quinta-feira, 5 de janeiro de 2017


e-Facilitadores

 

                            Exatamente porque é esse apelo democrático formidável, o maior que o mundo já ofereceu, a Internet está recebendo de tudo, tornando-se um caos extraordinário. O Google, um dos maiores portais, tinha até minha última consulta, cerca de CINCO BILHÕES de páginas ou sites ou sítios. Nenhum ser humano pode pretender, mesmo passando 16 horas por dia, começando aos sete anos, vivendo mais 70 anos, visitar mais que (70 anos x 365,25 dias/ano x 16 horas/dia x 60 minutos/hora x 60 segundos/minuto) 1,5 bilhão de páginas, aproximadamente. VISITAR, e não ler, na base de uma por segundo. Isso seria 1/3 do que já está lá e apenas começou.

                            De modo que ou os governempresas tomam pé da situação ou será uma calamidade a mais, uma avalanche que ninguém poderá administrar, e que causará mais mal que bem. É preciso organizar.

                            Em particular há a e-Psicologia (Psicologia eletrônica: psicanálise eletrônica, psico-síntese eletrônica, economia eletrônica, sociologia eletrônica e geo-história eletrônica, ou, em resumo, e-ΨA, e-ΨS, e-economia, e-sociologia e e-GH). A e-economia se dividiria em e-agropecuária/extrativismo, e-indústrias, e-comércio, e-serviços e e-bancos. O e-comércio é o e-business, e-negócios, embora mais amplo.

                            Acontece que a Internet de fato pode ser uma das coisas mais poderosas que o ser humano já inventou, SE HOUVER DIRECIONAMENTO, facilitação. Se os G/E políticadministrativos pessoambientais montarem grupos de facilitadores, os e-facilitadores, facilitadores eletrônicos; ou w-facilitadores, WEB facilitadores; ou facilitadores de rede (intranets, extranets). Digamos em geral WEB-facilitadores.

                            Já existem os WEB-masters, os mestres-em-WEB ou Rede. Agora é tempo de construir esses túneis que, se têm o infortúnio de direcionarem, só serão trafegados pelos que o desejarem. Se os G/E não fizerem isso, a grande riqueza da WEB será para os pobres e miseráveis uma fonte permanente de dor de cabeça, servindo esse poderosíssimo instrumento de separador humano, de excluidor, de extremizador.

                            Vitória, quinta-feira, 07 de novembro de 2002.

Economia Suave

 

                            Como vi a questão da suavização geológica da arquiengenharia e das tecnartes em geral, também pensei no abrandamento de toda Psicologia (psicanálise, psico-síntese, economia, sociologia e geo-história), ou seja, em sua humanização PARA O PATAMAR MAIS BAIXO DA MESOPIRÂMIDE (o dos indivíduos, acima dos quais estão as famílias, os grupos, as empresas, os municípios/cidades, os estados, as nações e os mundos).

                            O que poderíamos entender por ECONOMIA SUAVE?

                            Vejamos os sinônimos de suave:

·        Michaelis eletrônico: ameno, aprazível, brando, meigo, terno, harmonioso, agradável aos sentidos;

·        Houaiss eletrônico (além desses): que expressa bondade, macio, fofo, enternecedor, delicado, aprazível, etc.

Uma economia poderia ser assim e ainda produzir?

Claro! - enfaticamente.

A grande questão, como já coloquei, é a solução de problemas, não importa quais, tanto de uma economia dura, perversa, assassina como esta que vemos, como uma outra que zele pela vida. Evoluímos pela solução de problemas. Quanto maiores os problemas solucionados maior a evolução (o que é um índice poderosíssimo para avaliar as coletividades e acabar de vez com esses relativismos culturais idiotas). Como os problemas de produzirorganizar de modo suave são MUITO MAIORES que os outros, muito maiores também serão as soluções encontradas, quando forem.

Incomparavelmente maiores as soluções.

Daí que a questão derradeira não seja se podemos, mas se queremos. Queremos tal socioeconomia suave? Só o fato de ainda devermos perguntar já mostra o quanto estamos atrasados.

