quarta-feira, 18 de janeiro de 2017


O Fundo e os Mundos

 

No artigo anterior, As Nuvens Dançam, vimos que há cê-bólas e em volta delas o negror absoluto – átomos e vazio, como diziam os gregos (eles não poderiam ter conhecimento disso, pegaram dos egípcios, que pegaram de outros mais adiantados).

Visto que os cê-bólas não podem viajar como um trem viaja, eles saltam (não têm mensageiros, não possuem denotação de massa-gravinercial pelo bóson de Higgs, não são orientados em trânsito) – Deus Oculto é esse conjunto de cê-bólas, mas COM PROPÓSITO, a verdadeira realidade por trás de tudo. Como já pensamos, já que Deus e Natureza são um só em i, Deus-i-Natureza, o arbítrio que temos, a vontade, o querer é doação de liberdade, razão pela qual a Natureza palpável, tal como a enxergamos, é liberdade-querer doado, é a porção de que Deus se ausenta, quer dizer, aquilo que não manipula. A Natureza não pode estar apartada de i, porisso é meramente a parte de i que Deus não toca. Ela se monta ao acaso, não é necessidade de sua contraparte, Deus.

ASSIM

Naturezas exteriores.
Mundos conformados ao acaso, degeneráveis, elementos insubsistentes, construções aleatórias.
Fosso intransponível pela racionalidade.
Deus interior.
Fundo necessário, não-gerado, elemento subsistente, desde sempre não construído, sempre agoraqui e para sempre depois.

OU ASSIM

A NATUREZA EXISTE (exterioridade imanente, tudo que se pode pegar).
RELATIVO.
EVIDENTE no exterior, palpável.
Impermanente, elemento insubsistente que termina, morre, enferruja, fraqueja e desaparece.
Real que é ficção.
Partículas e exteriores.
 
Fosso intransponível do exterior para o interior.
DEUS É (essência, interioridade transcendental).
ABSOLUTO.
OCULTO no interior, impalpável.
Permanente, elemento subsistente que sempre foi, é agoraqui em toda parte, será sempre.
O verdadeiro real.
Campartículas cê-bólas.

Deus, o conjunto de cê-bólas ou campartículas fundamentais, a materenergia conjunta de fundo, tem o tipo de vontade instantânea sem mediação, o desejo não-finito. Pela dialógica, lógica-dialética, poderia desfazer ou fazer as coisas imediatamente, não fosse a doação de liberdade chamada querer.

Pode estar em toda parte (ubiquidade), pode fazer tudo segundo seu desejo (omnipotência), pode ver tudo (omnividência) SEGUNDO SEU DESEJO – mas onde haja Vida (arquea, fungos, plantas, animais e primadas) e Psicologia (das raças), não interfere. Como já mostrei, não existe como a Natureza existe, com começo, meio e fim. NÃO ESTÁ EM TODA PARTE, pode estar, porque os cê-bólas não transitam, estão em comunhão. Em Deus, não estariam separados dois indivíduos, estariam em eucaristia, mesmo o outro situado bilhões de anos luz depois. Porisso poderiam estar dentro das estrelas: NADA, nada mesmo pode destruir um cê-bóla, são indestrutíveis por toda a eternidade.

Vitória, quarta-feira, 18 de janeiro de 2017.

GAVA.

As Nuvens Dançam

 

TIRADO DE ‘CONFORMAÇÕES FICTÍCIAS DAS FORMAS REAIS’

A NATUREZA EXISTE (exterioridade imanente, tudo que se pode pegar).
RELATIVO.
EVIDENTE no exterior, palpável.
Impermanente, elemento insubsistente que termina, morre, enferruja, fraqueja e desaparece.
Real que é ficção.
Partículas e exteriores.
 
Fosso intransponível do exterior para o interior.
DEUS É (essência, interioridade transcendental).
ABSOLUTO.
OCULTO no interior, impalpável.
Permanente, elemento subsistente que sempre foi, é agoraqui em toda parte, será sempre.
O verdadeiro real.
Campartículas cê-bólas.

