domingo, 1 de janeiro de 2017


Decifração de π

 

                            Contando desde 1994, quando deparei com a Rede Cognata, passaram-se oito anos, durante os quais pensei em todo tipo de possibilidade, sem atinar realmente com a conclusão. Oito anos de meditação para mim é muito, enquanto agonia, de forma que foi trabalhoso.

                            A solução é ao mesmo tempo simples e complexa.

                            1) um modelo deve indicar os grupos-de-quatro, de forma que a base não seja qualquer outra senão a quatro, em qualquer lugar;

                            2) pode-se ou não deparar, a partir das palavras, com as séries matemáticas colocadas em qualquer alfabeto, o que permitirá saltar etapas, indo diretamente até a Rede Cognata, como fiz. Em caso diverso as análises estatísticas de significância devem apontar o caminho;

                            3) pensemos que Pi = UNIVERSAL deve ser o eixo, de onde emergem todas as coisas, inclusive o ADRN terrestre como um dos produtos possíveis. O ADRN, por sua vez, monta todas as línguas por seus alfabetos, que constroem as palavras que, decifradas, vão nos permitir a leitura;

                            4) lá atrás a mente racional dominante recompõe, a partir de qualquer linha-língua que esteja em volta do eixo = PI, uma parte desse eixo. Serão tripletos, como no ADR, quadripletos, o quê? Basta que identifiquemos nas letras-números uma palavra significante. Suponhamos PODER = PD, uma dupla, que nós iremos identificar na seqüência de π = 3,141592... como convertido em base quaternária, ou seja, que tenha apenas os números 1, 2 e 3, e o zero, 0. Pi ficaria escrito como 3,1/10/1/11/... Escolhendo qualquer dupleto ou tripleto ou quadripleto, converteremos até achar um significante.

                            5) como, na Rede Cognata, já temos um caminho andado, pegamos o Dicionário comum em português, convertemos as palavras através da Rede, obtendo um conjunto muito menor. Pegamos uma dupla, uma tripla, uma quádrupla, o que for, e convertemos. Quando tivermos composto uma frase inteira, estaremos no caminho certo. Através dos computadores, de sua extrema velocidade, daqui para frente deve ser muito mais rápido.

                            Então, depois de oito anos, deparei com essa coisa.

                            Agora deve ser relativamente simples:

                            1º) fazer o programinha que converte de decimal para binário:

                            2º) criar o segundo programa que transforma as palavras do dicionário umas nas outras, formando grandes aglomerados;

                            3º) confeccionar o terceiro programa, que compara os números de Pi, pela Grade Signalítica, com as letras associadas aos números, formando palavras, digamos, 0 = B, 1 = C, de acordo com a Grade, obtendo uma seqüência de letras e não de números;

                            4º) pegando duas ou três ou quatro letras e comparando com os padrões do novo dicionário;

                            5º) obter as primeiras frases;

                            6º) essas frases devem construir máquinas em número ilimitado, dando instruções precisas de montagem;

                            7º) se obtivermos a primeira máquina saberemos que estamos no caminho certo e daí para frente será fácil.

                            Vitória, segunda-feira, 21 de outubro de 2002.

Contaminação Biológica

 

                            No seu livro A Força do Conhecimento, São Paulo, EDUSP, 1981, p. 279, John Zimann diz: Eis a razão fundamental pela qual a pesquisa é financiada principalmente por grandes corporações ou pelo Governo, pois são essas as entidades que dispõe dos meios capazes de superar os limiares de um desenvolvimento tendente ao sucesso, por meio de suas grandes equipes de cientistas e engenheiros. As idéias básicas podem provir de indivíduos, e isso as torna baratas; mas a tecnologia em larga escala exige somas bastante vultuosas de capital de risco”.

                            O que isso tem a ver com a biologia?

                            Já explicarei.

                            No livro, na página anterior, ele mostra a “difusão do milho híbrido: áreas onde se semearam 10 % ou mais de seus milharais com as sementes híbridas, em determinados anos”, e mostra quadros com mapas dos EUA nos anos de 1936, 1938, 1940, 1944, 1946 e 1948, mostrando o rápido (pelos padrões geológicos, rapidíssimo) espalhamento humano das novas sementes. Tal espalhamento não é mais biológico/p.2, é psicológico/p.3, é racional, é artificial, não mais natural. É uma luta psicológica/p.3 pela sobrevivência do milho mais apto, com seleção pela inteligência e pela emoção humanas. Um novo ritmo, ampliado em várias ordens de grandeza, de espalhamento genético.

