A
Psicologia do Tolo
Já pedi de outro modo
para investigarem todos os tipos de trambiques em todos os tempos e espaço.
Aqui a questão é mais
fina e sutil.
Há a frase célebre
“um tolo e seu dinheiro logo se separam”, segundo a qual eu seria tolo (pois,
abominando o dinheiro e o que ele representa, distanciamento, sempre fiz
questão de não ter, passando através da vida por muitas dificuldades; o que de
nada me serviu, pois as pessoas se mantiveram distantes do mesmo modo).
Aqui a questão é de
saber dos dois lados:
1)
As
enganações (primeira fase);
2)
Todo
tipo de auto renúncia (como a minha e outras: medo, confiança que permite o
avanço dos bandidos).
Como é que as pessoas
se preparam para ser enganadas?
A que proteções
renunciam? Que aprendizados não desejam fazer? De que conhecimentos se
ausentam? Pois há conhecimento socioeconômico capaz de ampará-las neste
vastíssimo repertório mundial, depois de tantos milênios de pensamentos.
SE AS PESSOAS
QUISESSEM elas se protegeriam.
Então, devemos pensar
que as pessoas não querem, não desejam se resguardar. Elas sucumbem porque
desejam sucumbir. Fraquejam porque aspiram se sentir fracas. É o mecanismo
50/50 de soma zero da onda: só metade quer safar-se, metade não se importa.
E por quê não se
incomoda?
Porque deseja proximidade.
TANTO QUER sentir-se
próximo que embarca em qualquer aventura, inclusive dar dinheiro como os
velhinhos americanos ou essas ovelhas tosquiadas pelos pastores. DESEJAM
PERDER, não querem ganhar, de modo nenhum querem ser vencedoras. É uma espécie
de masoquismo (não é o meu caso, sou anarco-comum, aspiro ao tempespaço em que
os seres serão realmente iguais), uma necessidade de sofrimento não pelo
tormento em si, mas pela necessidade de trazer alguém para perto.
O tolo só é tolo
sobre a ótica do enganador.
Ele tem um propósito,
desfazer-se e beneficiar o outro.
Se esse outro é um
ladrão, se é um ausente, ou se é parente, se é um presente, ele não se
incomoda; por faltar-lhe proximidade ele se aproxima como pode e como dá.
Serra, terça-feira,
17 de abril de 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário