os negros, os mexicanos, os porto-riquenhos, até os brasileiros, que são mais de 300 ou 500 mil por lá, não sei ao certo, perto de 1/350 da nossa gente). Já começaram a favorecer a imagem do México, novo parceiro do Nafta, nos filmes e em tudo que por lá se passa. Chamaram Caetano Veloso para ser o primeiro brasileiro a cantar numa cerimônia do Oscar, como previ que iria acontecer (não exatamente ele, qualquer um).

                            Precisam garantir a América do Sul, para se oporem eficazmente à Europa dos 15 (em empate técnico com o Nafta) quanto ela passe aos 27, depois outros ainda, englobando mais e mais do Leste europeu, talvez até a Rússia, inesgotáveis reservas de gente e minerais, além de petróleo e gás, que é tanto projeto europeu quanto chinês e japonês. A coisa toda está se tornando tremendamente complicada, com tantos agentes espertos no jogo; não é mais a segunda guerra mundial, instrumentos preditivos muito melhores estão presentes, bem como os supercomputadores.

                            É aí que todos procuram ganhar, nas carências do gigante, nas suas necessidades debilitadas. Mas não é bom estar perto de um gigante que estertora, mesmo se os sinais de espasmos se dão em décadas e não em minutos, como aconteceria com um corpo biológico. É perigoso. É muito preferível trilhar um caminho próprio, longe da briga dos cachorros grandes.

                            Melhor do que pagar os favores com os desfavores é seguir caminho independente, projeto próprio.

                            Vitória, domingo, 06 de abril de 2003.

Comunhão I/p.4

 

                            No Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral vejamos a pontescada tecnocientífica, em particular a pontescada científica como Física/Química, biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica/p.6 correspondendo às naturezas N.0, N.1, N.2, N.3, N.4 e N.5, respectivamente. No final de N.O está a passagem para a vida, no final de N.1 o acesso para a razão ou psicologia ou alma, no final de N.2 a abertura para a super-razão, que é já N.3, a da Informática/p.4, na formestrutura dos seres-novos, como está posto no modelo.

                            Nós temos comunhão parcial através da língua e do gestual, mas ela é apenas parcial, não é total, ao passo que os seres-novos, munidos de rádios-comunicadores, estarão aptos a dialogar o tempo todo, mesmo de grandes distâncias, porque a velocidade da luz no vácuo, sendo de 300 mil quilômetros por segundo para uma circunferência de pouco mais de 40 mil quilômetros na Terra, metade disso sendo a máxima distância aos antípodas, permitirá fácil falar com todos e cada um ao mesmo tempo, querendo-se, ao passo que nós devemos estar próximos para falar indivíduo-a-indivíduo ou usar telefone ou outro aparelho, digamos e-mail de computador, com todos os travamentos que podemos imaginar e acontecem de fato.

                            Já os novos-seres, não, eles poderão conversar a qualquer instante do dia ou da noite, de qualquer lugar para todo outro.

                            Essa possibilidade coloca uma comunhão que nós nem remotamente podemos imaginar. Uma PRESENÇA contínua e instantânea, todos podendo ser um só, mesmo, em vez de bilhões de separações, como somos os pouco mais de seis bilhões de seres humanos existentes hoje.

                            O potencial disso é até difícil de visualizar.

                            Vitória, sábado, 12 de abril de 2003.

Computação Gráfica das Origens Africanas

 

                            Dizem os cientistas que os chamados ADÃO Y e EVA MITOCONDRIAL nasceram na África em tempos e lugares próximos, há uns 200 mil anos, daí começando tudo que veio dar na presente civilização sapiens sapiens, sábia-sábia.

                            Evidentemente temos hoje, velados ou não, vários preconceitos que devemos vencer, mas a dialética diz que se o tentarmos de frente o contrário será obtido, para nosso pavor e susto. Assim, devemos contornar o problema, atacando-o de lado, ao abordar outras questões.

                            Porisso a modelação ou computação gráfica do surgimento e espalhamento dos hominídeos desde bem antes, 10 milhões de anos, mostrando como surgiram em várias partes do mundo, até a fusão AY/EM nos seus descendentes, que somos todos nós, com o que se conhece de teoria hoje, colocará o fim dos distanciamentos todos (sexual, racial, políticos, de posses, etc.), ou pelo menos seu abrandamento, promovendo as fusões pretendidas.

