terça-feira, 7 de fevereiro de 2017


10.000 Livros

 

                            Uma vez, como já contei, disse a um camarada que QUALQUER COISA que ele estudasse com afinco, por bastante tempo, de uma folha de árvore a botões, passando por milhares ou milhões de itens, acabaria por transformá-lo num milionário, do que ele duvidou.

                            É verdade. Se quiser fazer o teste, faça, ou então siga na humanidade a geo-história dos que fizeram isso.

                            Agora, veja que um livro pode fazer o mesmo por você ou qualquer um, desde que a pessoa o estude continuadamente, até por anos a fio, referenciado-o aos ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo) e às pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) conhecidas.

                            Coloquei acima 10.000 porque, para os chineses, é índice de infinito, de ilimitado, significando então quantidade ilimitada de livros, que é o que, para qualquer vida, temos agora no planeta, tanto diretamente em papel quanto pela Internet – informação sem qualquer esgotamento visível ou individualmente possível. Mesmo contando realmente dez mil livros, quase chego a ter isso, para grande prazer meu e dos meus filhos, que naturalmente pegaram meu gosto por leitura. Meu propósito não é ler continuadamente um livro, porisso nem vou tentar, mas existe TANTA riqueza em qualquer biblioteca que é para mim completamente abismal a falta de interesse de quase todos e principalmente a reclamação de que faltam oportunidades de crescimento. Oh! - meu Deus, ali estão os livros, jorrando sabedoria sobre nossas cabeças tampadas, obstruídas, fechadas. É o maior espanto que tenho e é certamente um metro de nossa ignorância dupla, de não sabermos e não querermos saber. Tripla, se contarmos aquelas reclamações.

                            Que gente boba!

                            Vitória, sexta-feira, 28 de março de 2003.

TV Empresarial

 

                            Esta também é para a Rede Globo. Só ela, no Brasil, pode entender e praticar/teorizar a grande dimensão da idéia.

                            NÃO É o Pequenas Empresas Grandes negócios, PEGN, em curso há vários anos, e sim o enquadramento dimensionalmente muito maior do modelo, pegando toda a Economia:

                            0) Banco (em maiúscula conjunto ou família ou grupo de bancos)

1) Agropecuária/Extrativismo

2) Indústria

3) Comércio

4) Serviço

E dentro de cada setor econômico (são cinco, como se vê, e não três, como na classificação tradicional e errada) os sub-setores. Na A/E a Agropecuária 1.1, dentro desta, a Agricultura 1.1.1 e a Pecuária 1.1.2, aqui os vários gados, digamos Pecuária Bovina 1.1.2.1.

Agora mostrando o Governempresa inteiro. Governos mundial, nacionais, estaduais e municipais/urbanos. Empresas supergrandes (gigantes), grandes, médias, pequenas e superpequenas (micro). Das empresas para os governos e vice-versa. As leis, os decretos, as portarias justas e excessivas, os tributos, as condições de trabalho dentro, as plantas industriais, os volumes de investimentos, as ações, os retornos, os cuidados do desenho, a engenharia envolvida, os escritórios, a contabilidade – desventramento total mesmo da atividade econômica, em toda a sua vastíssima dimensão. Os estudos universitários, os livros de direito, de administração, de contabilidade, de economia, de engenharia, de tudo que tenha ligação com as empresas e sua constituição. Registro na Junta Comercial, inscrição estadual, dos governos estaduais, e CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) ou CGC (Cadastro Geral de Contribuintes) - que está em extinção - do governo federal. Notas fiscais, vigilância governamental, financiamento (público e privado), presidência e diretorias, empresa familiar, as próprias microempresas, a geo-história do empresariamento, empreendedorismo contemporâneo, órgãos de classe (federações e confederações), relações com os trabalhadores – milhões de assuntos, literalmente. Inesgotável.

Desejamos um valor inicial mais associação com a RG, deixando a cargo dela qualquer iniciativa a partir daí, especialmente na negociação com os demais meios, a mídia inteira, nacional e internacional.

Vitória, quinta-feira, 20 de março de 2003.