E não é boiolagem, não, não é veadagem, não, é o maior puro interesse humano em geral, até porque com uma S/E assim não teremos tantos confrontos desgastantes. Simplificar desse modo significa podermos dirigir nossos feitos valentes a coisas maiores.
Vitória, quarta-feira, 13 de novembro de 2002.

E-cológica

 

                            Começou essa coisa de e-business, e-negócios, negócios eletrônicos, feitos através da Internet. Por exemplo, se não me lembro errado, o governo federal brasileiro está fazendo parte de suas compras através da WEB com redução de custos de 20 %, e pretende avançar para reduzi-los em 40 % logo, o que é um ganho extraordinário, cair a quase metade. É surpreendente demais o quanto a Rede ELEVA A CONCORRÊNCIA a níveis de perfectibilidade superiores.

                            Então, os EB ou EM (e-agropecuária/extrativismo, e-indústrias, e-comércio, e-serviços e e-bancos) são uma dessas coisas que irão prosperar bastante no futuro, depois de passada essa onda da Nova Economia e houver fixação dos parâmetros. Tudo dentro dessa e-expansão tremenda que estamos vendo, uma das coisas mais surpreendentes de todos os tempos.

                            Dentro da Interrede, claro, a Ecologia prosperará fantasticamente, também, como tudo, atingindo e ligando todos os seres humanos do planeta numa nova consciência de proteção & desenvolvimento da base natural um, super-reino biológico/p.2.

                            Em especial a sub-rede e-ecológica, eletrônica-ecológica, particularmente os EB ou EM voltados para o atendimento crescente da recuperação de rios, lagos, lagoas, açudes, florestas, pastos, plantações, solos – enfim, todo o ecoplanejamento e o ecodesenho de cenários para pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo).

                            É preciso que os governempresas se proponham dar suporte ou apoio a essas novas atividades, conduzido-as a bom termo, proporcionando o que for possível em termos de sustento materenergético, com recursos humanos e de máquinas, instrumentos e aparelhos, em resumo os programáquinas de base, para evitar aquele tipo de dispersão excessiva, que faz mais mal que bem.

                            Vitória, quarta-feira, 06 de novembro de 2002.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017


Duas Burguesias

 

                            No livro Comunismo Cientifico (Diccionario A-Z), Moscou, Progreso, 1981, de vários autores (lista grande), em espanhol, o verbete Burguesia Nacional diz, p. 30: “Em los países menos desarrollados, subyugados o liberados, a B. n. es uma clase interesada em el progreso político y económico independiente de su país”. Minha tradução seria: “Nos países desenvolvidos, subjugados ou liberados, a B. n é uma classe interessada no progresso político e econômico independente de seu país”.

                            Portanto, temos uma BURGUESIA NACIONAL e uma BURGUESIA NÃO-NACIONAL. Na realidade ambas são burguesias nacionais, estão dentro do país, só que uma se acha competente para o desenvolvimento autônomo e a outra não - esta última quer copiar o estrangeiro, subjugando-se a ele em tudo ou quase tudo, querendo viver uma vida transplantada, xerox da outra, e se sentindo mal porque não consegue e não vai conseguir nunca. Mas mimetiza ao máximo. É um poder mimético dos demais, dos de fora, e sente vergonha do seu povo, preferindo ter um específico ou até qualquer outro, em casos extremos, de maior indignidade e sujeição ou alienação.

                            Podemos dizer que a MESMA burguesia se divide em duas seções: a BURGUESIA (parcialmente) DESALIENADA e a BURGUESIA ALIENADA. Lembre-se que é a mesma burguesia que, em caso de ameaça, esquecerá seu seccionamento e funcionará em uníssono. São SETORES da MESMA BURGUESIA. NÃO EXISTEM DUAS, é uma só, não se esqueça.

                            Mas, por vezes essa burguesia se desentende tanto em questões de mérito que é possível cravar uma cunha em sua união, dividindo-a permanente ou temporalmente, ou seja, findando-a ou não. Ela termina no final, quando se passa ao socialismo local, e é apenas abalada quando há um golpe, bem ou mal assestado. Entretanto, é sempre uma só, e pensar diferente é alienar-se, distanciar-se da melhor compreensão de mundo.