                            Com computação gráfica apurada, em filmes muito longos que possam ser comprimidos (digamos, introdução mais vinte deles de uma hora, mostrando vinte estratos civilizatórios desde Jericó até a contemporaneidade, abordando as principais civilizações) em uma hora, tal providência permitirá ver o conjunto evoluindo para a era pós-contemporânea, da globalização:

·        Globalização sexual

·        Globalização racial

·        Globalização das posses (investimentos cruzados)

·        Globalização das políticas (plena liberdade de opinião)

·        Globalização das fronteiras (uma Terra só, apenas um solo humano, sem passaportes)

·        Globalização das fés e crenças

·        Globalização dos projetos tecnocientíficos, etc.

Não vale bem a pena o que se gastar em termos de reunir um grupo de estudiosos de todo o Conhecimento (mágicos-artistas, teólogos-religiosos, filósofos-ideólogos, cientistas-técnicos e matemáticos)? Todos têm a ganhar, porque em vez de uma do total (presumido) de 220 nações, cada um terá 220, ganhando com isso 219, e em vez de alguns milhares de quilômetros quadrados, terá 170 milhões deles em terras emersas, fora os 340 milhões de quilômetros quadrados de águas.

É mais do que justa essa troca. Quanto ao resto, tudo é luta mesmo, porisso não devemos temer as ditaduras, e sim combatê-las.

Vitória, segunda-feira, 07 de abril de 2003.

Banditismo Reverso

 

                            É fácil ver a engenharia reversa como um ato de banditismo e inicialmente eu pensava destacar esse fato, mas isso seria apenas uma declaração, quando é nitidamente mais útil investigar a reversibilidade dos crimes, dos atos malsãos.

                            Veja, os crimes são atos de dialógica, atos praticados por seres humanos, que são lógicos e dialéticos, que têm um DIÁLOGO CRIMINOSO, de desvio, com o mundo, sendo o crime, como é, uma doença psicológica (psicopatia) ou sociológica (sociopatia).

                            VENDO O CRIME                                   

LÓGICA DO CRIME
(Espaço do ato) - monal
DIALÉTICA DO CRIME
(Tempo do ato) - relacional
Fenômenos
Conteúdos
Imagens
Palavras
Atos
Conceitos
Formas
Estruturas
Corpos
Mentes
Imaginações
Razões
Imediata (instantâneo)
Mediata (meditado)

                            Naturalmente os crimes mais difíceis de desvendar são os meditados, os pensados, os que demoram tempo para acontecer; os imediatos caem nas classificações anteriores, na repetição, para as quais já existem trilhas anteriores – os delegados não deparam com nada de novo, que devam por sua vez pensar para des-vendar, tirar suas próprias vendas ou tapa-olhos. Assim sendo, deveria haver nas delegacias uma lista de quesitos para enquadrar os crimes, ou seja, uma TIPIFICAÇÃO, um quadro tipificador (letra x número, alfanumérico) com os quesitos que fazem a triagem na árvore, verificando-se se caem imediatamente no ramo esquerdo, dos atos intempestivos, ou se no direito, dos pensamentos tempestivos. Isso vale para todo tipo de crime, inclusive os tributários, ou especialmente estes; porisso deveria existir um TANQUE DE PENSAMENTO, um coletivo de determinação do potencial dos crimes, isto é, da capacidade de pensamento do outro lado. Excluídos os boçais ficam apenas os criminosos potencialmente grandes. Colocados os criminosos numa tabela de muito pequenos (micro), pequenos, médios, grandes e muito grandes (gigantes), como as empresas (pois cada crime é um empreendimento em si), os do lado direito são os grandes e gigantes, os do lado esquerdo os pequenos e muito pequenos. Estes são fáceis de resolver, aqueles não.

                            Daí o TP (tanque de pensamento) se concentraria na dialética, que é racional, enquanto a lógica é sentimental, não-consciente, emocional, de resolução direta.

