quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017


Amazonas Antigo

                            Para continuar a pesquisa de petróleo & gás deveríamos realizar prospecções em colunas, em determinadas posições que a razão e a lógica apontem. Na Amazônia, nos rios que chamei de “espaciais” ou geográficos, por estarem na superfície, por oposição/complementação dos temporais ou históricos, mais profundos, desaparecidos e substituídos - deveríamos pesquisar dentro dos rios, para mostrar que estão ali há pouco tempo.

                            O objetivo final é obter um mapa que retire camada após camada, obtendo os sucessivos planos geográficos mais antigos, milênio após milênio, recuando milhões de anos, até 250 milhões de anos atrás, quando África e América do Sul começaram a se separar.

                            Ou seja, recuaríamos milênio a milênio, vendo a cada recuo os rios mudarem de lugar, indo em busca de suas fozes e dos depósitos de petróleo & gás, encontrando as páleoplataformas submarinas, à procura dos lagos de óleo e seus derivados. Descascando os continentes e os mares, vendo como a Terra era milhão após milhão de anos para trás, até os primórdios, até o começo da separação e além. Embora custoso, isso nos permitiria obter os desenhos e com eles os apontamentos PRECISOS de onde buscar, depois realizando os ecobatimentos e outros procedimentos de praxe. E assim em todos os lugares do planeta.
                            Vitória, domingo, 23 de fevereiro de 2003.

Almas Coletivas e Individuais

 

                            Parece absurdo, mas é verdade.

                            Almas de PESSOAS (de indivíduos, de famílias, de grupos, de empresas) e de AMBIENTES (de municípios/cidades, de estados, de nações, de mundos). De que uma alma precisa para se instalar? De um corpo com sentidos externos e de uma mente com sentidos internos, ou interpretadores: corpomente com sentidos externinternos.

                            Não falamos de “alma da cidade”? É porque há um corpo da cidade e uma mente da cidade que virtualmente há uma alma da cidade. Só que muitas vezes não há quem a planeje, quem a regue, quem a vista de decência, de dignidade, de veemência, de ultrapassagens, de vertigens até. Em geral as pessoas são descuidadas, desleixadas, inermes, estúpidas mesmo, especialmente os governempresários, os políticadministradores: governantes do Executivo, políticos do legislativo, juizes do Judiciário e empresários, que não amam sua cidade e não lhe dão uma alma urbana decente, distinta das demais, altaneira, alucinada, como for. Não planejam a cidade como todo, não a visualizam como totalidade que se vista de brilhos e cores, de altivez, de alturas de céu, de posturas firmes, de alegrias, de entusiasmos, de animadas discussões, de amores, de tudo que faz grande uma cidade.

                            Quando olhamos as cidades do ES de quantas podemos identificar as almas respectivas? E, dentre estas, quantas são vibrantes, dignas, positivas, intensas? Eis onde as falhas dos governempresários nos aborrecem mais.

                            Vitória, terça-feira, 25 de fevereiro de 2003.

Acesso Infantil às Tecnartes

 

                            Vejo as pessoas falando da necessidade de dar às crianças acesso às artes, no caso do modelo às tecnartes, técnicas/artes.

                            Olhemos isso com os instrumentos do modelo.

                            As crianças vêm da chamada “tabula rasa”, o quadro vazio de memórias, onde só a inteligência está presente, estruturalmente posta. Como já vimos no artigo A Escada da Tabula Rasa, do Livro 23, na realidade estão presentes os elementos anteriores, desde os físicos e químicos até os biológicos e p.2, no caso do último par dos fungos, das plantas, dos animais, dos humanóides, de modo que não vem do zero, mesmo.

                            Mas ali está a criança, para efeitos humanos de aprendizado na seqüência da mesopirâmide (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos, empresas; AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações e mundo), principiante posto do lado da Natureza F/Q e B/p.2, tudo natural e ao acaso, selvagem e bagunceiro, caótico, indisciplinado. No Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral a Arte é, com a Magia, os dois modos mais espontâneos, menos sem rebuscamento, e apesar disso fala-se de ENSINAR, o que necessariamente, nestes tempos pós-contemporâneos, significa superordem.