                            A Natureza usa tudo que é possível, ela não se prende a este ou àquele gosto ou preferência, vai com tudo mesmo. Assim sendo, na biologia/p.2 o espalhamento é tanto vertical, dentro da mesma espécie, quanto horizontal, dentro de espécies diferentes. Na vertical há a norma lenta do ADRN repetitivo, com mecanismo de correção, enquanto na horizontal os vetores viróticos e bacterianos transferem ADRN de espécie a espécie.

                            Como é que se dá esse espalhamento horizontal? Os pesquisadores estão começando a falar disso. Penso até que há certos estocadores preferenciais, algumas espécies que se dedicaram a acomodar o ADRN de todos e cada um, viesse de onde viesse, e que um desses pode ser o lírio do campo, que tem 30 bilhões de pares de nucleotídeos, com comparação com o ser humano, que tem um décimo, três bilhões de pares (lembre-se do que Jesus disse: “olhai os lírios do campo, eles não fiam nem tecem e, no entanto, nem Salomão, no alto de sua glória, se vestiu como um deles”).

                            Do mesmo modo no nível psicológico/p.3; a Natureza, também aqui, usa tudo que pode. As pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas) transferem verticalmente, de pessoa a pessoa, as heranças psicológicas/p.3, no tempo, ao passo que os ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo) transferem horizontalmente, no espaço. Ou seja, empresas injetam do passado para o futuro, governos o fazem no presente.

                            Essa é a razão verdadeira, mais de fundo – o projeto é tremendamente rápido, agora que engatou a marcha da racionalidade.

                            Vitória, sexta-feira, 11 de outubro de 2002.

Conhecimento Máscara

 

                            No livro História da Filosofia, vol. I, São Paulo, Paulinas, 1990, os autores, Giovanni Reale e Daria Antiseri dizem, à p. 366: “Todas as coisas derivam das quatro qualidades que interagem entre si, como dissemos, mediante as suas faculdades originárias específicas (faculdades produtoras de calor, frio, seco e úmido). Mas cada organismo gera-se, desenvolve-se e vive por causa de uma série de atividades específicas. Essas atividades se desenvolvem segundo uma precisa regra da natureza que Galeno chama ‘Faculdade’. Essas faculdades são muitíssimas: por exemplo, a faculdade digestiva do estômago, a faculdade pulsante do coração e assim por diante”.

                            Se você pensa que é atraso medieval de Galeno (na realidade ele é de antes de 476, é médico grego, 131 a 201, 70 anos entre datas), lembre-se que as pessoas de hoje, século XXI, dizem ainda “propriedade ativa” de tal ou qual composto químico. E não são apenas leigos que falam em mais de quatro tipos de energia, está nos dicionários, sendo citados inúmeros tipos delas.

                            De verdade mesmo ninguém sabe o que é a energia, nem a matéria, só conhece suas propriedades e operações. Para saber o que é QUALQUER COISA, definitivamente, seria preciso estar na Tela Final, onde ELI, Natureza/Deus, Ela/Ele, pode ver como uma coisa, a mais simples que há, liga-se a todo o universo. Uma caneta esferográfica, que é suposta simples, tem só na Terra 4,6 bilhões de anos.         

                            Todo Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) é máscara. É modelo, é estátua, é uma capa que rodeia a explicação final, o universal característico. Não sabemos o que é realmente o livro, pois a idéia de livro é progressiva. O desconhecimento, como a pobreza, a dependência e a igualdade, é que é absoluto, pois podemos TER FALTA de conhecimento, que é o des-conhecimento. Só de não ter já é absoluta falta daquilo. Se não conheço a teoria atômica da matéria, sou carente dela, estou em falta, aquela coisa é-me absolutamente desconhecida. Já o conhecimento nunca é completo; conhecer sobre os livros não é nem nunca será conhecer TUDO sobre os livros. Sendo o desconhecimento a absoluta falta de conhecimento, a pobreza a absoluta falta de riqueza, a dependência a absoluta falta de independência e a igualdade a absoluta falta de liberdade, devemos ver o conhecimento como relativo, como uma riqueza que não se completa nunca, como uma independência que nunca é total, como uma liberdade sempre imperfeita, exceto para ELI, na Tela Final.

                            Então, todo conhecimento é máscara, é hipótese de trabalho, mesmo aquilo que é chamado de “lei”. Só seria Lei mesmo se fosse proclamado como tal por ELI. O modelo que escrevi é uma máscara, a Ciência é máscara, tudo é máscara. Só os orgulhosos não sabem disso.

                            Vitória, quarta-feira, 09 de outubro de 2002.

