segunda-feira, 23 de janeiro de 2017


As Preocupações das Burguesinhas


 

                            Vi no canal GNT entrevista com mulheres que lançaram determinado livro. Durante a entrevista elas manifestaram a dificuldade que tinham de contar apenas com agendas para anotar os compromissos, falando então da angustiante necessidade de escrever em papeizinhos que iam se acumulando na bolsa, com todas as perturbações que isso pode ocasionar em mentes tão sofredoras.

                            Em momento em que há tantos problemas no mundo, como fome, perseguições políticas, tantos refugiados, tantas minas terrestres na África e na península coreana, quando há tantos aidéticos por toda parte, tanta concentração de renda, aquela preocupação delas realmente avulta, tão relevante que é.

                            Eis um índice da alienação das elites, sejam as monetárias e da riqueza geral, sejam as intelectuais. Elas não têm mais o quê pensar e fazer? Agora devemos os brasileiros todos preocupar-nos com os pequenos papéis que atulham as bolsas das burguesinhas? Acho que esta nação brasileira endoidou de vez ao dar tanto espaço a tamanha besteira. E não só essa, valeria a pena contá-las em todas as redes de TV brasileiras e na restante mídia (Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet), enquanto tarefa premente da Academia, especialmente de psicólogos (psicanalistas, psico-sintetizadores, economistas, sociólogos e geo-historiadores). Quanto tempo geral pode ser gasto com tolices? E isso comparando-se com os graves problemas que corroem o mundo por dentro, que pesem as mensagens reparadoras dos iluminados.

                            O mundo-Terra está indo de mal a muito pior, mercê de tanto vazio mental e cultural de quase todos e quase cada um. É assombroso!

                            Vitória, quarta-feira, 15 de janeiro de 2003.

As Pessoambientes Mais Aptas

 

                            As PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundos) do nível artificial Psicológico/p.3, como os corpomentes do nível Biológico/p.2, também evoluem, dão seus saltos revolucionários, re-evoluem. Postas as diferenças, tanto as pessoas artificiais se adaptam aos ambientes artificiais quanto estes àquelas. Há a SELEÇÃO ARTIFICIAL, a luta pela sobrevivência do artifício psicológico mais apto, mais hábil, mais eficiente. Constituem-se as P/A em quatro mundos como prêmio. Existindo cerca de 220 nações agoraqui há quatro grupos de 55 cada do primeiro ao quarto mundos, equivalendo nas classes do TER a ricos, médios-altos, pobres e miseráveis.

                            Vejamos a lista, pois ela nos ajudará a raciocinar:

·        Indivíduos mais aptos

·        Famílias mais capazes

·        Grupos mais hábeis

·        Empresas mais competentes

·        Municípios/cidades mais espertos (as)

·        Estados mais qualificados

·        Nações mais ajustadas

·        Mundos mais acertados

Como medir a aptidão?

O que nos interessa fundamentalmente é o futuro, porque é nele que viveremos, não no passado nem no presente. Devemos passar ao futuro, deixar descendência psicológica (descendência de figuras ou psicanálises; descendência de objetivos ou psico-sínteses; descendência de produtos ou economias; descendência de organizações ou sociologias; descendência de espaçotempos ou geo-histórias). Por exemplo, desejamos conquistar mais geo-história para nossa posteridade, digamos um terreno maior para a casa, uma casa na praia, um sítio nas montanhas, fazendas, o que quer que signifique permanência – em resumo, recursos. Estamos sempre tentando fabricar futuro como informação-controle ou comunicação, info-controle ou IC.

Então, nós medimos a aptidão em termos de PASSADO, PRESENTE E FUTURO LEGADOS, ou seja, por seus vários sub-índices (dinheiro, terras, conhecimentos, etc.). A APTIDÃO PASSADA é um índice passivo, porque, como é sabido, um filho herdar do pai e da mãe uma fortuna não garante que ele ficará com elas – os predadores estarão à sua volta, como uma série de oportunistas.