                            Porém podemos raciocinar como se fossem duas, se não esquecermos que se trata de uma só, apenas uma. APARENTANDO SER DUAS, falemos então de BN, burguesia nacional, e de BNN, burguesia não-nacional.

                            A BNN acredita poder continuar dominando o povo apenas com o conhecimento vindo de fora, sem qualquer adaptação, em caso extremo até mesmo mínima. Que o povo jamais conseguirá, nem com o serviço de intelectuais orgânicos com seus interesses, vencer aqueles poderosos conhecimentos alienígenas. Em razão disso ela nada quer ceder, porque não se acha ameaçada.

                            A BN, por outro lado, acredita, corretamente que as coisas mudam (Trotski diria que os conjuntos mudam diferencialmente) e que em algum tempo o povo conseguiria se safar do domínio presente ou imediatamente futuro, e que porisso mesmo é preciso construir uma nova dominância, baseada em equilíbrios internos, pelo quê ela está disposta a ceder, deixando o povo crescer mais e mais livremente. Ela está aberta a trocas, até a coopções dos intelectuais de esquerda, os quais podem saber ou não proporcionar muitas soluções ou amaciamentos que permitam e até ampliem o domínio e a dominância burguesa.

                            Evidentemente, é muito claro, é cristalino que há uma só burguesia, sutilmente seccionável, o que permite fazer avaliações grosseiras e muito sutis, que alimentarão fortemente as chances ou possibilidades revolucionárias, indo além dessa divisão estúpida em duas burguesias, e mesmo assim aprontando um movimento só que se divide em dois, para tocar diferencialmente as fraquezas da mesma burguesia com duas apreciações (como o povo também tem duas). Tal compreensão permite refazer as demais, para maior efetividade.

                            Vitória, terça-feira, 12 de novembro de 2002.

Dragões Alienígenas

 

                            Quando a gente vê os dragões nos filmes, eles têm asas. Na Rede Cognata dragões = DGNS = DN = DNSSS = DINOSSAUROS. Acontece que dinossauros têm dois membros dianteiros e dois traseiros, como todos os vertebrados terrestres, de modo que dragões, como se apresentam nos filmes, não podem ser os mesmos dinossauros PORQUE todos os vertebrados têm quatro membros, invariavelmente.

                            De ADRN terrestre não é.

                            SE não é terrestre é alienígena, gerado ou criado fora da Terra. Assim, para os dragões serem verdadeiros E TEREM ASAS, eles devem ser extraterrestres, extraplanetários, extra mundo, pois os dragões teriam SEIS MEMBROS, e não quatro, não cabendo por via de conseqüência em nosso particular desenho do ADRN. Só os invertebrados têm, na Terra, mais de quatro membros e nós vemos nitidamente os esqueletos dos dragões e vampiros, quando eles morrem ou se desfazem. Pela mesma via de raciocínio devemos crer que os vampiros não sejam também terrestres, pois conservam mãos e pés quando voam, ao que parece, embora como morcegos tenham somente quatro patas.

                            Como tudo, no ser humano e nos demais seres, é EXTERNINTERNO, se segue que aos membros e sentidos externos correspondem necessariamente interpretadores internos. Porisso a mão, que é externa, forma par com a mão-interna, interpretação cerebral, mais que isso, mental. Se os dragões possuem seis membros, devem ter internamente interpretadores para suas asas – uma porção de seus cérebros que “asipulam” (e não “manipulam”) suas asas. E igualmente os vampiros. Do mesmo modo os lobisomens, cujas transformações devem ter frações do cérebro que as interpretem. Assim sendo, dragões, vampiros, lobisomens, mulas-sem-cabeça, sacis, curupiras (que têm os pés voltados para trás) e outros seres mitológicos não podem ser terrestres, herdeiros do nosso mesmo ADRN. Não sendo terrestres são xenoformestruturas, xenevoluções, xeno-pessoambientes, criaturas de outros mundos, o que as torna doravante do maior interesse da Ciência, dado que seriam (se existissem efetivamente) provas incontestes de vida extraterrestre.