TV de Patentes

 

                            Para negociar com a Rede Globo, que pode assumir já em maioridade o projeto, dando-lhe dimensão nacional justa, vendendo-a aos governos federal e estaduais, e ao mundo, onde já atinge, segundo propaganda dela, 42 países. Para o Brasil seria a descoberta da roda, com todas as implicações, completando-se em vídeos, em CD’s, em DVD’s de documentários, de aulas, de programas de divulgação em cada cidade, verdadeiro furor inventivo – algo conduzido desde cedo como elefante e não como formiguinha.        A par do Pequenas Empresas Grandes Negócios, PEGN, ao qual pode se associar, mas com um programa próprio.

                            Expondo o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), os órgãos mundiais; divulgando as leis, decretos e portarias; espalhando junto aos demais meios (Revista, Jornal, Livro, Internet e Rádio), que a Globo também detém; correndo as repartições públicas e os escritórios do empresariado; criando fundações e ONG’s, organizações não-governamentais.

                            Mostrando como as patentes são feitas, como são registradas, e as modalidades de registro (patentes, modelos de utilidades, marcas, programas, direitos de autor, etc.), como é o processo de criação, as oficinas que podem se associar aos inventores, os custos de registros, os ganhos potenciais, os casos famosos, a demanda mundial de conhecimentos, a propriedade das patentes por empresas, as dificuldades brasileiras, as projeções estrangeiras, os institutos e universidades que poderiam se associar, os escritórios de desenho (Autocad, Autodesk, CAD/CAM), os escritórios de agentes de patentes (veja CENDI, do Wagner Luís Fafá Borges, no ES, e o www.inventar.com.br, do Clube dos Inventores Brasileiros), as dificuldades associadas, a necessidade de advogados e de contratos firmes registrados em cartório, as lendas do meio (Edison e outros) - infinita variedade, com grande número de propagandas de empresas grandes (nas grandes capitais, podendo pagar o preço por segundo) e pequenas (nas cidades menores, com custo bem reduzido, sozinhas ou associadas). Procurando os poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) em busca de facilidades e de tribunais especiais, dado o grande interesse local capixaba e nacional brasileiro.

                            Enfim, algo explosivo, rápido como rastilho de pólvora pegando fogo, ou água correndo morro abaixo. Só a Globo pode atingir a dimensão pretendida no mínimo tempo esperado.

                            Vitória, quinta-feira, 20 de março de 2003.

Tudo que é Preciso Dizer

 

                            No mesmo livro de Feymann, p. 21, ele diz:

                            “A lei da gravitação afirma que dois corpos exercem um sobre o outro uma força que é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles e directamente proporcional ao produto das suas massas. Matematicamente, podemos traduzir essa grande lei pela seguinte fórmula:

                                                       F = G m m

                                                                       r2

                            “A força é igual a uma determinada constante multiplicada pelo produto das suas massas e dividida pelo quadrado da distância. Se acrescentar agora que um corpo responde a uma dada força acelerando, ou melhor, que a taxa de variação da velocidade é proporcional à força e inversamente proporcional à massa (a velocidade varia tanto mais quanto mais pequena for a massa), então disse TUDO O QUE É PRECISO DIZER sobre a lei da gravitação”, maiúsculas minhas.

                            Vejamos se é isso.

                            Poderíamos reescrever como F (de field, “campo” em inglês, esfera de ação,) = K mn/2, para torná-la mais universal, sendo m e n duas massas necessariamente diferentes, para máxima expressividade, podendo ser iguais, m = n, enquanto nos daria o vetor de ligação entre ambas, indicando variabilidade.  Qualquer racional, em qualquer mundo bastante avançado, reconheceria aí a gravitação.

                            G é uma constante, a da gravitação universal, valendo 6,67. 10-11 m3/s2.kg, significando no mínimo que ela é um dos limites-de-definição do universo em que estamos, se ligando à modulação dele no Big Bang.

                            Agora, vejamos: se tomarmos m = n = H, a massa do hidrogênio, que é o mesmo e sempre em toda parte, com o mesmíssimo desenho, e colocarmos as duas massas mínimas H = 1 encostadas (em experimento mental, a distância entre seus centros sendo o diâmetro de H, teremos F = G.H.H/d2. Como, na nossa experiência H = 1 e d = 1 tudo se resume a dizer que F = G, isto é, a força mínima que um átomo de hidrogênio exerce sobre outro é F = 6,67. 10-11 qualquer coisa (a força é medida em newtons, N). Esse é o campo mínimo entre partículas de hidrogênio, que está naturalmente ligado às distâncias de Planck, que Stephen Hawking chamou de “propriedade métrica do universo”, da ordem de 10-35 m. Na fórmula v = x/t, obtemos t = 10-44 s, devido a v ser igual a c = 3.108 m/s, a velocidade da luz no vácuo. Calha, então, de obtermos F = 6,67. 10-11.pp / (10-35)2. Ficamos com F = 6,67. 10-11.1070 (p2) = 6,67. 1059 p2, e se tivermos F teremos a massa do átomo primordial, o que chamei de PET (propriedade espaçotemporal) ou PMU (propriedade métrica do universo, como fez SH) ou campartícula fundamental. Como podemos pensar que operando em qualquer campo duas partículas iguais vão exercer na distância mínima sempre a força mínima (o campo absoluto não se altera, o que o faz são os desenhos das partículas dentro dele – maiores massas atrair-se-ão com forças maiores, porque o campo exerce maior tensão), podemos estimar que f (p) = F, e p2 = 10-70, donde p = 10-35 kg, a massa da partícula fundamental.

                            Podemos igualmente colocar a partícula fundamental no limite do universo e toda a massa no centro de massa dele (que deve coincidir, como eu já disse, com o ponto onde estourou o Big Bang). Conhecendo F, G, p e d, que é o raio presumido (pode ser calculado via Constante de Hubble) do universo, será fácil estimar M, a massa do universo.

                            E assim por diante.

                            Acho que não foi dito tudo que é preciso dizer.

                            De modo nenhum.

                            Vitória, terça-feira, 18 de março de 2003.

Teoria do Dominó

 

                            O Irã de Mohamed Reza Xá Pahlevi (1919 a 1980, reinou de 1967 a 1979) foi financiado pelos EUA, que o julgavam um aliado tradicionalíssimo. Para lá enviaram inúmeras armas, até que o aiatolá Ruhollah Khomeini (1900 a 1989), então na França, voltou carregado nos braços do povo para empossar-se na revolução que implantou a República Islâmica do Irã e declarou os Estados Unidos o Grande Satã.

                            O presidente americano Jimmy Carter, depois Prêmio Nobel da Paz, fez uma tentativa fracassada de resgate dos prisioneiros na embaixada e ficou enfurecido. Tendo entrado Reagan, este passou a financiar o Iraque, levando-a a avançar sobre o Irã, numa guerra que durou dez anos. Entupiram o Iraque de armas de todos os tipos, levando os aliados de sempre (inclusive Brasil) a vender àquele país toda espécie de equipamento militar, inclusive armas químicas e biológicas.

                            Em 1979 a ex-URSS tinha avançado sobre o Afeganistão, com a qual tem fronteiras, enviando para lá exércitos inteiros, até que após 15 anos, em 1994, a URSS já caída, o Talibã assumiu o poder. Foi esse grupo de fanáticos muçulmanos que bombardeou as imagens de Buda, patrimônio da humanidade. Para ferir a então URSS os EUA forneceram armas às toneladas àquele país. Quando o Talibã assumiu, ali estavam terroristas treinados pelos americanos (tanto pelas forças armadas quanto pela CIA), o que resultou no atentado de 11 de setembro de 2001 às Torres Gêmeas do WTC, World Trade Center (Centro Mundial de Comércio), em Nova Iorque, primeira violação do território americano desde o ataque ao Havaí, lugar então muito remoto – aqui, não, foi bem na chamada “capital do mundo”, e num símbolo importantíssimo dos EUA.

                            Retaliação, os EUA tomaram o Afeganistão e expulsaram o Talibã que apoiava Osama bin Laden e seu grupo, o Al Qaeda, o qual eles mesmos tinham treinado antes. Não satisfeitos, os EUA viraram-se contra seu antigo aliado, o Iraque, e agora estamos às vésperas de um novo conflito.

                            Antes disso, em 1991, o Iraque atacou o Kuwait, e foi rechaçado pelos EUA e aliados na Guerra do Golfo, Operação Tempestade no Deserto. Onde havia paz antes da entrada dos EUA na militarização do Irã de Pahlevi, agora temos Irã, Iraque, Afeganistão e Kuwait envolvidos, fora os inimigos tradicionais de Israel.

                            Que é que os Estados Unidos poderiam ter feito de melhor para infernizar o mundo? Vão derrubando peça por peça.

                            Vitória, quarta-feira, 19 de março de 2003.

