terça-feira, 2 de outubro de 2018


Ideal e O-Ideal


 

Apelando à RC 5N (embora incompleta) podemos saber algumas coisas, por exemplo, que o/ideal = VERDADEIRO = REAL é aquilo que é material, que não se esgota nas inumeráveis interpretações (quer dizer, o ideal É INTERPRETAÇÃO, é mentalização, padece do defeito de não ser verdadeiro, é contração mental, portanto, perda).

Jamais chegaremos ao material.

Porisso o materialismo, por conter o sufixo ismo e ser doença da super-afirmação do material, consequentemente é falha, superafirma o que não pode ser esgotado, remete a duplo erro – o que é material não pode ser esgotado por nenhuma simbolização. Por mais que raciocinemos, o material sempre nos escapará, porque ao ser contraído perderá necessariamente dimensões inalcançáveis (exceto pela totalidade de i Deus-Natureza).

Como material o volume não pode ser posto dentro de nós, então o jeito é verbalizar, quer dizer, REDUZIR o material ao simbólico, à chave (estabelecida na língua: sintaxe e gramática, todo e partes). Criamos a língua e a língua-escrita, a língua que é puramente mental e a língua-escrita que é gravável, que se pode gravar.

Não podemos colocar o objeto-carro, material, dentro de nós, mas podemos colocar o símbolo-carro, carro, palavra que em português tem cinco letras postas em certa ordem que pode ser processada mentalmente. O que virá, se juntarmos “carro” e “lança”? Carro-material e lança-material possuem alguma relação, é possível o relacionamento deles? Nós extrapolamos, juntamos carro e guerra em carro-de-guerra, um terceiro objeto que pode existir, porém carro-lança não existe.

Construir frases leva a numerosos enganos, já que não nos prendemos às caraterísticas verdadeiras de carro-objeto, nós o reduzimos, e esse reduzir não traz tudo dele ao carro-símbolo. Perde-se algo, perde-se muito. E a mistura de todas as palavras-símbolos faz perder ainda mais, levando a muitas confusões que não surgiriam se nos referíssemos VERDADEIRAMENTE ao carro-material.

Desse modo, nosso destino racional é nos enganarmos.

Enganamo-nos constantemente e o único modo de diminuirmos os danos e as perdas é raciocinar continua e coletivamente. O Modelo Pirâmide justamente cumpre a tarefa de proporcionar eixo.

Saber disso nos torna simples.

Não podemos alcançar a matéria: somos seres materiais cujas mentes estão voltadas para o ideal. Ideal matemático, ideal psicológico, ideal do conhecimento, sempre ideal, mesmo quando se diz braçal. O mundo está lá, nós inferimos, contudo dentro de nós só há ideal. O SELF, o “eu mesmo” é esse ideal ANTEPOSTO, posto diante do material, interpretando-o EM ERRO.

Serra, sexta-feira, 06 de abril de 2012.

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