                           Vitória, segunda-feira, 18 de novembro de 2002.

Dois Bons Velhinhos

 

                            Duas câmaras iriam se aproximando lentamente de um velho e uma velha numa cadeira de balanço, totalmente prosaicos e aparentemente bondosos, sentados no alpendre de uma casinha no campo. Uma entraria nele e a outra nela, de modo que a partir daí suas vidas seriam contadas em telas paralelas, até se juntarem nalgum ponto.

                            Naturalmente a vida deles teria sido a mais ímpia possível, mostrando que não só os canalhas envelhecem como gozam de vida tranqüila até bem tarde. Quantos milhões desses, juntos ou isolados, existirão?

                            O mesmo artifício - com variações - pode ser usado para aferir as vidas de centenas de personagens da realidade, no sentido de prevenir os incapazes de fazer o mal ou os que são decididamente isentos dele, quanto às formas sob as quais o Mal se esconde.

                            As traições podem seguir o mesmo caminho, até mostrando como os traidores se ocultam perto de suas vítimas, indo a seus enterros, cujas mortes foram ordenadas por eles.

                            E assim pode ser abordado todo o conteúdo da maldade, naturalmente mudando as apresentações, para não se tornarem cansativas, o que os diretores podem facilmente imaginar. Vasculhando jornais, livros, séries de TV, notícias impressas ou não, os autores podem criar um grupo de pesquisa & desenvolvimento do seriado, que certamente será interessante para todos. Não é o mesmo estilo dessa série da Globo que conta sobre crimes, porque esta é uma romanceação da realidade. Não há o choque de ver uma pessoa bebendo feliz no meio dos amigos, para todos os efeitos formais sendo pessoa correta, e as cenas mostrando sua outra face, a abjeta e vil.

                            Vitória, quarta-feira, 06 de novembro de 2002.

Deus lhe dê em Dobro

 

                            Num país como o Brasil, em que as elites dão o exemplo nefasto do não-trabalho ou do ócio mais ostensivo, o povo miserável tornou-se mendigo, pedinte sem a menor vergonha. Pedem tudo a todo instante em todo lugar. É moda no país, porque as elites também esmolam o que não é delas ao governo, que toma sem o mínimo de embaraço os tributos da população, escorchando-a o quanto pode.

                            Então, os mendigos criaram fórmulas. Os pequenos são ensinados a dizer uma cantilena nos ônibus (“sou pobre, mas é melhor pedir que roubar; peço por minha mãe, meus irmãos pequenos”; etc. – valeria a pena gravar e fazer livros da variabilidade). Há alguns que pedem em nome da AIDS, de ser uma chaga social, os remédios caros, os preconceituosos que não dão emprego.   

                            E, é claro, quase todos dizem “Deus lhe dê em dobro”.

                            Há aí uma ironia confrontadora, porque as pessoas dão 50 centavos, então Deus é obrigado a devolver um real. Ou é fórmula, repetição, chavão, pois o nome de Deus não vale mais nada na boca dessa gente, perante o mandamento “Não chamarás o seu Santo Nome em vão”. Ou há a esperança forçadora de que a pessoa dê mais, para correspondentemente Deus dar mais também. Para esperar receber dez reais a pessoa deveria dar cinco.

                            Outros dizem: “Deus lhe pague”, de modo que estão acumulando uma dívida enorme em nome de Deus. Ou “Deus o recompense”, ou o que for.

                            Ninguém fez ainda um estudo completo sobre a morbidez socioeconômica que é a mendicância, de como a podridão que é esse pedir contínuo (que, como disse Luís Gonzaga, pai) vicia o cidadão. Introduz-se com a mendicância permitida, tolerada, até estimulada, a complacência com a miséria, com a folga dos folgados, com o excesso de espaço dos espaçosos. Não trabalham os ricos nem os miseráveis, trabalham os médios-altos e os médios-baixos, os pobres. Os extremos vivem, de um modo ou de outro, da mendicância.

                            O que é péssimo para qualquer nação que se preze.

                            Vitória, quinta-feira, 07 de novembro de 2002.