domingo, 1 de janeiro de 2017


Escola do Aprendizado Total

 

                            Tanto na Escola da Vida, popular, quanto na Vida da Escola, das elites pedagógicas ou de transferência elaborada, concentrada e conceitual do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral, o que estamos aprendendo é predação, o ato permanente de predar, tanto o ambiente (municípios/cidades, estados, nações e mundo) quanto as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas).

                            Sem pruridos, sem ocultamento da verdade, sem subterfúgios, é isso, é definitivamente isso.

                            Estamos sendo preparados para predar info-controle ou comunicação, aprendendo a olhar e de um modo geral perceber as coisas e não-coisas à nossa volta, adquirindo instrumentos, máquinas, aparelhos, textos, programáquinas que ampliem nosso poder e força de predação. Sem evasivas, é isso. Agora, há gente que oculta, que se sente envergonhada de assumir a verdade, que enruste, que esconde, que “moita”, como diz o povo. Todos os conjuntos estão enganando todos e cada um, procurando tomar o alheio, seja legal ou ilegalmente, honesta ou desonestamente. Uma EAT, Escola do Aprendizado Total, seria uma escola da preparação mais perfeita para a predação, tanto do sujeito quanto dos meios (ou mídia), quanto ainda do objeto, ou seja, seria uma Teoria da Comunicação e da Informação Predatória, estudando os sentidos externinternos, a Bandeira Elementar (ar, água, terra/solo e fogo/energia, além da Vida e da Vida-racional) que está entre o predador e a presa, etc. Claro que, no meio humano, a predação total não significa nem pode significar a destruição da presa, porque vivemos em coletividade, em comensalismo, todos comendo do mesmo prato civilizatório.

                            Vitória, sexta-feira, 01 de novembro de 2002.

Escalas

 

                            Escola = ESCALA na Rede Cognata.

                            Pense em pré-primeiro grau (os anos dependem de quando as crianças foram introduzidas nele), primeiro grau (oito anos), segundo grau (três anos), terceiro (quatro a seis anos), mestrado (dois anos), doutorado (quatro anos), pós-doutorado (indefinido, em geral quatro anos), de 25 a 27 anos ou mais, fora os anos das classes de alfabetização.

                            Agora pense em tudo isso, que está na vertical, posto como uma linha na horizontal, até como uma pirâmide que começa pequena em baixo e vai crescendo por degraus, até o máximo no pós-doutoramento, pense nisso tendo um lado para baixo e outro para cima, como uma espécie de altitude. Para baixo estarão os deprimidos, que se contentam com o conhecimento que é cedido por pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) ou ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundos) e para cima os que vão por si mesmos, mesmo que voar seja difícil para quem não tem asas – esses aprenderão a construí-las, ainda que como Ícaro corram o risco de cair, ou como Prometeu de serem torturado pelos ciumentos deuses o resto da eternidade.

                            Então, quão alto ou baixo irá o postulante depende dos esforços de cada um. Por outro lado, quão larga será a vida de qualquer um, de quanto ele postulará em termos de amplificação de projeto, isto é, de quantos ele pretenderá introduzir nesse projeto.

                            Então, temos três escalas:

1)      A pedagógica, da transferência de conhecimento, através da Vida da Escola, que é a oficial, e da Escola da Vida, que é a oficiosa, das ruas;

2)     As intenções ou ímpetos ou energias, quer dizer, a necessidade de aproveitamento dos esforços próprios;

3)     Quanta gente o projetista pretende incluir em suas metas.

Daí temos: pedagogias x energias x aplicações (PEA). Coloquei o plural para indicar que há muitos caminhos, em cada caso, há muitos modos de transferir conhecimento. As pedagogias nós poderíamos classificar de 1 a 100, para indicar percentual, e assim também os outros tópicos, de forma que podemos ir de 1 x 1 x 1 = 1 a 100 x 100 x 100 = 1.000.000, em termos de potencial, inexistindo limites, realmente, fora aqueles de tempo de vida, doenças, desvios do mau amor (que, como disse Nietzsche, nos mantém prisioneiros, quando o adotamos) e do mal humor. A quarta escala é a multiplicação exponencial que vem da sorte de associar-se a outros como você.

Veja só, essa é só uma das novas formas de tratar as escalas. Quero retrabalhar essa questão para indicar como podemos usar as escalas muito melhor para ler a realidade e a virtualidade, as formas e as estruturas, as figuras e os conceitos, de modo a tirar mais de tudo. Empregando logaritmos, colocando uma linha e levando até ela o que queremos ressaltar do ambiente, excluindo os demais elementos que são irrelevantes para a demonstração (isso pode ser feito e não é de modo algum acientífico PORQUE do que quer que escolhamos como campo o operador tirará somente aquilo que está definido nas margens de operação, indiferentemente às nossas necessidades – não é o mesmo que forçar os dados). Enfim, os gráficos e tabelas são poucos ilustrativos porque as escalas são insuficientes em sua penetração estrutural, em sua conceptualização. As escalas são escolas, são pedagogias, são psicologias, elas ensinam ou deseducam. É preciso retrabalhá-las.

