quinta-feira, 19 de janeiro de 2017


Latinização


 

                            França, Itália, Portugal, Espanha, Brasil, México, Argentina como lideranças e os restantes países latinos, inclusive a província canadense de Quebec e as antigas dependências coloniais, hoje países plenos, deveriam contribuir para um FUNDO COMUM DE CULTURA LATINA, capitaneado pelo país mais rico, no caso a França.

                            Isso começaria pela renovação das (até agora identificadas) 22 tecnartes latinas, a saber: DA VISÃO (poesia, prosa, pintura, desenho, fotografia, dança, moda, etc., 7), DA AUDIÇÃO (discursos, músicas, etc., 2), DO OLFATO (perfumaria, etc., 1), DO PALADAR (comidas, bebidas, pastas, temperos, etc., 4) e DO TATO (arquiengenharia, urbanismo, tapeçaria, paisagismo/jardinagem, decoração, esculturação, cinema, teatro, etc., 8).

                            Cada um investiria segundo quesitos: 1) população, 2) riqueza, 3) área, 4) outros interesses. Em grupo os latinos têm quanto de população? Creio que uns 600 milhões, o que não é pouco.

                            Cada país enviaria QUATRO DEPUTADOS à Câmara Latina dos Deputados e UM SENADOR ao Senado Latino. Isso seria bom para os negros PORQUE através de um tal poder, concentrado e afinado, poderiam projetar-se rumo à reconstrução africana, contando com muito maior simpatia. Para os índios, igualmente, e para os orientais, que por meio do Brasil e outros países poderiam colocar suas culturas-mães a essa Comunidade Latina.

                            Penso que, por a Itália ter Roma, origem dos latinos, ali deveria ficar o Congresso Latino, bem como uma Casa Latina das Culturas ou nações ou povelites. Faz todo sentido, também, construir um Centro Latino das Artes, bem como um Centro Latino do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, filosofia/Ideologia e Ciência/Técnica, e Matemática), cabendo igualmente uma Universidade Latina e um Grupo de Estudos Latinos de Políticadministração, etc., cada instituição ficando num país diferente, que se encarregaria do terreno, instalações, construções, todo o respaldo, como biblioteca, museu, centro de compras, cinemas, etc. Nem que fosse (e não é) somente pelos interesses comerciais, de ampliação da produçãorganização, valeria cada centavo.

                            Vitória, sexta-feira, 27 de dezembro de 2002.

Jogo e Trabalho


 

                            Há gente que se orgulha de ter jogado durante quase a vida toda na Loteria Esportiva e nas demais loterias, ou na maioria, até no Jogo do Bicho. Alguns jogaram muito, eu joguei pouquíssimo, umas 20 vezes, se tanto. Todas essas pessoas, inclusive eu, daquelas vezes em que aceitei participar, pensavam o quê?

                            As loterias patrocinadas pelo Estado brasileiro (contra os fervorosos votos da Constituição) logo de cara tiram 66 % a vários títulos (Imposto de Renda, destinações aos esportes e cultura, etc.). Restam 34 % ou o que for. Até milhões jogam a cada vez, mormente quando acumula. A loteria La Gorda, espanhola, parece que paga centenas de milhões, enquanto as brasileiras chegam a uns 15 milhões de dólares, quando acumuladas. É tirado de milhões de indivíduos e colocado nas mãos de um ou de alguns, não muitos, tremenda concentração de renda.

                            Além de os governos já nos tirarem os tributos (no Brasil são 58), sendo oito federais, quatro estaduais e quatro municipais/urbanos, nos tiram também através dos jogos. E não devolvem sob a forma de excelentes obras. Uma parte dos tributos é desviada, uma parte paga obras de má qualidade, uma parte paga juros e uma parte os gastos necessários e desnecessários com o funcionalismo e custeio.