                            Temos Criança e Arte (em maiúsculas conjunto ou grupo ou família de), ambas irreverentes, rebeldes, descomedidas, obrigadas que estão agora a seguir trilhas bem estreitas de comportamento. Eu rio, eu gargalho, porque é contra-senso.

                            Então, que se construísse pelo menos uma grande arena onde livremente artistas e crianças entrassem em contato uns com outras, do modo mais instintivo possível, com brincadeiras, chistes, gozações, encontro trocista mesmo - na trilha da bandalheira. De outra forma não vai sair boa Arte – o que continuaremos a ver serão aqueles traços bobocas que os pais gostam de guardar por um tempo e depois mofam em qualquer canto, nem as ex-crianças querendo mais vê-los.

                            Vitória, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003.

A Voz da Mulher

 

                            Como eu já disse, a Voz da Mulher no modelo da caverna deve ser deve ter uma capacidade operativa (no sentido de operar mesmo, de fazer obra, de induzir movimentos dos agentes) diferente da Fala do Homem, pois na Rede Cognata temos voz = MULHER = MANSA e fala = HOMEM (se F = S).

                            Devemos ver o CENÁRIO PSICOLÓGICO (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias) nas proximidades da caverna, onde ficariam as mulheres e as crianças coletoras (os garotos até a idade de transição, lá pelos 13 anos, através dos ritos de passagem migrando da Língua Feminina para a Língua Masculina), por oposição às distâncias atingidas pelos homens caçadores em busca de proteínas animais. Se isso for verdade, devemos esperar que até os 13 anos os meninos tenham propensão para coletores, ao passo que depois disso se tornarão agressivos e matadores, destruidores, ao passo que as meninas não, exceto por imitação e para agradar. Isso quereria dizer que mulheres em quadrilhas não estão agindo por iniciativa própria, senão sendo mandadas por seus homens, por exclusiva repetição, menos as pseudofêmeas que, essas, sim, iriam por natureza. Ora, quando os meninos se tornam homens, devem adquirir uma entonação de fala, mudança da voz, que se torne impositiva, governante do todo da coletividade. Não é um mero engrossar, deve ser uma sobreposição vocal. Então suas falas se sobrepõe às vozes das mulheres.

                            Até então, as mulheres devem controlar um coletivo alimentar e funcional bastante grande, a Voz se prestando a essas necessidades. Meninas devem ter vozes menos potentes, velhas devem perder a capacidade de vocalização feminina, mulheres maduras estão no auge do poder orientador e persuasivo, assumindo a direção, com uma fêmea-alfa. O quê na parte feminina do Dicionário serve de palavra de alerta perante o inimigo, o quê de condução firme, o quê disso e daquilo? Entonações diferentes nos mesmos adjetivos e substantivos, modificações sutis, alongamentos ou encurtamentos da pronúncia, são pesquisas muitíssimo interessantes. A Psicologia, tal como ela existe agoraqui, é plenamente insuficiente, pois não se propôs a qualificação e a quantificação ou métrica dessas emissões distintíssimas, no meu modo de ver. Como voz = MULHER = RAZÃO, devemos rever que a mulher tem relativamente bastante tempo para pensar, não devendo concentrar-se na trilhas e perseguições de caça. É um jeito todo seu de ver. Penso que quase todo o conhecimento e quase toda acumulação primitiva veio realmente das mulheres.

                            É a dialética: o poder inicial é negado enquanto tese pela antítese, que é o Homem (em maiúscula conjunto ou grupo ou família de homens, todo o coletivo masculino), depois se chegando à máxima degradação e rebaixamento da dominante anterior. A Mulher foi o poder inicial.

