Descendentes de
Pizarro
Vim de ver na CNN em
espanhol um Pizarro falando como repórter comentarista, analisando os
desdobramentos do conflito do Iraque (2003 - há sempre que marcar a data).
Francisco Pizarro
(1475, Trujillo, Cáceres, Espanha, 1541, Lima, Peru, 66 anos entre datas) ficou
sendo o mais famoso Pizarro e todos os subseqüentes vivem da fama dele. Todos
os anteriores são vistos como vindo dar nele, raiz da árvore posterior,
convergência de vidas anterioridades.
Por si só esse fato
nada nos diz e não teríamos interesse em saber nada dos descendentes, pois eles
nada fizeram, mas aqui o interesse todo se agudiza, perguntando-se isto:
1) Como se instalou a decadência entre os
descendentes, a partir do conteúdo de poder e riqueza do antepassado ilustre?
2) De que modo os descendentes tentaram
usufruir legitima e ilegitimamente da fama do ancestral?
3) Que tipo de reverência e culto do
patriarca foi construído e como, através dele, tentaram os de depois penetrar
nos mandos e desmandos do poder institucional?
4) Houve alguma tentativa ORGANIZADA de
levantar familiarmente dados sobre aquele foco?
5) As lendas que perpassam internamente
têm utilidade geo-histórica ou são distorções de intuito socioeconômico? Se
são, em que medida havia consciência da necessidade dessa deformação
utilitária?
6) Como os genes do patriarca (ou da
matriarca) se espalharam em virtude da sua presença fortalecida na geo-história
local e mundial?
7) Em que medida famílias Pizarro
laterais ajuntaram-se sob a sombra enlarguecida de FP para aproveitar sua
proeminência?
E assim por diante, nos venha daí
algum ensinamento, mais do que a pieguice do sobrestímulo do orgulho familiar.
Seria muito interessante um estudo
desses, comparado, em todo o mundo, pois ele nos ensinaria a lidar com a
convergência que as figuras geo-histórias de proa provocam.
Vitória, domingo, 23 de março de 2003.