Daí que temos, por conseguinte, tanto ÍNDICES PASSIVOS quanto ÍNDICES ATIVOS. Os IP podem ser resumidos no passado legado. Os IA referem-se à solução de problemas. Os IP são estáticos, deterioráveis, enquanto os IA são dinâmicos, renováveis. Os IP referem-se ao passado que morre, os IA ao futuro que vive. A solução de problemas pode ser encarnada naquilo que alguns chamam de “formação dos filhos e das filhas”, um curso universitário, digamos. A aptidão ou habilidade é passivativa, estáticodinâmica, mecânica, composta, passado como coisas prontas e futuro enquanto solução de problemas, ou seja, recursos que solucionam problemas.

Temos apontadores, agoraqui.

Os apontadores são a LEGAÇÃO DE PASSADO (sob várias rubricas) e a capacitação para a SOLUÇÃO DE PROBLEMAS. Portanto, basta perguntar quais pessoambientes tanto legam passado enquanto resultados auferidos quanto futuro enquanto Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral na solução de problemas. Esses serão os que sobre-viverão quando os demais estiverem mortos. Não basta estar em A, por oposição a D, em termos de riqueza – é preciso perguntar se um rico ensinou seu filho ou filha a resolver problemas. Como sabemos, muitos ricos só se preocupam em acumular fortunas, sem ensinar aos descendentes a preservá-las; criam o patrimônio, porém não ensinam aos que virão depois a solucionar os problemas que se apresentam. Quem aprende isso é quem está na firma, gerentes e funcionários; quando vem os herdeiros eles são massacrados. Estes têm os instrumentos passivos, contudo não os ativos.

Se segue que para mensurar as chances de sobrevivência devemos medir o que já existe, em termos de passado (por exemplo, o corpo lindo das mulheres), tanto quanto a capacidade de gerar NOVO FUTURO pela solução de NOVOS PROBLEMAS. O conhecimento do passado, passivo, é útil, mas o futuro traz novidades, razão pela qual a esta vertente é a mais interessante e sustentadora e o melhor índice de sobrevivência.

Vitória, domingo, 12 de janeiro de 2003.

A Prosperidade do Livro Eletrônico

 

                            Por enquanto e durante muito tempo ainda o livro de papel continuará sendo a tônica, o livro eletrônico ficando só como uma curiosidade para os ricos, conforme Asimov disse antes e eu já analisei subseqüentemente.

                            Entrementes, como já disse e aprimoro, o LE pode incorporar vários avanços notáveis, tendo além do texto estas e outras facilidades:

1.       Um clique levaria do índice remissivo até as páginas onde as palavras tivessem sido colocadas;

2.      No texto clicar levaria por hiperlaço ou hiperlink até definição do vocábulo (palavras e imagens, palavrimagens, PAL/I), a mapas, a filmes, a debates, ao que fosse;

3.      Todas as palavras mais difíceis (menos usuais) poderiam estar definidas atrás;

4.     Num mapa incorporado clicar num ponto ou desenhar uma reta proveria as passagens do livro em que se usou aquela passagem geo-histórica;

5.      A bibliografia poderia ser acessada via Internet, que também permitiria continuar a pesquisa, ir a grupos de debate;

6.     Com o computador poderíamos acrescentar comentários, desenhos, lembretes, sublinhar textos, marcá-los;

7.      Poderíamos ir do índice até a página desejada.

Enfim, pensando apenas um pouco podemos incrementar muitas novidades, desde as essenciais até as supérfluas, uma tonelada destas como enfeites mais ou menos destacados de cada edição. Sem falar que o livro poderia ser aumentado e corrigido, ampliado e revisto sucessivamente, baixando-se as modificações no computador, marcando as sucessivas edições com letras de cores diferentes.

Visto assim, parece que o Livro Eletrônico (em maiúsculas conjunto ou grupo ou família de LE) terá um grande futuro. Aliás, um futuro brilhantíssimo.

Vitória, terça-feira, 14 de janeiro de 2003.

A Guerra dos Deuses

 

                            A Rede Cognata nos diz que fundo = PROFUNDO = PIRÂMIDE = PLANETA = SOLTO = SUJO = POLÍTICO, etc., vá ler no Livro 3, Rede e Grade Signalíticas. Deuses = TRAIÇÕES = DOENÇAS = DUPLOS = ACASO = TROPEÇO = TESÃO = TRAMPO = TREPAR = TRANSAR = TROÇA = DEBOCHE = REBAIXAR, etc.