                            Então viria o DESMONTE DIALÉTICO ou relacional do crime, como num vidro estilhaçado, onde podemos seguir a trilha de sobreposições, ou seja, reconstruir a ÁRVORE DE CHOQUE: o que veio primeiro, depois o segundo, o terceiro, até o que veio depois de tudo, por último – a seqüência dialógica do crime.

                            Evidentemente, como um ato que remonta o info-controle ou info-comunicação, é preciso dispor da Chave do SER (memória, inteligência e controle dos investigadores) e da Chave do TER (matéria, energia e informação), enquanto suporte. Os detetives precisam da mídia (TV, Rádio, rEvista, Jornal, Livro e Internet) circulante e em alguns casos até da não-circulante, secreta, para procederem à investigação, que é ato permanente de investigar. Deveriam dispor de lógicos e dialéticos no grupo, de modo a remontarem a árvore de decisões dos criminosos.

                            Os investigadores devem então se tornar BANDIDOS REVERSOS, pensar como os bandidos, só que ao contrário, percorrendo do avesso o caminho trilhado, até encontrar os mandantes e os executores. Ainda que muitos grandes detetives tenham por si mesmos construídos suas técnicas, tal procedimento característico enquanto Ciência e Técnica categorizadas ainda não existe, ou seja, a Academia não se deu o trabalho de proporcionar aos agentes da Lei instrumentos de reflexão e ação, o que é uma pena, o que tem feito sucumbir tantas buscas, tornadas por isso mesmo infrutíferas, para grande frustração geral.

                            Vitória, sábado, 12 de abril de 2003.

Autêntica Autonomia

 

                            Tardiamente nas traduções da Rede Cognata compreendi que paradigma = PROGRAMA, que dizer, condução.

                            Nosso amigo PACOS está terminando o doutorado e me disse que existe um Guia que é reeditado e acrescido a cada ano, mostrando a lista do que já foi produzido em cada ramo da busca universal, para evitar a falência repetitiva que seriam os becos-sem-saída, custando tanto, individual e coletivamente. Assim, mestres e doutores vão indicando aos mestrandos e doutorandos os caminhos mais seguros.

                            Minha pergunta seria: numa esfera caótica, de uma caixa negra perfeita não sairiam aleatoriamente flechas resultantes de pesquisas científicas e técnicas, fosse a Ciência e a Técnica realmente esse espaçotempo livre e libertário com que nos acenam cientistas e técnicos? Pelo contrário, podemos quase ter certeza de que tudo esteja orientado e superorientado pela socioeconomia dominante, ou seja, visando predominantemente os interesses do primeiro e do segundo mundos, quase nada do terceiro e quarto, a não ser residualmente.

                            Quer dizer, podemos contar que as pesquisas dos programas ou paradigmas sejam aquelas derivadas dos interesses das nações centrais, e dos interesses dominantes nelas; e que tais guias sejam os instrumentos dessa orientação. E ainda que dois grupos ressaltarão, o dos aderentes ou durex ou continuadores ou ortodoxos ou aduladores da tecnociência oficial, e o dos resistentes, que são afinal de contas os mais interessantes. Na medida em que esses resistentes resistam é que o Guia e a pesquisa geral provocarão mudanças. E tais divergências, mensuráveis por uma lista de quesitos, podem dizer qual é a capacidade de renovação socioeconômica e geral de uma civilização.

                            A propalada autonomia dos cientistas e técnicos, de poderem pesquisar o que desejam, não existe, de fato; ela é conduzida por muitos instrumentos, inclusive a edição de tais guias, que dizem o que é ou não de bom-tom pesquisar & desenvolver.

                            Enfim a rédea é curta, pois mais que os tecnocientistas propaguem essa inexistente liberdade de busca. Só que através de tais guias isso agora pode ser mensurado.

                            Vitória, sexta-feira, 11 de abril de 2003.

Aproveitando os Pobres

 

                            Alessandra trabalha na padaria, razão social Abatedouro Camará, onde compramos, e seu pai no Hospital das Clínicas, da UFES, Universidade Federal do Espírito Santo, que é público e onde os estudantes USAM os pobres para suas experiências de crescimento nas pesquisas e compreensão. O gesto que ela fez para dizer isso denotou para mim aquele descaso que em geral no mundo e especialmente no Brasil os estudantes de Medicina têm por suas quase-vítimas. Se isso for afirmado pela imprensa o HUCAM (Hospital Universitário das Clínicas, Campus de Maruípe, em Vitória) negará veementemente.