DO MAIS INTERIOR AO MAIS EXTERIOR

MACROPIRÂMIDE
N.5, natureza cinco
22
Pluriverso
p.6
DEUS
21
Universos
Máximos controladores.
20
Superaglomerados
Dialógica
H7
19
Aglomerados
H6
N.4, natureza quatro
18
Galáxias
p.5
H5
17
Constelações
H4
16
Sistemas estelares
Cosmologia
H3
15
Planetas
H2
MESOPIRÂMIDE
N.3, natureza três
15
Mundos: TERRA AGORAQUI.
p.4
 
 
Humanidade = H1.
14
Nações
13
Estados
Informática
12
Cidades-municípios
N.2, natureza dois
11
Empresas
p.3
10
Grupos
09
Famílias
Psicologia
08
Indivíduos
MICROPIRÂMIDE
N.1, natureza um
08
Corpomentes
p.2
07
Órgãos
-1
06
Células
Biologia
-2
05
ADRN-replicadores
-3
N.0, natureza zero
04
Moléculas
Química
-4
03
Átomos
-5
02
Subcampartículas (10-18 m)
Física (17 degraus).
-6
01
Cê-bóla © (10-35 m)
CAMPARTÍCULA FUNDAMENTAL.

A humanidade está em H1 (Terra, um planeta só), passando a H2 (vários planetas), veja quanto caminho exponencial há a trilhar. O nível mais interior, embaixo, campartícula fundamental, é a base de Deus Oculto que não podemos alcançar, nenhum racional pode.

PODEMOS VER O QUE É

1.       No interior de tudo, os cê-bólas pequeníssimos e invisíveis em qualquer condição;

2.      Em volta deles a escuridão absoluta, o negror total;

3.      A energia (neste nível tudo é materenergia, quer dizer, tudo que é energia é também matéria).

Ora, esse desenho é o do átomo (a-tomo, não-divisível) grego, o verdadeiro átomo, não esse átomo nosso, que é divisível em elétrons, prótons e nêutrons, estes em quarks. Como já vimos, os cê-bólas não avançam como um carro avança, eles SALTAM instantaneamente daqui até acolá aonde sejam necessários, são movidos pelos desejos de Deus.

Então, temos cê-bólas e vazio.

Os cê-bólas, reunidos, fazem tudo que vemos, de modo que são nuvens tendo em volta escuridão. Quando homem e mulher estejam dançando, serão nuvens dançando; quando helicóptero se mova no ar, é nuvem voando. Como já calculei, todo o universo caberia num diâmetro de 10-9 m (e não numa casca de noz, sobraria muito espaço): podemos pensar que quase tudo é escuridão, sobra uma esferinha que nem conseguiríamos ver, imensamente menor que a ponta de alfinete.

Podemos concluir que todas as coisas são nuvens em vários estágios de estabilização-desestabilização.

Vitória, quarta-feira, 18 de janeiro de 2017.

GAVA.

Autocrítica e Reeducação


 

                            Quando entrei na faculdade de engenharia na UFES havia uma quantidade de grupos de discussão dos textos de Marx, Lênin, Engels e até Mao. Participei de alguns. Em um ou outro foram ensaiados os processos remotos, das matrizes ideológicas na URSS e China, de autocrítica e reeducação.

                            Eu tinha profunda simpatia por essas coisas, porque em minha inocência eu não pensava no lado ruim. Agora o modelo mostrou nitidamente que os pares polares opostos/complementares bem e mal existe como 50/50, ou seja, 50 % é Mal geral. Então, todos os seres humanos estão sujeitos a ele, menos 2,5 % ou 1/40, podendo até os 47,5 % do bem migrar eventualmente ou ter simpatia pelo mal.

                            Pois essas pessoas pegam uma coisa inocente, que seria a gente admitir que erra, e até fazer isso de público, querendo reeducar-se para o acerto, e transforma num perigosíssimo processo de chacoalhamento dos indivíduos, famílias, grupos e empresas. As pessoas são bombardeadas, metralhadas em público, são profundamente humilhadas, estupradas mentalmente, e castigadas da forma mais rude e grosseira. A dor psicológica de tal processo de retalhamento é mais aguda que qualquer dor biológica/p.2.

                            E isso foi feito nos países ditos comunistas por décadas a fio. Seria preciso retratar esses desvios com muitas teses de mestrado, doutorado e pós-doutorado, desde quando começou. Em que lugar? Quão fundo foi? Quantas pessoas atingiu? Conhecendo tais desvios negros a humanidade poderá futuramente se defender melhor. Sempre haverá esse tipo de gente que utiliza a simplicidade e os bons sentimentos para construir edifícios de pura maldade.