                            Mais e mais me parece que existem entre os seres humanos e Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI, que se situa na Tela final após o poço infinito, uma quantidade de entes de formidável forçapoder, sejam anjos, sejam deuses que os chamemos. Como metade da soma zero é a liberdade doada por ELI aos seres na qual esses entes não podem tocar, parece-me que fazem um jogo sórdido com a humanidade, sem falar nos animais, que não podem compreender. Plantam armadilhas = SUJEIRAS = PORCARIAS, etc., de modo a atrair as criaturas para suas causas, como se fossem pessoas jogando jogos eletrônicos ou de computador. É como uma árvore, em que o jogo tem bilhões de personagens. Conversando sobre isso com Gabriel, que tem agora 16 anos, ele sugeriu que a Vida geral, em especial a Vida-racional é como uma estrada que tivesse duas mãos, uma sendo a dos homens e outra a das mulheres, por exemplo, ou representando todo par polar oposto/complementar, como yin e yang. Mudar de lado causa uma distorção danada. Você até pode sair completamente da estrada, mas é por sua conta, pois o carro da vida pode tombar. Aí Gabriel disse que “o parar do carro é a morte da pessoa” = O SONHO DO CRIADOR É O MODELO DE PI.

                            Alguns carros, disse ele, são como calhambeques, que andam muito devagar e não causam grandes estragos nas batidas, ao passo que outros são como Ferrari, de grande quantidade de movimento, causando grande destruição. Há até as micro decisões que são como pessoas andando, as pessoas miúdas quase não interferem em nada, ao passo que há certas pessoas, digamos os iluminados, eu penso, que modificam tremendamente os cenários, aborrecendo extraordinariamente esses entes. Vejamos o mito de Prometeu = SANTO = INVENTOR = SUJO = POLÍTICO, etc. Por tentar libertar os seres humanos das labutas insanas foi condenado a ficar eternamente preso, com seu fígado sendo devorado por um pássaro.

                            Vitória, sábado, 11 de janeiro de 2003.

Zé Durão

 

                            Provavelmente conheci, mas não me lembro.

                            Dizendo que eu havia visto à venda na peixaria velha pouco depois de chegarmos a Linhares um robalo enorme, do tamanho de um homem, nos idos dos 1965, Alvacy Perim, meu tio por parte de mãe, fez reparo de que não era robalo, era outro peixe, cumurupim que subia do mar pelo Rio Doce nas enchentes, sendo pego por esse Zé Durão, de uma das quatro famílias (Durão, Azevedo, Calmon e outra) que estavam no início da Linhares do século passado, quando chegaram a possuir a maior parte do município.

                            Esse camarada, ao contrário dos demais, que armavam redes pequenas porque queriam pegar os peixes todos, colocava apenas redes de malha larga, com linhas fortes, que os grandes não podiam romper, enquanto estragavam as outras redes. Assim chegou a pegar cumurupim de 125 kg pesados. O que vi dava postas de um a dois quilogramas, enormes, fiquei admiradíssimo.

                            O tal Zé Durão esperava a primeira enchente, quando o mar botava água para cima, o Rio Doce correndo ao contrário, entrando pelo Rio Pequeno (ou São José), que também subia em vez de descer e ia desaguar ao contrário na lagoa Juparanã, barreando-a, deixando as águas vermelhas, para armar suas redes à espera da vazante. Ele exercia lá sua esperteza, que era pouco mais que cabocla, o ES já havia evoluído alguma coisa (porém a estrada, a BR 101-Norte depois de João Neiva, só foi inaugurada por Médici em 1975).

                            Há pelo Brasil afora uma quantidade de personagens que as letras e o cinema brasileiro, líbero-copistas, nunca quiseram expressar, sempre deixaram à margem da dignidade literária e cinematográfica. Ou poética ou de qualquer tecnarte. Nunca houve exploração, brutal ou refinada, das personalidades aqui geradas. Nunca puderam elas expressar-se através das telas, para os seus pontos focais culturais ou para a nação mais vasta. Nunca - há um permanente bloqueio, com rejeição do não-europeu, pelos elegantes papagaios repetidores daqui. E assim o Zé Durão, e milhares, e centenas de milhares como ele, nunca pôde, nunca puderam mostrar essa sabedoria que fez diferente o Brasil.

