terça-feira, 9 de outubro de 2018


Mansur e a Invenção da Sabedoria Árabe


 

No excelente álbum em quadrinhos Gonick, Larry História do Mundo em Quadrinhos (A Ascenção do Mundo Árabe e a História da África), São Paulo, Jaboticaba, 2004 ficamos sabendo muitas coisas que os livros oficiais de história não contam.

Por exemplo, na página 40 e ss. lemos:

1.              “Al-Mansur cercou-se de conselheiros persas – um vizir persa, ou primeiro ministro, governava o Estado – e eles falaram ao Califa de um outro tesouro: as bibliotecas persas”;

2.              “Para o Califa, estas bibliotecas, cheias de ensinamentos dos hindus, persas, gregos e romanos, tinham apenas um problema: nada estava escrito em árabe”;

3.             “Al-Mansur, que queria expandir esse conhecimento por todo o mundo muçulmano, ordenou que tudo fosse traduzido para o árabe”;

4.             “O trabalho durou 100 an0s ...” [veja só quanto material];

5.             “E, assim, no século IX, o estudo da ciência, da matemática, e da medicina começou a florescer pra lá de Bagdá...”.

ABU JA’FAR AL-MANSUR


Uma representação cinematográfica.
Al-Mansur (califa abássida)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Abu Ja'far Abdallah ibn Muhammad al-Mansur (712775; em árabe: ابو جعفر عبدالله ابن محمد المنصور) foi o segundo califa abássida.
Abu Ja'far Abdallah ibn Muhammad al-Mansur (712775; em árabe: ابو جعفر عبدالله ابن محمد المنصور) foi o segundo califa abássida.

Viveu de 712 a 775 (63 anos entre datas).

Não admira mesmo nada que depois dele tenha começado uma “época de esplendor”; seria preciso correlacionar os sábios islâmicos (média de vida de Al-Mansur em 743, + 100 anos de traduções = 843) com a posteridade das traduções, isto é, qual o percentual de sábios muçulmanos QUE SUCEDERAM AS TRADUÇÕES?

É evidente que Bagdá se tornaria mesmo um lugar de peregrinações para todos os que quisessem aprender (e depois ensinar) a partir dos mestres:

1.       Hindus;

2.       Persas;

3.      Gregos;

4.      Romanos.

E errado estarão todos os que (como os brasileiros) não traduzem TUDO dos estrangeiros.

Depois de ler tudo isso os árabes passaram a produzir demais:

a)      “O químico persa Jabir padronizou o procedimento das experiências científicas além de mexer com explosivos...”;

b)     “O matemático Al-Khuwarizmi (de Khwarizm, ou Kheva ou Khiva, no norte da Pérsia) produziu o primeiro livro de ÁLGEBRA”;

c)      “Outros escreveram sobre agricultura, medicina, ótica, mineralogia, meteorologia, astronomia, etc. etc. etc.”;

d)     “E assim, além de palácios e mesquitas, um viajante naqueles dias podia encontrar também hospitais públicos, parques e jardins, lugares para viajantes, banhos, universidades, observatórios astronômicos – em resumo, os ingredientes para uma grande civilização”.

Eles copiaram errado pelo menos a solução correta dos hindus para o seno (que deve ter ido com Alexandre Magno e os gregos).

Enfim, os árabes copiaram egípcios e sumérios, gregos e romanos, hindus e chineses, copiaram todo mundo e passaram para frente como seu.

A geo-história precisa ser revista.

Provavelmente desenvolveram autonomamente bem pouco. Ao contrário do que dizem, a civilização árabe não foi FONTE de conhecimento, foi apenas transmissora.

Serra, segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012.

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