                            As pessoas pensavam no enriquecimento, mas os jogos são: 1) cobrança indevida de tributos, 2) concentração de renda, 3) treinamento para o vício. Isso e outras coisas horrorosas são os jogos patrocinados pelo Estado, que, no entanto, deveria dar o exemplo. Porque em vez de mirarmos o trabalho nos divertimos com o vício. Em vez de valorizar o trabalho, valorizamos os subterfúgios, o enriquecimento lícito, mas não legal através da jogatina desenfreada.

                            Esse é o Brasil que vai para frente, rumo ao precipício.

                            Vitória, quarta-feira, 25 de dezembro de 2002.

Investindo nas Mulheres

 

                            No Modelo da Caverna cheguei à conclusão de que as mulheres, coletoras, é que inventaram a linguagem mais extensa, a chamada VOZ DA MULHER, de mais adjetivos, mais expressivos; a contagem (soma, subtração, produto e divisão, as operações básicas); as roupas (porque perderam o pêlo); as gamelas e vasos de carregar coisas e cozinhar; a estatuária; a coleta de bijuterias para enfeite, e várias coisas – será preciso aprofundar os raciocínios.

                            Assim, ao contrário de um cenário no qual as mulheres eram puxadas pelos cabelos para procriação, é possível que elas fossem as donas do poder, que os homens de então julgavam portentoso e fantástico. Os homens de então não passavam de acessórios, de adendos de um poder vasto e incompreensível, com dezenas, centenas e até milhares de pessoas em grandes cavernas muito profundas. Até que os homens as atraíssem para casas-cavernas situadas fora dos buracos, elas é que mandaram.

                            Necessariamente, por milhares de anos, talvez desde a EVA MITOCONDRIAL e do ADÃO Y, que apareceram quase ao mesmo tempo em lugares distintos da África, quem sabe desde 200 a 50 mil ou até 10 mil anos atrás, elas é que conduziram a marcha da acumulação humana. Estou agoraqui ciente de que foi assim.

                            ENTÃO, elas desenvolveram inúmeros talentos, que estão desde aquelas eras amortecidos, ocultados, aquietados. Habilidades sem as quais não podemos mesmo passar e que valeriam muito hoje, se despertadas. Conseqüentemente, se as mulheres forem valorizadas, podem nos trazer todo aquele suporte formidável, que faz falta ao equilíbrio do corpomente socioeconômico, hoje em visível desequilíbrio, vista a assimetria bilateral dos poderes.                  

                            Eu penso que não é apenas caso de igualdade postulada pela nobreza de propósitos do cristianismo e sim o mais legítimo auto-interesse dos homens, egoísmo mesmo, que elas possam chegar a maior participação, e que invistamos na recuperação daquelas inclinações, depois de termos estudado-as bem mais. Não se trata só de dar, mas de receber desse repositório de capacidades latentes.

                            O mundo será muito melhor para todos se investirmos pesadamente nas mulheres.

                            Vitória, sábado, 28 de dezembro de 2002.

Ideologia


 

                            O Conhecimento é composto de quatro partes altas (Magia, Teologia, Filosofia e Ciência) e quatro partes baixas correspondentes (Arte, Religião, Ideologia e Técnica), como duas pirâmides emborcadas, cujo centro comum em cima e embaixo é a Matemática.

                            De todas, a Ideologia é a mais renitente, a mais resistente, a que não se dobra a absolutamente nada, e é fácil compreender porque.

                            Sendo a contraparte da Filosofia, desta herda argumentos poderosos, superiores, que só a Ciência, com muita persistência, pode negar. Acontece que a Ideologia é a LÓGICA DA IDÉIA, é doutrina, é idéia transformada em introjetamento, em missão inquestionável, totalmente bloqueada para fora, não se indagando mais de suas justificativas. Os fascismos italiano, japonês e alemão, ou soviético, ou os fanatismos americanos são difíceis de combater, e sempre levam a morticínios, primeiro dos de fora, depois dos de dentro, quando vem a reação.

                            Uma vez que lideranças combinem o que é dogmático e o que está, por via de conseqüência, excluído como não pertencendo ao corpo de crenças, o resultado só pode ser o enrijecimento progressivo do grupo, a constituição de um COMITÊ CENTRAL cada vez mais reduzido e expurgado, a instituição de uma POLÍCIA PATRIMONIAL IDEOLÓGICA (os dogmas são entendidos a partir de então como uma propriedade e toda invasão dela será rechaçada duramente), a caça os inimigos (de fora) e aos dissidentes (de dentro). O PERÍMETRO IDEOLÓGICO vai se estreitando cada vez mais, enquanto os paramentos dos comissionados do CC ficam mais elaborados, os troféus cada vez mais guardados e ocultos da generalidade da gente, e assim por diante. Basta olhar as igrejas, a Revolução dos Bichos (de George Orwell), os exércitos, tudo que é fechado num ciclo de RENOVAÇÃO DOGMÁTICA, quer dizer, compressões sucessivas pelos dogmas dominantes (porque, como tudo, os dogmas também competem pela sobrevivência e seleção dos dogmas mais aptos, mais representativos, mais “fortes”).

                            Enfim, é uma coisa que, de um jeito ou de outro está destinada ao fracasso PORQUE, ou de fora vem a destruição ou de dentro a falta de renovação e ampliação, com reduções cada vez mais drásticas conduzindo finalmente à extinção. Socioeconomias dogmáticas estão destinadas à extinção. A Ideologia é um perigo, mas também tem seu serviço, quando pode ser mantida quieta e tranqüila. É como um cão bem alimentado.

                            Vitória, quinta-feira, 26 de dezembro de 2002.

Hipnose


 

                            O filme começa com qualquer roteiro, até que acidentalmente um rapaz ou moça aceita, de brincadeira, ser hipnotizado (a). Há a tal regressão até um determinado ponto, do qual não se passa mesmo forçando a barra. O hipnotizador pronuncia a frase fatídica “abra todas as travas e mostre-nos o que você é”.

                            Acontece que neste caso especial é um alienígena sob disfarce humano. Então ele começa a mudar sob as vistas de todos. Torna-se aos olhos humanos horroroso e foge. A sua manifestação como alien dispara comandos hipnóticos pode onde passa, o que por sua vez faz outros se manifestarem. É um tema até aqui simplório, mas pode ser a base de uma série, na qual sempre a mesma frase provoca diferentes manifestações: a de um assassino em série, a de uma fada, o que for da mitologia e das lendas, uma exploração bastante larga.

                            Isso para lembrar às pessoas que não devemos abrir todas as travas, de modo algum – a gente não sabe mesmo o que está escondido, nem se seria bom para nós sua manifestação. A curiosidade matou o gato. Não precisa ser sempre o hipnotizador nem sempre a mesma frase, letra por letra. Ligeiras modificações, mas sempre fazendo romper a represa.
                            Vitória, quarta-feira, 25 de dezembro de 2002.

Herança do Dicionarienciclopédico


 

                            Como já vimos, herdamos através de fitas, as chamadas Fitas de Herança (FH), de que o ADRN é um, relativo aos replicadores. As FH dizem respeito a tudo. Há uma FH chamada Língua geral, de que o português é uma espécie. Nas línguas há dicionários de palavras e enciclopédias de imagens, no todo D/E de palavrimagens ou PAL/I.

                            Herdamos D/E quando nascemos. A coisa já está em andamento quando emergimos no cenário racional. Assim sendo, herdamos o D/E de português no Brasil, a nossa específica FH/brasileira, o cenário ou pessoambiente (PESSOAS; indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações e mundo) brasileira - como você nasce e cresce numa AMARRAÇÃO LINGUÍSTICA que o molda como você é, CULTURAL OU NACIONALMENTE ADAPTADO, com cargas psicológicas características (figuras características, objetivos característicos, produções características, organizações características, espaçotempos característicos), como se fossem apêndices brasileiros/portugueses. Esse é o molde ou modelo ou estilo no centro, sobre o qual se assentam as camadas posteriores.

                            Agora, quanta importância damos a nosso D/E brasileiro? Aparentemente muito pouca, pouquíssima. Isso não só mostra que somos mesmo um D/E de terceiro mundo, como também que não sabemos ganhar nem nos preparar para ganhar dinheiro de verdade. Veja que damos pouca importância ao nosso tradutor conceitual e de imagens. Não investimos no aprofundamento estrutural, de definições pelas palavras através do Conhecimento (aprofundamentos mágico/artístico, teológico/religioso, filosófico/ideológica, científico/técnico e matemático) geral, nem no das superfícies, imagens, figuras (seja de gente, seja de coisas ou objetos). Enfim, não aplicamos recursos humanos e materenergéticos no METADEFINIDOR, que é a língua portuguesa. Não a estudamos com vigor e profundidade. Na realidade, nós a desprezamos. Assim, a herança de D/E que deixamos a nossos descendentes ou não cresce ou cresce muito lentamente, por comparação com outras.

                            Vitória, sexta-feira, 27 de dezembro de 2002.

Grande Conselho Capixaba

 

                            Como nasci aqui tenho expectativas que o estado deixe de ser de segunda, como passou a ser lá por 1987 (era de terceira ou quarta – em 1970 estava em 19º em 23), quando se tornou o oitavo ou nono, para um dos primeiros lugares no Brasil e depois no mundo. De fato, tive uma visão de que em 2050 a Grande Vitória comportará 40 milhões de habitantes, o que é completamente absurdo e impossível. Entretanto, minhas visões têm a particularidade de se realizarem da forma mais estranha possível.

                            Como estamos caminhando para o futuro e, pelo menos ao que parece, as coisas ficam cada vez mais complicadas, é conveniente pensar grande = CAPIXABA = CENTRAL, na Rede Cognata. Assim sendo, eis a chance das chances de criar algo que ninguém tem, ainda, ou seja, um lugar onde se sentem todos, tanto as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) quanto os ambientes (municípios/cidades e estado, e nação e mundo como convidados). Portanto, seis setores votantes, com duas representações de observadores.

                            Atrás dos votantes estarão as câmaras. Digamos, a Câmara do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática). A Câmara (da Bandeira) Elementar: ar, água, terra/solo, fogo/energia, Vida e Vida-racional. A Câmara da Proteção (lar, armazenamento, segurança, saúde e transportes). E assim por diante, tudo que está no modelo.

                            Agora o estado será representado por todos, com conselhos das frações. Conselhos do povo, das lideranças, dos políticos, dos pesquisadores, dos estadistas, dos santos/sábios e dos iluminados. Como depois de pesquisadores é difícil saber quem é quem, exceto quando já está morto, tal a largueza da psicologia própria, é preferível abrir SALAS DE CONSELHO só para os níveis mais baixos. Então, SALA DO POVO, SALA DAS LIDERANÇAS (comunitárias, sindicais e estudantis), SALA DOS POLÍTICOS (profissionais liberais, professores, políticos de carreira), SALA DOS PESQUISADORES (mestres, doutores e pós-doutores). E, é claro, a divisão clássica, CÂMARA DOS DEPUTADOS e SENADO ESTADUAL, com um terceiro representando a reunião, Assembléia do Povelite ou Nação.

                            Desde logo será uma coisa diferente, você pode notar. Nunca houve algo igual. Necessariamente, como um lançamento mundial que ficará na geo-história, deve ser de arquiengenharia distintiva e única, elaborada por grandes arquitetos e grandes engenheiros. Os tecnartistas dos 22 modos identificados devem intervir.

                            Embora seja o Espírito Santo da trindade, veja o que Jesus diz (Lucas 12,10): “Todo o que falar contra o Filho do homem, ser-lhe-á dado perdão; mas àquele que blasfemar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado”.

                            Se este estado do ES está fadado a cumprir algum grande destino, que lhe seja dada uma base compreensiva, em todos os sentidos, o que significará, entre outras coisas, construir essa representação muito mais vasta que apenas a da Assembléia Legislativa. Esta se encarregará de fazer as leis, como tem sido.
                            Vitória, sábado, 28 de dezembro de 2002.