Vitória, sexta-feira, 25 de outubro de 2002.

Era do Conhecimento

 

                            Alguém disse que agora entramos na Era do Conhecimento.

Bom, o Conhecimento geral no modelo pressupõe duas alturas diferentes e complementares, uma teórica e alta e outra prática e baixa, nenhum patamar podendo viver sem o outro e nenhum sendo melhor que o outro, no final das contas. São apenas diferentes, mas não antagônicos.

                            Do Conhecimento alto temos: conhecimento mágico, conhecimento teológico, conhecimento filosófico, conhecimento científico. Do Conhecimento baixo temos: conhecimento artístico, conhecimento religioso, conhecimento ideológico, conhecimento técnico. E conhecimento matemático ou geoalgébrica no centro e no topo de tudo.

                            Ora, se é ERA DO CONHECIMENTO deve ser era do conhecimento de que só alteando ao mesmo tempo liberdade das elites e igualdade do povo poderemos ter um mundo sem conflitos e sem contrastes exagerados, uns tendo demais e outros quase nada. A tentativa de elevar apenas um dos lados, esquerda ou direita, seria como construir uma pirâmide que tivesse um lado só, uma parede vertical que sob a pressão lateral fatalmente desabaria. Pelo contrário, é só num corpo em que esquerda e direita respeitem uma à outra que a vida pode funcionar plenamente, com o máximo de aproveitamento, com a convergência no Alto, vindo dos quatro cantos da Terra.

                            A imagem da pirâmide é apenas para dizer do refinamento conjunto do Conhecimento geral, em patamares cada vez mais expressivos e representativos do entendimento final e mais compacto. Agora, como fazer esses quatro vértices superiores, que podem se combinar dois-a-dois para formar mais um punhado de encontros, e com as contrapartes um tanto a mais, favorecerem uma nova percepção das 6,5 mil profissões, sua modificação, avanço, aprofundamento? Como o Conhecimento geral pode modificar CONSCIENTEMENTE tudo que é humano no Dicionário e na Enciclopédia? Se essa Era está nascendo tão auspiciosamente, se ela tanto promete, é preciso que cumpra, o que quer necessariamente dizer muito trabalho cuidadoso, meticuloso, atencioso ao máximo. Seria preciso a ONU criar um Congresso do Conhecimento Universal, sem privilégios para ninguém, porém guardando as proporcionalidades características (população, área, riqueza, antiguidade, objetos produzidos, arqueologia declarada, pesquisa & desenvolvimento, patentes, verbas destinadas à busca e uma série de quesitos outros) na escolha dos deputados e dos senadores, como eu já expus noutros lugares.

                            Há também que construir uma Cidade do Conhecimento Universal com parques, com bibliotecas, com museus, com livrarias, restaurantes, lojas, estacionamentos, uma ONU (UNESCO) das culturas e dos conhecimentos mundiais, com museus reais e virtuais – e isso numa nação não-central, de modo a realmente difundir aquela região. DE outra forma nada realmente teria mudado significativamente. Tudo continuaria uma imposição européia ou americana e não a grande aventura humana que é esperada.
                            Vitória, terça-feira, 29 de outubro de 2002.

Duas Contagens

 

                            Nós sempre contamos nossas geo-histórias de um lado só, o nosso, com nossa visão ou percepção-de-mundo, sem considerar as outras, em especial as opostas/complementares, porque cada pessoa é centro de uma esfera de pronunciamentos. Nunca vemos as vidas dos outros por seus motivos. Ou seja, não vemos as psicologias alheias (figuras, objetivos, produções, organizações e espaçotempos), de modo que fica sempre um julgamento, necessariamente unilateral.

                            Pois bem, poderia ser feito um filme em que a primeira contagem fosse pela vista de uma personagem X, até certo ponto, P, depois se retornando ao início e voltando-se a P, pela visão de Y. O último terço seria uma contagem isenta Z = X + Y.

                            Ou poderia acontecer de dividir a tela em duas, cada qual contando do seu jeito, duas versões dos mesmos episódios até P, daí fundindo-se.

                            Os espectadores precisam saber que suas versões de vida não são as únicas. Com isso aprenderão a considerar as vidas dos outros, sem pré-julgamentos, como pediu Jesus. Daí para frente, quando estiverem assistindo a qualquer filme, prestarão atenção no outro lado da mesma questão e aprenderão a ver em cada personagem uma linha cinematográfica, de forma que o Cinema geral será enriquecido, bem como as discussões socioeconômicas e de Conhecimento geral, por exemplo, a Filosofia multilateral da existência coletiva e individual.

                            Vitória, terça-feira, 29 de outubro de 2002.

Dinheiro = Desprezível

 

                            Dizem que havia um pastor que não queria tocar em dinheiro de modo nenhum; abria o bolso com cuidado e mandava que colocassem lá dentro.