                            Como essa Voz operava? Que Psicologia da Voz podemos esperar? Evidentemente isso é muito importante para a Economia (Agropecuária-Extrativismo, Indústrias, Comércio, Serviços e Bancos) toda, pelo que se poderia prever – o que é um tremendo poder sobre elas, diga-se de passagem.

                            Vitória, sábado, 22 de fevereiro de 2003.

A Velhice e a Eternidade

 

                            Lendo O Senhor dos Anéis e os demais livros de Tolkien, a gente depara com entes que vivem milhares de anos, os elfos, tipicamente nove mil anos, os astari e os valar vinte ou trinta mil, podendo chegar à centena de milhar ou mais. Os seres humanos, que vivem até uns 120 anos, quando muito, em geral metade dessa idade ou a quarta parte ou menos, suspiram por longevidade, que supostamente seria algo maravilhoso – o que, penso, não é verdade.

                            Alguns sonham em viver 150, 200, 300 anos.

                            E há aqueles que acreditam que se todos os seres humanos vivessem muito a Religião geral acabaria e com ela a crença em Deus ou, no caso dos indianos, em deuses (360 milhões por lá).

                            Não é garantido, isso, está longe de ser. É claro que inicialmente, com o fim das doenças e da morte prematura, veríamos realmente um declínio do movimento religioso, que depois seria intensificado até a apoplexia, penso eu.

                            E veja porque: quando chegarmos aos 200, 400 ou 800 anos ou o que for ficará cada vez mais patente o que é a eternidade e a imensidão desse não-finito que dizem ser Deus. O infinito e o eterno são grandes mesmo. 800 mil anos não está mais perto da eternidade que 80 anos. Pode parecer que sim, mas o infinito tem essa estranha propriedade de estar tão distante de 1080 quanto de 10, assim como somar 200 mil km/s a 200 mil km/s não passa de 300 mil km/s, o limite da velocidade da luz no vácuo. Não tem jeito. Perante a eternidade oito milhões de anos são tão insignificantes quanto oito anos.

                            Em lugar das pessoas ficarem MENOS reverentes elas ficarão mais, porque compreenderão melhor, terão mais tempo para pensar e desesperar-se. Como sempre, como dizem a dialética, o TAO e o modelo, mais pode conduzir à insatisfação, o contrário do que se deseja.

                            Vitória, sábado, 08 de fevereiro de 2003.

A Terceira Guerra Mundial

 

                            O modelo diz que os ciclos devem ser (se o mundo Terra fosse perfeito) de 4 x 7 = 28 anos, enquanto Batra encontrou ciclos de 30/4 = 7,5 anos em cada fase. Colocando o zero em 1939 (não é um ano especial, poderíamos colocar em 1914 ou qualquer outro ponto – é coisa a decidir qual é o mais verdadeiro, quando seja matematicamente modelada a geo-história mundial), teríamos: 1789, 1819, 1849, 1879, 1909, 1939, 1969, 1999, 2029, etc. Acontece que a coisa é muito mais explícita que isso, pois a fase de 7,5 anos é dividida em duas de 3,75 anos, aproximadamente quatro anos. Na parte de cima da onda de triângulos há um triângulo menor que se chama “crucialidade superior” (CS), de sete anos, e em baixo outro, a “crucialidade inferior” (CI), também de sete anos. O ano de 1939, quando a guerra começou, seria a declaração, o conflito terminando sete anos depois, em 1946, saindo-se da CI em 1950, aproximadamente.

                            Relativamente a 1999,5 (pegando o meio do ano), a Terceira Guerra Mundial terminaria em 2006,5, o fim da CI seria em 2010,25. Tal guerra não existiu, a menos que eu não saiba. Entrementes, se a guerra é declarada em 1999,5, as chamadas CHAMAS DO CONFLITO (acirramento dele, envolvimento total) se dão 3,75 anos depois, em 2003,25. Não se pode ficar acomodando, a coisa é assim ou não é. Não precisamos dum monte de profetas doidos. Com Bush atacando o Iraque depois do atentado às Torres Gêmeas do World Trade Center (WTC, Centro Mundial do Comércio) em Nova Iorque em 11 de setembro de 2001, é de temer.