Conhecimento Alexandrino

 

                            Os modos políticadministrativos são o Escravismo, o Feudalismo, o Capitalismo, o Socialismo, o Comunismo e o Anarquismo, cada um com quatro ondas, a quarta de um sendo a primeira de outro; estamos na terceira onda do Capitalismo geral, quase passando à quarta, quer dizer, a primeira do Socialismo.

                            Os modos do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) são seis também, com a Geometria e a Álgebra sendo o quinto e o sexto, ou vice-versa. Cada modo políticadministrativo transita nos modos de conhecer, a dominância plena do conhecer tecnocientífico se dando apenas no Socialismo mais profundo.

                            Na Antiguidade também transitaram de uma antiguidade mágica a uma antiguidade científica, esta expressa em Alexandria, fundada por Alexandre Magno (356 a 323 a.C.) em 332 a.C a 208 km do Cairo. Ela foi capital dos Ptolomeus, depois se mantendo como a segunda cidade do Império Romano, de acordo com a Barsa eletrônica, tendo sobrevivido até o século IV, quando a biblioteca foi novamente incendiada. Com a chegada dos árabes houve novo retrocesso, até um certo e desprezível sultão (que seu nome seja esquecido) queimá-la mais adiante. Chegou a contar com 700 mil volumes, segundo alguns, e muito mais, segundo outros.

                            Acontece que os cientistas sonham com Alexandria e suspiram por sua perda. De fato, que grande tragédia acontece sempre que os idiotas queimam as fontes de conhecimento! Porém os cientistas suspiram muito, eles de fato soluçam e choram essa perda. Embora ela tenha sido terrível, não devemos esquecer que nem os greco-romanos nem a dinastia han, na China, nem os gupta na Índia, que iniciaram um movimento tecnocientífico de peso, fizeram-no prosperar PORQUE, como já mostrei, as bases a que destinavam o conhecimento não era bastante ampla.

                            Eles não tinham povo, tinham escravos, e escravos não tendo alma não têm também atenção, daí não possuem máquinas, porque não é errado, para quem pensa assim, submeter os seres humanos a maus tratos. Pelo contrário, pessoas respeitáveis, cristianizadas, devem ser cuidadas o máximo possível.

                            Então, o conhecimento alexandrino foi uma perda irreparável, mas ele não estava mesmo levando a nada, porque reservado apenas aos sábios, aos pesquisadores, não tendo sido vertido ao desenvolvimento de produtos, não servindo ao crescimento do povo. Se acontecer de novo esse distanciamento podemos esperar, infelizmente, novas perdas.
                            Vitória, sexta-feira, 11 de outubro de 2002.

Congresso Representativo

 

                            Congresso significa uma reunião de pessoas que estudam e discutem assuntos comuns, segundo o Michaelis eletrônico, e ato de conversar, de dialogar, entrevista, conversação, conferência, segundo o Houaiss eletrônico; fora ser o órgão bilateral – Câmara de Deputados e Senado.

                            Mas, quando dizemos REPRESENTATIVO, o que desejamos dizer? Por um lado, falamos de representação, o ato permanente de representar. De re-presentar, tornar presente de novo. Lembrar (do povo, das elites, do povelite/nação) de todos que são representados. Gosto de dizer que represent/ação é o ato permanente de representar. É ação, necessariamente, e não inação, porque quem fica dormindo em casa não pode estar representando ninguém, POR DEFINIÇÃO. E represent/ativo significa essa atividade, ser ATIVO, tendo sempre presente essa pareação entre povo e elites, representando a economia ou produção (agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos), produtores e não produtores.

                            Há que representar a primeira natureza, a dos outros seres, não-humanos (fungos, plantas e animais, especialmente os ameaçados de extinção). Há que representar o Conhecimento (magos/artistas, teólogos/religiosos, filósofos/ideólogos, cientistas/técnicos e matemáticos), sem falar nas 6,5 mil profissões.

                            Os nossos representantes deveriam se perguntar: o que estou representando? É um representante legislativo ou um artista de circo?

                            Como o mundo se tornou TÃO COMPLEXO, os representantes deveriam ter uma Escola de Representantes, um Livro dos Representantes (aliás, toda uma mídia de representantes: TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet – no sentido de ampliar suas possibilidades). Como custa tão caro, precisamos fazer render cada centavo, em patamares muito mais elevados que os de agora. Perguntar sempre: quão representativo é este Congresso?

                            Creio que posso dizer que por enquanto muito pouco, nos termos propostos acima.

                            Vitória, sexta-feira, 11 de outubro de 2002.

