domingo, 21 de outubro de 2018


Viagem Mística

 

Aproximamo-nos do celestial veículo que nos esperava pacientemente, sob as ordenanças de Deus todo-poderoso. Chovera. Gotículas brilhantes como diamante e translúcidas e belas, resplandeciam e emanavam os raios enviados pela fogueira central.

Fui caminhando com minha amada e gentilmente abri a porta da carruagem para ela e ela entrou e sentou-se no banco ao mesmo tempo limpíssimo e macio e a justa medida dos seus merecimentos, que nosso Senhor Celestial houvera por bem acatar. O ar interior recendia a odores maviosos e quase entramos em êxtase.

Circulei o veículo e abri a outra porta, tendo a mesma experiência de sentar-me no delicioso assento, ó glória, ó benção, ó Deus, tudo era tão apropriado, tantas primícias, tantas felicidades proporcionadas, nem merecíamos tanto.

O Sol, o luzeiro posto por Deus, nos iluminava intensamente.

Passei a marcha e apertei o acelerador e se transmitiu poderosa força e o carro tremeu com o impulso energético e as potências divinas o premiam adiante e senti o tremor majestoso e o ardor grandioso que lá de dentro vinham.

Liguei o limpador de pára-brisas. Por um lado havia o pára-brisas que graciosamente impedia que fôssemos tocados pelo furor dos elementos e por outro o limpador e a excelsa paleta que limpava o pára-brisas dos pingos e das gotas que o aguaceiro deitara sobre todo a viatura.

Ó brasão do Eterno e tanto devíamos agradecer.

Passei a segunda marcha e a terceira e a quarta - nos conscientizávamos da pureza do momento, de toda a grandiosidade. Tudo era bom.

Fora dali havia a estrada asfaltada que nos levava em segurança e víamos as flores e as árvores e o lixo que a infelicidade alheia, todavia, nos legava.

Íamos.

Fluíamos no frêmito da estação.
 

 

Tinha chovido um pouco, abri a porta para ela, rodeei o carro, entrei, passei as marchas, liguei o limpador, fomos adiante.
 

 

Serra, terça-feira, 07 de fevereiro de 2012.

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