                            Por essa razão tais coisas devem ser terminantemente proibidas, tanto a autocrítica pública quanto a reeducação por iniciativa do Estado.
                            Vitória, quinta-feira, 26 de dezembro de 2002.

Amoralidade de Comte


 

                            No livro Introdução ao Pensamento Filosófico, 4ª edição, São Paulo, Loyola, 1990, que é de vários professores da UFES, o professor Carlo Bussola diz, à página 54: “Analisando o pensamento de Comte, concluímos que ele introduziu uma postura (mais do que um sistema de ideias) onde todos os que estão envolvidos com a ciência limitam-se unicamente à experiência. Comte esquecia que os dados científicos não são interpretados à luz de um princípio superior, apresentado pela filosofia; eles podem tornar-se cruéis e tiranos, dominadores cegos e amorais; cabe à filosofia desmascarar criticamente os pressupostos ideológicos da ciência e refletir sobre suas conseqüências éticas e políticas”, coloridos meus.

                            Vejamos que o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral é só um nono (1/9) científico. Como há a Tela Final, na qual todas as verdades soltas e relativas convergem numa Verdade absoluta que é a daquilo que é chamado Deus (a parte consciente de Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI), todas as verdades anteriores a esta são parciais, incompletas. Ora, todas as verdades dos racionais estão antes dessa integração, que é feita por um só, por razões de lógica. A Ciência, como via de conseqüência, é sempre parcial, não-integrada, por natureza dos pressupostos, das premissas. NO TRÂNSITO a Filosofia faz a aproximação dos conhecimentos parciais em todos cada vez mais gerais, sem, porém, realizar as experiências confirmadoras, que é papel da Ciência.

                            Os cientistas, devendo esmiuçar pequenas parcelas, fragmentos diminutos, não podem mesmo realizar essa missão de campo. Este é o encargo dos filósofos. Os cientistas de fato caem em suas preferências, que são filosoficamente atrasadas, relativas aos interesses filosóficos mais antigos, que por sua vez se baseavam em compreensões científicas ainda mais antigas. Essa filosofia anterior deu o cenário onde se criaram os cientistas – foi nela que os jovens que se tornariam cientistas se miraram e é ela que vai se refletir, preconceituosamente, em suas atividades adultas. Eles tendem a confirmá-la e a reafirmá-la. É neste sentido que os filósofos de agoraqui desmascaram os pressupostos filosóficos, que como doutrina se dogmatizaram, se ideologizaram. Então, é um ciclo: a ciência nova é baseada nos pressupostos filosóficos antigos que estão se transformando em ideologia. Feita a nova filosofia ela vai ser nova ciência mais à frente. Então é um círculo de mascaramento e desmascaramento, parcialização científica e totalização filosófica. A Filosofia é mais completa que a Ciência, contudo é menos específica e precisa que esta. A Ciência é mais determinante, no entanto é menos globalizante, não permite ver o quadro do quebra-cabeças cheio de pecinhas soltas. São os dois lados da mesma moeda filo-científica generalista-parcialista. Apesar de infelizmente se odiarem, não podem viver um sem o outro.

                            De fato, como diz Bussola, os dados soltos da Ciência, ou reunidos em pequenas e incompletas teorias, não são os de um conhecimento superior, no sentido de ser completo. Os próprios cientistas maiores estão fazendo filosofia ao reunir os elementos ou modelos.

                            Se tais dados relativos são indevidamente absolutizados, o que é impróprio para eles, eles realmente se tornam cruéis e tiranos. Veja que quando os cruéis e os tiranos querem dominar eles afastam os filósofos e os cientistas grandes que fazem filosofia, não os filósofos pequenos, os ideólogos cooptáveis, nem os obedientes cientistas pequenos, que nada indagam.

                            Comte estava errado e tenho cada vez mais detestado-o como promotor mor do fascismo que nasceu no século XIX e viveu no século XX.

                            Vitória, sexta-feira, 27 de dezembro de 2002.

A Ortodoxia das Revoluções

 

                            Como é que as revoluções poderiam ser ortodoxas, se ORTO/DOXIA é a OPINIÃO RETA?

                            Ah, aí é que está, só quem não conheça a dialética se surpreenderá. Não é propriamente um círculo, porque não coincide, nem uma espiral, porque ao subir se abre, mas o desenvolvimento socioeconômico dá voltas, como se fosse uma onda, só que em ampliação, em dilatação. Na medida em que oscila para cima e para baixo, para o positivo e o negativo, aumenta em módulo, de tal modo que é como uma espiral que vá se abrindo, ficando mais larga quando suba.