Congresso do Conhecimento

 

                            Para o Conhecimento inteiro (Alto: Magia, Teologia, Filosofia e Ciência, e Baixo: Arte, Religião, Ideologia e Técnica) penso que pode ser construído um monumento-símbolo semelhante àquele do Congresso Nacional brasileiro em Brasília. Com o Senado do Conhecimento (alto) de um lado e a Câmara do Conhecimento (baixo) do outro, no centro ficando o cilindro símbolo da reunião, para a Matemática, representando efetivamente o Congresso, a união das duas casas.

                            Metade deve estar acima e metade abaixo do solo.

                            Cada Casa do Conhecimento deve ser circular, para representar a perfeita integração de tudo, o conhecimento verdadeiro de todas as coisas, apenas pretendido. O lado de cima é a aspiração de chegar a compreender, o lado de baixo é rendição, a certeza de que tal não será totalmente possível.

                            O Senado do Conhecimento deve ser separado por cores, quatro delas, para representar cada uma um setor do Conhecimento geral, começando da mais extrema intuição, com a Magia, até a mais extrema razão, com a Ciência. Na Câmara os tons logo abaixo das cores.

                            Tais casas devem ser representativas de todos os países do mesmo mundo, depois em cada país dos estados, nestes dos municípios/cidades, por grupos, de tal modo que todos tenham sempre bem presente do que se trata, e todos possam participar. Desejavelmente haverá uma mídia associada (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet do Congresso).

Evidentemente tal Congresso não pode e não deve substituir o Congresso políticadministrativo, pois existe muita coisa que não está representada nos interesses dos pesquisadores & desenvolvedores teóricos & práticos, na P&D T&P, por exemplo, as 6,5 mil profissões, as crianças que estão estudando, os deficientes que, todavia, são cidadãos respeitáveis, e assim por diante. Mas, é claro, o Congresso políticadministrativo consultará freqüentemente o Congresso do Conhecimento.

                            Vitória, segunda-feira, 21 de outubro de 2002.

Complexidade do Concorde

 

                            Vi uma reportagem contando o fracasso de vendas que se tornou o Concorde, o consórcio anglo-francês que pretendeu destronar a Boeing e sua liderança mundial.

                            Por fora o Concorde tinha aquela forma aparentemente aerodinâmica, com o nariz inclinando-se, como uma agressiva águia. Portanto, agradaria, em princípio, um dos dois pólos do par polar oposto/complementar formestrutural – o lado da forma. Era “ocidental”, reto, agressivo, enquanto os 747 são bojudos, arredondados, com uma crista em cima, dando sentido de poder contido, de uma enorme massa bruta.

                            Por falta de planejamento a audácia do lançamento, com aquele furor de voar acima da barreira do som e o aparente atrevimento conceitual, planejou vender 600 ou mais unidades, depois baixou a expectativa para 100 e finalmente vendeu algumas dezenas.

                            Na prática gastava tremenda quantidade de combustível, fazia um barulho terrível e a falta de manutenção das poucas unidades vendidas acabou por derrubar vários. Fracasso extraordinário, cuja geo-história ainda não está bem contada. Que sirva de lição a todos.

                            Depois, mostraram que por dentro a aviônica não era de última geração, era da década dos 1960 cheirando a avanços da década dos 1940. Onde os aviões americanos tinham muita computação embarcada, os Concorde tinha centenas de botões, sobrecarregando a memória dos pilotos, cansando-os tremendamente.

                            Toda firma deveria ler não apenas as GH de sucessos, mas principalmente as dos fracassos, porquanto isso nos prevenirá contra esse orgulho, essa tolice exposta ou sutil que faz avançar contra a corrente da GH mais rápida e potencialmente lucrativa, o minimax (máximo com o mínimo), o sentido de enxugamento socioeconômico total. Não ter procurado simplificar ao máximo, dentro do conceito de simplexo (o máximo de simplicidade possível requerida pela complexidade mais extremamente útil) derrotou o Concorde e todo um modo europeu de ser e estar. Como os americanos se colocaram na frente neste particular, foram depois derrotados provisoriamente pelos japoneses na questão dos carros, dos televisores, das máquinas fotográficas e de filmar, dos walkman, etc.

                            Na realidade essas geo-histórias de fracassos acabam por ser valiosas lições para toda a humanidade. Acho-as maravilhosas. Deveriam estar sendo repetidas até a náusea nas salas de aula, desde o pré-primário até o pós-doutorado. Ouvi-las talvez evite que façamos outros Concordes no futuro, que cheguemos a esses tremendamente vistosos fracassos.

                            Por outro lado, podemos procurar enquadrar os sucessos sob a ótica daquele enxugamento socioeconômico da maior potência, aquela espantosa vivacidade e integridade de fazer com todos os mínimos possíveis render o máximo. É disso que a humanidade precisa sempre.

                            Vitória, segunda-feira, 21 de outubro de 2002.