                            Pouco importa tal negação e sim pensar que nós, seres humanos, fazemos experiências que são mais que biológicas/p.2, são psicológicas/p.3, incidem sobre as almas “pobres” e as almas “miseráveis”.

                            Naturalmente não existem almas pobres nem almas miseráveis, são todas almas, com o devido respeito que nos merecem. Entrementes, nos países pobres, de terceiro e de quarto mundos, a consideração que se tem pelos C e D é pequena, quase nula, e é exatamente porisso que tais países continuam pobres e miseráveis. Pobreza e miserabilidade são justamente os índices que apontam a incapacidade das elites para pensar e fazer a realidade melhor e mais alta. Todo esse descaso, inclusive com os índios que foram mortos em Brasília e em outras partes do país por estúpidos estudantes desocupados e impunes, a existência dos esquadrões da morte, os assassinatos que se tornaram corriqueiros, a agressividade sem trava das máfias, tudo isso indica falta de pensimaginação independente, autônoma, que se veja e se pratique alta e nobre. Daí que listar a partir das notícias dos jornais todas essas ofensas ao povo seja desnudar no país a descrença das elites no povo e deste naquelas, seja noticiar o FOSSO ANTINACIONAL que redundará mais adiante em grave crise, se nada for feito para reparar os danos morais e éticos.

                            Vitória, sexta-feira, 04 de abril de 2003.

Terra dos Faraós

 

                            Assisti ainda há pouco no Cinemax um filme de uns 40 anos ou mais com esse nome. Nele, Quéops faz construir sua pirâmide, para abrigar tanto seu corpo quanto seu imenso tesouro, no filme um dos maiores que o mundo já viu. Além de ser aborrecido pensar que os ladrões de túmulos tenham roubado tudo e derretido para vender como barras as preciosíssimas jóias confeccionadas pelos povos antigos (roubadas ou fabricadas pelos egípcios), é meio estranho, pois embora os ocidentais aceitem que os antigos egípcios não tivessem sido uma civilização medíocre, as pirâmides parecem sob a ótica contemporânea apenas amontoados de pedras.

                            Quem moveria 2,5 milhões de pedras, mais de seis milhões de toneladas, apenas para criar uma montanha sólida? Devem existir lá não esses labirintos que foram descobertos até agora, a Câmara do Rei e a Câmara da Rainha, mas inúmeros outros, muito mais elaborados. O arquiteto do filme constrói um sistema engenhoso pelo qual, quebrado um determinado vaso, a areia começa a escorrer, baixando enorme pedra sobre o sarcófago do Faraó (que na Rede Cognata é PHARAÓ = SARAÓ = SOL = HOMEM = CHEFE, etc.); veja que sarcófago = SEGREDO = PIRÂMIDE = PRANTO = PEDRA = SÓLIDO = PONTO = HORIZONTE = PLANETA, etc. Baixada a grande pedra que estava suspensa sobre o túmulo, os quatro sustentadores quebram outras, abaixo, que fazem descer ainda outra por um corredor inclinado, o que vai quebrando outros vasos que desencadeiam uma reação, lacrando completamente o edifício. PARA TODOS OS EFEITOS, visto de fora, constituiriam paredes sólidas.

                            O que fariam sacerdotes que não tinham qualquer obrigação nas horas vagas senão pensar em mil coisas distintas, fazendo avançar esses conhecimentos que se tornaram depois esotéricos, quer dizer, FECHADOS? Eles pensaram soluções extraordinárias, certamente, inclusive as bases do que veio depois em toda parte. E pensaram engenhosas aberturas e fechamentos.

                            Vendo o filme tenho agora como certo que os tesouros estão lá, à espera do engenhoso descobridor (porque toda LÓGICA tem uma LÓGICA REVERSA, como toda engenharia tem uma engenharia reversa que pode retornar sobre os passos à origem). Os computadores atuais poderão processar as alternativas com certa facilidade, como se fosse (é mesmo) uma decriptação. Com segurança muitos milhares que quilogramas de ouro em objetos de fina ourivesaria estão esperando, intactos.

                            Vitória, sábado, 05 de abril de 2003.