                            Até antes da Rede Cognata eu não poderia atinar porque as pessoas detestam o dinheiro, se ele é apenas o veículo (em papel, em metal, em cartão de plástico, em números bancários, em cheques) das transações, das trocas, uma balança funcional das transferências de info-controle.

                            Porque, no fundo, todas as pessoas sentem repugnância.

                            Acontece que, na língua portuguesa e com este alfabeto, na Rede Cognata dinheiro = DESPREZÍVEL = DEMÔNIO = DIFERENÇA = DEUS = DUPLO = TRAIÇÃO = TESÃO = TRAMPO = TORÇER = TROÇO, etc. Por quê seria assim? Se é tão útil, porque é ao mesmo tempo amado, até adorado por alguns, e no fundo mesmo é detestado por todos como sujo, impuro, imoral?

                            Penso que é porque o dinheiro é a encarnação de tudo que é miserável no ser humano: ele medeia a traição, a vilania, a venda de informações confidenciais, o tráfico e o consumo de drogas, a encomenda de crimes, tudo que é podre, detestável e vil no ser humano –e são tantas coisas!

                            Ele também permite a construção de hospitais e o pagamento de seus abnegados servidores, a educação, a proteção de vidas, a justa remuneração, todas as coisas boas. Porém nisso nós não pensamos realmente, como não vemos o que as criaturas fazem de bom quando as detestamos. Quando odeia alguém a pessoa faz questão de esquecer que nenhum indivíduo pode ser totalmente ruim (mas algumas se aproximam bastante disso).

                            Ora, com o dinheiro passa-se exatamente a mesma coisa: nós nunca lembramos que ele também é símbolo das boas coisas da vida. Só nos recordamos de todas as torpezas, todas as baixezas, todas as infâmias, todas as obscenidades que ele intermedia.

                            Fica só a face suja do dinheiro, que serve como pano de fundo de toda a sua utilidade.

                            Vitória, domingo, 03 de novembro de 2002.

Crianças de Colo

 

                            Perceberam que as mães colocam as crianças voltadas para elas, quando as estão carregando, ao passo que os homens, em geral, as colocam voltadas para fora. Disso concluíram, apressadamente, que as mulheres têm mais amor, mais identidade com as crias, ao passo que os homens teriam mais desconsideração.

                            Bom, eu poderia concluir que as mulheres são ditatoriais, impedindo as crianças de ver o mundo, voltando-as egoisticamente para si, ao passo que os homens são libertários, mostrando-o direta e insistentemente, querendo que as crianças sejam corajosas e projetadas no mundo que deverão mais tarde enfrentar. Que os homens não desejam aprisionar as crianças e sim soltá-las para a liberdade.

                            Neste caso, como em tudo, creio que as respostas são complexas e estudos demorados e meticulosos devem ser feitos por instituições respeitáveis, até um conjunto delas ao redor do mundo, como foi feito para o genoma humano. Um estudo isento de favorecimentos aos homens ou às mulheres. Porque chegou aquele tempo que eu temia, quando o desfavor muda de um lado para o outro. A idéia não é acabar com a ditadura masculina e inaugurar a ditadura feminina, e sim de terminar a opressão, seja ela qual for.            

                            Se qualquer um, baseado em preconceitos e desejos de prevalecimento, sejam quais forem, puder sair por aí falando isto e aquilo, será o mundo como já foi, como o conhecemos no passado. Precisamos justamente inaugurar um mundo novo, isento de preconceitos.

                            Vitória, segunda-feira, 04 de novembro de 2002.

Congresso Ecológico Mundial

 

                            Já falei em relação ao Congresso Nacional brasileiro que seria preciso criar nele seções para representar os fungos, as plantas, os animais e os humanos, evidentemente não proporcionais, porque as outras três frações não têm peso racional. O Congresso Mundial da ecologia deveria começar por aí.

                            E representar também a Bandeira Elementar: membros do ar, da água, da terra/solo e do fogo/energia.

                            Na seção humana, as 6,5 mil profissões. Trabalhadores e empresários. Governos e empresas. Povos e nações. Crianças e adultos. Mulheres e homens das quatro raças.

                            Como a causa ecológica interessa a todos os povos, será um forte motivo de união planetária, elegendo um país não-central para ser a capital ecológica planetária. Quanto à proporcionalidade, os critérios poderiam ser: 1) área, 2) devastação, 3) espécies ameaçadas, 4) população humana, 5) população animal, 6) valores percentuais destinados à proteção ambiental; 7) pesquisa & desenvolvimento teórico & prático na ecologia, 8) riqueza absoluta, 9) riqueza relativa; 10) doações, etc., estabelecendo um múltiplo e dividindo por, digamos, um milhão, ou qualquer número que leve a próximo de um. Um senado e uma câmara de deputados, levando os que se dedicam ao Conhecimento geral (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática).

                            Criando um belo monumento de arquiengenharia modulável, para o crescimento futuro.

                            Vitória, sexta-feira, 25 de outubro de 2002.