                            Tal como no símbolo do TAO, a esquerda persegue a direita e vice-versa, de modo que uma está sempre passando por onde esteve a outra (quando se tornam mais uma vez oposição, mas oposição da posição que tinham antes, que era a do seu contrário). Isso se chama na dialética de interpenetração dos contrários, transformação do sim em não, salto revolucionário: como tese, antítese e síntese, respectivamente. Então temos ciclos, de heterodoxia que vai se tornar ortodoxia, que vai ver nascer como nova heterodoxia e assim por diante. PORTANTO se segue que as posições dos revolucionários, enquanto heterodoxias, são as ortodoxias de muito para trás. Desse modo as revoluções podem ser AO MESMO TEMPO heterodoxas e ortodoxas. Heterodoxas pelas opiniões mais recentes, que esposam as de dois patamares atrás COM MODIFICAÇÕES.

                            Daí que, se você quiser saber o que pensam os revolucionários de agora, salte por cima da ortodoxia presente, que é a heterodoxia da ortodoxia de antes. Aquela ortodoxia antes da heterodoxia é a heterodoxia de agora. Passe por cima daqueles que os revolucionários querem derrubar e vá em busca dos que eles, por sua vez, derrubaram antes. Eles estarão se reapresentando no palco geo-histórico com vestimentas novas. Não é preciso sondar senão o que é novo; todo o resto estará expresso na GH. Por exemplo, as opiniões das lideranças operárias devem ser as mesmas daqueles que foram derrubados pelos burgueses, ou seja, a nobreza que derrubou os patrícios. Assim: operários, burgueses, nobreza, patrícios.

                            Vitória, segunda-feira, 30 de dezembro de 2002.

A Impossibilidade do Conhecimento

 

                            Pegue essas quatro palavras (a, impossibilidade, do, conhecimento) e vá explicar cada uma delas. Para isso você precisará de mais palavras, depois de mais ainda para explicar aquelas e assim por diante, indefinidamente. Como juntar essas quatro palavras? Não serve outra ordem (“conhecimento da impossibilidade a” não significa nada). Você precisa de uma língua e da lógica associada a ela, bem como da dialética que relaciona os objetos compreensivamente.

                            A seguir já estamos no plano em que você precisa explicar o que é explicar, e como podemos entender as coisas, tendo começado lá na ponta da micropirâmide (veja a seqüência das pirâmides no artigo Desenho de Aliens, neste Livro 18), passando pela mesopirâmide, até o limiar da macropirâmide, onde estamos agoraqui chegando à globalização.

                            Como você compreenderá rapidamente, PARA EXPLICAR UMA ÚNICA COISA (palavra ou imagem) é preciso conhecer o pluriverso inteiro, é preciso estar na Tela Final, como Deus, parte consciente de Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI, está. Ora, ali não pode estar mais que O UM, o único capaz de dar o salto infinito.

                            Kurt Gödel (tcheco, 1906 a 1978, 72 anos entre datas), ao provar em seu teorema a impossibilidade aparente do fechamento total da Matemática, estava ao mesmo tempo provando a impossibilidade de Deus e do Conhecimento (da Magia/Arte, da Teologia/Religião, da Filosofia/Ideologia, da Ciência/Técnica e, claro, da Matemática central). Ele estava dizendo que as verdades relativas nunca se fechariam no absoluto, que constitui com o relativo o par polar oposto/complementar anunciado, que tem necessariamente um terceiro, uma solução, estabelecendo simetria. Na realidade o anúncio de um único objeto é o anúncio correlativo de todo o pluriverso. O anúncio de um só planeta é o anúncio de todos. O anúncio de uma só vida é anúncio de todas (que apenas não estão mostradas). O anúncio de uma só palavra já é anúncio de toda a Língua universal, porque todo e parte, como viu Arthur Koestler (húngaro, 1905 a 1983, 78 anos entre datas) fazem o hólon ou todoparte ou partodo. É um circulinha, circunferência e diâmetro.

                            Assim, o próprio fato de que é aparentemente impossível conhecer (e, no entanto, conhecemos, parcialmente que seja) nos diz que é totalizável, mas apenas por um. Os outros todos ficarão de fora, ou de outro modo se estabeleceria competição, seletividade, parcialidade.

                            Vitória, sábado, 28 de dezembro de 2002.