                            Por outro lado, há GUERRAS QUENTES e GUERRAS FRIAS. Se 1914/1918 foi fria, 1939/1946 quente, (1969/1976) teria sido fria e (1999/2006) será quente. Entretanto, não vimos nenhuma guerra iniciada em 1999.

                            Vitória, domingo, 02 de março de 2003.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017


A Razão da Mulher

 

                            Por natureza todos pensam, inclusive as mulheres, que a razão é o lado masculino. Entrementes a Rede Cognata faz a tradução razão = AZN = MN = M = MULHER.

                            Isso é uma surpresa genuína, é até chocante, mas explicável no modelo da caverna, se repensarmos o que é a razão.

                            No modelo da caverna as mulheres são coletoras e os homens caçadores, aquelas ficando em torno da caverna com meninos e meninas num círculo maior ou menor e estes seguindo as flechas para caçar as proteínas dos grandes estoques.

                            Se tiver sido assim, podemos imaginar as mulheres e crianças colhendo uma infinidade de objetos, de alimentos, de bichinhos (inclusive insetos de toda espécie – eles eram em muito maior número e variedade antes, não se esqueça). Feitos os trabalhos, que resta senão pensar? Ademais, é preciso organizar as tocas familiares ou das estirpes dentro da caverna, prover segurança, cuidar dos estoques, educar as crianças, criar brincadeiras ou diversões (ou distrações ou afastamento – seguro - dos adultos), prover alimentos variados nas horas certas, fazer roupas, vasos, tudo exigindo o desenvolvimento da primeira matemática e dos primeiros objetos, quase todos tendo origem nas mulheres. Isso faz pensar, isso faz meditar. A seguir, mesmo com tudo isso, sobra tempo para olhar e pensar.

                            Do outro lado os homens estão em correria, em tocaias, fugindo dos grandes predadores, preparando armadilhas, atirando flechas e lanças, retalhando, transportando, desenvolvendo o tipo de mentalidade prospectiva, futurista, que cria futuro ao proporcionar as soluções novas para novos problemas.

                            Então temos dois tipos de razão: a RAZÃO DAS MULHERES, que se destina a manter o passado, a prover sobrevivência a partir da repetição gestual, a garantir a sobrevida pelo conhecimento e memorização do estéreo-tempo local. É uma razão DE ENQUADRAMENTO TOTAL, de totalização, posicional de todos os pontos do espaçotempo. Razão que sente a falta disso e daquilo, que antecipa a necessidade de tal ou qual componente que começa a escassear. Razão de espaços e planos, como eu já disse: o quê está acontecendo quandonde?

                            O outro tipo é a RAZÃO DOS HOMENS, a que devemos dar outro nome: esta é prospectiva, visa o futuro, porque nada no espaçotempo dos homens é permanente, tudo muda o tempo todo na caça, na pesca, na colheita em espaços distantes – os animais (de terra, da água, do ar) não param nunca de se mexer, estão sempre mudando de lugar. Esta deve ser mentalidade DE VETORES e de nós, de linhas e pontos. Um bisão que se mexe daqui para acolá, a fixação num gamo a ser abatido, um pássaro a se flechado.

                            Como já disse também, isso abre dois modos de SER (memória, inteligência, controle) e de TER (matéria, energia, informação). A razão das mulheres deve ser a contemplativa, a quietista, a conservacionista, ao passo que a dos homens, com outro nome, deve ser destrutivista, dinâmica, prevenida. Chamemos, com auxílio da Rede Cognata, a das mulheres de RAZÃO e a dos homens PLANEAÇÃO, a capacidade de fazer planos. A primeira será caracteristicamente dedutiva, redutora, enquanto a segunda deverá ser tipicamente indutiva, ampliadora. Elas precisam deles e vice-versa, para fazer o corpomente inteiro do par fundamental homulher, que é um ser só.

                            Vitória, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003.