Superpopulação e a Frente TC

 

                            No livro de Johannes Brondsted, Os Vikings (História de uma fascinante civilização), São Paulo, Hemus, s/d, p. 20, o autor diz: “(...) no começo da Era Viking (lá por 800, JAG), as terras escandinavas eram superpovoadas (...)”.

                            Depois de Thomas Malthus (economista e demógrafo britânico, 1766 a 1834, 68 anos entre datas), com suas crenças de que não seria possível fazer crescer a produção tão rápido quando aumentava a população, os neomalthusianos contemporâneos e pós-contemporâneos sempre usam esse desvio socioeconômico contracionista e débil para colocar suas posições. De vez em quando volto a essa questão, reargumentando no sentido de uma racionalidade que pondere os dois lados.

                            O que seria superpopulação?

                            População é “o conjunto dos habitantes de um território” e super é “excesso, aumento, sobrecarga”, segundo o Aurélio Século XXI eletrônico; portanto superpopulação é o excesso, o aumento, a sobrecarga de população.

                            Não chamamos o mero crescimento da população de superpopulação. Por exemplo, a taxa de crescimento populacional no Brasil já foi de 3,2 % na década dos 1970, caiu para 1,9 % na dos 1980 e na dos 1990 baixou a 1,6 %. Em nenhuma ocasião chamamos a esse crescimento superpopulação. Então, não é o simples aumento.

                            Diz-se que existe um excesso de população na Cidade do México, com seus 16,9 milhões em 1996, mas ninguém fala nada dos 27,2 milhões no aglomerado de Tóquio, Japão, que comporta uns 25 % da gente do país, enquanto no México a relação é de uns 18 %. Isso porque o Japão é superdesenvolvido e o México não. O mesmo se dá com relação à área metropolitana de Nova Iorque, com 16,3 milhões, uns 6 % dos EUA. Não é a relação percentual que importa, nem a quantidade de gente ali presente, mas sim se há demasiados pobres e miseráveis em relação ao todo. Ora, ninguém investigou quantos nos EUA e no Japão seriam considerados pobres e miseráveis em relação à presença de ricos e médios-altos, pois o modelo diz que os há como definição percentual em toda parte em todos os tempos. Se segue que “excesso” é julgamento de valor, relativamente à potência socioeconômica do país sede.

                            Isso leva à sobrecarga, que é carga acima do que o conjunto foi projetado para suportar.

                            Ninguém afirma que Portugal, em 2001 com 10 milhões de habitantes, esteja sobrecarregado, embora se diga isso de Cuba, com 11,2 milhões, ainda que tenham áreas muito semelhantes (Cuba 110.922 km2 e Portugal 91.985 km2, densidades habitacionais respectivas de 101 e 109 hab/km2). Cuba, cercada pelas sanções e bloqueios dos EUA, arrasta-se há 40 anos sem ajuda quase nenhuma do mundo, enquanto Portugal desde a saída de Salazar (Antônio de Oliveira, general, 1889 a 1970, 81 anos entre datas, ditador de 1933 até sua morte) e do regime que se segurou até 1975, especialmente depois de ingressar na Comunidade Européia, da qual tem recebido maciços investimentos, vem prosperando aceleradamente.

                            Não é questão de gente nem de território, é de saber se o território comporta a gente, pois Portugal tinha dois milhões de habitantes em 1500, na época dos descobrimentos, e era julgado superpopuloso, enquanto agora com o mesmo território e cinco vezes aquela quantidade de gente não o é. Vê-se que depende do DOMÍNIO DA FRENTE DE CONHECIMENTO (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral, isto é, se ele consegue prover sustento em todos os sentidos. Especialmente de domínio da frente tecnocientífica, se ela consegue ou não suprir os elementos de subsistência. De fato, os EUA estão com 290 milhões de habitantes, quando há menos de 100 anos estavam com uns 130 milhões, vá conseguir os dados, e ninguém ousaria dizer que os Estados Unidos são superpopulosos. O Brasil tem agora 175 milhões, com área continental até maior, mas se aqueles 120 milhões fossem transferidos para cá já seria considerado o contingente superpopulacional.

                            Enfim, a questão da superpopulação e da explosão demográfica não é racional, é emotiva, é questão de julgamento de valor dos “superiores” sobre os “inferiores”, ou seja, é restrição dos que têm sobre os que não têm, negando a estes futuros, ou pretendendo negar.

