quarta-feira, 3 de outubro de 2018


A Psicologia do Tolo

 

Já pedi de outro modo para investigarem todos os tipos de trambiques em todos os tempos e espaço.

Aqui a questão é mais fina e sutil.

Há a frase célebre “um tolo e seu dinheiro logo se separam”, segundo a qual eu seria tolo (pois, abominando o dinheiro e o que ele representa, distanciamento, sempre fiz questão de não ter, passando através da vida por muitas dificuldades; o que de nada me serviu, pois as pessoas se mantiveram distantes do mesmo modo).

Aqui a questão é de saber dos dois lados:

1)       As enganações (primeira fase);

2)      Todo tipo de auto renúncia (como a minha e outras: medo, confiança que permite o avanço dos bandidos).

Como é que as pessoas se preparam para ser enganadas?

A que proteções renunciam? Que aprendizados não desejam fazer? De que conhecimentos se ausentam? Pois há conhecimento socioeconômico capaz de ampará-las neste vastíssimo repertório mundial, depois de tantos milênios de pensamentos.

SE AS PESSOAS QUISESSEM elas se protegeriam.

Então, devemos pensar que as pessoas não querem, não desejam se resguardar. Elas sucumbem porque desejam sucumbir. Fraquejam porque aspiram se sentir fracas. É o mecanismo 50/50 de soma zero da onda: só metade quer safar-se, metade não se importa.

E por quê não se incomoda?

Porque deseja proximidade.

TANTO QUER sentir-se próximo que embarca em qualquer aventura, inclusive dar dinheiro como os velhinhos americanos ou essas ovelhas tosquiadas pelos pastores. DESEJAM PERDER, não querem ganhar, de modo nenhum querem ser vencedoras. É uma espécie de masoquismo (não é o meu caso, sou anarco-comum, aspiro ao tempespaço em que os seres serão realmente iguais), uma necessidade de sofrimento não pelo tormento em si, mas pela necessidade de trazer alguém para perto.

O tolo só é tolo sobre a ótica do enganador.

Ele tem um propósito, desfazer-se e beneficiar o outro.

Se esse outro é um ladrão, se é um ausente, ou se é parente, se é um presente, ele não se incomoda; por faltar-lhe proximidade ele se aproxima como pode e como dá.

Serra, terça-feira, 17 de abril de 2012.

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