                            É uma pena.

                            Vitória, terça-feira, 07 de janeiro de 2003.

Vozimagem do Brasil

 

                            Uma vez sugeri coletarem um milhão de fotografias do povo brasileiro, em todas as regiões, de tal modo que ficasse um testemunho do tempo. Precisamos aprimorar isso, fazendo-o recorrente, constante, em faixas temporais a escolher (10, 20, 30 anos), mas não apenas para a imagem como também para os demais sentidos. Evidentemente tal nunca foi feito em parte alguma de forma disciplinada, de modo que seria a primeira vez.

                            Deve ser de PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e de AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nação e a presença do mundo agoraqui). Deve varrer as 6,5 mil profissões. Deve tocar todo o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), toda a Bandeira da Proteção (lares, armazenamento, saúde, segurança e transportes), a Chave do TER (ricos, médios-altos, pobres e miseráveis) nas cinco regiões (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul). Com detecção dos estágios de avanços das tecnartes (DA VISÃO: poesia, prosa, pintura, desenho, dança, moda, fotografia, etc.; DA AUDIÇÃO: músicas, discursos, etc.; DO OLFATO: perfumaria, etc.; DO PALADAR: comidas, bebidas, pastas, temperos, etc.; DO TATO: cinema, teatro, arquiengenharia, tapeçaria, decoração, esculturação, paisagismo/jardinagem, urbanismo, etc.). Entrementes, não pode ser tudo, é claro, deve ser redutiva, representativa. Assim sendo, comportará necessariamente erros de julgamento.

Com que sentido? O objetivo não pode ser deixar nenhum testemunho ao futuro, porque não sabemos o que o futuro quererá ver, e sim mapear o desenvolvimento de um povo inteiro. É o de fornecer material de estudo aos pesquisadores da Psicologia (figuras ou psicanálise, objetivos ou psico-síntese, produções ou economia, organizações ou sociologia e espaçotempos ou geo-história). Como se deu o trânsito entre o estágio A e o estágio B = A + 10? É como um censo dos sentidos, por amostras de imagens em lugar de apenas amostras de números.

                            Vitória, segunda-feira, 06 de janeiro de 2003.

Vespúcio e Cabral

 

                            No livro de J. M. Roberts, O Livro de Ouro da História do Mundo (da Pré-História à Idade Contemporânea), Rio de Janeiro, Ediouro, 2000, p. 405, há um quadro, A Época dos Grandes Descobrimentos, em que ele coloca, colorido meu:

·        “1499 A serviço da Espanha, o florentino Américo Vespúcio descobre a América do Sul.

·        “1500 O português Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil”.

Os livros dos historiadores brasileiros não trazem isso, eu nunca li. Foi encoberto durante todos esses séculos que a América do Sul FOI DESCOBERTA ANTES do Brasil. Como é que pode descobrir o todo antes da parte? O autor diz também que o nome América foi dado antes ao que é hoje a América do Sul – só depois passou a significar a América toda e em particular os EUA. É porisso que, segundo a GH não-oficial, o rei de Portugal ordenou a Cabral fazer um desvio para tomar posse do Brasil. Do mesmo modo acontece a polêmica entre Santos Dumont e os irmãos Wright, co-inventores do avião.

O que é afinal de contas verdadeiro na geo-história brasileira? Por que as elites brasileiras têm essa dificuldade congênita de enfrentar a realidade e a verdade? Por quê têm esse complexo de Peter Pan, que não quer crescer para enfrentar as conseqüências de seus atos?

Êta povinho esquisito, sô!

A re-educação brasileira deveria passar por uma PEDAGOGIA DE ACEITAÇÃO (não uma pedagogia de enfrentamento, isso seria hostilização), para todos, povo e elites, aprendermos a ver nossa real posição no mundo, em vez de nos escondermos debaixo de uma montanha de mentira e falsificações geo-históricas.

Antes de Vespúcio pode ter havido outros, dizem que os fenícios. Depois destes vários europeus, seguindo Colombo, inclusive na Foz do Amazonas. Por quê os geo-historiadores brasileiros não repõe a verdade espetacularmente em seu lugar de direito? É o mínimo que a decência exige.

Vitória, domingo, 05 de janeiro de 2003.