                            A Escandinávia não era superpopulosa, era deficiente em tecnociência e em Conhecimento geral. Houve um retardamento interno que não permitia a sustentação de populações que seriam perfeitamente aceitáveis com tecnociências mais avançadas. Hoje as populações somadas da Dinamarca, da Suécia, da Finlândia e da Noruega, para não falar da Estônia, da Letônia e da Lituânia, que lhe são aparentadas, por serem antigas colônias suas, são várias vezes aquelas de 1200 anos atrás, e não obstante a Noruega é considerada a nação mais avançada do planeta.

                            Se for assim, por quê os geo-historiadores (especialmente os super-ideologizados neomalthusianos) não são capazes de reconhecer a racionalidade e apelam constantemente à falsa questão da superpopulação? Certamente porque lhes interessa, pois as pessoas só são movidas pelos interesses próprios, mesmo quando alegam o altruísmo (que é a satisfação de ajudar os outros). Que interesse pode ser esse senão a justificação, a racionalização de algum impulso? “Fui obrigado a ir”, “fiz contra a vontade”, “fui empurrado pelas circunstâncias”, esse monte de desculpas.

                            Nenhum país é superpopuloso, as elites atrasaram-se internamente na solução dos problemas e empurram as soluções para fora, culpam as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações de mundos) de fora por seus atrapalhamentos. As elites endógenas bobearam feio, foram incompetentes, estúpidas, não resolveram os problemas apresentados pela Natureza –deixaram-se ficar deitadas confortavelmente em berço esplêndido, superexplorando o povo, e com isso os problemas acumularam-se a ponto de ruptura. O que Malthus estava verdadeiramente mostrando era um metro da incompetência das elites de todos os tempos e lugares. Pois hoje já há alimento para todos (está sobrando, dá para todos, mesmo se as pessoas dos países centrais e dos imitadores da periferia não pararem de se sobrealimentarem – 56 % de OBESOS nos EUA, quer dizer, gordos mórbidos).

                            Vitória, terça-feira, 18 de março de 2003.

Suco de Gado

 

                            O mundo é bastante grande para fugir ao suceder das estações, no inverno do hemisfério norte produzindo no Sul; o Brasil é bastante grande para fugir às secas eventuais no Nordeste, no Sudeste e no Sul, porque o Norte e o Centro-Oeste, tendo tanta água, quase nunca são submetidos a penúria de águas.

                            Lá estão as grandes extensões, temos trens que podem fazer transporte maciço de tanques, temos as máquinas capazes de produzir, as técnicas de conservação, grande número de empreendedores à espera de oportunidade de salta na direção e sentido do crescimento rápido, e forte necessidade políticadministrativa de distribuir melhor as terras para produção de hortaliças e frutas, em vez de espalhamento extensivo do gado, que é gerador de problemas, porque na mesma área que se cria uma cabeça de gado bovino pode-se plantar muitos hectares dos produtos da roça e colocar muitas granjas.

                            Então, a questão é a de disseminar o novo modo de produção, as gramíneas sendo plantadas nos grandes espaços do Centro-Oeste, de lá vindo os trens para as três regiões, Nordeste, Sudeste e Sul, onde as fazendas poderão ser pequenas, porque a área faltante estará remotamente produzindo o SG, suco de gado, mistura verde vendida em tambores e bombonas, ou em quantidades ainda maiores, o gado podendo ficar contido em mangas menores, em currais bem pequenos mesmo, ocupando-se aquela terra sobrante num programa de redistribuição das terras produtivas em urgente regime de pacificação nacional, tanto beneficiando os grandes fazendeiros de agora, que se associarão com os pequenos atuais e outros demandantes, no sentido de produção e oferta maior de carne de todo tipo de gado.

                            Aí se põe a questão de várias fórmulas, para engorda e para leite, dois tipos; para os vários gados, “n”; para pequenas e grandes propriedades, 2; para os vários tipos de gordura ou vitaminas, “g” e “v”; para gado de montanha e de várzea, 2; para bezerros e adultos, 2; para grandes e pequenos, 2 – daí, só até agora, 2 x n x 2 x g x v x 2 x 2 x 2 = 32gnv, dependendo dessas letras, em todo caso indo bem longe. Podendo o SG já vir com as vacinas ou elas sendo acrescentadas na hora da alimentação. E aí se podendo somar milho e outros alimentos.

                            Um novo conceito de parceria e agigantamento do Brasil, para alimentar muita gente no mundo.

                            Vitória, quinta-feira, 20 de março de 2003.