Mansur e a Invenção da Sabedoria Árabe
No excelente álbum em quadrinhos Gonick, Larry História
do Mundo em Quadrinhos (A Ascenção do Mundo Árabe e a História da
África), São Paulo, Jaboticaba, 2004 ficamos sabendo muitas coisas que os
livros oficiais de história não contam.
Por exemplo, na página 40 e ss. lemos:
1.
“Al-Mansur
cercou-se de conselheiros persas – um vizir persa, ou primeiro ministro,
governava o Estado – e eles falaram ao Califa de um outro tesouro: as
bibliotecas persas”;
2.
“Para
o Califa, estas bibliotecas, cheias de ensinamentos dos hindus, persas, gregos
e romanos, tinham apenas um problema: nada estava escrito em árabe”;
3.
“Al-Mansur,
que queria expandir esse conhecimento por todo o mundo muçulmano, ordenou que
tudo fosse traduzido para o árabe”;
4.
“O
trabalho durou 100 an0s ...” [veja só quanto material];
5.
“E,
assim, no século IX, o estudo da ciência, da matemática, e da medicina começou
a florescer pra lá de Bagdá...”.
ABU JA’FAR AL-MANSUR
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Uma representação cinematográfica.
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Al-Mansur (califa
abássida)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Viveu de 712 a 775 (63 anos entre datas).
Não admira mesmo nada que depois dele tenha
começado uma “época de esplendor”; seria preciso correlacionar os sábios
islâmicos (média de vida de Al-Mansur em 743, + 100 anos de traduções = 843)
com a posteridade das traduções, isto é, qual o percentual de sábios muçulmanos
QUE SUCEDERAM AS TRADUÇÕES?
É evidente que Bagdá se tornaria mesmo um
lugar de peregrinações para todos os que quisessem aprender (e depois ensinar)
a partir dos mestres:
1. Hindus;
2. Persas;
3. Gregos;
4. Romanos.
E errado estarão todos os que (como os
brasileiros) não traduzem TUDO dos estrangeiros.
Depois de ler tudo isso os árabes passaram a
produzir demais:
a) “O químico persa
Jabir padronizou o procedimento das experiências científicas além de mexer com
explosivos...”;
b) “O matemático
Al-Khuwarizmi (de Khwarizm, ou Kheva ou Khiva, no norte da Pérsia) produziu o
primeiro livro de ÁLGEBRA”;
c) “Outros escreveram
sobre agricultura, medicina, ótica, mineralogia, meteorologia, astronomia, etc.
etc. etc.”;
d) “E assim, além de
palácios e mesquitas, um viajante naqueles dias podia encontrar também
hospitais públicos, parques e jardins, lugares para viajantes, banhos,
universidades, observatórios astronômicos – em resumo, os ingredientes para uma
grande civilização”.
Eles copiaram errado pelo menos a solução correta
dos hindus para o seno (que deve ter ido com Alexandre Magno e os gregos).
Enfim, os árabes copiaram egípcios e sumérios,
gregos e romanos, hindus e chineses, copiaram todo mundo e passaram para frente
como seu.
A geo-história precisa ser revista.
Provavelmente desenvolveram autonomamente bem pouco.
Ao contrário do que dizem, a civilização árabe não foi FONTE de conhecimento,
foi apenas transmissora.
Serra, segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012.
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